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Transcrição:

Indicadores CNI RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Manifestações populares: 013 e 016 31 Manifestações recentes acirram as divergências de opiniões As manifestações de março de 016 ocorrem em um ambiente político distinto do de junho de 013. Entre aquelas manifestações e essas, o país entra em uma recessão duradoura, aprofundam-se as investigações da Lava Jato e, em consequência, o percentual dos brasileiros que consideram o governo da presidente Dilma Rousseff ótimo ou bom despenca de 31% para 10%. Entre os principais problemas do país, na visão da população, a corrupção e e a geração de emprego ganham destaque, enquanto temas como drogas e salários perdem posições. A mudança de ambiente ajuda a entender porque as manifestações recentes apresentam características distintas das ocorridas em junho de 013, ainda que mantenha como elemento comum o protesto contra a corrupção. Em 013, as demandas dos manifestantes eram focadas em melhorias econômicas e sociais para o país. Desse modo, havia pouca divergência entre os manifestantes. Hoje, uma das principais motivações é protestar contra o governo, o que gerou um clima de divergência: contrários versus favoráveis. Naquele ano, 89% se diziam favoráveis às manifestações, percentual que caiu para 77% em março de 016. Um dos fatores que explicam essa queda é a associação das manifestações às posições contrárias ao governo e favoráveis ao impeachment. No momento de realização da pesquisa, a maioria das manifestações realizadas eram contra o governo. O percentual de entrevistados contrários às manifestações é significativamente maior entre aqueles que avaliam o governo da presidente Dilma como ótimo ou bom. Um terço dos brasileiros pretende participar de futuras manifestações, percentual similar ao da pesquisa de 013. A maioria dos que pretendem participar de novas manifestações, independentemente de ser contra ou a favor do governo, é homem, mais instruído e com renda mais alta do que a média da população brasileira, assim como em 013. As principais bandeiras seriam contra o governo federal (51% dos que pretendem participar de futuras manifestações), por melhorias sociais e econômicas (45%) e contra a corrupção (43%). Motivos dos que pretendem comparecer a novas manifestações CONTRA O GOVERNO FEDERAL 51% 45% 43% MELHORIAS SOCIAIS E ECONÔMICAS CONTRA A CORRUPÇÃO CONTRA POLÍTICOS EM GERAL 3% A FAVOR DO GOVERNO 10% Nota: A soma dos valores do gráfico podem diferir de 100% pois cada entrevistado podia escolher até três opções.

Manifestações de 013 e 016 ocorrem em ambientes políticos distintos O cenário que permeava as manifestações de 013 era de insatisfação geral com a qualidade dos serviços públicos e com a política nacional, sem personalizar os alvos. Isso gerava manifestações por melhorias em serviços públicos de saúde, educação, transporte público e crítica aos políticos de forma geral. A insatisfação com a corrupção havia crescido, mas ainda estava em quinto lugar como o principal problema do país, segundo a população. No auge das manifestações de 013, quando questionados sobre quais os três principais problemas do país, a saúde era citada por 77% da população, seguida da educação (39%), da segurança pública (38%) e das drogas (9%). A corrupção aparecia em quinto lugar, citada por 7% dos brasileiros, e a geração de emprego, em oitavo, com 9% de citações. Naquele período, a situação econômica do país mostrava sinais de deterioração, sobretudo no que diz respeito à inflação, mas o desemprego continuava baixo e a economia continuava crescendo. A popularidade da presidente Dilma sofreu seu primeiro baque logo após as manifestações de junho de 013. O percentual da população que avalia o governo como ótimo ou bom caiu de um patamar de 60% para percentuais entre 30% e 40%. O cenário se alterou em 016. A economia entrou em recessão e, junto com a crise econômica, o segundo governo Dilma começou em meio a uma crise política. A inflação e o desemprego continuam em crescimento e a evolução da operação Lava-Jato trouxe o tema da corrupção para o centro do debate no país. Agora, de acordo com a população, a saúde permanece em primeiro lugar como o principal problema do país. Cabe ressaltar que apesar do surto de zika, o percentual de assinalações caiu de 77% para 57% de citações em razão do crescimento das assinalações sobretudo em corrupção e geração de empregos. A corrupção, que agora conta com 46% de citações, passou de quinto para segundo lugar. A geração de empregos passou de oitavo lugar para quinto e agora conta com 0% das citações. Educação e segurança pública aparecem em terceiro e quarto lugares com 35% e 7%, respectivamente. As drogas, citadas por 9% das pessoas em 013, ocupavam a quarta classificação. Em 016, as citações a esse problema se reduzem a 19% e esse passa a ser o sexto na lista dos mais citados. Os salários, que eram citados por 15% da população e ocupavam a sexta colocação, passaram a ser mencionados por 10% e caem para a nona posição entre os maiores problemas do país. Avaliação do governo Percentual de repostas (%) 80 Índice de medo do desemprego Base: média de 003 = 100 10 60 110 100 40 90 média histórica: 88,7 0 80 70 MAR 013 SET MAR 014 SET MAR 015 SET MAR 016 07 08 09 10 11 1 13 14 15 16 Ótimo/Bom Regular Ruim/Péssimo

