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Transcrição:

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 3/DR-I/2007 Requerimento da revista FOCUS, sobre direito de resposta da EuroAtlantic Airways, S.A Lisboa 24 de Janeiro de 2007

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 3/R-I/2007 Assunto: Requerimento da revista FOCUS, sobre direito de resposta da EuroAtlantic Airways, S.A. I. Identificação das partes A revista FOCUS como Requerente e a EuroAtlantic Airways, S.A. como Respondente. II. Objecto do requerimento Requer a revista FOCUS que se indefira o exercício do direito de resposta da EuroAtlantic Airways, S.A.. III. Factos apurados 1.A revista Focus foi objecto da Deliberação 32-R/2006. 2. A Respondente, respeitando parcialmente a Deliberação 32-R/2006, reformulou o seu texto de resposta. 3. No texto que originou a resposta qualificava-se o aparelho propriedade da Respondente como obsoleto e comparando esta a companhias terceiro-mundistas, conforme se pode confirmar no ponto III. 2. e III.3. da Deliberação 32-R/2006: - Nos tempos mais recentes (...) esta indústria tem evoluído a um ritmo alucinante, fazendo com que aviões que, há apenas 20 anos, eram «máquinas» impressionantes se tornem rapidamente aparelhos obsoletos, só usados por 1

empresas de charters, low costs ou companhias comerciais de países terceiromundistas. Um bom exemplo desse ciclo de vida é o Lockeed L-1011, vulgarmente conhecido por Tristar, em que José Sócrates viajou até terras brasileiras. (Destacado no original). 4. Das expressões tidas por desproporcionadamente desprimorosas, no texto de resposta original da Respondente, e constantes do ponto III.8. da Deliberação 32-R/2006, num total de oito, são mantidas, neste texto de resposta reformulado, apenas duas, ainda que modificadas. 5.A Requerente, pese embora algumas outras expressões usadas pela Respondente, apenas qualifica como expressões desproporcionadamente desprimorosas as seguintes: - o qualificativo obsoleto e terceiro-mundista é entendido como desprimoroso e significa ainda menosprezo pelo jornalista...;. 6. Deu entrada na ERC, a 21 de Novembro, o presente requerimento. IV. Argumentação da Requerente 1. A Requerente fundamenta o seu pedido na limitação legal do direito de resposta e no direito à informação e liberdade de imprensa: a) no exercício do direito de resposta, o conteúdo é limitado pela relação directa e útil com o escrito ou imagem respondidos, não podendo conter expressões desproporcionadamente desprimorosas Lei 2/99, art.º 25º, 4; b) no domínio da comunicação social, e entre outras competências, é atribuição da ERC assegurar o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa Lei n.º 53/2005, art.º 8º, a); 2

2. Cita ainda a Deliberação 32-R/2006, em cujo ponto 3 se conclui que impende sobre a Recorrente a reformulação do texto de resposta nos termos previstos no artigo 25º, n.º 4º da LI.. 3. Ao que acrescenta: d) sucedeu que no texto reformulado e enviado pela requerente [leia-se Respondente], voltam a ser usadas por remissão expressões desproporcionadamente desprimorosas (...); e) com efeito, no texto procede-se à referência - «Recomendamos a leitura do artigo anexado Obsoleto e terceiro mundista é o jornalismo em Portugal do site www.tristar.net» (...); f) o qualificativo obsoleto e terceiro-mundista é entendido como desprimoroso e significa ainda menosprezo pelo jornalista que o executa; 4. Comenta ainda a Requerente algumas passagens da Respondente, nomeadamente: A passagem, da autoria da Respondente: 1) «...este jornalista realizou um deficiente trabalho de pesquisa, intrometendose num campo de conhecimento que certamente não é o seu (...)»; Merece o seguinte comentário da Focus: 1)1) ou seja, imputa-se ao jornalista a falta de rigor e isenção, pois não realizou a pesquisa adequada para informar com verdade; 1)2) sendo que constitui um dever fundamental do jornalista o exercício da actividade com rigor e isenção art.º 14, al. A), Lei 1/99, de 13/1; 1)3) imputando-se a intromissão do jornalista, resulta o sentido de que este informou sobre matéria vedada ao seu direito de informar, o que não é o caso, sendo que o jornalista tem direito à liberdade de expressão e de acesso às fontes de informação (idem, art. 6, alíneas a) e b); 3

