Módulo 5: Indicações Geográficas

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Transcrição:

Nota: Esta seção requer cerca de 3 horas de estudo. Módulo 5: Indicações Geográficas Objetivos Depois de estudar este módulo, você poderá: 1. Descrever em 100 palavras a natureza e a finalidade das indicações geográficas. 2. Dar alguns exemplos de indicações geográficas. 3. Descrever em 100 palavras a diferença entre os termos indicações geográficas, denominação de origem e indicação de procedência. 4. Descrever métodos diferentes de proteção de produtos ou serviços regionais. W IPO/OMPI

Introdução O uso de indicações geográficas é um importante método de indicação da procedência dos produtos e serviços. São principalmente utilizadas para fomentar o comércio, informando ao consumidor essa procedência. Seu emprego é freqüentemente sinônimo de uma certa qualidade, que corresponde à procurada pelo consumidor. Podem ser utilizadas para produtos industriais e agrícolas. Se bem que a proteção seja conferida em âmbito nacional, existem diversos tratados internacionais que dão assistência na obtenção da proteção, em diversos países.

Indicações Geográficas Em sentido amplo, indicações geográficas incluem as indicações de procedência, a denominação de origem e a indicação geográfica (no seu sentido estrito). Deve ser ressaltado que a Convenção de Paris não utiliza em sua terminologia o termo indicação geográfica; utiliza, sim, os termos indicações de procedência e denominação de origem. Uma indicação de procedência significa qualquer expressão ou sinal utilizado para indicar que um produto ou serviço é originário de um país, uma região, um lugar específico onde o produto se originou. Exemplo: Fabricado no Japão ( made in Japan ). Uma denominação de origem significa o nome geográfico de um país, uma região, um lugar específico que serve para designar um produto originário daquele lugar, as qualidades que lhe são características devido exclusivamente ou essencialmente ao ambiente geográfico de onde provém, incluindo os fatores naturais ou humanos ou ambos. Exemplo: Champagne, na França; Vale dos Vinhedos; no Brasil. Comece por ouvir o primeiro segmento de áudio, que define, em termos gerais, a noção de indicação geográfica. Segmento de áudio n o 1: Você pode me dizer o que é uma indicação geográfica? Basicamente, a indicação geográfica é um reconhecimento de que um determinado produto é proveniente de uma determinada área. As indicações geográficas mais conhecidas são as utilizadas para vinhos e bebidas. Por exemplo, a indicação geográfica Champagne é utilizada para indicar que um tipo especial de vinho espumante é proveniente da região de Champagne, na França. Do mesmo modo, Cognac é usado para aguardente destilada proveniente da região francesa de Cognac. Entretanto, as indicações geográficas também são utilizadas para outros produtos, além de vinhos e bebidas, como por exemplo, o tabaco de Cuba, ou para queijos como o Roquefort. Podem ainda ser usadas para designar produtos industriais, como a indicação Sheffield para aço.

Questão de Auto-avaliação (QAA) QAA 1: Enumere 2 ou 3 indicações geográficas utilizadas em seu país. Digite sua resposta aqui: Clique aqui para ver a resposta

Resposta QAA 1: Espero que você tenha encontrado alguma. Se não conseguiu, tente pensar porque. Será que a noção da propriedade intelectual não é muito conhecida entre os produtores regionais, ou eles não percebem o valor dessas indicações? Para resumir, Champagne, Cognac, Roquefort, Chianti, Porto, Havana e Tequila são alguns exemplos bem conhecidos para nomes que são associados, em todo o mundo, com produtos que contêm uma certa natureza e qualidade.

O segmento de áudio seguinte esclarece uma confusão que sucede com freqüência entre os termos indicações geográficas e marcas. Segmento de áudio n o 2: Qual é a diferença entre indicação geográfica e marca? A marca é um sinal utilizado por uma pessoa física ou jurídica, para distinguir seus próprios produtos ou serviços dos produtos e serviços de seus concorrentes. A indicação geográfica é utilizada para indicar que certos produtos são provenientes de uma certa região. Todos os produtores dessa região podem utilizar essa indicação. Por exemplo, Bordeaux e Champagne podem ser utilizadas por todos os vinicultores na área de Bordeaux e Champagne, mas somente a Moët & Chandon pode designar seu Champagne " Moët & Chandon " como marca de seu champanhe.

