Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt

Documentos relacionados
Organismos. Predadores. Simone M. Mendes Embrapa Milho e Sorgo

EFEITO DO MILHO Bt EM VARIÁVEIS BIOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS DO PERCEVEJO PREDADOR Orius insidious (SAY, 1832)

Efeito do milho Bt expressando a toxina Cry 1 A(b) sobre a biologia de Doru luteipes (Scudder, 1876) (Dermaptera: Forficulidae)

Impacto do Milho Bt na Lagarta-do-Cartucho, Spodoptera frugiperda. Camila S. F. Souza, Kátia G. B. Boregas, Fernando H. Valicente

BIOLOGIA E COMPORTAMENTO DO PERCEVEJO PREDADOR, Orius insidiosus (SAY, 1832) (HEMIPTERA: ANTHOCORIDAE) EM MILHO Bt E NÃO Bt

Levantamento de adultos de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) utilizando armadilha de feromônio em área comercial de milho Bt

Aspectos Biológicos de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) Alimentada com Buva (Conyza sp.)

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DA IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA LAGARTA-DO-CARTUCHO NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SISTEMA ORGÂNICO

Palavras-chave: insecta, bioecologia, comportamento, manejo de pragas, lagarta-do-cartucho.

RESISTÊNCIA NATIVA DE HÍBRIDOS DE MILHO À Spodoptera frugiperda

Interação silício e milho Bt (Cry 1A(b) e Cry 1F) no controle da lagarta-do-cartucho

SELETIVIDADE DO INSETICIDA INDOXACARB SOBRE OS INIMIGOS NATURAIS DE SPODOPTERA FRUGIPERDA

XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento ISSN Sete Lagoas, MG Dezembro, 2009 AUTORES

Milho Bt: avaliação preliminar da resistência de híbridos comerciais à lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J. E.

INFORMATIVO SOBRE TECNOLOGIAS DE RESISTÊNCIA A INSETOS SEMEANDO O FUTURO

88Efeito de Doses Crescentes de Composto Orgânico na Incidência de Insetos em Minimilho

AVALIAÇÃO DA ENTOMOFAUNA EM CULTIVOS DE MILHO TRANSGÊNICO E ÁREAS DE REFÚGIO NO IFSULDEMINAS CÂMPUS MACHADO

BIOLOGIA E PREFERÊNCIA ALIMENTAR DE Spodoptera frugiperda (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) EM DIFERENTES FONTES HOSPEDEIRAS

Documentos. ISSN Dezembro, Os Ácaros São Pragas do Milho no Brasil?

SUSCETIBILIDADE DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE SPODOPTERA FRUGIPERDA A INSETICIDAS QUÍMICOS

XXX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO Eficiência nas cadeias produtivas e o abastecimento global

Paulo A. Viana, José M. Waquil, Fernando H. Valicente, Ivan Cruz.

Efeito do Inseticida Match no Controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na Cultura do Milho.

MONITORAMENTO DE ADULTOS DE Spodoptera frugiperda e Diatraea saccharalis EM ÁREAS DE MILHO E SORGO 1

Ocorrência de lepidópteros-praga em lavouras de milho, sorgo e algodão no Norte e Noroeste de Minas Gerais 1

AVALIAÇÃO DA SOBREVIVÊNCIA DE PREDADORES DE SPODOPTERA FRUGIPERDA (J. E. SMITH, 1797) ALIMENTADOS COM LAGARTAS DESENVOLVIDAS EM MILHO-BT E NÃO-BT

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS EM SPODOPTERA FRUGIPERDA EM MILHO NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA (MG)

Ministério da Agricultura

Débora Ferreira de Araújo Albuquerque 1 ; Ivan Cruz 2

Atração do predador Doru luteipes (Scudder) (Dermaptera: Forficulidae) por estímulos olfativos de dietas alternativas em laboratório

Longevidade de Trichogramma pretiosum Riley,1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae) alimentados com diferentes quantidades de pólen de milho Bt

Estudo da Antixenose da Lagarta-do-Cartucho em Sorgo.

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista (as): Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

Manejo do milho Bt manejo integrado de pragas. Fernando Hercos Valicente Embrapa Milho e Sorgo

UEMS-Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Rod. MS 306, km 6, , Cassilândia, MS.

Avanços na Metodologia de Criação de Doru luteipes (Scudder, 1876) (Dermaptera: Forficulidae)

Viabilidade do Biocontrole de Pragas em Sistemas Integrados. Sergio Abud Biólogo Embrapa Cerrados

Avaliação de híbridos de milho para resistência nativa à lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda. Paulo E. O. Guimarães 1 e Paulo A.

