Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG

Documentos relacionados
RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

Indicadores quantitativos da biologia reprodutiva de fêmeas de piau-vermelho no Rio Paraíba do Sul

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA NA ÁREA DA UHE MAUÁ

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA REITORIA CENTRO DE AQUICULTURA DA UNESP

Dinâmica da ovogênese em peixes forrageiros da represa de Três Marias, Minas Gerais: estudo histológico e histoquímico

Estudos Reprodutivos em espécies de peixes de importância comercial da Baía de Todos os Santos.

Impacto de barragem hidrelétrica na reprodução de peixes NILO BAZZOLI

ESTRUTURA POPULACIONAL DE Auchenipterus nuchalis DO RESERVATÓRIO COARACY NUNES

Os resumos serão recebidos no período do dia 15 de setembro a 20 de outubro de 2008

HISTOLOGIA DAS GÔNADAS DE Characidium alipioi (TELEOSTEI, CRENUCHIDAE), COLETADOS NO PARQUE ESTADUAL DO FORNO GRANDE (PEFG) ES.

Biologia reprodutiva da tabarana Salminus hilarii (osteichthyes, characidae) na represa de Três Marias

Geraldo Barbieri 1 *, Fernando André Salles 1, Marcos Antonio Cestarolli 1 e Alcides Ribeiro Teixeira-Filho 2

agonopter Hélio de Castro Bezerra Gurgel

Desenvolvimento Sustentável Amanã, AM.

Biodiversidade Pampeana, PUCRS, Uruguaiana ISSN :11-18, 28 de dezembro de 2005

REPRODUÇÃO E ALEVINAGEM

ESTRUTURA POPULACIONAL DE Hemiodus unimaculatus DO RESERVATÓRIO COARACY NUNES

Maturidade do ovário no cascudo Hypostomus strigaticeps (Siluriformes, Loriicaridae)

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO COMPLEXO FOLICULAR EM Cichla kelberi (PERCIFORMES, CICHLIDAE).

ASPECTOS DA BIOLOGIA POPULACIONAL DO TUCUNARÉ (Cichla piquiti) NO RESERVATÓRIO DE LAJEADO, RIO TOCANTINS

cf. gracilis (Osteichthyes, Siluriformes, Pimelodidae) no rio Amambai,, Estado de Mato Grosso do Sul

UNP, Av. Senador Salgado Filho, 1610 Lagoa Nova, Natal, Rio Grande do Norte. 2

Desenvolvimento Gonadal de machos e fêmeas de Pseudotothyris obtusa (Ribeiro,1911) (Loricariidae, Hypoptopomatinae) 1

INFLUÊNCIA DO COMPRIMENTO NO POTENCIAL REPRODUTIVO DO TUCUNARÉ AZUL NO RESERVATÓRIO DE SERRA DA MESA,GO.

(Pisces, Characiformes) no Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Mata Atlântica, Estado de São Paulo,, Brasil

Parâmetros reprodutivos do curimbatá no rio Mogi-Guaçu

Aspectos da biologia de Prochilodus cearensis (Steindachner, 1911) (Characiformes, Prochilodontidae) no açude Itans/Caicó, Rio Grande do Norte

Professor Mestre, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG 2

Biologia alimentar e reprodutiva do peixe-cachorro (Oligosarcus jenynsii Günther, 1864) na região do alto rio Uruguai - Brasil

Índices de alimentação e ciclo reprodutivo em machos de piau-vermelho Leporinus Copelandii (Steindachner, 1875) na bacia do baixo rio Paraíba do Sul 1

ANÁLISE DO CRESCIMENTO DE ESCAMAS DE Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829), EM POPULAÇÕES DA BACIA RIO URUGUAI MÉDIO, RIO GRANDE DO SUL

Zootecnia Trop., 24(2): RESUMO

Biologia reprodutiva do curimatã comum, Prochilodus brevis (Characiformes: Prochilodontidae) no açude Marechal Dutra, Rio Grande do Norte, Brasil.