A popularidade da presidente Dilma caiu ainda mais em 015. O percentual da população que avalia o governo como ótimo ou bom caiu para o patamar de 10% em março de 015 e assim permanece até agora. No mesmo período, verifica-se um aumento de 3% no índice de medo do desemprego, que passou de 74,8 pontos em dezembro de 014 e alcançou 106,5 pontos em março de 016. As mudanças nos cenários econômico, político e social se refletem nas manifestações. Na maioria dos casos, os protestos traduzem a insatisfação com o governo da presidente Dilma. No entanto, o foco contra o governo e a favor do impeachment trás outro fato novo: a divergência explícita entre manifestantes em razão da resposta da parcela da população que apoia a presidente. Principais problemas do país Menção espontânea Percentual de respostas (%) e ranking 013 016 % Ranking % Ranking Saúde 77 1 57 1 Corrupção 7 5 46 Educação 39 35 3 Segurança pública / Violência 38 3 7 4 Geração de empregos 9 8 0 5 Drogas 9 4 19 6 Impostos / Taxas 11 7 15 7 Custo de vida / Preços / Controle da inflação 9 8 14 8 Fome / Miséria 5 11 10 9 Salários 15 6 10 9 Desenvolvimento/ Crescimento do País 3 13 6 11 Juros 18 5 1 Seca/ Abastecimento d água 18 4 13 Energia elétrica 1 1 4 13 Habitação / Moradia 5 11 4 13 Transportes / Mobilidade 9 8 4 13 Estradas / Rodovias 3 13 3 17 Capacitação profissional 3 13 3 17 Agricultura 3 13 19 Meio ambiente 1 1 19 Saneamento básico 3 13 19 Menor abandonado 1 1 19 Cultura e lazer 18 1 3 Burocracia 1 1 1 3 Reforma agrária 1 1 1 3 Nota1: A soma dos valores da tabela podem diferir de 100% pois cada entrevistado podia escolher até três problemas. Nota: Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. 3

Oito em cada dez brasileiros são favoráveis às manifestações Quando questionados se são favoráveis às manifestações, sem especificar se elas são contra ou a favor do governo, 77% dos brasileiros se dizem favoráveis, percentual inferior ao verificado em julho de 013, quando 89% se diziam favoráveis às manifestações. Apoio às manifestações Percentual de respostas (%) 013 50 39 9 016 70 7 0 3 A favor Contra A favor, desde que sem violência/ vandalismo (espontânea) Não sabe/ Não respondeu Nota: Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. O percentual de pessoas contrárias às manifestações aumentou de 9% em 013 para 0% em 016. A posição contrária às manifestações é majoritária entre os entrevistados que avaliam o governo como ótimo ou bom. Isso sinaliza a possibilidade de parte dos entrevistados terem associado a pergunta sobre manifestações com protestos contra o governo. Cabe ressaltar que, no momento de realização da pesquisa, a maioria das manifestações realizadas defendiam essa bandeira. Apoio às manifestações Percentual de respostas por avaliação do governo Dilma (%) Ótimo ou bom 35 8 53 3 Regular 53 7 36 4 Ruim ou péssimo 81 7 11 A favor Contra A favor, desde que sem violência/ vandalismo (espontânea) Não sabe/ Não respondeu Nota: A soma dos valores pode diferir de 100% por questões de arredondamento. 4

Participação nas manifestações contra o governo chega a 14% dos domicílios Entre os brasileiros, 14% afirmam que ele(a) e/ ou alguém de sua residência participou em manifestações contra o governo na semana anterior à pesquisa. Já em relação às manifestações a favor do governo, 3% dos respondentes afirmam que ele(a) e/ou alguém do domicílio compareceram a esses protestos na semana que antecedeu a pesquisa. É importante ressaltar que a pesquisa foi realizada de 17 a 0 de março de 016, de modo que a semana que antecede a pesquisa compreende os dias entre 10 e 0 de março. As maiores manifestações contra o governo ocorreram em 13 de março, enquanto as favoráveis ao governo se concentraram em 18 de março, no meio do período de coleta dos dados. Atuação da presidente Dilma em resposta às manifestações é a mais desaprovada A atuação da presidente Dilma em resposta às manifestações é a mais desaprovada entre os atores políticos avaliados: 59% desaprovam totalmente a atuação da presidente em relação às manifestações, frente a 43% de desaprovação total da atuação dos governadores, 46% de desaprovação total à atuação dos prefeitos, 45% de desaprovação à atuação da Câmara Federal e 44% de desaprovação à atuação do Senado Federal. Em relação à pesquisa realizada em 013, percebe-se aumento na desaprovação da atuação de todas as instituições políticas analisadas, mas com maior intensidade com relação à presidente Dilma. O percentual que dizia desaprovar totalmente a atuação da presidente em face das manifestações passou de 31% em 013 para 59% em 016, um aumento de 8 pontos percentuais, provavelmente também influenciado pela queda da popularidade do governo. O percentual que aprova totalmente a atuação da presidente permaneceu constante em 14%. Aprovação da atuação de entes políticos em relação às manifestações Percentual de respostas (%) Presidente Dilma Governadores Prefeitos Câmara Federal Senado Federal 14 5 8 9 59 5 15 6 16 1 43 8 15 5 14 1 46 8 13 5 13 15 45 9 13 5 14 16 44 8 Aprova totalmente Desaprova totalmente Não sabe / não respondeu 5

Aprovação da atuação da presidente Dilma em relação às manifestações Percentual de respostas (%) 013 14 13 1 15 31 7 016 14 5 8 9 59 5 Aprova totalmente Desaprova totalmente Não sabe / não respondeu Nota: Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. Nota: As somas dos valores do gráfico podem diferir de 100% por questões de arredondamento. O aumento na desaprovação total na atuação dos prefeitos em relação às manifestações foi de 15 pontos percentuais, passando de 31% para 46%. O aumento na desaprovação total da atuação dos governadores foi de 11 pontos percentuais, passando de 3% em 013 para 43% em 016. Os menores aumentos de desaprovação total foram verificados para a Câmara dos Deputados e para o Senado Federal. A desaprovação total da atuação da câmara em relação às manifestações passou de 39% para 44%, aumento de 5 pontos percentuais, enquanto o aumento na desaprovação da atuação do Senado passou de 37% para 45%, aumento de oito pontos percentuais em relação a 013. Caso ocorram novas manifestações, 33% dos brasileiros pretendem participar Um terço dos brasileiros afirmam que, caso ocorram novas manifestações, pretendem participar. Esse percentual é bastante similar ao observado no auge das manifestações de 013, quando 34% afirmavam ter a intenção de comparecer aos atos. A diferença observada é o aumento da rejeição à ideia de participar de novos atos de 58% em 013 para 65% em 016, reduzindo o percentual de indecisos de 8% para %. Intuito de participar de novas manifestações Percentual de respostas (%) 013 34 58 8 016 33 65 Sim Não Não sabe/ Não respondeu Nota: Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. 6

Considerando os dados de 016, é importante ressaltar que o percentual daqueles que afirmam ter a intenção de participar de novas manifestações, independente de ser contra ou a favor ao governo, é maior entre os homens (37%), que entre as mulheres (9%). A intenção de participar de novas manifestações também é maior entre os jovens, passando de 44% entre os que possuem entre 16 e 4 anos para apenas 1% entre os que possuem 55 anos ou mais. Ao mesmo tempo, verifica-se que o percentual que não pretende participar de manifestações cresce com a idade. Intuito de participar de novas manifestações Percentual de respostas por idade (%) 90 70 50 30 10 44 77 71 65 54 56 4 33 7 1 3 3 16 A4 5A34 35 A44 45A54 55 E MAIS Sim Não Não sabe/ Não respondeu Com relação ao grau de instrução, a intenção de participar de novas manifestações é maior entre os brasileiros mais instruídos: passa de 18% entre os que possuem até a 4ª série do ensino fundamental para 45% entre os que têm educação superior. O percentual dos que dizem não ter intenção de ir às ruas segue o movimento contrário, sendo maior entre os que possuem menor grau de instrução. Intuito de participar de novas manifestações Percentual de respostas por grau de instrução (%) 90 70 79 7 50 30 10 18 3 6 39 60 45 51 4 ATÉ 4ª SÉRIE DO FUND. 5ª A 8ª DO FUND. ENSINO MÉDIO SUPERIOR Sim Não Não sabe/ Não respondeu 7

Também verifica-se relação entre a intenção de participar de novas manifestações e a renda familiar. Entre os que possuem renda familiar de até um salário mínimo, 7% afirmam ter a intenção de participar de novas manifestações. Esse percentual cresce até 44% entre os que têm renda familiar superior a cinco salários mínimos. Entre os que não têm a intenção de participar dos movimentos, 55% recebem mais de cinco salários mínimos e 71% têm renda familiar de até um salário mínimo. É possível notar também que o percentual dos que pretendem ir às manifestações é maior entre os que consideram o governo ruim ou péssimo (40%) do que entre os que consideram o governo como regular (17%) e dos que consideram o governo como ótimo ou bom (17%). Isso reforça a interpretação que, no momento da pesquisa, havia uma ligação forte entre manifestações e protestos contra o governo. Intuito de participar de novas manifestações Percentual de respostas por faixa de renda familiar em salários mínimos (%) 90 70 50 55 61 67 71 30 44 36 31 7 10 3 MAIS DE 5 MAIS DE A5 MAIS DE 1A ATÉ 1 Sim Não Não sabe/ Não respondeu Intuito de participar de novas manifestações Percentual de respostas por avaliação do governo Dilma (%) Ótimo ou bom 17 81 Regular 17 81 Ruim ou péssimo 40 57 Sim Não Não sabe/ Não respondeu Nota: As somas dos valores do gráfico podem diferir de 100% por questões de arredondamento. 8

Motivos para ir às manifestações passam de melhorias sociais e econômicas para pauta contra o governo As diferenças entre a motivação dos potenciais manifestantes de 013 e de 016 são significativas. Enquanto em 013 o principal motivo citado para participar dos protestos era pedir melhorias sociais e econômicas (89%), em 016 o motivo mais citado é protestar contra o governo federal (51%). As melhorias sociais e econômicas, como investimentos em saúde, educação e transporte público, passaram a ter 45% das menções. Motivos para participar de novas manifestações Menção espontânea por tema Percentual de respostas dos que pretendem participar de novas manifestações (%) Contra ogoverno Federal 6 51 Mehorias sociais e econômicas 45 89 Contra a corrupção 4 43 Contra políticos em geral A favor do governo 0 10 3 9 Motivos de 013* 0 1 Não sabe/não respondeu 6 3 013 016 0 0 40 60 80 100 Nota: Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. Nota: As somas dos valores do gráfico podem diferir de 100% pois cada entrevistado podia escolher até três opções. Nota: * Entram nessa classificação os motivos de protesto em 013 que não se aplicam a 016, como contra a FIFA e a Copa do Mundo no Brasil, contra a violência policial nas manifestações e contra a PEC 37. Percebe-se a manutenção do percentual que pretende protestar contra a corrupção: 43% em 013 e 4% em 016. Os que afirmam pretender se manifestar a favor do governo são 10% da população. O percentual de brasileiros que afirma ter a intenção de se manifetar a favor do governo é maior entre os que consideram o governo ótimo ou bom, enquanto o percentual dos que pretendem protestar contra o governo é maior entre os que consideram o governo ruim ou péssimo. 9

Motivos para participar de novas manifestações Menção espontânea por tema Percentual de respostas dos que pretendem participar de novas manifestações, por avaliação do governo (%) A favor do governo 5 3 6 Contra a corrupção 1 40 46 Mehorias de cunho social ou economico ^ 6 46 46 Contra o governo 1 9 56 Contra políticos em geral 3 5 1 0 10 0 30 40 50 60 70 Ruim ou péssimo Regular Ótimo ou bom Nota: As somas dos valores do gráfico podem diferir de 100% pois cada entrevistado podia escolher até três opções. Motivos para participar de novas manifestações Menção espontânea Percentual de respostas dos que pretendem participar de novas manifestações (%) MOTIVO PARA PARTICIPAR DE NOVAS MANIFESTAÇÕES PERCENTUAL DE CITAÇÕES 013 PERCENTUAL DE CITAÇÕES 016 Contra a corrupção 4 43 Contra o Governo Federal/ Presidente da República/ Dilma Rousseff 6 1 A favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff 0 Contra o PT 0 15 Por maiores investimentos em saúde 54 13 Contra os políticos em geral 18 10 Contra a inflação 18 10 Contra os governos em geral 7 10 Por maiores investimentos em educação 19 9 Contra o ex-presidente Lula 0 6 Pela geração de empregos 0 6 Pela melhoria nos serviços públicos 0 5 Pela falta de segur. pública (roubos, assaltos, mortes, etc) 3 5 Em defesa da democracia 0 5 Contra o impeachment da Presidente Dilma Rousseff 0 4 Para redução dos impostos 0 5 CONTINUA 10

CONTINUAÇÃO MOTIVO PARA PARTICIPAR DE NOVAS MANIFESTAÇÕES PERCENTUAL DE CITAÇÕES 013 PERCENTUAL DE CITAÇÕES 016 Para melhorar a situação do Brasil/ Por mudanças no país 0 5 Contra o Governo Estadual/ Governador 3 1 Contra a Prefeitura/ Prefeito da Cidade 3 Pela melhoria da qualidade do transporte público 13 Contra os partidos políticos em geral 4 1 Por uma reforma política 8 3 A favor da Polícia Federal 0 A favor do juiz Sérgio Moro 0 Contra o golpe político 0 Em defesa do ex-presidente Lula 0 Em defesa do Governo Federal/ Presidente da República/ Dilma Rousseff 0 Pela insatisfação com a Presidente Dilma por ter colocado Lula como ministro/ Contra Lula voltar ao governo 0 Outros motivos relacionados à política 0 Outros motivos relacionados à economia 0 Outros motivos de cunho social (racismo, aposentadoria, pensões, direitos dos trabalhadores, etc) 0 1 Para gratuidade do transporte público 8 0 Contra a Fifa/ Copa no Brasil 7 0 Contra a violência policial contra as manifestações 6 0 Contra as empresas de ônibus 5 0 Outros com menos de 1% 3 0 Redução da jornada de trabalho 0 Nota: As somas dos valores do gráfico podem diferir de 100% pois cada entrevistado podia escolher até três opções. Nota : Os dados de 013 são referentes à pesquisa CNI IBOPE, edição especial de julho de 013. i Veja mais Mais informações, outros temas e metodologia da pesquisa em: www.cni.org.br/rsb Especificações técnicas Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência. Número de entrevistas:.00 em 143 municípios. Período de coleta: 17 a 0 de março de 016. RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Publicação da Confederação Nacional da Indústria - CNI www.cni.org.br Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade - GPC Gerente-executivo: Renato da Fonseca Equipe: Maria Carolina Marques e Edson Velloso Núcleo de Editoração CNI Design gráfico: Alisson Costa Serviço de Atendimento ao Cliente - Fone: (61) 3317-999 - email: sac@cni.org.br Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Documento elaborado em 7 de abril de 016.