O presente estudo foi instalado no município de Alfenas-MG, a 900 m de altitude. Rodolfo Carvalho Cesar de San Juan 1

Prospecção de Fenótipos de Sorgo Contrastantes quanto à Incidência da Cigarrinha-do-Milho

DIAGNÓSTICO DO CULTIVO DE MILHO TRANSGÊNICO NO MUNICÍPIO DE CARVALHÓPOLIS

Respostas da lagarta do cartucho a milho geneticamente modificado expressando a toxina Cry 1A(b)

Efeito do Inseticida Match e sua Interação com os Inimigos Naturais no Controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797), na Cultura do Milho

ISSN Julho, 2014

Boletim de Pesquisa 311 e Desenvolvimento

DEFININDO ESTRATÉGIAS DE MANEJO DA RESISTÊNCIA DE PRAGAS A TOXINAS BT EXPRESSAS EM CULTURAS TRANGÊNICAS: O PAPEL DOS MODELOS DE SIMULAÇÃO

As 12 conclusões do Workshop sobre o uso de refúgio para conservação da eficácia do algodão-bt no Brasil

As 12 conclusões do Workshop sobre o uso de refúgio para conservação da eficácia do algodão-bt no Brasil

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Interferência de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na Produção de Matéria Seca e nos Rendimentos de

SOJA BT E O MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS: EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS. Antonio Cesar S. dos Santos Londrina, 06 de Julho de 2016

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

Flutuação Populacional do Parasitóide Eiphosoma vitticole (Crreson) (Hymenoptera: Ichneumonidae) em Milho Convencional e Transgênico (Bt)

EFEITO DO EXTRATO PIROLENHOSO SOBRE A ATIVIDADE ALIMENTAR DE Podisus nigrispinus (DALLAS, 1851) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) *

Levantamento de espécies de crisopídeos (Neuroptera: Chrysopidae) em plantios de milho (Zea mays) no município de Ipameri-GO

Otimizando o Uso de Milho Doce com Biotecnologia Bt

A experiência da Embrapa Milho e Sorgo com análises de solo cultivado com milho transgênico

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Efeito do inseticida Lorsban na supressão de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) na cultura do milho.

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Doru luteipes (SCUDDER) EM FUNÇÃO DE Spodoptera frugiperda (SMITH1797) NA CULTURA DO MILHO RESUMO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

Seletividade de Inseticidas Registrados no Controle de Spodoptera frugiperda em Milho para Adultos de Doru luteipes e Euborellia annulipes

Espécies de Tricogramatídeos em Posturas de Spodoptera frugiperda (Lep.: Noctuidae) e Flutuação Populacional em Cultivo de Milho

Efeito de extratos aquosos de folhas secas armazenadas e de folhas verdes de nim na mortalidade larval de Spodoptera frugiperda

Ocorrência e Danos de Diatraea saccharalis Fabr. (Lepidoptera: Crambidae) em Diferentes Cultivares de Milho (Zea mays L.)

Epidemias Severas da Ferrugem Polissora do Milho na Região Sul do Brasil na safra 2009/2010

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Katia G. B. Boregas 1, Waquil José M. Waquil 2, Simone M. Mendes 3, Thais.M. F. de Carvalho 4, Geraldo. W. Fernandes 5 e Fabíola A.

Produção de biopesticida de Bacillus thuringiensis usando meio comercial de laboratório e meios alternativos agrícolas como fonte de nutrientes

Avaliação de Linhagens de Milho para Resistência à Lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (J.E.Smith).

Estudo da Capacidade de Consumo do Pulgão da Couve por Chrysoperla externa e Ceraeochrysa cubana (Neuroptera: Chrysopidae)

Ocorrência de artrópodes em área recuperada com o Sistema de Integração Lavoura- Pecuária 1. Paulo A. Viana 2 e Maria C. M.

ESTUDOS QUE COMPROVAM A EFICIÊNCIA DOS REFÚGIOS PARA A PRESERVAÇÃO DE TECNOLOGIAS TRANSGÊNICAS. Dr. Alexandre Specht. Pesquisador da Embrapa Cerrados

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Guia para o reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Kaique Novaes de Souza Antonio Souza do Nascimento Marilene Fancelli Nilton Fritzons Sanches

INSETOS-PRAGA NO BRASIL:

BRS 802: Híbrido de Sorgo de Pastejo - Alternativa de. produção de forragem. Alta Qualidade Nutritiva. José Avelino Santos Rodrigues 1

ASPECTOS BIOLÓGICOS DE ORIUS INSIDIOSUS (SAY, 1832) PREDANDO OVOS DE PLUTELLA XYLOSTELLA (L., 1758) E ANAGASTA KUEHNIELLA (ZELLER, 1879)

134 ISSN Sete Lagoas, MG Dezembro, 2006

Laudo de Praticabilidade e Eficiência Agronômica

Palavras chave: agroecologia, inimigos naturais, planta atrativa. Categoria/Área: BIC (graduação) / Ciências Agrárias e Ciências Ambientais.