A passagem, da autoria da Respondente: 2) «É esta mentalidade tacanha que despreza o investimento privado por parte de portugueses que impede o nosso país de evoluir»; Merece o seguinte comentário da Focus: 2)1) atribui-se uma «mentalidade» retrógrada e alheia ao progresso, imputando-se ainda o acinte de xenofobia por se tratar de desprezo pelo investimento privado por portugueses; A passagem, da autoria da Respondente: 3) «...o ritmo alucinante a que fluem as alarvidades escritas neste artigo da Revista Focus»; Merece o seguinte comentário da Focus: 3)1) por alarve entende-se grosseiro, estúpido pág. 55, Dicionário da Língua Portuguesa, 8ª edição, Porto Editora; ; 5. Concluindo a Requerente que: j) ou seja a entidade requerente [leia-se Respondente], por força da referência no site que usa no direito de resposta, vem alargar o seu conteúdo, e vem afinal a usar as expressões desproporcionadamente desprimorosas que lhe são vedadas pela lei; além de que alarga desmesuradamente o limite do exercício desse direito dada a extensão do texto no site, assim se fugindo ao cumprimento do máximo de 300 palavras prevista no art. 25,4 da Lei de Imprensa; por força dos meios electrónicos actuais a requerente [leia-se Respondente], assim, exorbita dos limites ao direito de resposta; demais, as expressões usadas não auxiliam ou explicam, por grosseiras e sem conteúdo útil, os fundamentos dos pontos de vista que a empresa poderá expender no uso do direito de resposta; 4

acresce que o texto publicado no site contém publicidade à requerente [leia-se Respondente], pois exibe fotos de aviões com as cores de identificação da requerente [leia-se Respondente]; a publicação do direito de resposta, na extensão pretendida pela empresa, significaria, e também, a veiculação grátis de mensagem publicitária; q) requer-se assim que, e pelo exposto, se indefira o exercício do direito de resposta da requerente nos termos que constam dos documentos (...) anexos. V. Normas aplicáveis Devemos trazer à colação, desde logo, o regime do exercício do direito de resposta, constante da Lei de Imprensa Lei n.º 2/99, de 13 de Janeiro (doravante LI), em particular o disposto no artigo 24º e seguintes. Aplica-se ainda o disposto nos artigos 59º e 60º dos Estatutos da ERC Anexos à Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro atentas as atribuições e competências constantes, respectivamente, da alínea f) do artigo 8º e alínea j) do n.º 3 do artigo 24º, ambos do mesmo diploma. A ERC é competente. Não há questões prévias a conhecer. V. Análise/fundamentação 1. Na Deliberação 32-R/2006 reconhece-se à Respondente a titularidade do direito de resposta; razão bastante para obstar a um total indeferimento do exercício do direito, como pretendido pela Requerente. Questão diversa seria a da admissibilidade do exercício desse direito através do texto (agora) reformulado. 5

2. O cumprimento da citada Deliberação depende, por parte da Respondente, da reformulação do seu texto de resposta, nomeadamente expurgando as expressões desproporcionadamente desprimorosas. Analisado o texto de resposta original, em comparação com a sua versão reformulada, podemos constatar que: a) são reformuladas, ou mesmo expurgadas, seis das oito passagens opinativas citadas no ponto III.8. da Deliberação; b) as restantes duas têm, respectivamente, o seguinte teor na versão original: na versão reformulada: Como poderíamos explicar a quem é carente de informação na área da aviação, que o Lockheed Tristar é o único avião comercial com sistema MDLC para estabilizar em turbulência ; Se não se negligenciasse tanto a nobre qualidade de informar, teria havido o cuidado de ver que o Presidente dos Estados Unidos teve o primeiro AIR FORCE ONE, Boeing 707 VC-137C, entre 1962 e 1990, ano em que foi substituído pelo B747. Foram 28 anos! Temos muito gosto em esclarecer a quem é carente de informação na área da aviação, que o Lockheed Tristar é o único avião comercial com sistema MDLC para estabilizar em turbulência ; Se houvesse mais cuidado na nobre qualidade de informar, teria havido o cuidado de ver que o Presidente dos 6