Espero que você possa agora apreciar as vantagens na utilização de uma indicação geográfica, o que vai lhe levar sem dúvida a perguntar como protegê-las. O segmento de áudio seguinte irá lhe explicar. Segmento de áudio n o. 3: Como são protegidas as indicações geográficas? Ao contrário das marcas e das patentes, as indicações geográficas são passíveis de uma grande variedade de proteções. Podem ser protegidas por legislação sui generis ou decretos; esse é o sistema adotado pela França e por Portugal, por exemplo. Podem tambén ser inscritas em um registro de indicações geográficas. Outra possibilidade consiste em apoiar-se na lei contra a concorrência desleal, ou na noção do ilícito do "passing off," ou seja fazer produtos passarem por outros, que basicamente prevêem práticas comerciais desleais que não devem ser usadas. O uso de indicação geográfica para um produto que não é proveniente da região indicada, seria um ótimo exemplo da prática da concorrência desleal. Se a parte lesada quiser buscar proteção contra o ato ilícito, não é necessária nenhuma formalidade, como o registro promulgação de uma decisão administrativa; ela recorre directamente aos tribunais. As indicações geográficas podem ainda ser protegidas pelo registro de marcas coletivas ou marcas de certificação. As marcas coletivas, ao contrário das marcas, pertencem a um grupo de comerciantes ou produtores. A marca de certificação, por outro lado, não é passível de apropriação: é registrada na suposição que qualquer pessoa que preencha as condições prescritas pode utilizá-la. Por exemplo, o uso da marca de certificação para o queijo Stilton é reservada a certos produtores que satisfazem as condições exigidas pelo regulamento de utilização dessa marca.

Assim, existe uma variedade de modos de proteção das indicações geográficas, que variam de acordo com a legislação nacional aplicável, e existem diversas maneiras de estender essa proteção em escala internacional. Segmento de áudio n o. 4: Você falou sobre os modos de proteção para uma indicação geográfica num país. É possível obter a proteção em escala mundial? Teoricamente sim, mas na prática é muito difícil. Para os pedidos de patentes e registros de marcas, existem procedimentos perfeitamente definidos, mas a situação é completamente diferente para as indicações geográficas, em virtude da grande diversidade dos sistemas de proteção disponíveis. Se um regime de proteção aplicável num país não prevê o registro de indicações geográficas, nem o reconhecimento do direito à utilização de uma denominação de origem, pode haver problemas. Podem ser distinguidas duas situações, uma bilateral e outra multilateral. No contexto bilateral, um país celebra acordo com outro para a proteção mútua de suas indicações geográficas. A etapa seguinte é a troca das respectivas listas de indicações geográficas, e a proteção é então concedida numa base de reciprocidade. Na suposição de que a França tenha concluído um acordo bilateral com a Espanha, ela enviaria sua lista de indicações geográficas para a Espanha, e esta lhe enviaria a sua, após o que, as indicações geográficas de cada país seriam protegidas por ambos. Esse sistema funciona desde que dois países celebrem um acordo, mas nem todos os países têm acordos bilaterais desse tipo. Claro, existem ainda os acordos multilaterais, dos quais um é administrado pela OMPI, o Acordo de Lisboa para a Proteção de Denominações de Origem e seu Registro Internacional.

Você também já deve ter ouvido falar das denominações de origem; o segmento de áudio a seguir explica o que as diferencia das indicações geográficas. Segmento de áudio n o. 5: Você pode me explicar a diferença entre denominações de origem e indicações geográficas? As denominações de origem são tipos específicos da indicação geográfica. A indicação geográfica é o reconhecimento de que um determinado produto é proveniente de uma certa área. Por exemplo, a expressão "Made in Switzerland" ou Fabricado na Suíça, é uma indicação geográfica: o comprador sabe que o produto vem desse país. A denominação de origem é uma indicação geográfica mais precisa, que especifica que o produto em questão tem certas qualidades ou características que se devem exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos, no caso brasileiro, os fatores naturais e humanos. A idéia latente é que certos produtos devem suas qualidades especiais ao meio de onde provieram. É muito comum no caso de produtos agrícolas, como o queijo Roquefort. Os produtores de Roquefort dizem que o gosto desse queijo provém de sua maturação nas caves da região de Roquefort. E somente porque é maturado nesse local especial ele finalmente adquire o sabor característico pelo qual é famoso. Se o mesmo método de produção fosse utilizado em caves situadas em outra região, o resultado daria um gosto diferente, que não seria do queijo Roquefort. Da mesma forma, a qualidade de um vinhedo depende de condições naturais como o clima, a natureza do solo, etc. Em resumo, a denominação de origem é uma indicação geográfica que indica que a qualidade dos produtos para os quais é utilizada se deve exclusiva ou essencialmente à área de sua produção.