Módulo 3. Controle Biológico

Os desafios do milho transgênico. Bernardo Tisot Agronomo de Campo -RS

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Resistência de inseto a táticas de controle

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Controle biológico com uso do baculovirus: segurança e futuro dos bioinseticidas. Dr. Fernando Hercos Valicente

Plantas hospedeiras de Helicoverpa zea (Boddie) (Lepidoptera: Noctuidae)

ESTABELECER CRIAÇÃO EM LABORATÓRIO DO PREDADOR Euborellia annulipes 1

BRS 1060 Híbrido Simples de Milho

Avaliação da performance agronômica do híbrido de milho BRS 1001 no RS

EFEITO DE DESALOJANTE E INSETICIDAS NO CONTROLE DA SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) DO MILHO

Utilização de Telenomus remus para controle de Spodoptera frugiperda: manutenção e incremento do agroecossistema

Transcrição:

Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt ISSN 1679-1150 185 Sete Lagoas, MG Dezembro, 2012 Simone Martins Mendes Eng. Agrônoma, D.Sc. em Entomologia, Pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, simone.mendes@embrapa.br Daniela Chaves Resende Pós-Doutoranda Embrapa Milho e Sorgo, dcresende@ig.com.br Natália Alves Leite Doutoranda ESALQ/USP, alvesnat@gmail.com Fabíola Santos de Oliveira Doutoranda UFLA, faby_minduri@yahoo.com.br Christiane Almeida Santos Graduanda em Ciências Biológicas UNIFEMM, chris.as.p@hotmail.com Tatiane Aparecida Nascimento Barbosa Graduanda em Ciências Biológicas UNIFEMM, taty7l@hotmail.com Introdução Entre os organismos geneticamente modificados (OGM), as plantas que expressam genes de resistência contra insetos-praga, principalmente as delta-endotoxinas da bactéria Bacillus thuringiensis Berliner (Bt), estão entre as mais difundidas no agronegócio do Brasil e do planeta. As proteínas inseticidas Bt são consideradas muito vantajosas em função de sua elevada especificidade, que, além de aumentar sua eficiência para o controle da espécie de interesse, minimiza seus efeitos sobre espécies não alvo. No Brasil, a rápida adoção do milho expressando o gene bt (milho Bt), reflete os benefícios econômicos e as facilidades associadas ao manejo dessa cultura. Na safra agrícola de 2012/2013, estima-se que 76% da área plantada com milho sejam provenientes de sementes geneticamente modificadas (GALVÃO et al., 2012). No entanto, a imposição de moratórias em alguns países reflete o ceticismo e a preocupação pública sobre questões relativas à biossegurança ambiental das plantas transgênicas, incluindo potenciais impactos sobre organismos benéficos (O CALLAGHAN et al., 2005). Efeitos negativos do uso das proteínas Bt sobre espécies não alvo já foram detectados sobre espécies de diferentes guildas, incluindo detritívoros (JENSEN et al., 2010), predadores (DUTTON et al., 2002; MASON et al., 2008; SANTOS et al., 2010) e, mais frequentemente, herbívoros (LOSEY et al. 1999; FELKE et al., 2010) e parasitoides (PRÜTZ; DETTNER, 2004; PILCHER et al., 2005; VOJTE- CH et al., 2005). Estudos sobre possíveis efeitos das plantas Bt sobre inimigos naturais são importantes, tanto pelo papel chave destas espécies nos agroecossistemas, fornecendo o serviço ecossistêmico de controle biológico de pragas quanto pela sua posição elevada nas cadeias tróficas, o que os torna bons indicadores de impactos ecológicos (GROOT; DICKE 2002). A exposição de inimigos naturais pode ocorrer tanto de forma direta, pela ingestão das toxinas Bt contidas em diferentes partes da planta geneticamente modificada (GM) (folhas, pólen), quanto indiretamente, por meio da utilização de presas, como herbívoros, detritívoros ou hospedeiros que se alimentaram de partes da planta contendo a proteína Bt (GROOT; DICKE, 2002; ROMEIS et al., 2008). Além disso, a redução da abundância de populações de presas e as alterações da qualidade dessas presas decorrentes da presença da proteína inseticida na planta Bt também podem causar impacto nas populações de predadores e parasitoides (LUNDGREN et al., 2009). Essas interações tritróficas precisam ser mais bem compreendidas sobretudo em ambientes de cultivos de lavouras Bt, pois existem muitos fatores que afetam a complexidade do ecossistema e questionamentos sobre o impacto do cultivo do milho Bt em larga escala, no que diz respeito aos aspectos comportamentais dos artrópodes (ZWAHLEN et al., 2000). A relação de espécies indicadoras para os estudos de possíveis impactos deve ser feita considerando-se peculiaridades regionais do cultivo e de acordo com o grau de exposição das espécies à proteína.