Estados Unidos teve o primeiro AIR FORCE ONE, Boeing 707 VC-137C, entre 1962 e 1990, ano em que foi (Sublinhados no original). substituído pelo B747. Foram 28 anos! 3. As passagens opinativas que a Respondente mantém, ainda que reformuladas, afastam vários qualificativos susceptíveis de leituras desprimorosas já não se interpreta a primeira passagem como referindo, indirectamente, uma falta de rigor, mas apenas como um esclarecimento agora prestado a não técnicos; nem se qualifica como negligente o trabalho jornalístico, a que agora se aponta falta de cuidado na não identificação de exemplos de uso do modelo da aeronave em questão. 4. Como teve o Conselho Regulador oportunidade de afirmar, na Deliberação 30- R/2006, aliás citada na Deliberação anterior (32-R/2006): ix... A previsão legal impede o uso de expressões desproporcionadamente [e não objectivamente] desprimorosas ; x. Pelo que, se no texto da notícia original fossem utilizadas expressões objectivamente desprimorosas, relativamente ao respondente, seria legítimo a este o uso de tais expressões num eventual texto de resposta, desde que estas fossem proporcionais às usadas na notícia original; xi. E, para determinar a, eventual, desproporção que a lei considera, há que considerar o texto da resposta em conjunto com o escrito que lhe deu origem, aferindo-se então, em concreto, da proporcionalidade de um ao outro;. Deste modo, estas expressões reformuladas no texto de resposta não colocam desproporcionadamente em causa a reputação profissional dos visados. Constata-se, então, não existir, aqui, qualquer referência desproporcionadamente desprimorosa face ao objectivo de resposta do texto em causa. 5 Alega ainda a Requerente que a menção ao título de um artigo publicado em sítio electrónico Obsoleto e terceiro mundista é o jornalismo em Portugal e remissão 7

para o mesmo, constitui uma expressão desproporcionadamente desprimorosa constante do texto de resposta. 6. De facto, tem de entender-se que a Respondente ao remeter, para o sítio electrónico cuja leitura, aliás, recomenda - se apropria materialmente do seu conteúdo, devendo este ser também apreciado. Caso assim não se entendesse estar-se-ia a permitir que através de um reenvio material se contornasse as exigências legalmente impostas e, neste caso concreto, se incumprisse também a Deliberação 32-R/2006 desta Entidade. Dito de outro modo: entendimento diferente do ora expendido levaria a que o Respondente atingisse resultados que lhe estão vedados. 7. Obviamente essa concepção não só não é de acolher, mas também de afastar. Um tal resultado esvaziaria o alcance das previsões constitucionais, legais e da Deliberação acima identificada. 8. Analisando o conteúdo material do texto para a qual a Respondente remete, pode concluir-se que são utilizadas expressões que são inapropriadas face ao regime legal aplicável e à Deliberação 32-R/2006. Como exemplo desse conteúdo podemos assinalar : «É esta mentalidade tacanha que despreza o investimento privado por parte de portugueses que impede o nosso país de evoluir»; Atribui-se uma «mentalidade» retrógrada e alheia ao progresso, imputando-se ainda o acinte de xenofobia por se tratar de desprezo pelo investimento privado por portugueses; 8

Focus»; «...o ritmo alucinante a que fluem as alarvidades escritas neste artigo da Revista 9. Repete-se, a título conclusivo, que não se questiona o uso de expressões proporcionais (e até idênticas) às utilizadas no artigo original, mas não se permite legalmente qualquer forma de, intencionalmente ou não, esvaziar o sentido das previsões legais relativas ao exercício deste direito fundamental (artigo 40º da Constituição da República Portuguesa), o que aconteceria se fosse aceite como boa a recomendação da leitura do site, cujas expressões são desproporcionadamente desprimorosas. 10. E não se diga que esta posição carece de fundamento pelo facto de não estar demonstrada a jurisdição da Entidade Reguladora sobre o espaço público ocupado pelo sítio em questão. Independentemente da resposta à questão da legitimidade para a ERC intervir nesse espaço público que agora não cabe analisar, havendo uma apropriação material do seu conteúdo, deve então afirmar-se que o declarado lá faz parte do direito de resposta, logo se encontra sob o escrutínio desta Entidade. 11. Face ao exposto não carece de análise mais qualquer argumento apresentado pela requerente. VII. Deliberação Tendo presente os factos, o regime aplicável e a análise realizada, nos termos das suas atribuições e competências, nomeadamente as constantes dos artigos 8º, alínea f) e 24º, n.º 3, alínea j), dos Estatutos da ERC, o Conselho Regulador delibera: Recomendar ao titular do direito de resposta a reformulação do texto da mesma, de forma a cumprir integralmente o conteúdo útil da Deliberação 32-R/2006, ficando, 9

então, a revista Focus adstrita ao dever de publicação nos termos do disposto no artigo 26º da Lei de Imprensa. O cumprimento da presente Deliberação deverá ter lugar na primeira edição ultimada após a apresentação do texto pela Respondente, conforme o disposto no n.º 1 do art. 60º dos Estatutos atrás invocados, incorrendo a sua destinatária na sanção pecuniária compulsória prevista no artigo 72º daquele diploma por cada dia de atraso na referida execução. Lisboa, 24 de Janeiro de 2007 O Conselho Regulador da ERC José Alberto de Azeredo Lopes Elísio Cabral de Oliveira Luís Gonçalves da Silva Maria Estrela Serrano Rui Assis Ferreira 10