A SANTIDADE E OS DONS DO ESPÍRITO

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Transcrição:

A SANTIDADE E OS DONS DO ESPÍRITO Nada! Nada serei... nada disso me aproveitará. Com tremendas negativas como essas, Paulo derruba estrondosamente as esperanças vãs daqueles que se gabavam dos dons, mas não tinham o fruto do Espirito. A passagem é 1 Co 13:1-3. Começa com as famosas palavras: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como bronze que soa, ou como o címbalo que retine. A passagem também castiga o uso dos dons de profecia, palavras de sabedoria, e até mesmo a fé, se aqueles que os manifestam não possuírem a característica fundamental do amor. Uma escala de valores Nosso perigo é admirar o espetacular. Gostamos de milagres; gostamos de oratória inflamada; em certo sentido, gostamos de mover montanhas. Não nos perguntamos porque devemos mover essas montanhas. A tendência é buscamos o espetacular pelo espetacular. Muitas vezes o desejo de milagres tem suas raízes na incredulidade: Então Jesus lhe disse: Se porventura não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis (Jo 4:48). Jesus tem pouca simpatia para com os buscadores de sinais. Existe mistério e milagre no milagroso. Atrai grandes multidões e produz uma fé superficial na mensagem do evangelho. O evangelho está sendo pregado a povos particularmente sensíveis a esse tipo de apresentação. Mas Deus ainda honra a fé daqueles que ousam proclamar que tudo é possível ao que crê. No Novo Testamento os sinais e prodígios eram um meio para se alcançar um fim na evangelização; jamais constituíram um fim. O Senhor Jesus, é, em primeiro lugar, o santificador que vive em nós. O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda a iniquidade, e purificar para si mesmo um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras (Tt 2:14). Que os crentes, ao se reunir, tenham salmos, doutrinas, línguas, revelações, interpretações. Porém, seja tudo feito para edificação (1 Co 14:26) O caráter conta A qualidade suprema é resumida numa só palavra: amor. É uma tragédia que se frustrem os propósitos dos dons por falta de santidade da pessoa que exercita o dom. Sua fraqueza moral acabará aparecendo. Então a decepção amarga poderá induzir os novos convertidos a repudiar a fé que tinham no evangelho. É muito fácil dizer que não devemos olhar para os homens e, sim, para Deus, mas é uma exigência muito grande pedir isso daqueles que são espiritualmente imaturos. O problema é ainda pior se o recém-convertido não vê mal algum nos baixos padrões de santidade, às custas da pureza e da verdade. Um ministério que dê ênfase nos milagres e

dons, e ensine pouco sobre o caráter cristão, produz uma espécie de crente em desiquilíbrio. É diferente quando o evangelista ensina com fidelidade aos que foram atraídos pelos sinais e milagres, que Deus se interessa muito mais pelos seus pecados do que pelas suas doenças. Somente o pastor santificado poderá produzir uma congregação de convertidos também santificados. Vai haver surpresas terríveis para as pessoas possuidoras de dons no dia do juízo. Encaremos o problema As manifestações do Espirito, não estão em proporção exata com o grau de santidade. Os dons revelam a graça de Deus, e não são, recompensas por mérito pessoal. Pessoas não têm sido perfeitamente obedientes. Contudo, o Espirito Eterno as usa para cumprir o seu propósito. Isso não é aprovação da fraqueza humana, mas, um meio de engrandecer a graça divina. Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé (Rm 12:6). A fé, essa atitude de confiança em que Deus será fiel a suas promessas e cumprirá a palavra, é uma condição fundamental para poder agradá-lo (Hb 11:6), e sem dúvida alguma, libera abundante poder espiritual. Aqui temos a explicação do mistério pelo qual alguns evangelistas, que muito deixam a desejar no que diz respeito à santidade, têm grandes manifestações de cura divina em seu ministério. Deus teve por bem honrar a fé em sua Palavra, que eles declaram em público. Deus recompensa a ousadia desses em pregar a sua fidelidade perante o povo. É possível que o princípio totalmente oposto tenha operado em alguns santos consagrados, cuja vida é bela em piedade mas parece carente de manifestações de poder. Não tiveram a ousadia suficiente para crer no sobrenatural e esperar que ele acontecesse. Andar no caminho sobremodo excelente do amor não anula a ordem de procurar com zelo o dom de profetizar (1 Co 14:39). Os dois devem andar juntos. Não se trata de escolher entre a santidade ou os dons espirituais, mas decidir-se pela santidade e pelos dons. A santidade custa caro. Está bem dizer que nos vem pela fé em Cristo e sem esforço próprio, mas essa não é a verdade completa. Se é somente pela graça, e concordamos que é, então também é a graça que capacita o crente a submeter-se à santidade descrita pelo Senhor Jesus: Se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti (Mt 18:8). Note que somos nós mesmos quem deve aplicar esta cirurgia. O crente deve negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus (Mt 16:24). É um ato inteiramente voluntário. Não é uma aceitação resignada e passiva daquilo que não se pode evitar. É decidir-se ativamente a morrer para si mesmo.