2 Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt De modo geral, estudos mostram que ensaios de laboratório apresentam uma maior eficiência em detectar possíveis impactos inesperados sobre espécies não alvo em relação a estudos realizados em campo (DUAN et al., 2008). Além disso, também é possível perceber que esses trabalhos de laboratório têm explorado pouco as questões relacionadas ao comportamento dos indivíduos, apesar de alguns estudos (ROSE et al., 2007; GÓRECKA et al., 2008; SANTOS et al., 2010, 2011; TORRES et al., 2011; MENDES et al., 2012) já terem mostrado que este tipo de variável pode ser importante na detecção de impactos inesperados, o que algumas vezes pode ser difícil de ser constatado em estudos de campo de média ou ampla escala. Desta forma, é importante estabelecer protocolos para avaliar o efeito das proteínas Bt sobre o comportamento de espécies não alvo, sobretudo de espécies de inimigos naturais, nas quais os efeitos negativos ou inesperados podem ocorrer de forma indireta. Assim, para avaliação de variáveis comportamentais de insetos predadores, como organismos não alvo em milho Bt, propõe-se a utilização de variáveis de não preferência, que podem ser medidas com auxílio de olfatômetros de arena e avaliação do tempo de busca, que podem detectar alterações na capacidade predatória de inimigos naturais, além de alterações nas teias tróficas com a utilização de milho Bt. Este trabalho objetivou avaliar variáveis comportamentais dos predadores selecionados como bioindicadores para estudos de análise de risco em milho (FRIZZAS, 2012) Orius insidiosus (Hemiptera: Anthocoridae) (Figura 1), presente com grande frequência em lavouras de milho (SILVEIRA et al., 2003; FIGUEIREDO et al., 2006; BORTOLI; OLIVEIRA, 2006), e Doru luteipes (Dermaptera: Forficulidae) (Figura 2), um eficiente predador das principais espécies de praga na cultura do milho (CRUZ, 1995; CRUZ; OLIVEIRA, 1997; FIGUEIRE- DO et al., 2006). Figura 1. Ninfa do percevejo predador Orius insidiosus (Hemiptera: Anthocoridae) predando lagarta de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). Simone M. Mendes Figura 2. Adulto fêmea de Doru luteipes (Dermaptera: Forficulidae) (tesourinha). Foto: Simone M. Mendes Foto: Octavio Gabryel Araújo Proposta metodológica para avaliação de variáveis comportamentais Para avaliação de variáveis comportamentais utilizou-se um olfatômetro de arena avaliando a espécie O. insidiosus e o tempo de busca para D. luteipes. Olfatômetros de arena Foram construídos a partir de bandejas de plástico utilizadas no mercado para embalagens de tortas, de 33 cm de diâmetro e 15 cm de altura. A base utilizada foi de cor branca e a tampa era transparente. Na base da bandeja, equidistantes, foram abertos seis orifícios com 2 cm de diâmetro, onde foram adaptados tubos plásticos de ensaio vazados e vedados numa das extremidades com tela fina de nylon, para expor os tratamentos aos insetos. No centro da tampa acrílica, foi aberto um orifício por onde se adaptou uma mangueira ligada a uma bomba de vácuo. Durante a condução do ensaio,

Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt 3 Foto: Simone M. Mendes gerou-se um fluxo de ar ascendente, calibrado a uma pressão negativa de 0,04 Kgf/cm3. Como as únicas entradas eram os lados inferiores dos tubos de tratamentos, o ar passava pelos tubos gerando uma pluma com os voláteis dos tratamentos para atrair os insetos-teste (Figura 3). Tempo de busca Outra metodologia para avaliação do comportamento de predação que está sendo aqui proposta é o tempo de busca em presas que se alimentam de planta Bt. Muitas vezes, as presas que se alimentam do milho Bt apresentam redução de biomassa por causa da redução da ingestão de alimentos, podendo até mesmo não morrer (MENDES et al., 2011). Essas presas muitas vezes têm sua ação de reação ao ataque do predador modificadas, como observado em condições de laboratório. A alteração do comportamento da presa pode aumentar sua exposição ao predador, facilitando a predação. Figura 3. Olfatômetros usados na avaliação da não preferência de Orius insidiosus e Doru luteipes para larvas de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae), alimentadas em milho Bt e não Bt. Bioensaio Para esse ensaio, foram utilizadas ninfas de 4º e 5º instar de O. insidiosus, que foram mantidas em inanição por 24 horas antes do teste. Para obtenção de lagartas que se alimentaram em milho Bt e não Bt, foram utilizados os híbridos DKB 390YG, AG 9010YG, P 30K75 YG, P 30K75YG e P 30F80 YG que expressam a proteína inseticida Cry1Ab e seus respectivos isogênicos não Bt. Essas larvas foram isoladas após recém-eclodidas e mantidas por dois dias se alimentando exclusivamente dos híbridos supracitados. Foram utilizadas duas entradas de cada vez e em cada entrada foram colocadas dez lagartas obtidas com a metodologia supracitada, protegidas em chumaço de seções de folha de milho com cada material a ser testado (cada híbrido de milho Bt e seu isogênico não Bt). Foram liberados de cinco a sete predadores no centro do olfatômetro, deixando o mesmo com fluxo de ar constante por seis horas. O posicionamento dos predadores dentro do olfatômetro foi avaliado 15 vezes, para cada par de híbrido, sendo cada vez considerada uma repetição. A avaliação da percentagem de predadores em cada entrada foi realizada 24 horas após a liberação. O delineamento foi inteiramente casualizado e as médias, comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O tempo de busca pode ser definido como sendo o tempo gasto pelo predador para capturar a presa, sendo um fator que interfere na eficiência e capacidade de busca dele. O tempo de busca e de manuseio do predador influencia o modelo da resposta funcional que auxilia na determinação da eficiência do agente de controle biológico (AUAD et al., 2002). Além disso, a alteração no comportamento da presa pode mostrar reflexos diretos nessa variável biológica; dessa forma, essa medida tem potencial para ser explorada em avaliações comportamentais de organismos não alvo em cultivos Bt. Bioensaio O tempo de busca de D. luteipes foi avaliado para ninfa de 1º instar e para adultos, submetidos à alimentação baseada em lagartas de S. frugiperda que se alimentaram em milho Bt e não Bt. As lagartas usadas nesse ensaio foram mantidas por dois dias alimentando-se por em milho convencional (híbrido 30F35) ou Bt (30F35YG, expressando as proteínas Cry1Ab, e 30F35Hx, expressando Cry1F), conforme o tratamento. As ninfas de primeiro instar do predador foram individualizadas em placas de Petri de 5 cm de diâmetro e deixadas em inanição por 24 h, com apenas um chumaço de algodão umedecido com água destilada. A fonte de umidade auxilia na produção de saliva e síntese de enzimas, além de suprir a umidade exigida no metabolismo normal do organismo (COELHO et al., 2008). Para cada tratamento, dez lagartas de S. frugiperda foram confinadas em placas de Petri de 5 cm de diâmetro e uma tesourinha foi liberada no centro de cada placa. Cronometrou-se o tempo em que o predador ficou exposto à

4 Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt presa até a sua captura (tempo de busca). O teste foi inteiramente casualizado com dez repetições. Resultados encontrados para a metodologia de avaliação de variáveis comportamentais de predadores em milho Bt Não preferência de O. insidiosus por lagartas de S. frugiperda alimentadas em milho Bt e não Bt Verificou-se um maior percentual de O. insidiosus nos tratamentos com lagartas em folhas de milho Bt (Figura 4) do que nos tratamentos não Bt (P=0,0007). Levantamentos de campo realizados por Poza et al. (2005), na Espanha, corroboram com esse dado, onde os autores encontraram maior número de predadores do Orius spp. em lavouras Bt, comparadas com às não Bt. alimentaram de milho convencional (Figura 5), ao contrário do que foi observado para o percevejo O. insidiosus. Figura 5 Número (±EP) de Doru luteipes em teste de olfatômetro Figura 5. Número (±EP) de Doru luteipes em teste de olfatômetro de arena, para escolha de lagartas de Spodoptera frugiperda que se alimentaram de milho não Bt ou milho Bt expressando as proteína Cry1Ab (30F35YG) e Cry1F (30F35Hx). As médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). Figura 4. Percentual (%) (±EP) de Orius insidiosus em teste de olfatômetro de arena, para a escolha de lagartas de Spodoptera frugiperda que se alimentaram de milho não Bt e milho Bt expressando a proteína Cry1Ab. As médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). Possivelmente, tal preferência tenha ocorrido pelo tamanho reduzido das lagartas que se alimentaram do milho Bt, em relação ao não Bt, o que facilitou a predação, indicando uma maior facilidade de predação nessas condições. Outro aspecto que deve ser observado é que lagartas de S. frugiperda são, naturalmente, muito agressivas e apresentam comportamento de defesa ao ataque do predador, e as lagartas que ingeriram o milho expressando a proteína Cry1Ab, por apresentarem seu desenvolvimento alterado (MENDES et al., 2011), podem ter sua reação de defesa contra o predador comprometida, o que facilitaria a predação. Não preferência de ninfas de 1º instar de Doru luteipes (Figura 2) por larvas de S. frugiperda alimentadas em milho Bt e não Bt Os resultados do experimento utilizando o olfatômetro mostraram que as ninfas D. luteipes preferem o ambiente em que as larvas de S. frugiperda se Tempo de busca de ninfas de 1º instar e adultos de Doru luteipes por lagartas de S. frugiperda alimentadas em milho Bt e não Bt O tempo de busca de ninfas de primeiro instar variou com a alimentação oferecida à presa, sendo maior quando a presa foi mantida se alimentando de milho não Bt e menor para aquelas ninfas do predador que se alimentaram em presas mantidas em milho expressando Cry1Ab e Cry1F. Para adultos de D. luteipes, não houve diferença entre o tempo de captura de presas que se alimentaram do milho não Bt e milho expressando Cry1Ab. No entanto, esse tempo foi menor quando comparado àqueles de captura de lagartas mantidas com milho expressando Cry1F (Figura 06). Esses resultados indicam que a alimentação com milho Bt torna a presa mais suscetível e fácil de ser capturada por essa espécie de predador, sobretudo no primeiro instar, idade em que o predador tem maior dificuldade de captura da presa. Assim, estudos de variáveis comportamentais são importantes aspectos que precisam ser discutidos com relação ao grupo de organismos não alvo em sistemas de plantas geneticamente modificadas com gene bt. Essas variáveis ainda não têm sido observadas em muitos estudos dessa natureza, sobretudo em análise de risco e, como aqui observado, os efeitos indiretos vão além daqueles relacionados por Romeis et al. (2008). A alteração no padrão comportamental da presa pode modificar o

Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt 5 COELHO, R. R.; ARAÚJO JÚNIOR, J. M.; TORRES, J. B. Comportamento de predação de Podisus nigrispinus (dallas, 1851) (Hemiptera: pentatomidae) em função da disponibilidade de alimento. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 75, p. 463-470, 2008. CRUZ, I. Manejo integrado do milho com ênfase para o controle biológico. In: CICLO DE PALESTRAS SOBRE CONTRÔLE BIOLÓGICO DE PRAGAS, 4., 1995, Campinas. Anais... Campinas: SEB: Instituto Biológico, 1995. Figura 6. Tempo de busca (min) (±EP) de Doru luteipes a lagartas de Spodoptera frugiperda que se alimentaram de milho não Bt ou milho Bt expressando as proteína Cry1Ab (30F35YG) e Cry1F (30F35Hx). Médias seguidas da mesma letra pro estádio de desenvolvimento não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). comportamento de busca e de predação de predadores e essas interações devem ser discutidas com maior nível de especificidade, considerando hábitos alimentares, tipo de aparelho bucal, grupo de presas preferenciais, entre outros aspectos, uma vez que, na presença da proteína Bt, os predadores exibem comportamento diferenciado. Assim, esse tipo de informação e dados provenientes de estudos comportamentais mais específicos de organismos não alvo devem ser avaliados num processo de análise de risco. Adicionalmente, deve-se registrar que tanto os aparatos quanto os métodos aqui utilizados demonstraram ser efetivos para quantificar as variáveis propostas. Portanto, essa metodologia deve ser difundida e refinada para obtenção de dados cada vez mais confiáveis, visando suprir os modelos de análise de risco de OGM no meio ambiente. Referências AUAD, A. M.; FREITAS, S.; BARBOSA, L. R. Tempo de busca e de manuseio de larvas de Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera, Chrysopidae) alimentadas com Uroleucon ambrosiae (Thomas, 1878) (Hemiptera, Aphididae). Revista Brasileira de Entomologia, São Paulo, v. 46, n. 4, p. 535-538, 2002. BORTOLI, S. A.; OLIVEIRA, J. E. M. Densidade populacional e comportamento de predação de Orius insidiosus (Say, 1832) (Hemiptera: Anthocoridae) em agroecossistemas de algodoeiro e milho. Boletín de Sanidad Vegetal. Plagas, Madrid, v. 32, n. 4, p. 465-471, 2006. CRUZ, I.; OLIVEIRA, A. Flutuação populacional do predador Doru luteipes Scudder em plantas de milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 32, n. 4, p. 363-368, 1997. DUAN, J. J.; LUNDGREN, J. G.; NARANJO, S.; MARVIER, M. Assessing the risk to nontarget organisms from Bt corn resistant to corn rootworms (Coleoptera: Chrysomelidae):Tier-I testing with Orius insidiosus (Heteroptera:Anthocoridae). Environmental Entomology, College Park, v. 37, n. 3, p. 838-844, 2008. DUTTON, A.; KLEIN, H.; ROMEIS, J.; BIGLER, F. Uptake of Bt-toxin by herbivores feeding on transgenic maize and consequences for the predator Chrysoperla carnea. Ecological Entomology, Oxford, v. 27, p. 441-447, 2002. FELKE, M.; LANGENBRUCH, G. A.; FEIERTAG, S.; KASSA, A. Effect of Bt-176 maize pollen on first instar larvae of the Peacock butterfly (Inachis io) (Lepidoptera; Nymphalidae). Environmental Biosafety Research, v. 9, p. 5-12, 2010. FIGUEIREDO, M. L.; MARTINS-DIAS, A. M. P.; CRUZ, I. Relação entre a lagarta do cartucho e seus agentes de controle biológico. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, n. 12, p. 1693-1698, 2006. FRIZZAS, M. R. Efeito do milho geneticamente modificado Mon810 sobre a comunidade de insetos. 2003. 206 f. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. FRIZZAS, M. R. Grupo: Organismos não alvo: artrópodes benéficos. In: WORKSHOP DE MILHO TRANSGÊNICO, 1., 2012, Sete Lagoas. Palestras... Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2012. p.

