Relatório de Viagem Nome: Giulia Pérez Gazaneo Curso: Administração Período: 8º País: França Universidade: Sciences Po, Paris Desde que ingressei na faculdade, sempre tive vontade de fazer intercâmbio acadêmico. Muitos fatores me motivavam a ter essa vontade: diferenciais no currículo, aprimoramento da(s) língua(s), convivência com culturas e experiências diferentes, ter contato com métodos de aprendizado diferentes, dentre outros. Após muito pesquisar sobre diferentes universidades e cidades, optei por realizar essa experiência na faculdade de Sciences Po, na França. Essa escolha se deu primeiramente por ser reconhecida pelo excelente ensino, por receber diversos alunos de vários países do mundo o que me possibilitaria conviver com várias culturas, além de estar em uma das minhas cidades preferidas e capital cultural da Europa e do mundo, Paris. Antes de realizar o intercâmbio, tinha ido duas vezes à Paris e nas duas sai com a vontade de morar lá, viver a cultura do parisiense, conhecer melhor a cidade, as pessoas, e isso também me motivou muito em escolher o local. Fiquei hospedada sozinha em um apartamento no 7éme Invalides perto da universidade e de alguns de meus pontos preferidos da cidade, o que era ótimo pois fazia a grande maioria das coisas a pé, me proporcionando conhecer locais e ruelas que muitas vezes passam desapercebidos. Minha experiência na faculdade me agregou tanto no âmbito acadêmico como pessoal. Desde o primeiro dia de aula saí da minha zona de conforto ao estar em um ambiente no qual eu não conhecia ninguém, com pessoas de vários lugares do mundo e tendo uma aula que não era no meu idioma natal. Minha primeira aula foi de francês, o que de certa forma me confortou pois como eu entrei no francês básico, os outros alunos também falavam apenas o básico e, por se tratar dessa aula, todos os alunos eram estrangeiros. Logo na primeira aula, fiz uma colega, a Marah, de Israel (infelizmente éramos apenas colegas de aula, então não temos fotos juntas). Outra aula minha muito interessante foi a de Cross Cultural Management, que eu recomendaria a qualquer aluno que fosse estudar na Sciences Po. Também é uma aula que reúne estudantes de diversas culturas, e nos ensina a lidar com elas, além de nos possibilitar mostrar um pouco mais da nossa cultura e quebrar paradigmas com os outros. No final do período, a professora dividiu a turma em vários grupos e cada um seria responsável por apresentar a cultura de um país. Como eu fiz esse trabalho com uma amiga brasileira, decidimos apresentar sobre o Brasil e levamos brigadeiro para toda a turma e, surpreendentemente, a maioria adorou. Por mais que eu tenha adorado minha experiência na Sciences Po, se eu pudesse escolher novamente uma universidade para fazer o intercâmbio acadêmico, escolheria alguma com mais foco em Marketing, que é minha maior área de interesse. Não me arrependo de ter estudado lá, mas acredito que a Sciences Po é mais voltada a
alunos que queiram focar seus estudos em ciências sociais e políticas, além de economia, que não são meu foco. Paris é uma cidade incrível. Respira cultura, história, gastronomia, moda. Uns dos principais museus do mundo estão lá, como o Musée D Orsay, o Musée du Louvre, o L Orangerie, Pompidou, etc. Quanto à gastronomia francesa, sempre foi uma das minhas preferidas, por isso comer lá não foi um problema, pelo contrário. Pontos negativos Tive algumas dificuldades em fazer amigos estrangeiros, principalmente franceses. Confesso que o fato de, ao longo do meu intercâmbio, eu ter feito amigos brasileiros me desencorajou de tentar me aproximar dos que não eram, mas nas primeiras semanas de aula eu tentei me aproximar de alunos (inclusive dois franceses com os quais tive que realizar um trabalho em grupo), mas eles não me deram nenhuma abertura. No início isso foi bastante frustrante, mas depois eu percebi que isso faz parte da cultura deles (principalmente dos parisienses). Outro fato que pesou negativamente, mas que eu já estava esperando, foi o custo de vida na cidade. Paris, por ser uma das grandes capitais mundiais, é uma cidade muito cara. O último ponto negativo, e principal, foi o ocorrido no dia 13 de novembro de 2015. Confesso que no dia do atentado terrorista e no dia seguinte, eu estava tranquila e sem ter muita noção da dimensão do ocorrido acredito que isso ocorreu devido ao fato dos jornais locais não divulgarem tantas informações como os brasileiros, por exemplo porém no domingo seguinte ao atentado senti na pele o maior medo que já vivi na minha vida. Estava tomando café com uns amigos no Marais e começou uma correria do lado de fora. Todo mundo achou que fosse mais um atentado, por isso ficamos por duas horas no sótão do café, até sabermos que era apenas um falso alarme. Depois, as coisas se acalmaram pela cidade e a rotina voltou ao normal, na medida do possível. Transporte O transporte público de Paris é completo. Os cidadãos podem escolher entre as 14 linhas de metro, as inúmeras de ônibus, além dos trens que levam até o subúrbio e também até cidades no interior da França. Na minha opinião, o meio de transporte mais prático é o metrô. Mesmo o preço não sendo tão em conta levando em consideração a conversão euro real, há a opção de um cartão mensal que pode ser utilizado inúmeras vezes durante esse período de tempo, tornando-se um bom custobenefício. Outro benefício oferecido pela prefeitura da cidade são os diversos aplicativos que disponibilizam os horários dos metrôs, ônibus, além das melhores alternativas para ir a determinados locais. Viagens Ao longo do intercâmbio, realizei algumas viagens. A primeira dela foi para uma cidadezinha que fica no litoral oeste da França a duas horas de TGV, chamada La Rochelle. Fui visitar uma amiga que estava fazendo intercâmbio lá. A cidade é muito charmosa, e dois dias são suficientes para conhecê-la e quase não há automóveis.
A segunda viagem foi realizada em um extenso feriado que teve em outubro. Aproveitei esse período para visitar meu pai, que mora na Suíça, e para conhecer Amsterdam, na Holanda. Fiquei encantada com Amsterdam e com os holandeses. Vindo de uma cidade na qual as pessoas são mais frias e menos simpáticas, tive a surpresa de lidar com pessoas extremamente solícitas, educadas, sorridentes e simpáticas. Fiquei maravilhada também com a beleza da cidade o fato de não haver um lixo no chão, dos canais serem limpos, da cidade estar toda florida (mesmo sendo outono), do clima estar agradável e da arquitetura dos prédios baixos, além da cultura da cidade girar em torno das bicicletas. Meu museu preferido foi o do Van Gogh por ser um dos meus pintores impressionistas preferidos, e ainda por cima, por estar com uma exposição com obras como o do Girassol, que sempre foi minha pintura preferida, desde criança. A Casa de Anne Frank também foi um lugar que me emocionou muito e, mesmo com uma grande fila, valeu muito a pena. A última viagem que eu fiz foi com a minha família para Berlim. Foram apenas 4 dias, mas também foi o suficiente para conhecer bem a cidade e visitar alguns pontos turísticos e os principais museus, além do Muro de Berlim.
Paris
La Rochelle
Amsterdam
Berlim