A relação que existe entre a santidade e os dons espirituais é semelhante à que há entre um vaso e o seu conteúdo. Quando Jesus Cristo nos enche com o fruto do Espirito, nos põe no lugar em que toda manifestação do poder do Espirito Santo através de nós, atinge seu valor máximo para a gloria de Deus. Santidade é mais que doutrina; é vida. A grande alternativa: dar fruto ou ser estéril Todo estudo sobre o fruto do Espirito, mencionado por Paulo em suas epístolas, seria incompleto sem a inclusão do que Jesus ensina sobre o fruto na vida dos discípulos. São bem conhecidas as palavras: Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda... Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira; assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim... quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer... nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos (Jo 15:2, 4, 5, 8). O que é esse fruto? Nas cartas de Gálatas e aos Efésios, Paulo mostra que o fruto do Espirito encontra-se nas qualidades do caráter cristão. É a santidade que se produz na vida do crente. Há um ponto fraco na interpretação evangelística de João 15, quando apresentada como a única válida. O êxito na obra da evangelização não pode chegar a ser substituto da santidade pessoal. A obediência aos mandamentos de Cristo continua sendo a forma suprema pela qual o crente pode produzir fruto para Deus. A árvore boa que produz bons frutos representa o discípulo que obedece ao seu Senhor. O ensino do Senhor sobre limpar ou podar os ramos da videira a fim de aumentar a capacidade de frutificação, refere-se claramente à vida pessoal o discípulo. O mesmo principio é enunciado em Hb 12:11: Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois entretanto produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Isso se refere sem dúvida à qualidade de caráter cristão, e é uma disciplina muito íntima. É idêntico ao que Cristo disse em Jo 15:2 O fruto é a própria santidade. Quando alguns interpretam os frutos como vidas a ganhar pra Cristo, estão certamente confundindo os mais novos, induzindo-os aos seguintes erros:

1-Colocar ênfase no evangelismo, sobre a santidade. Sendo que na verdade o evangelismo é consequência natural e seguimento da vida 2-Pode tirar o entendimento principal do fruto do Espírito, enquanto permanece a interpretação do frutificar vidas. 3-Induz o crente a entender que Ele próprio pode produzir frutos, ou converter alguém ( se permanece em Cristo... ), quando sabemos que só podemos cooperar, pois a vida vem de Deus, e mesmo que eu regue ou adube, o brotar e crescimento vem somente Dele. A solenidade da esterilidade Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto. Eis o alvo final na produção de fruto por parte do cristão: a glorificação de Deus. Jesus descreve ao Pai como o agricultor (Jo 15:1). A importância de os discípulos produzirem fruto é tão grande que é a obra de próprio Pai assegurá-la através de meios drásticos, porém normais. Poucas coisas apresentam contraste mais marcante do que uma vinicultura logo após a poda, comparada com a mesma plantação carregada de uvas. A possibilidade de um ramo estéril é real. O fato de estarmos em Cristo não nos torna sem pecado. É o Pai que corta o ramo. Contudo, é a displicência do discípulo e sua falha em permanecer em Cristo que o levam à esterilidade. Esses ramos, outrora parte da videira, inevitavelmente murcham, pois são cortados da fonte de vida. Sua utilidade na produção de fruto cessa, e o Senhor, completando a alegoria, diz que os trabalhadores fazem o óbvio com os ramos secos: jogam-nos fora para ser queimados como lixo inútil. Mais fruto... muito fruto Deduzimos deste texto que produzir o mínimo de fruto não basta. No fim, o Pai é glorificado quando o crente produz muito fruto. Deus não se sente satisfeito com menos. Não basta o cristão escapar de ser lançado fora, como um ramo da videira. Muito fruto significa uma rica medida das qualidades de caráter do Espirito de Cristo. Não apenas uma ou duas, mas todas elas. Não basta ter alegria sem paz, ou mansidão sem fidelidade. E a graça, sempre presente, deve aumentar. Pedro, em uma passagem poderosa fala de acrescentar virtudes à nossa personalidade até chegarmos à abundancia. Assim, não nos encontraremos inativos nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo (2 Pd 1:5-8). É a mesma idéia: acrescentar; crescer; mais fruto; muito fruto. A verdadeira santidade jamais é estática. A colheita do Espirito não tem uma cota fixa. Deus planejou uma plantação sempre crescente. Só se consegue crescimento mediante a poda. O princípio, absolutamente fundamental, de que a vida do ego tem de morrer para que a natureza divina tenha lugar para crescer (2 Pd 1:4). O grão de trigo tem de cair ao chão e morrer!. Mas se morrer, produz muito

fruto (Jo 12:24). Se o discípulo for verdadeiramente impelido pelo Espirito de Cristo, irá pelo caminho do Mestre. O amor levou Jesus ao calvário. A palavra decisiva: Permanecei No capítulo 15 de Jo, o verbo grego meno, traduzido por estar, permanecer, continuar, ocorre doze vezes. É a chave para a aplicação práticas desta verdade. Seu significado é bastante simples. É um estado de descanso. É uma atitude de confiança quieta, livre de lutas. Seu selo é a obediência total. As alegorias de videira e de ceifa de trigo ajudam-nos a compreender esta idéia. Os cachos de uva crescem na videira, quando o ramo permanece quieto no seu lugar. A colheita amadurece tranquilamente nos campos: primeiro o talo, depois a espiga, e, por último, os grãos que formam a espiga. Para que permaneçamos em Cristo, portanto, é preciso uma aceitação continua do relacionamento recíproco. "Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Na prática, significa obediência. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Tomar sobre nós o seu jugo é encontrar descanso para as nossas almas. Pode haver uma luta inicial, antes que a vontade se entregue e se renda alegremente ao senhorio do Espirito de Cristo, suas virtudes. Em mim. São duas palavras simples que contém o núcleo da questão. O fruto do Espirito é a manifestação da vida de Cristo. O cristão que estiver mantendo uma vida de comunhão com Deus, certamente manifestará a colheita do Espirito. Andar com Deus é dar fruto espiritual, e no fruto que vem desta comunhão, Deus é glorificado. Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo (Jo 15:11).