6 Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt 112-117. (Embrapa Milho e Sorgo. Documentos, 136). GALVÃO, A.; ATTIE, J.; MENENZES, L.; CUNHA, J.; BISINOTTO, F. Relatório de biotecnologia: dezembro 2012. Uberlândia: Céleres, 2012. GROOT, A. T.; DICKE, M. Insect-resistant transgenic plants in a multi-trophic context. The Plant Journal, Oxford, v. 31, p. 387-406, 2002. GÓRECKA, J.; GODZINA, M.; DABROWSKI, Z. T. Effect of Bt maize Mon 810 expressing Cry1Ab toxin on Aphidius colemani in tritrophic plant - herbivore - parasitoid system. Journal of Plant Protection Research, v. 48, p. 129-136, 2008. JENSEN, P. D.; DIVELY, G. P.; SWAN, C. M.; LAMP, W. O. Exposure and non target effects of transgenic Bt corn debris in streams. Environmental Entomology, College Park, v. 39, p. 707-714, 2010. LOSEY, J. E.; RAYOR, L. S.; CARTER, M. E. Transgenic pollen harms monarch larvae. Nature, London, v. 399, p. 214, 1999. LUNDGREN, J. G.; GASSMANN, A. J.; BERNAL, J.; DUAN, J. J.; RUBERSON, J. Ecological compatibility of GM crops and biological control. Crop Protection, Surrey, v. 28, p. 1017-1030, 2009. MASON, C. E.; SHELDON, J. K.; PESEK, J.; BA- CON, H.; GALLUSSER, R.; RADKE, G.; SLABAUGH, B. Assessment of Chrysoperla plorabunda longevity, fecundity, and egg viability when adults are fed transgenic Bt Corn pollen. Journal of Agricultural and Urban Entomology, Clemson, v. 25, p. 265-278, 2008. MENDES, S. M.; BOREGAS, K. G. B.; LOPES, M. E.; WAQUIL, M. S.; WAQUIL, J. M. Respostas da lagarta-do-cartucho ao milho geneticamente modificado, expressando a toxina Cry1A(b). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 46, n. 3, p. 239-244, 2011. MENDES, S. M.; BOREGAS, K. G. B.; WAQUIL, M. S.; MARUCCI, R. C.; WAQUIL, J. M. Biologia e comportamento do percevejo predador, Orius insidiosus (Say, 1832) (Hemiptera: Anthocoridae) em milho Bt e não Bt. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 28, p. 753-761, 2012. O CALLAGHAN, M.; GLARE, T. R.; BURGESS, E. P. J.; MALONE, L. A. Effects of plants genetically modified for insect resistance on nontarget organisms. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 50, p. 271-292, 2005. POZA, M.; PONS, X.; FARINOS, G. P.; LOPEZ, C.; ORTEGO, F.; EIZAGUIRRE, M.; CASTANERA, P.; ALBAJES, R. Impact of farm-scale Bt maize on abundance of predatory arthropods in Spain. Crop Protection, Surrey, v. 24, n. 7, p. 677-684, 2005. PILCHER, C. D.; RICE, M. E.; OBRYCKI, J. J. Impact of transgenic Bacillus thuringiensis corn and crop phenology on five nontarget arthropods. Environmental Entomology, College Park, v. 34, p. 1302-1316, 2005. PRÜTZ, G.; DETTNER, K. Effect of Bt corn leaf suspension on food consumption by Chilo partellus and life history parameters of its parasitoid Cotesia flavipes under laboratory conditions. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 111, p. 179-187, 2004. ROMEIS, J.; BARTSCH, D.; BIGLER, F.; CANDOLFI, M. P.; GIELKENS, M.; HARTLEY, S. E.; HELLMI- CH, R.; HUESING, J. E.; JEPSON, C.; LAYTON, R.; QUEMADA, H.; RAYBOULD, A.; ROSE, R. I.; SCHIEMANN, J.; SEARS, M. K.; SHELTON, A. M.; SWEET, J.; VAITUZIS, Z.; WOLT, J. D. Nontarget arthropod risk assessment of insect-resistant GM crops. Nature Biotechnology, New York, v. 26, p. 203-208, 2008. ROSE, R.; DIVELY, G. P.; PETTIS, J. Effects of Bt corn pollen on honey bees: emphasis on protocol development. Apidologie, Versailles, v. 38, p. 1-11, 2007. SANTOS, F. A.; MORAES, J. C.; CARVALHO, T. M. F.; MENDES, S. M.; CONCEIÇÃO, R. R. P.; ARAÚ- JO, O. G.; BOREGAS, K. G. B. Efeito do milho Bt expressando a toxina Cry 1 A(b) sobre a biologia de Doru luteipes (Scudder, 1876) (Dermaptera: Forficulidae). In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 28.; SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A LAGARTA DO CARTUCHO, 4., 2010, Goiânia. Po-