Francisco Gerson Araújo 1 Silvana Duarte 1 Rubens Sterental Goldberg 1 liana Fichberg 1

STUDY OF THE ICTIOFAUNA IN JURAMENTO RIVER RESERVOIR, JURAMENTO/ MG,BRAZIL

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Plagioscion squamosissimus (TELEOSTEI, SCIAENIDAE) NA REPRESA DE BARRA BONITA, RIO PIRACICABA (SP)

ABUNDÂNCIA RELATIVA DE Auchenipterus nuchalis DO RESERVATÓRIO COARACY NUNES

Crescimento, recrutamento e mortalidade do pequi Moenkhausia intermedia (Osteichthyes, Characidae) na planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil

Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí. Caixa Postal 360, Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Ecologia reprodutiva de Astyanax lacustris (Osteichthyes: Characidae) na Lagoa do Piató, Assú, Rio Grande do Norte, Brasil.

COMPARAÇÃO DO POTENCIAL ZOOTÉCNICO ENTRE MACHOS E FÊMEAS DE LAMBARIS Astyanax bimaculatus

(OSTARIOPHYSI, CHARACIDAE) em um rio da região Sudeste do Brasil, SP

Relatório anual do monitoramento do surubim Steindachneridion amblyurum - Eigenmann & Eigenmann 1888 (condicionante 21)

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Hydrolycus tatauaia (TOLEDO-PIZA, MENEZES & SANTOS, 1999) DO RIO TELES PIRES ÁREA DE INFLUÊNCIA UHE COLÍDER

Reprodução do peixe piau preto Leporinus piau (Fowler, 1941) e as variáveis ambientais do açude Marechal Dutra, Rio Grande do Norte

ANÁLISE MORFOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO OVOCITÁRIO DE PIRACANJUBA, Brycon orbignyanus, DURANTE O CICLO REPRODUTIVO*

Acadêmico de Bacharelado em Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre FAFIA Alegre ES. 2

(Perciformes, Cichlidae) introduzidos em um lago artificial no Sudeste brasileiro

PERÍODO REPRODUTIVO E ALIMENTAÇÃO DE Astyanax alburnus NO CANAL CORNÉLIOS, CAPÃO DA CANOA, RIO GRANDE DO SUL (TELEOSTEI, CHARACIFORMES, CHARACIDAE)

Reprodução do peixe-r em uma planície de maré adjacente à gamboa do Baguaçu, Baía de Paranaguá, inidae),

Joaquim Olinto Branco 1, Maria Jose Lunardon 2, Marcelo Gentil Avila 1,3, Carlos Fernando Miguez 1 ABSTRACT

Fecundity of the Hypostomus affinis (Siluriformes, Loricariidae) in the Lajes Reservoir, Rio de Janeiro, Brazil

MINI-CURSOS SOBRE REPRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS E EXÓTICOS DA REGIÃO SUL: ENFOQUE JUNDIÁ (Rhamdia quelen) E CARPA CAPIM (Ctenopharyngodon idella)

Época de desova do cangati, Trachycorystes galeatus (Linnaeus, 1756), no Açude Pereira de Miranda (Pentecoste - Ceará - Brasil) 1

Tipo de crescimento e aspectos reprodutivos do peixe marinho Oligoplites palometa (Osteichthyes: Carangidae), na costa do Rio Grande do Norte, Brasil.

Fator de condição e relação peso X comprimento de Prochilodus lineatus, capturados na cabeceira do Rio Miranda, MS

INTRODUÇÃO. AR LET E MOTA RODRIGUES Pesquisador Científico Instituto de Pesca. ELMAR CARDOZO CAMPOS Pesquisador Científico Instituto de Pesca

DIMORFISMO SEXUAL SECUNDÁRIO EM FÊMEAS DE Cichla kelberi (TELEOSTEI, PERCIFORMES, CICHLIDAE).

Luciana Nakaghi Ganeco 1 e Laura Satiko Okada Nakaghi *

ASPECTOS BIOLÓGICOS DE DUAS ESPÉCIES DE Astyanax (TELEOSTEI, CHARACIDAE) EM LAGOAS MARGINAIS DO ALTO RIO IGUAÇU, PARANÁ, BRASIL

Mariana Lázaro Sales¹, Eduardo Pires Renault Braga¹, André Lincoln Barroso de Magalhães¹, Bruno Pereira Maia¹ & Thiago Fonseca Ratton¹ ISSN

J. R. S. VITULE 2. Acta Biol. Par., Curitiba, 36 (3-4): F. F. GAZOLA-SILVA 3 & J. M. R. ARANHA 4

Edson Vieira Sampaio 1 & Yoshimi Sato 1

Efeito da estratégia de vida sobre as variações no conteúdo de energia de duas espécies de peixes (Brycon ( edentatus), durante o ciclo reprodutivo

mm; 109,80 mm; 121,75 mm; 134,13 mm e 144,40 mm. A curva de crescimento determinada foi: -0,1027 (t + 1,8549) "It = 223,14 [1 - e ]

REPRODUÇÃO DE PEIXES (OSTEICHTHYES) EM AFLUENTES DO RESERVATÓRIO DE VOLTA GRANDE, RIO GRANDE, SUDESTE DO BRASIL INTRODUÇÃO

Marcus Vinicius Morini Querol 1 Enrique Querol 1 Nara Neide Adolpho Gomes 1 INTRODUÇÃO

Débora K.S. Marques 1 lerecê de Lucena Rosa 2 Hélio de Castro B. Gurgel 1

O PERÍODO DE DEFESO NA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

JULIANO PILOTTO ABELARDINO DA SILVA

Biologia reprodutiva do surubim (Pseudoplatystoma coruscans) Reproduction biology of brazilian catfish (Pseudoplatystoma coruscans)

Gilberto Aparecido Villares Junior *, Leandro Muller Gomiero e Roberto Goitein

VARIAÇÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DO ICTIOPLÂNCTON EM UMA SUB-BACIA REPRESADA DO SUDESTE DO BRASIL

Í. : SERVIÇO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTACV. R E F E R Ê NC I A FACULDAOE ^ v e t e r in a r y

04) Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000

Paulo de Tarso da Cunha Chaves 2

COMPOSIÇÃO DA ICTIOFAUNA PRESENTES EM UM RESERVATÓRIO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR ANTES DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO.

scabripinnis paranae (Ostheichthyes, bacia do rio Tibagi,

Universidade Estadual Paulista Centro de Aqüicultura

19) Leporinus friderici (Bloch, 1794)

Aspectos reprodutivos da pescada-do-piauí, Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840), capturada no Açude Pereira de Miranda (Pentecoste - Ceará) 1

Estrutura populacional de Trachelyopterus albicrux (Siluriformes, Auchenipteridae) no rio Ibicuí, Rio Grande do Sul, Brasil

INTRODUÇÃO. RICARDO AMARO DOS SANTOS Pesquisador Científico Instituto de Pesca. JAIME JOSÉ CASARI DA CAMARA Pesquisador Científico Instituto de Pesca

30) Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836)

BIOLOGIA REPRODUTIVA DE ASPIDORAS FUSCOGUTTATUS (SILURIFORMES, CALLICHTHYIDAE) EM RIACHO DE CABECEIRA DA BACIA DO ALTO RIO PARANÁ INTRODUÇÃO

Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná. Avenida Beira Mar, Pontal do Paraná, Paraná, Brasil. 3. iidae), coastal area

COMPOSIÇÃO ICTIOFAUNÍSTICA DO SISTEMA LACUSTRE DO VALE DO RIO DOCE (MG), BRASIL.

Estrutura populacional de Serrasalmus spilopleura Kner, 1860 (Pisces, Serrasalmidae) da lagoa de Extremoz, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN

ormes) in Itumbiara a Reservoir

Revista Ceres ISSN: X Universidade Federal de Viçosa Brasil

BIOENERGÉTICA RESUMO Acestrorhynchus lacustris Astyanax altiparanae, Moenkhausia intermedia Steindachnerina insculpta INTRODUÇÃO

Variações espaciais na estrutura da comunidade de peixes do reservatório de Nova Ponte.

ELIZÂNGELA MARIA DE SOUZA

48) Pseudoplatystoma corruscans (Agassiz, 1829)

ASPECTOS DA BIOLOGIA REPRODUTIVA DE PIAPARA (Leporinus obtusidens), CAPTURADOS A JUSANTE DA USINA HIDRELÉTRICA DO FUNIL, PERDÕES/MINAS GERAIS

DESENVOLVIMENTO OVARIANO DE Ariomma bondi Fowler, 1930 (TELEOSTEI: ARIOMMATIDAE) NA REGIÃO SUDESTE-SUL DO BRASIL

Revista Ceres ISSN: X Universidade Federal de Viçosa Brasil

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 4(2): , jul-dez, 2013

Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí. Caixa Postal 360, Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Transcrição:

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG ARTIGO Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forrageiros da represa de Três Marias, MG Reproductive biology of forager fishes from Três Marias reservoir, MG NILO BAZZOLI Laboratório de Ictiologia - MCN/ICBS - PUC Minas Laboratório de IctiohistoIogla - Depto. de Morfologia - ICB - UFMG YOSHIMI SATO Estação de Hidrobiologia e Piscicultura de Três Marias - CODEVASF JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS Depto de Ciências Biológicas - ICBS - PUC Minas ALEXANDRE MAGNUS GUIMARÃES CRUZ LUIZ CLÁUDIO VIEIRA CANGUSSU RAPHAEL SANZIO PIMENTA VINICIUS MARQUES ANTUNES RIBEIRO Acadêmicos de Ciências Biológicas - ICBS - PUC Minas Bolsistas de Iniciação Científica - CNPq/PUC Minas RESUMO Gônadas de 625 exemplares de A. vaillanti, H. marginatus, M. costae e R. xenodon capturados no reservatório de Três Marias, no período de março/94 a junho/96, foram analisadas histologicamente. A desova das quatro espécies é do tipo parcelado e peixes em atividade reprodutiva ocorreram durante todo o ano. Registrouse maior freqüência de fêmeas em maturação avançada e parcialmente desovadas, com picos de índice gônado-somático (IGS) no período de novembroldezembroljaneiro, quando a precipitação pluviométrica na região é alta e o nível de água da represa começa a subir. Unitermos: Peixes forrageiros; Reprodução; Desova; Represa de Três Marias. ABSTRACT Gonads of 625 specimens of A. vaillanti, H. marginatus, M. costae and R. xenodon captured at Três Marias reservoir from March/94 to June/96 were the analyzed by histological methods. Thes analyses indicated fractionated spawning of four species and the occurrence of fishes in reproductive activity all the year Females in advanced maturation and partially spawned with peaks of gonado-somatic index (GSI) were registred at higher frequency in NovemberlDecemberIJanuary, a period of high preciptation in the region and when the water level of the reservoir starts to rise. Keywords: Forager fishes; Reproduction; Spawning; Três Marias reservoir. BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 BIOS, Cadernos do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 17

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. II Material e Métodos I Introdução Anchoviella vaillanti (Steindachner, 1908), Hemigrammus marginatus Ellis, 1911, Moenkhausia costae (Steindachner, 1907) e Roeboides xenodon (Reinhardt, 1849) são peixes forrageiros de importância na manutenção da cadeia alimentar da represa de Três Marias, servindo de alimento para diversos piscívoros de interesse comercial. Essas espécies ocorrem, em maior freqüência de indivíduos, quando o nível de água da represa é alto (Ferreira et al., 1997). De acordo com Britski et al. (1984), que elaboraram lista de espécies ictíicas da região de Três Marias com respectivas identificações taxonômicas, as quatro espécies de peixes forrageiros em estudo apresentam as seguintes características: A. vaillanti pertence à família Engraulidae, que é constituída em sua grande maioria de peixes marinhos e, na bacia do rio São Francisco, ocorre somente o gênero Anchoviella, representado por essa espécie; H. marginatus e M. costae pertencem à família Characidae e subfamília Tetragonopterinae, a qual compreende peixes de pequeno porte que em geral não ultrapassam 10 cm de comprimento; R. xenodon pertence à família Characidae e subfamília Characinae, representada na bacia do rio São Francisco somente pelo gênero Roeboides, cuja característica principal é a presença de dentes cônicos achatados, voltados para fora da boca, com a função de arrancar escamas de outros peixes, dos quais se alimentam. Dentre os raros trabalhos sobre A. vaillanti, H. marginatus, M. costae e R. xenodon da represa de Três Marias encontram-se os de Britski et al. (1984), sobre identificação taxonômica, Bazzoli et al. (1996), sobre dinâmica da ovogênese, Fernandes-Júnior et al. (1995), sobre ovogênese de A.. vaillanti e Ferreira et al. (1997), sobre taxocenoses ictíicas. Por não existirem estudos sobre a reprodução de peixes forrageiros da represa de Três Marias, o presente trabalho tem por objetivo estudar aspectos da biologia reprodutiva de A.. vaillanti, H. marginatus, M. costae e R. xenodon nesse ecossistema lacustre. Para estabelecer o ciclo reprodutivo e o tipo de desova de peixes forrageiros da represa de Três Marias, coletaram-se bimestralmente, de fevereiro de 1994 a janeiro de 1996, das margens da represa, com auxílio de redes de arrasto, exemplares de Anchoviella vaillanti (74 exemplares: 49 fêmeas e 25 machos), Hemigrammus marginatus, (233 exemplares: 161 fêmeas e 72 machos), Moenkhausia costae (196 exemplares: 85 fêmeas e 111 machos) e Roeboides xenodon (122 exemplares: 98 fêmeas e 24 machos). Os peixes foram fixados inteiros em líquido de Bouin por 18 a 24 horas. No Laboratório de Ictiologia do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, foram dissecados e de cada exemplar registraram-se o peso corporal (PC) e o peso das gônadas (PG), que foram utilizados para calcular o índice gônado-somático (IGS) através da relação IGS = PG x 100/PC. Os valores médios de IGS foram agrupados por trimestre e comparados com as variações de pluviometria da região e nível d água do reservatório. Para estudo histológico, coletaram-se de cada exemplar fragmentos de gônadas que foram submetidos às técnicas histológicas de rotina: inclusão em parafina e glicol metacrilato, cortes com 1 a 7 µm de espessura e coloração com hematoxilina-eosina e azul de toluidina borato de sódio. Através de análise das lâminas histológicas, estabeleceram-se os estádios do ciclo reprodutivo e, em seguida, as freqüências trimestrais desses estádios. III Resultados Através de análise histológica, constataram-se variações morfológicas nas células foliculares e nos alvéolos corticais dos ovócitos das quatro espécies estudadas. Nos ovócitos vitelogênicos de R. xenodon observaram-se células foliculares cúbicas e alvéolos corticais formados de vesículas grandes (Fig. 1), enquanto em A.. vaillanti, H. marginatus e M. costae as células foliculares são pavimentosas e os alvéolos corticais formados de vesículas pequenas (Figs. 2 e 4). Em A. vaillanti registraram-se duas populações de ovócitos vitelogênicos: ovócitos em vitelogênese inicial com numerosos e pequenos glóbulos de vitelo no ooplasma (Figs. 3 e 4) e ovócitos em vitelogênese final, nos quais glóbulos de vitelo coalesceram-se para formar grandes glóbulos (Figs. 3 e 5). Baseando-se em características microscópicas, os ovócitos foram classificados com quatro estádios, de acordo com Bazzoli & Rizzo (1990): 01 = ovócitos jovens, 02 = ovócitos pré-vitelogênicos, 03 = ovócitos 18 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG com vesículas corticais e 04 = ovócitos com glóbulos de vitelo ou vitelogênicos (Figs. 1, 2 e 3). Através de análise histológica de gônadas, estabeleceram-se quatro estádios do ciclo reprodutivo de machos e fêmeas com base na distribuição e desenvolvimento dos ovócitos (Figs. 1, 2 e 3) e na composição das células da linhagem espermatogênica (Fig. 6), de acordo com Bazzoli & Godinho (1991): estádio 1 = repouso, estádio 2 = em maturação, estádio 3 = maduro e estádio 4 = desovado para fêmeas e esgotado para machos. Para indicar mais precisamente a seqüência de eventos da gametogênese, para as espécies H. marginatus, M. costae e R. xenodon, o estádio 2 foi subdividido em 2a (maturação inicial) e 2b (maturação avançada) e o estádio 4 subdividido em 4a (parcialmente desovado/ esgotado) e 4b (totalmente desovado/esgotado). No presente estudo não foram registrados exemplares, machos e fêmeas das quatro espécies, no estádio 3 (maduro), nem exemplares machos de A. vaillanti e H. marginatus no estádio 1 (repouso). A análise das freqüências relativas trimestrais dos estádios do ciclo reprodutivo (Figs. 8, 9, 10 e 11) indicou que fêmeas e machos das quatro espécies em estudo encontravam-se em atividade reprodutiva durante todo o período amostrado, com altas freqüências de fêmeas em maturação avançada e desovadas no trimestre novembro/dezembro/janeiro, época em que o IGS é máximo, a precipitação pluviométrica na região é alta e o nível d água da represa ainda é baixo, mas começando a subir (Fig. 12). As variações do IGS de machos foram mínimas, não sendo possível compará-las com as variações de pluviometria e nível d água da represa. Nas quatro espécies em estudo, constataram-se altas freqüências de fêmeas parcialmente desovadas durante quase todo o ano. Esse prolongado período de desova, associado à presença, em lâminas histológicas, de ovócitos em todas as fases de desenvolvimento, ao lado de folículos pós-ovulatórios (Fig. 7), indicaram que A. vaillanti, H. marginatus, M. costae e R. xenodon apresentam desova do tipo parcelado. IV Discussão As variações morfológicas observadas nos ovócitos vitelogênicos de H. marginatus, M. costae e R. xenodon são similares àquelas descritas por Bazzoli et. al. (1996), que estudaram a dinâmica da ovogênese dessas espécies na represa de Três Marias, MG. A ocorrência de duas populações de ovócitos vitelogênicos em A.. vaillanti coincide com os relatos de Fernandes-Júnior et al. (1995) e Vazzoler (1996), que consideraram essas características comuns aos peixes marinhos, o que é condizente com a origem marinha dessa espécie. 0 estádio 3 (maduro) representa o clímax da maturação gonadal, isto é, o momento exato da ovulação ou espermiação. Como esse evento é de curta duração (Selman & Wallace, 1989), não foi possível identificar, no presente estudo, fêmeas e machos maduros. A determinação do tipo de desova em teleósteos, total ou parcelada, depende do desenvolvimento ovocitário, da freqüência de desova em um ciclo e do período de reprodução durante a vida do peixe (Vazzoler, 1996). Outro fator que poderia ser considerado para determinar o tipo de desova é o grau de adesividade dos ovos (Sato & Godinho, 1988). Segundo esses autores, peixes que apresentam ovos livres são de desova total, enquanto peixes de ovos adesivos são de desova parcelada. No presente trabalho, o tipo de desova foi determinado com base nas características histológicas de ovários, no desenvolvimento dos ovócitos, na análise da freqüência de fêmeas parcialmente desovadas e no período de desova das espécies. Procedimento similar foi adotado na determinação do tipo de desova das espécies estudadas por Bazzoli & Godinho (1991), Bazzoli et al. (1991), Rizzo et al. (1996), Andrade et al. (1996), Ferreira et al. (1996), Magalhães et al. (1996). Vários critérios têm sido utilizados para caracterizar desova parcelada em teleósteos: distribuição da freqüência de diâmetros de ovócitos durante o desenvolvimento ovocitário (Romagosa et al., 1985); desenvolvimento assincrônico dos ovócitos (Bazzoli et al., 1991, Matsuyama et al. 1991, Godinho, 1994, Lamas & Godinho, 1996); desenvolvimento de ovócitos em lotes (Mayer et al. 1990; Gurgel et al., 1995); período prolongado de desova (Bazzoli & Godinho, 1991, Agostinho et al., 1984) e alta freqüência de fêmeas com ovários parcialmente desovados (Ferreira et al., 1996; Magalhães et al., 1996). Por outro lado, a desova total tem sido caracterizada pelo desenvolvimento sincrônico dos ovócitos (Menezes & Caramaschi, 1994; Rizzo et al., 1996) e pela baixa freqüência de fêmeas parcialmente desovadas e com curto período de desova (Tavares & Godinho, 1994). A época de desova de uma espécie pode ser determinada por um único fator ou por um conjunto deles. Alguns autores determinaram a época de desova das espécies por eles estudadas através das variações mensais do índice gônado-somático (Agostinho et al., 1984; Lima et al., 1986, Vazzoler, 1996). Segundo Nikolski (1969), a época de desova está condicionada com o momento mais propício para a sobrevivência BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 19

