COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS (UTILIZANDO AS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS FORMAÇÃO DE PREÇOS)



Documentos relacionados
COMPRAR VERSUS ALUGAR (qual a melhor opção)

COMO PREPARAR UM RELATÓRIO QUE APRESENTE OS RESULTADOS DA EMPRESA POR UNIDADE DE NEGÓCIO

QUAL O CRITÉRIO IDEAL PARA REAJUSTAR O PREÇO DE UM SERVIÇO

Projeção do Fluxo de Caixa Caso Prático

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

COMO SALVAR UM PRODUTO DE UMA BAIXA IRREVERSÍVEL (?) NO PREÇO DE VENDA (investindo em diferenciais competitivos)

Como Elaborar um Fluxo de Caixa com Base em Demonstrações Encerradas (Parte II)

COMO SELECIONAR PROJETOS QUANDO EXISTE RESTRIÇÃO DE CAPITAL

COMO ANALISAR ECONOMICAMENTE DUAS PROMOÇÕES

PROCEDIMENTOS PARA ANALISAR PROJETOS EXCLUDENTES COM VIDAS ESTIMADAS DIFERENTES

TIPOS DE INVESTIMENTOS IMPORTANTES NA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA- PARTE l

PARA CRIAR VALOR PARA O ACIONISTA NÃO BASTA TER EVAs POSITIVOS - É PRECISO QUE SEJAM "CRESCENTES"

QUE TAL ANALISAR O MVPL Valor Presente Líquido Modificado

O QUE TODOS DEVEM DAVER SOBRE PERPETUIDADE

Como Analisar Projetos Independentes E Excludentes

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

Como Elaborar um Fluxo de Caixa com Base em Demonstrações Encerradas (Parte I)

COMO TRATAR A TAXA DE JUROS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

UTILIZANDO A TIR PARA ANÁLISE DE DOIS PROJETOS EXCLUDENTE

COMO REDUZIR CUSTOS NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O VPL DA OPERAÇÃO E O VPL DO ACIONISTA?

COMO TRATAR A INFLAÇÃO NA ANÁLISE DE UM NOVO INVESTIMENTO

RESENHA TRIBUTÁRIA ATUALIZADA

PROJEÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O INDICADOR : RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO

COMO DETERMINAR O PREÇO DE LANÇAMENTO DE UMA AÇÃO NA ADMISSÃO DE NOVOS SÓCIOS

RECUPERAÇÃO DE IMPOSTOS E O CUSTO REAL DA COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS

TÓPICOS ESPECIAIS DE CONTABILIDADE: JUROS SOBRE CAPITAL

OS IMPACTOS DA MUDANÇA PARA MAIS OU PARA MENOS NA TAXA DE JUROS SOBRE O PREÇO DE VENDA

Tratamento das Receitas e Despesas Financeiras

ANÁLISE DE UM NOVO INVESTIMENTO - A IMPORTÂNCIA DO INTERVALO DE PERÍODO NA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

COMO CALCULAR O PONTO DE EQUILÍBRIO NA PRÁTICA

AS 7 ETAPAS PARA ELABORAR UMA BOA ANÁLISE DE INVESTIMENTO

TODAS AS EMPRESAS DEVERIAM TER UM SIMULADOR DE PREÇOS. Francisco Cavalcante

A ESTRUTURA DE CAPITAL NA ANÁLISE DE NOVOS INVESTIMENTOS

O QUE É CUSTO DE CAPITAL PARTE ll

COMO ELABORAR UMA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR UNIDADE DE NEGÓCIO

DETALHES RELEVANTES NA APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ELABORADO COM BASE NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O NOME DO JOGO É: O MÁXIMO DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTO COM O MÍNIMO DE CUSTO DE CAPITAL

COMO SE GANHA DINHEIRO GIRANDO MAIS O NEGÓCIO

COMO CRIAR UM PLANO DE AMORTIZAÇÃO

GASTOS VARIÁVEIS, FIXOS E SEMI-VARIÁVEIS (alguns conhecimentos indispensáveis para quem trabalha com análises econômicas e financeiras) ASSOCIADOS

COMO FUNCIONAM DOIS PROCEDIMENTOS DO ICMS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

COMO CALCULAR E ANALISAR A CAPACIDADE DE

Como calcular o Índice de Lucratividade (IL)

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE l

Outros Tópicos Importantes na Elaboração do Fluxo de Caixa

PAYBACK - CALCULANDO O TEMPO NECESSÁRIO PARA RECUPERAR O INVESTIMENTO

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

JOGO DOS 4 ERROS - ANALISANDO UM NOVO INVESTIMENTO: ONDE ESTÃO OS 4 ERROS?

UM GLOSSÁRIO PARA O DIA A DIA DO EXECUTIVO

COMO UTILIZAR A FÓRMULA DO PONTO DE EQUILÍBRIO EM VOLUME NUMA EMPRESA QUE VENDE VÁRIOS PRODUTOS

7. Análise da Viabilidade Econômica de Projetos

COMO FAZER O ACOMPANHAMENTO FINANCEIRO DE UM PROJETO (Pós-Auditoria) Conceitos e Procedimentos Para Serem Colocados em Prática Imediatamente

PERGUNTAS E RESPOSTAS QUE TODO EXECUTIVO FINANCEIRO GOSTARIA DE FAZER SOBRE ANÁLISE ECONÔMICA

CUSTO DE REPOSIÇÃO NA FORMAÇÃO DE PREÇOS

CONSTRUINDO E ANALISANDO O EBITDA NA PRÁTICA

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE E O DIAGRAMA DE TORNADO (Como Melhorar a Análise de Novos Investimentos)

MERCADO DE OPÇÕES - O QUE É E COMO FUNCIONA

Administrando Preços e Lucro

Quais as aplicações do custo de capital?

A MONTAGEM DA EQUAÇÃO PARA DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Autor: Francisco Cavalcante UP-TO-DATE. ANO I. NÚMERO 25. Circular para: CAVALCANTE ASSOCIADOS

REGRESSÃO LINEAR SIMPLES

COMO CONVERTER DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BRASILEIRAS PARA A MOEDA AMERICANA (FAS 52) - EXEMPLO PRÁTICO

EXEMPLO COMPLETO DO CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA COM BASE EM DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

! Revisão de conceitos importantes! Fluxo com VRG diluído! Fluxo com VRG no final do contrato! Comparação com outras alternativas de financiamento

ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO

COMO CALCULAR PRAZOS MÉDIOS QUANDO ESTES EXCEDEM 30 DIAS

COMO CALCULAR O PRINCIPAL INDICADOR PARA MEDIR A EFICIÊNCIA FINANCEIRA DE UMA

ENTENDENDO OS DIVERSOS CONCEITOS DE LUCRO

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS AVANÇADOS DO EXCEL EM FINANÇAS (PARTE II): ATINGIR META E SOLVER

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: PARTICIPAÇÕES MINORITÁRIAS

COMO INTERPRETAR A RELAÇÃO VENDAS / ATIVOS ( GIRO )

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL versus VALOR DE MERCADO Cálculo do patrimônio líquido pelo valor de mercado

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA

COMO ESTIMAR QUANTAS VEZES UMA VARIÁVEL É MAIS IMPORTANTE DO QUE OUTRA. Para auxiliar na definição de cenários

COMO IDENTIFICAR E ANALISAR OS IMPACTOS DOS DRIVERS DA EMPRESA (CASH E VALUE)

O QUE É UMA PROJEÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS - PARTE II

UP-TO-DATE. ANO I. NÚMERO 15

A NÃO CORREÇÃO DA DEPRECIAÇÃO: O EFEITO SOBRE O FLUXO DE CAIXA

O FORMATO NOTA 10 PARA APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (com base em demonstrações financeiras encerradas)

COMO TRATAR O VALOR RESIDUAL NA ANÁLISE DE UM NOVO INVESTIMENTO

O VALOR DO CONTROLE PARTE 2

COMO CALCULAR UM FLUXO DE CAIXA COM BASE EM DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ENCERRADAS. Autor: Francisco Cavalcante UP-TO-DATE. ANO I.

MÉTODO DE FLUXOS DE CAIXA LIVRES DO PASSADO Uma nova ferramenta para calcular o valor da sua empresa

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II

COMO ORGANIZAR A APRESENTAÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS (COLOCANDO-OS DEBAIXO DOS 3 DETERMINANTES DO RETORNO SOBRE

PLANO DE NEGÓCIO. Roteiro Financeiro. Prof. Fábio Fusco

Avaliação pelo Método do Fluxo de Caixa Descontado

ENTENDENDO OS CONCEITOS DE RISCO E RETORNO - (Parte III)

ÍNDICE SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS...3 ESTUDOS DOS INSUMOS PASSADOS...4 HORIZONTE DO PLANEJAMENTO...5 CUSTO PRESENTE LÍQUIDO...6

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Empréstimos para Capital de Giro

O Método de Custeio por Absorção e o Método de Custeio Variável

AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O LUCRO LÍQUIDO E O FLUXO DE CAIXA

Francisco Cavalcante ! 1ª maneira Análise Através de Comparativos. ! 2ª maneira Análise Através da Série Temporal

O QUE É CFROI CASH FLOW RETURN ON

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO DISCIPLINA: ECONOMIA DA ENGENHARIA

CAP. 4b INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA

Transcrição:

COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS (UTILIZANDO AS TÉCNICAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS FORMAÇÃO DE PREÇOS)! A TIR e o VPL Na Formação do Preço Francisco Cavalcante (francisco@fcavalcante.com.br) Sócio-Diretor da Cavalcante & Associados, empresa especializada na elaboração de sistemas financeiros nas áreas de projeções financeiras, preços, fluxo de caixa e avaliação de projetos. A Cavalcante & Associados também elabora projetos de capitalização de empresas, assessora na obtenção de recursos estáveis, além de compra e venda de participações acionárias. Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV. Desenvolveu mais de 100 projetos de consultoria, principalmente nas áreas de planejamento financeiro, formação do preço de venda, avaliação de empresas e consultoria financeira em geral. UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 1

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 2. CASO PRÁTICO... 6 3. CONCLUSÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS... 8 UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 2

1. Introdução Na formação do preço de venda de um produto produzido em série, usualmente se constroem equações com as seguintes características: Preço de Venda = Impostos + Custos Variáveis + Margem de Contribuição Exemplo obedecendo aos elementos da equação acima: $100 = $15 + $60 + $25 A leitura desta igualdade é a seguinte: O preço de venda de $100 cobre: Os impostos sobre a receita de $15 (IPI, ICMS, PIS e o Cofins). Os gastos variáveis de $60 (matérias primas, embalagens e comissões). A contribuição marginal de $25. A contribuição marginal de $25 contribui para absorver todos os gastos fixos, mais os impostos sobre o lucro (IR e CSLL) e mais o lucro esperado pelos proprietários da empresa. Outras empresas trabalham com uma equação um pouco mais ampliada: Preço de Venda = Impostos + Custos Variáveis + Custos Fixos Rateados + Lucro Exemplo obedecendo aos elementos da equação acima: $100 = $15 + $60 + $20 + $5 A leitura desta nova igualdade é a seguinte: O preço de venda de $100 cobre: Os impostos sobre a receita de $15 (IPI, ICMS, PIS e o Cofins). Os gastos variáveis de $60 (matérias primas, embalagens e comissões). Um pedaço dos custos fixos da empresa que é de $20. Um lucro de $5. O lucro de $5 absorverá os impostos sobre o lucro (IR e CSLL) e mais o lucro esperado pelos proprietários da empresa. UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 3

Cabem aqui algumas considerações particulares, fundamentais na seqüência do texto: Toda empresa tem um custo de capital. O custo de capital é o somatório do custo do capital de terceiros (juros bancários) e custo de capital do acionista (retorno mínimo sobre o capital empregado pelos proprietários da empresa). Este custo de capital tem que fazer parte da equação de preço de venda. 1. O custo de capital pelo fato da venda ter sido feita a prazo, é usualmente considerado na equação de preço. Deverão fazer parte do bloco dos custos variáveis. 2. O custo de capital da base de ativos deverá ser absorvido pela contribuição marginal, ou dentro da parcela dos custos fixos rateados. O juro bancário costuma ser lembrado nas equações de preço de venda. O custo sobre o capital empregado pelos acionistas para financiar o restante dos ativos fixos geralmente é esquecido na montagem da equação de preço de venda. Mesmo que o custo do capital fosse considerado dentro da equação de preço de venda, existiria um problema adicional senão impossível, pelo menos muito difícil de ser considerado: o ciclo de vida do produto. Exemplo acerca do tratamento do custo de capital na formação do preço de venda: Investimento fixo: $6.000 Ciclo de vida do investimento: 5 anos (60 meses) Estrutura de financiamento: 50% de capital de terceiros e 50% de capital do acionista Custo de capital de terceiros: 12% ao ano (1% ao mês) Custo do capital do acionista: 24% ao ano (2% ao mês) Custo médio do capital empregado: 18% ao ano (1,5% ao mês) Depreciação mensal: $100 ($6.000 / 60) Custo de capital mensal: $1,50 (0,015 x $100) Este custo de capital de $1,50 deverá ser distribuído por vários produtos para montar a equação de preço de venda. Existam algumas questões que podem ser levantadas acerca do procedimento apresentado no exemplo anterior. Todavia, uma delas merece a atenção especial: Como tratar o custo de capital quando o ciclo de vida do produto for superior ou inferior a 5 anos? A metodologia de cálculo acima certamente deveria ser alterada. UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 4

Porém, temos uma alternativa tecnicamente mais ajustada para tratar do custo de capital no processo de formação de preços: Colocar o processo de formação de preços numa perspectiva de fluxo de caixa ao longo do ciclo de vida dos produtos, e aplicar as técnicas de avaliação utilizadas na avaliação de novos investimentos. UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 5

2. Caso Prático Uma nova linha de produtos está pronta para ser lançada. O ciclo de vida destes novos produtos é de 5 anos. Os dados para análise de viabilidade desta nova linha de produtos válidos para os 5 anos de vida dos novos produtos são os seguintes: Preço de venda médio da unidade: $10 (definido de acordo com a análise da concorrência e das condições de mercado) Impostos: $1 (10% do preço médio) Custo variável médio da unidade: $5 Margem de contribuição média da unidade: $4 ($10 - $1 - $5) Volume anual de vendas: 1.000 Margem de contribuição total: $4.000 (1.000 x $4) Custo fixo anual incremental: $500 (específico desta linha de produtos) Investimento fixo: $15.000 Vida útil do investimento fixo: 5 anos e sem valor residual (semelhante ao ciclo de vida da nova linha de produtos) Depreciação: $3.000 ($15.000 / 5) Alíquota do IR e da CSLL: 30% Custo de capital: 15% ao ano (média ponderada entre o custo de capital de terceiros e do acionista) Assume-se a inexistência de investimento em capital de giro, entre outras generalizações, apenas para facilitar os procedimentos de cálculo. A geração de caixa estimada para cada um dos 5 anos é a seguinte: Margem de contribuição total $4.000 (-) Custos fixos incrementais ($500) (-) Depreciação ($3.000) (=) Lucro antes do IR e da CSLL $500 (-) IR e CSLL ($150) (=) Lucro líquido $350 (+) Depreciação $3.000 (=) Geração de caixa da operação $3.350 UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 6

O fluxo de caixa projetado para 5 anos é o seguinte: Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 ($15.000) $3.350 $3.350 $3.350 $3.350 $3.350 Podemos analisar este fluxo de caixa aplicando a metodologia do VPL (Valor Presente Líquido) ou da Taxa Interna de Retorno (TIR). Escolhemos o VPL, pois ele nos oferece uma visão monetária confiável sobre o quanto que este projeto criará de valor para o acionista. Inicialmente vamos colocar a valor presente (VP) o fluxo de caixa dos benefícios do projeto. VP = $3.350 + $3.350 + $3.350 + $3.350 + $3.350 1,15 1 1,15 2 1,15 3 1,15 4 1,15 5 VP = $2.913 + $2.533 + $2.203 + $1.915 + $1.666 VP = $11.230 Finalmente calculamos o VPL. VPL = Investimento - VP VPL = ($15.000) - $11.230 VPL = ($3.770) Estamos diante de um investimento de má qualidade. VPL negativo significa que os investimentos superam o benefício do projeto. Vejamos as conclusões no tópico seguinte: UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 7

3. Conclusões sobre o Processo de Formação de Preços Não adianta analisar o preço pontualmente e querer concluir alguma coisa de importante. Exemplo: Olhar a contribuição marginal de $25, ou para o lucro de $5 e concluir que o preço de venda é excelente. Não existem condições de qualificar um preço de venda como excelente (ou ruim) sem preencher 2 requisitos: 1. Amarrar a lucratividade de um produto ao seu volume de vendas. 2. Observar a condição acima dentro do ciclo de vida do projeto. Em resumo: temos que juntar preço de vendas, impostos, custos variáveis, volume e ciclo e vida do projeto num fluxo de caixa, aplicar uma métrica como o VPL para concluir de o preço de venda de um produto é suficiente ou não para remunerar o capital empregado. O que estamos dizendo é que é incorreto questionar se um preço de venda é bom ou ruim. O correto é questionar se o preço de venda de um produto (ou de uma linha de produtos) remunera ou não o capital empregado. A metodologia proposta neste texto cai como uma luva na formação de preços de novos produtos. Quando for aplicada na análise de preços de produtos que já estão em linha, exigirá um esforço adicional. O esforço adicional consistirá em retroagir o fluxo de caixa nas condições propostas à data de início do projeto. Ou seja, o fluxo de caixa objeto da análise contemplará um período passado e um período futuro. UP-TO-DATE - N o 308 COMO QUALIFICAR O PREÇO DE VENDA DE SEUS PRODUTOS 8