Avaliação de variáveis comportamentais como metodologia para estudo de organismos não alvo em milho Bt 7 tencialidades, desafios e sustentabilidade: resumos expandidos... Goiânia: ABMS, 2010. 1 CD-ROM. SANTOS, F. A.; MENDES, S. M.; ARAÚJO, O. G.; CARVALHO, T. F.; MORAES, J. C. Resposta funcional de Doru luteipes (Dermaptera: Forficulidae) sobre Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) alimentadas com milho Bt e não Bt. In: SIMPOSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 12., 2011, São Paulo. Mudanças climáticas e sustentabilidade: quebra de paradigmas: anais. São Paulo: Sociedade Entomológica do Brasil, 2011. 1 CD-ROM. SILVEIRA, L. C. P.; BUENO, V. H. P.; PIERRE, L. S. R.; MENDES, S. M. Plantas cultivadas e invasoras como habitat para predadores do gênero Orius (Wolff) (Heteroptera: Anthocoridae). Bragantia, Campinas, v. 62, n. 2, p. 261-265, 2003. TORRES, A. A. G.; BOREGAS, K. G. B.; SOUZA, C. S. F.; MOURÃO, H. C. M.; BARROS, E. C.; SILVA, R. B.; RODRIGUES, T. B.; SILVA, C. G. M.; MEN- DONÇA, R. S.; VALICENTE, F. H. Parasitismo de larvas de Spodoptera frugiperda (Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) em plantio de milho (Zea mays L.) transgênico. In: SIMPOSIO DE CONTROLE BIOLÓGI- CO, 12., 2011, São Paulo. Mudanças climáticas e sustentabilidade: quebra de paradigmas: anais. São Paulo: Sociedade Entomológica do Brasil, 2011. 1 CD-ROM. VAN DEN BERG, J.; VAN WYK, A. The effect of Bt maize on Sesamia calamistis in South Africa. Entomologia Experimentalis et Applicata, Dordrecht, v. 122, p. 45-51, 2007. VAN WYK, A.; VAN DEN BERG, J.; VAN HAM- BURG, H. Selection of non-target Lepidoptera species for ecological risk assessment of Bt maize in South Africa. African Entomology, Pretoria, v. 15, p. 356-366, 2007. VOJTECH, E.; MEISSLE, M.; POPPY, G. M. Effects of Bt maize on the herbivore Spodoptera littoralis (Lepidoptera: Noctuidae) and the parasitoid Cotesia marginiventris (Hymenoptera: Braconidae). Transgenic Research, v. 14, p. 144, 2005. ZWAHLEN, C.; NETNTWIG, W.; BIGLER, F.; HLBE- CK, A. Tritrophic interactions of transgenic Bacillus thuringiensis corn Anophothrips obscurus (Thysanoptera: Thripidae), and predator Orius majusculus (Heteroptera: Anthocoridae). Environmental Entomology, College Park, v. 29, n. 4, p. 846-850, 2000. Circular Técnica, 185 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Milho e Sorgo Endereço: Rod. MG 424 km 45 Caixa Postal 151 CEP 35701-970 Sete Lagoas, MG Fone: (31) 3027 1100 Fax: (31) 3027 1188 E-mail: sac@cnpms.embrapa.br 1 a edição 1 a impressão (2012): on line Comitê de publicações Expediente Presidente: Antônio Carlos de Oliveira Secretário-Executivo: Elena Charlotte Landau Membros: Flávio Dessaune Tardin, Eliane Aparecida Gomes, Paulo Afonso Viana, João Hebert Moreira Viana, Guilherme Ferreira Viana e Rosângela Lacerda de Castro Revisão de texto: Antonio Claudio da Silva Barros Normalização Bibliográfica: Rosângela Lacerda de Castro Tratamento das ilustrações: Alexandre Esteves Editoração eletrônica: Alexandre Esteves