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. da prole. Para Shanbhag & Nadkarni (1979) e Vazzoler (1996), a desova geralmente ocorre com o desencadeamento das chuvas ou época de enchentes, o que pôde ser constatado no presente estudo. O IGS pode ser utilizado na determinação dos estádios do ciclo reprodutivo pelo fato de a maturação de células germinativas ocorrer concomitantemente ao aumento de peso das gônadas (Le Cren, 1951) e, por isso, esse índice tem sido considerado por alguns autores como o melhor indicador da época de reprodução de peixes (Barbieri et al., 1982; Barbieri & Barbieri, 1983; Cecílio & Agostinho, 1991). No presente estudo, o IGS foi utilizado como recurso auxiliar, associado à análise histológica de gônadas para a determinação dos estádios do ciclo reprodutivo, tipo de desova e época de reprodução. Constataram-se picos no IGS de fêmeas quando a precipitação pluviométrica da região foi mais alta. Nesse período o nível d água da represa ainda é baixo, mas começando a subir, devido à sua manipulação para otimizar a produção de energia e controlar as cheias na estação chuvosa. Observações similares foram feitas em relação a outras espécies da represa de Três Marias por Ferreira & Godinho (1990), Bazzoli & Godinho (1991), Tavares & Godinho (1994), Andrade et al. (1996), Ferreira et al. (1996), Magalhães et al. (1996), Rizzo et al. (1996). As variações inexpressivas do IGS de machos, provavelmente devem-se às exíguas dimensões dos testículos das quatro espécies e ao fato de as modificações morfológicas dos mesmos serem muito discretas, nos diferentes estádios do ciclo reprodutivo, quando comparadas com aquelas observadas nos ovários. Devido à ocorrência de peixes em todos os estádios do ciclo reprodutivo e à presença de indivíduos de diferentes tamanhos nas coletas efetuadas, pode-se aventar que as quatro espécies reproduzem-se no reservatório de Três Marias. Agradecimentos Ao convênio CODEVASF/CEMIG e ao Laboratório de lctiohistologia do Departamento de Morfologia do ICB/ UFMG, pelas facilidades oferecidas para a realização deste trabalho. Ao FIP-PUC Minas, processo 95/011, à FAPEMIG, processo CAG-1149/96 e ao CNPq, processo 523252/95-1, pelo apoio financeiro. 20 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG Figuras 1 à 7 - Cortes transversais de gônadas de peixes forrageiros coradas com azul de toluidina (1-5) e hamatoxilinaeosina (6-7). Ovários de R. xenodon, H. marginatus e A. vaillanti (1,2,3 respectivamente); ovócitos vitelogênicos de A. vaillanti, inicial (4) e avançado (5); testículo de R. xenodon (6) e ovário parcialmente desovado de M. costae (7). 01= ovócito jovem, 02= ovócito pré-vitelogênico; 03=ovócito com vesículas corticais; 04= ovócitos com glóbulos de vitelo ou vitelogênico, setas= alvéolos corticais, GV= glóbulos de vitelo, SPZ= espermatozóides, asteriscos= folículos pósovulatórios. 1 e 2=68X; 3=40X, 4=200X, 5= 180X, 6= 270X, 7= 92X. BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 21