Segmento de áudio n o 6: Então vamos voltar para o seu exemplo original do Champagne; esta seria uma denominação de origem ou uma indicação geográfica? Ambas. Entretanto, a indicação geográfica é o termo mais amplo. Melhor dizendo, todas as denominações de origem são indicações geográficas, mas nem todas as indicações geográficas são denominações de origem.

Questão de Auto-avaliação (QAA) QAA 2: Escolha, na lista abaixo, as indicações geográficas que também podem ser consideradas denominações de origem a) Vinho Bordeaux b) Queijo Stilton c) Queijo Roquefort d) Champagne e) Aço Sheffield f) Made in Japan (Fabricado no Japão) Digite sua resposta aqui: Clique aqui para ver a resposta

Resposta QAA 2 : a,c,d. Stilton se refere ao método de fabricação desse queijo e não sua procedência geográfica. Aço Sheffield é uma indicação geográfica mas as qualidades desse aço não se devem à sua situação geográfica de Sheffield, no norte da Inglaterra. O mesmo se aplica a Made in Japan. Em resumo, a denominação de origem é uma indicação geográfica que indica que a qualidade dos produtos para os quais é utilizada se deve exclusiva e essencialmente à região de produção. Como mencionado no início do módulo, outro termo utilizado na Convenção de Paris é indicação de procedência que deve ser distinguida da denominação de origem. A primeira é meramente uma indicação da região geográfica onde o produto foi fabricado, enquanto uma denominação de origem requer um vínculo de qualidade entre o produto e sua área de produção.

Agora, para finalizar este módulo, ouça um pouco mais sobre os sistemas internacionais de proteção em vigor. Segmento de áudio n o 7: Agora que você já sabe a diferença entre denominações de origem e indicações geográficas, você poderia explicar os sistemas internacionais de proteção? Na realidade existem vários, inclusive um bastante genérico, previsto na Convenção de Paris, que reza que as indicações geográficas devem ser protegidas contra qualquer uso não autorizado que possa induzir a erro. Existe um acordo especial para as denominações de origem, administrado pela OMPI, o Acordo de Lisboa para a Proteção de Denominações de Origem e seu Registro Internacional. Esse acordo prevê um sistema de registro internacional para as denominações de origem. O país que possui um sistema nacional de proteção às denominações de origem, pode requerer o registro internacional de determinada denominação de origem, que é em seguida comunicado aos outros Estados membros do acordo. Esse sistema funciona perfeitamente bem, mas, em virtude do número restrito de estados que possuem esse sistema nacional de proteção das denominações de origem, seu ámbito geográfico está limitado aos seus 20 Estados participantes. Existe ainda outro acordo internacional, o Acordo TRIPS, que é parte integrante da Organização Mundial do Comércio, a OMC. Esse Acordo exige que todos os membros da OMC protejam as indicações geográficas contra qualquer utilização não autorizada, que possa induzir a erro ou que constitua ato de concorrência desleal. O Acordo TRIPS prevê um nível de proteção um pouco maior para as indicações geográficas de vinhos e bebidas alcólicas, que devem ser protegidas mesmo na ausência de qualquer risco de confusão ou de concorrência desleal. Entretanto, essa proteção de maior âmbito está sujeita a certas exceções para as indicações geográficas que tenham tido uso prolongado, ou que sejam utilizadas de boa-fé.

Resumo A indicação geográfica é fundamentalmente o reconhecimento que um determinado produto é proveniente de uma certa área geográfica. A denominação de origem é uma forma mais precisa de indicador geográfico, que especifica que o produto possui qualidades que se devem exclusivamente ao fato do produto ser proveniente de uma determinada região. Como afirmado acima, uma indicação geográfica é um termo amplo que inclui a denominação de origem, a designação de procedência e a indicação geográfica no seu sentido estrito. Na literatura, o termo indicação geográfica é geralmente utilizado no seu sentido mais amplo para incorporar todos estes termos (denominação de origem, designação de procedência e indicação geográfica em sentido estrito). As indicações geográficas podem ser protegidas nacionalmente, por lei ou através de registro. No plano internacional, podem ser protegidas por acordos de reciprocidade entre países ou, no caso das denominações de origem, pelo Acordo de Lisboa para a Proteção de Denominações de Origem e seu Registro Internacional. Ademais, o Acordo TRIPS exige que todos os membros da Organização Mundial do Comércio dêem proteção às indicações geográficas.

Textos Legislativos: Acordo de Lisboa para a Proteção de Denominações de Origem e seu Registro Internacional Acordo TRIPS Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial