Congreso Internacional de Distribución Eléctrica CIDEL 2014

Documentos relacionados
PLATAFORMA SIRIS: SIMULADOR COMPUTACIONAL INTEGRADO PARA CONCEPÇÃO, ANÁLISE E VALIDAÇÃO DE REDES INTELIGENTES DE MÉDIA TENSÃO

Smart Grid. Redes de Computadores I. Alunos: Gabriel Pelielo Rafael Accácio Rodrigo Moysés. Universidade Federal do Rio de Janeiro

IMPLEMENTAÇÃO EM LABORATÓRIO DE SMART GRIDS DA FUNCIONALIDADE DE LOCALIZAÇÃO DE FALHAS, ISOLAMENTO E RESTAURAÇÃO AUTOMÁTICA

A evolução da rede cria novos desafios Microgrid & Energia Distribuída

XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI a 26 de outubro Rio de Janeiro - RJ - Brasil

SMART GRIDS E MICROREDES O Futuro já é Presente DJALMA M. FALCÃO COPPE/UFRJ

PEA5918 Redes Elétricas Inteligentes e Microrredes (Smart Grids e Microgrids)

9º Fórum Nacional Eólico. P ro f. Ed n a rd o Pe re i ra d a Ro c h a

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Data: 23/09/2015 Currículo de Cursos Hora: 07:48:26

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Data: 05/07/2017 Currículo de Cursos Hora: 17:30:22

Up-grade do sistema de Self-Healing da Energisa MS, de uma implementação Caseira para uma solução de Mercado. Aluísio de Barros Leite Energisa MS

Figura 1 - Uma possível forma de acesso à informação compartilhada.


SIMULAÇÃO E ANÁLISE DE REDE DE DISTRIBUIÇÃO UTILIZANDO OPENDSS COM INCLUSÃO DE VEICULOS ELÉTRICOS PLUG-IN

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO Data: 29/08/2011 Currículo de Cursos Hora: 16:19:21

Eng.. JOSIAS MATOS DE ARAUJO Diretor-Presidente da Eletrobras Eletronorte 26 de novembro de 2013

a redução do tamanho das células (cell spliting); a utilização de antenas inteligentes, e;

Renata Carnieletto Coordenadora de Smart Grid WEG Equipamentos Elétricos. Smart Grid: Modernização da Medição de Energia Elétrica no Brasil

Solução para Planejamento de Redes de Comunicação sem Fio em Ambiente Rural. COPEL - Dis PUCPR - ESCOLA POLITÉCNICA Abril/2017

A ELETROBRAS e as Redes Inteligentes. abineetec 30/03/2011

Mesa Redonda Redes Inteligentes Smart Grid

Projeto Paraná Smart Grid Julio Shigeaki Omori

Painel Smart Grid Redes Inteligentes Sistemas que compõem o Smart Grid

Agradecimentos. Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica

Introdução a Computação em Nuvem

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA ATUAÇÃO SOCIOAMBIENTAL

N1040. Controlador de Temperatura

Pesquisa & Desenvolvimento

XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI a 26 de outubro Rio de Janeiro - RJ - Brasil. Companhia Energética do Ceará

COMISSÃO TÉCNICA DO XXII SNPTEE CONSTATAÇÕES TÉCNICAS

TRI TRILHAS. Telecomunicações. Eletrônica. Sistemas de Potência e Energia 100% COMPARTILHADO. Engenharia. Engenharia. de Produção.

Ricardo Van Erven AES Eletropaulo Brasil. Construção de um Projeto Piloto Smart Grid

Projeto Paraná Smart Grid. André Pedretti

IMPLEMENTAÇÃO DE ALGORITMO DE FLISR (Fault Location Isolation & Service Restoration)

P&D e Inovação Tecnológica

Visão de futuro dos sistemas informatizados nas grandes empresas distribuidoras de energia

Gestão Ativa de Redes

Palavras-chave: distribuição de energia elétrica; fluxo de potência; regulador de tensão.

INSTITUCIONAL. Fonte: Relatório de Administração

Fabio Andrey Salles PRAEX TECHNOLOGY LTDA Thiago de Farias Pullig Ampla Energia e Serviços S/A

Introdução a Computação em Nuvem

Simulação, simuladores e projetos de controle. O uso de simuladores no projeto de sistemas de controle

PEA5918 Redes Elétricas Inteligentes e Microrredes (Smart Grids e Microgrids)

Smart Grids ALGORITMO DISTRIBUÍDO PARA AUTORRECUPERAÇÃO DE UTILIZANDO UM SISTEMA MULTIAGENTE REATIVO. laai.ufpa.br. Filipe Saraiva

Projeto Paraná Smart Grid. Integração com Cidades Inteligentes. Julio Shigeaki Omori

ENGENHARIA E TREINAMENTO

Redes Inteligentes na Transmissão SMART GRIDS

Palestra COPPE Elétrica. Dezembro de 2010

Sistema de Qualidade de Energia PRODIST Módulo 8

Atualização Tecnológica como base para inovação nos Processos de Operação em Tempo Real

PROPOSTA DE INTERFACE GRÁFICA PARA CONTROLAR REMOTAMENTE A PLATAFORMA DE TESTE DE BATERIAS 1

A CASA DO SIMULADO DESAFIO QUESTÕES MINISSIMULADO 30/360

Impacto da Produção Distribuída nas Redes de Distribuição

RESOLUÇÃO N.º 1010/2005 ANEXO II MODALIDADE ELÉTRICA NIVALDO J. BOSIO

Demanda tempo real Produção de fontes intermitentes. Realidade: penetração de energia eólica e solar é uma realidade no mundo todo

PROJETOS INTERINSTITUCIONAIS IFSC (Última Atualização: 20/01/2017)

Scilab, Scicos e Rltool: Softwares Livres no Ensino de Engenharia Elétrica

Redes Convergentes no Cenário da IEC O. J. M. da MOTTA C.A. CORDEIRO (Furnas) M. G. CASTELLO BRANCO* C. H. R. de OLIVEIRA (CPqD)

MODELAGEM DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA CONSIDERANDO A APLICAÇÃO EM REDES INTELIGENTES (SMART GRIDS) 1

INTERNET DAS COISAS: PROTÓTIPO DE BAIXO CUSTO PARA MONITORAR TEMPERATURA E UMIDADE

Equipe Básica: Prof. Paulo Barbosa Prof. Dr. Warren Powell Prof. Alberto Francato Dr. Marcos Leone Filho Dr. João R. C. Pires Dr. Fernando A. A.

ANEXO: ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFCG

Fundamentos da Informática Aula 03 - Sistemas operacionais: Software em segundo plano Exercícios Professor: Danilo Giacobo

Estratégias Móveis. O que toda empresa precisa saber

APLICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE TELEMETRIA À ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

Faculdade SENAI Rio. Infraestrutura Graduação Tecnológica em Automação Industrial

XIX Encontro Nacional dos Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica - ENCCEE

Novas Tecnologias Limpas

Submódulo Análise técnica dos serviços ancilares de suporte de reativos, controle secundário de frequência e autorrestabelecimento integral

PROJETOS INTERINSTITUCIONAIS IFSC (Última Atualização: 16/11/2017)

TÍTULO: ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE MICROGERAÇÃO FOTOVOLTAICA EM RESIDENCIAS

ENGENHARIA ELÉTRICA - HORÁRIO - 1º SEMESTRE 1º SEM / :25

Alocação Ótima de Chaves Telecomandadas nas Redes de Distribuição para Aumento da Confiabilidade dos Sistemas

AGENDA SOBRE A HYTRON POR QUE ARMAZENAR ENERGIA? APLICAÇÕES ARMAZENAMENTO DE ENERGIA HIDROGÊNIO FUTURO CONTATOS

Processo de adesão ao sistema de compensação de energia (RN 482/12 e 687/15)

De Olho na Pista. Documento de Arquitetura. De Olho na Pista Documento de Arquitetura Data: 23/03/2013. AJA Software

KIT DE DEMONSTRAÇÃO DA CONEXÃO E OPERAÇÃO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE

Construção de bases de dados geográficos em SIG: resultados preliminares do Georreferenciamento da malha viária da cidade de Bambuí-MG

CURSO: ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO EMENTAS º PERÍODO

MATRIZ CURRICULAR BACHARELADO EM ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO. 1º Período

A Rede como a Plataforma Integradora para as Cidades Inteligentes

Análise de Sensibilidade de Primeira Ordem Aplicada a Sistemas Elétricos de Potência

VERSÃO 4.0 DO ELIPSE E3 AGREGA MELHOR PERFORMANCE E CONFIABILIDADE AO SISTEMA SCADA DA USINA HIDRELÉTRICA PONTE DE PEDRA, DA TRACTEBEL

Distribuição Inteligente

INTEGRAÇÃO DE FERRAMENTAS OPEN SOURCE EM SOFTWARE SCADA UM ATALHO EM DIREÇÃO AO SMART GRID

Metodologias e Critérios para o planejamento de Sistemas de Energia Elétrica

Informática. Cloud Computing e Storage. Professor Márcio Hunecke.

ELIPSE MOBILE PERMITE MONITORAR AS USINAS EÓLICAS E HIDRÁULICAS DA VOTORANTIM ENERGIA NA PALMA DA MÃO

17 de Setembro de 2018 Denis Mollica Gestor Executivo de Engenharia da Distribuição

XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica. SENDI a 10 de outubro. Olinda - Pernambuco - Brasil

Danilo Murta Coimbra Gerente de Engenharia e Novas Tecnologias Fae Tecnologia Brasil

Desempenho Dinâmico da Geração Distribuída Frente a Perturbações no SIN e de Manobras na Rede de Distribuição

1º/2019. SALA 114 PRÉDIO PRINCIPAL 1º PERÍODO ENG. ELÉTRICA Carteiras disponíveis:

Prêmio EDLP. Sistema de Gerenciamento e Controle de Energia

Workshop Usinas Solares

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO

Nuvem Computacional da UFABC

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. SDCD - Sistema Digital de Controle Distribuído

Transcrição:

Congreso Internacional de Distribución Eléctrica CIDEL 2014 DESENVOLVIMENTO DE SIMULADOR COMPUTACIONAL INTEGRADO PARA PROJETO, ANÁLISE, VALIDAÇÃO, OPERAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE REDES INTELIGENTES A. L. Bettiol 1 A. Carniato 1 L. F. N. dos Passos 1 arlan@neodomino.com.br carniato@neodomino.com.br luis@neodomino.com.br N. Penner 1 J. A. Cortina 1 R. Calefi Jr. 1 norbert@neodomino.com.br jair@neodomino.com.br calefi@neodomino.com.br C. V. N. de Albuquerque 2 R. Z. Homma 3 F. H. Molina 3 rafaelzh@celesc.com.br rafaelzh@celesc.com.br fernandohm@celesc.com.br 1 2 3 Neo Domino Pesquisa em Sistemas Elétricos Ltda, Florianópolis (SC) - Brasil. Instituto de Computação / Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ) Brasil. Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. - Celesc, Florianópolis (SC) - Brasil. Palavras-chave: Smart Grids, Redes Inteligentes, Simulação de Sistemas Elétricos. RESUMO O projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), código ANEEL 5697-1013/2013, atualmente em execução pela empresa NEO DOMINO para a CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A, está desenvolvendo uma plataforma computacional voltada à simulação numérica das etapas de planejamento, análise, validação e implantação de Redes Elétricas Inteligentes (REI) em sistemas de distribuição de média tensão, considerando também os aspectos técnicos associados aos sistemas de comunicação disponíveis na empresa de distribuição. O simulador, baseado na plataforma aberta GridLab-D, é composto por diversos módulos para estudo da interação entre os diversos fenômenos elétricos e o comportamento do mercado de energia em diferentes cenários de consumo e sazonalidades, possibilitando a realização de estudos preliminares de viabilidade técnica, econômica e eficiência operacional para posterior implementação dos resultados em projetos reais. 1 INTRODUÇÃO A definição do conceito de Rede Elétrica Inteligente (REI) é ainda bastante difusa dentro do setor elétrico nacional e internacional. De acordo com [1], as REIs devem ser vistas como uma convergência tecnológica, como pode ser observado na figura 1. Em outras palavras, a adequada implantação de uma REI implica no completo conhecimento das cargas envolvidas (tipos, montantes e modos de controle), do processo de automação (tanto da operação quanto do sistema de medição), da infraestrutura de telecomunicações envolvida (tecnologias e confiabilidade dos enlaces) e da tecnologia da informação. 1 Figura 1 O conceito de REI visto como uma convergência tecnológica, adaptado de [1]. No projeto de P&D em desenvolvimento, os aspectos relacionados à operação de REI não são abordados, pois o enfoque principal é o desenvolvimento e/ou integração de ferramentas de simulação com o intuito de auxiliar no projeto e validação de uma REI, tanto no projeto de novas redes como no projeto da ampliação e modernização das já existentes. O simulador proposto auxiliará os engenheiros da CELESC nas fases de projeto e validação da rede elétrica e de determinação dos requisitos técnicofinanceiros associados à definição dos sistemas de automação e da infraestrutura de telecomunicações necessários ao adequado funcionamento das REIs.

2 REQUISITOS DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO PARA REI As REIs requerem comunicação bidirecional e possuem especificidades relacionadas ao tempo de atraso, largura de banda, frequência de atualização, confiabilidade, segurança e tempo de resposta distintos em cada aplicação nos seus diversos domínios de abrangência [4]. A segurança deve prover robustez para se evitar eventuais ataques cibernéticos e proporcionar estabilidade e confiabilidade à comunicação das REI. Segundo [2], a exigência de confiabilidade deve estar entre 99 e 99,99%. A tabela 1 mostra os requisitos de comunicação para cada aplicação típica em REIs. Tabela 1 Requisitos de comunicação para aplicações em REIs Tipo de Aplicação Banda (kbps) Latência Recursos Energéticos 9,6-56 300ms - 2s Distribuídos Renováveis Veículos Elétricos 5-10 2s Fornecimento Veículos Elétricos 9,6-56 2s - 5min Carga Automação da 9,6-100 15ms Distribuição Gestão da Distribuição 9,6-100 100ms - 2s Gestão de Falhas 56 2s Automação de 9,6-56 100ms Subestações Sistemas de 9,6-56 15ms - 200ms Acompanhamento de Sobrecarga de Linha de Transmissão Gestão de Energia 9,6-56 300ms - 2s Residencial Sistema de Conhecimento 600-1500 15ms - 200ms Situacional em Longa Distância Gestão de Resposta à 14-100 (por nó) 500ms-~min Demanda Gestão de Dados de 56 2s Medição AMI 10-100 (por nó) 2s Neste projeto de P&D, é dada ênfase aos meios de comunicação por rede de telefonia celular e rede mesh padrão Zigbee. 3 PLATAFORMAS COMPUTACIONAIS PARA SIMULAÇÃO DE REDES ELÉTRICAS A simulação numérica é uma das principais ferramentas utilizadas no planejamento, operação e controle de sistemas de energia elétrica. No que se refere à simulação de REIs, nenhum sistema de simulação existente no mercado pode modelar o comportamento integrado dos sistemas combinados de energia elétrica, comunicações e dispositivos de supervisão e controle, o qual baseia-se na comunicação para monitorizar e controlar uma REI. 2 Por ser um conceito ainda bastante recente, não há registros na literatura de nenhum simulador de REI que possibilite aprofundar os estudos de interação de máquinas eletromecânicas, sistemas de comunicação e algoritmos de controle. Na verdade, não existem simuladores de REI disponíveis no mercado, dentro do contexto de desenvolvimento do projeto de P&D em execução na CELESC. No entanto, existem diversas ferramentas de simulação de fenômenos elétricos e também de outras variáveis associadas ao comportamento elétrico do sistema de distribuição, que fazem parte das tarefas disponibilizadas pela plataforma computacional em desenvolvimento. Algumas das ferramentas e linguagens computacionais a serem integradas à plataforma em desenvolvimento no projeto de P&D são apresentadas abaixo, de forma simplificada. 3.1 GridLab-D GridLab-D TM é o primeiro de uma nova geração de simuladores para REIs desenvolvido pelo Department of Energy at Pacific Northwest National Laboratory dos Estados Unidos em colaboração com indústrias e universidades, aplicado a Sistemas de Distribuição de Energia Elétrica (SDEE). O GridLab-D incorpora as mais avançadas técnicas de modelagem, com algoritmos de alto desempenho para a modelagem final, juntamente com modelos de distribuição de energia automatizada e ferramentas de integração entre programas de análise de sistemas de potência. Os recursos mais importantes do GridLab-D TM incluem: (i) Extensão quase estacionária para a solução de séries temporais; (ii) Modelos de dispositivos e equipamentos, modelos de consumo, todos implementados usando a simulação baseada em agentes; (iii) Modelos de fontes de energia distribuída, incluindo dispositivos de corte de carga e geração distribuída; (iv) Ferramentas de modelagem para mercado em varejo, incluindo ferramentas para simulação de contrato e operação, modelos de controle SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) e tecnologias de medição; (v) Conexão para os programas Matlab TM, MySQL TM, Microsoft TM Excel TM e Access TM e arquivo de texto, bem como para o programa de modelagem de sistemas de distribuição SynerGEE; e (vi) Capacidade de execução em máquinas com multiprocessamento. O GridLab-D foi desenvolvido como uma ferramenta que permite avaliar as tecnologias disponíveis para o projeto e implantação das REIs. Historicamente, a incapacidade de se modelar, de forma adequada e integrada, as tecnologias de REIs tem sido identificada como uma significativa barreira à adoção destes sistemas pelas concessionárias de

distribuição. Assim, o GridLab-D é uma tentativa de se resolver este problema. Com o GridLAB-D é possível se estudar o comportamento do sistema de distribuição com variação de poucos segundos a décadas, simulando-se a interação entre fenômenos físicos e comportamentos de mercado e de consumo. Os resultados incluem estatísticas do sistema, tais como: métricas de confiabilidade (por exemplo CAIDI, SAIDI e SAIFI) e métricas de negócios, tais como: rentabilidade, taxas de retorno e de custos [3]. 3.2 MatPower O Matpower é uma biblioteca que pode ser executada utilizando-se os programas MATLAB (versão comercial) e OCTAVE (versão open source). A biblioteca é destinada à análise de fluxo de potência e otimização de fluxo de potência (ou seja, fluxo de potência ótimo). Para sua utilização, é necessário gerar-se um arquivo de entrada que define o modelo a ser simulado. 3.3 PSL/DMS Ferramenta computacional de suporte ao planejamento e à operação de sistemas de distribuição. O software possui diversas ferramentas de simulação como fluxo de potência, análise da inserção de fontes de geração distribuída, alocação de bancos de capacitores e reguladores de tensão, entre outras. 4 PLATAFORMA SIRIS (SIMULADOR DE REDES INTELIGENTES) Um dos objetivos do projeto é desenvolver uma ferramenta computacional que integre diversas ferramentas de simulação existentes, de forma mais transparente e amigável possível ao usuário final. Uma premissa adotada é a que as ferramentas de simulação são de alta exigência computacional. Como são diversas ferramentas de simulação, a instalação de todos os pacotes na máquina do usuário é mais complexa. Outro fator fundamental é que os resultados devem ser compartilhados e corretamente armazenados em um único banco de dados. A partir destas restrições, optou-se por estabelecer um único servidor para todas estas aplicações, sendo que o usuário final instala na sua máquina apenas a IHM (Interface Homem-Máquina). Portanto, esta IHM deve ser definida de tal forma a atender aos requisitos de todos os simuladores disponíveis e, ao mesmo, ser amigável ao usuário final. 4.1 Escopo da Plataforma SIRIS É uma plataforma computacional (ver logotipo na figura 1) para simular a implantação virtual e progressiva de componentes de automação em REIs em sistemas de Média Tensão, possibilitando estudos preliminares de viabilidade técnica, econômica e eficiência operacional para posterior implementação dos resultados em projetos reais. 3.4 Modelica É uma linguagem de programação voltada à descrição de sistemas dinâmicos. É utilizada principalmente em sistemas híbridos, isto é, um sistema que envolve elementos elétricos, mecânicos, térmicos, químicos, entre outros. As cargas especiais (como veículos elétricos, sistemas de cogeração, geradores eólicos, células solares, baterias e inversores) são mais facilmente modelados nesta linguagem de programação. Há diversos aplicativos que simulam os modelos escritos em Modelica. Há ferramentas comerciais como o software Dymola, da Dassault, System Modeler, da Wolfram Research, entre outros. Há também softwares livres, como o Openmodelica (www.openmodelica.org), JModelica (www.jmodelica.org), Coselica, que é um pacote que roda sobre SCICOS, assim como o conhecido Matlab/Simulink, que também importa modelos escritos em Modelica. 3 Figura 1 Logotipo Plataforma SIRIS O simulador incorpora avançadas técnicas de programação e algoritmos de alto desempenho na modelagem da operação em regime permanente das REIs em diferentes escalas de tempo, juntamente com ferramentas de integração entre tradicionais programas de análise de sistemas de potência. Desta

forma, é possível estudar-se o comportamento das REIs em várias escalas de tempo, sendo possível a simulação da interação entre os diversos fenômenos elétricos e o comportamento do mercado de energia, para diferentes cenários de consumo e sazonalidades. Adicionalmente, poder-se-á realizar ensaios virtuais de automação no modelo da REI real, sem instalação física dos componentes de automação, para avaliar o impacto de melhoria da eficiência operacional do sistema frente aos custos de implantação destes componentes. As inovações integradas ao simulador computacional são: (i) Simulação das diversas tecnologias de comunicação usadas pelas concessionárias na automação das RI, considerando modelagem tridimensional do terreno, aspectos de direcionalidade e nível de atenuação do sinal de recepção/envio; (ii) Simulação integrada de algoritmos de fluxo de potência desequilibrado, análise de curto-circuito, esquemas de proteção/manobra, alocação ótima de componentes de automação, sistemas de geração e armazenamento distribuído, estações de carregamento de veículos elétricos e medidores inteligentes; (iii) Montagem de arquivos históricos de defeitos nas REIs, permitindo a efetiva determinação da contribuição de cada componente de proteção/manobra nos índices globais de continuidade; e (iv) Simulação dos hábitos de consumo e montante de carga até o nível do consumidor final, visando otimizar sua carga horária e resposta às novas formas de tarifação e modalidades de suprimento. 4.2 Definição da IHM Principalmente no caso do planejamento do sistema de telecomunicação utilizando-se rádio-frequência, foi necessário o uso de sistema com georreferenciamento, pois a alocação dos equipamentos depende da geografia da região em análise. Por outro lado, os simuladores também utilizam informações georreferenciadas associadas à topologia da rede elétrica e às características construtivas dos elementos da rede. Para esta finalidade, uma ferramenta do tipo GIS (Geographic Information System) é utilizada como ferramenta única de entrada de dados de georreferenciamento. Existem diversos servidores de mapas disponíveis, como o GoogleMaps e o Openstreetmap. Ambos são excelentes plataformas, mas possuem a desvantagem de exigir a conexão via internet com os servidores. Diversas ferramentas GIS utilizam mapas para utilização off-line, ou seja, sem conexão com a internet, em um formato conhecido como Shape (.shp). Este formato é utilizado tanto por ferramentas comerciais quanto de código aberto, permitindo, inclusive, o intercâmbio de mapas entre elas. Desta forma, a ferramenta GIS (www.qgis.org) foi a ferramenta escolhida para a manipulação de dados georreferenciados. De código livre e aberto, ela permite a utilização de todos os provedores de mapas disponíveis, tais como GoogleMaps, Openstreetmap, Yahoo, entre outros. Além disso, além de ser uma ferramenta de visualização de mapas, é também uma IDE, ou seja, uma plataforma de desenvolvimento. A interface pode ser adaptada através de plug-ins escritos em linguagem Python, sendo que as camadas podem ser criadas de acordo com a aplicação do usuário. A figura 2 mostra uma tela da Plataforma SIRIS construída através desta ferramenta. Figura 2 Ferramenta QGIS O QGIS possui ainda um servidor Fast CGI, o qual permite que a aplicação possa ser acessada via navegador de internet. Para esta finalidade, é utilizada uma biblioteca javascript chamada Lizmap. A figura 3 mostra uma tela da Plataforma SIRIS construída através desta ferramenta. Figura 3 Ferramenta Lizmap 4

4.3 Arquitetura da Plataforma SIRIS O Servidor é responsável por fornecer a capacidade computacional necessária à execução dos simuladores em tempos de processamento aceitáveis. Pode ser composta por uma ou mais máquinas, sendo que a arquitetura mostrada na figura 4 não restringe o servidor a um só computador. Todos os simuladores são conectados ao Servidor Web e os dados são lidos e armazenados em uma única base de dados. Os usuários se conectam ao sistema através da sua estação de trabalho de duas diferentes formas: utilizando o software QGIS ou através do navegador. A opção do navegador possui menos recursos, sendo destinada predominantemente à visualização, mas ambas fazem uso do Servidor Web para acionar os simuladores. posterior implementação dos resultados em projetos reais. 6 AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de agradecer o apoio financeiro e técnico da CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A. disponibilizados à NEO DOMINO por meio do projeto de P&D ANEEL 5697-1013/2013. 7 REFERÊNCIAS [1] KAGAN, N. et al. Redes Elétricas Inteligentes no Brasil: Análise de Custos e Benefícios de um Plano Nacional de Implantação. 1ª Ed., Rio de Janeiro, 2013. [2] V. C. Gungor, D. Sahin, T. Kocak, S. Ergut, C. Buccella, C. Cecati, and G. P. Hancke, A survey on smart grid potential applications and communication requirements, IEEE Transactions on Industrial Informatics, vol. 9, no. 1, pp. 28 42, 2013. [3] D. P. Chassin, K. Schneider, C. Gerkensmeyer, GridLAB- D: An Open-source Power Systems Modeling and Simulation Environment, Transmission and Distribution Conference and Exposition IEEE/PES, Chicago, 2008. [4] V. C. Gungor, D. Sahin, T. Kocak, S. Ergut, C. Buccella, C. Cecati, and G. P. Hancke, "Smart grid technologies: Communication technologies and standards," IEEE Transactions on Industrial Informatics, vol. 7, no. 4, pp. 529-539, 2011. Figura 4 Arquitetura da Plataforma SIRIS 5 CONCLUSÃO O artigo mostra alguns aspectos conceituais do desenvolvimento da Plataforma SIRIS (SImulador de Redes InteligenteS). A plataforma é destinada à simulação numérica integrada das etapas de planejamento, análise, validação e implantação de Redes Elétricas Inteligentes em empresas de distribuição, mas considera também as características dos sistemas de comunicação disponíveis na empresa (tecnologias, enlaces, visibilidades, etc.) e o perfil e sazonalidade do mercado de energia. O simulador, baseado na integração de diferentes plataformas computacionais como o GridLab-D, é composto por diversos módulos responsáveis pela interação entre os diversos fenômenos elétricos e o comportamento do mercado de energia em diferentes cenários de consumo e sazonalidades, possibilitando a realização de estudos preliminares de viabilidade técnica, econômica e eficiência operacional para 5