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. Figura 8 - Freqüência relativa trimestral dos estádios do ciclo reprodutivo de fêmeas e machos de A. vaillanti da represa de Três Marias, no período de fevereiro/94 a janeiro/96. 22 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG Figura 9 - Freqüência relativa trimestral dos estádios do ciclo reprodutivo de fêmeas e machos de H. marginatus da represa de Três Marias, no período de fevereiro/94 a janeiro/96. BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 23

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. Figura 10 - Freqüência relativa trimestral dos estádios do ciclo reprodutivo de fêmeas e machos de M. costae da represa de Três Marias, no período de fevereiro/94 a janeiro/96. 24 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG Figura 11 - Freqüência relativa trimestral dos estádios do ciclo reprodutivo de fêmeas e machos de R. xenodon da represa de Três Marias, no período de fevereiro/94 a janeiro/96. BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 25

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. Figura 12 - Valores médios trimestrais de IGS de fêmeas de A. vaillanti, H marginatus, M. costae e R. xenodon, nível d'água do reservatório de Três Marias e pluviometria na região no período de fevereiro/94 a janeiro/96. 26 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997

Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forageiros da represa de Três Marias, MG Referências bibliográficas AGOSTINHO, A. C.; MOLINARI, S. L.; AGOSTINHO, A. A.; VERANI, J. R. Ciclo reprodutivo e primeira maturação sexual de fêmeas de lambari, Astyanax bimaculatus (L) (Osteichthyes - Characidae) do rio Ivaí, Estado do Paraná. Rev. Brasil. Biol, v. 44, p. 31-36,1984. ANDRADE, R. F.; SATO, Y.; RIZZO, E.; FERREIRA, R. M. A.; BAZZOLI, N. Aspectos da biologia reprodutiva da corvina Pachyurus squamipinnis Agassiz, 1829 (Teleostei, Sciaenidae) na represa de Três Marias, MG. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot., v. 48, n. 1, p. 77-84,1996. BARBIERI, G.; SANTOS, M. V. R.; SANTOS, J. M. Época de reprodução e relação peso/comprimento de duas espécies de Astyanax (Pisces, Characidae). Pesq. Agropec. Bras., v. 17 n. 7, p. 1057-1065, 1982. BARBIERI, G.; BARBIERI, M. C. Dinâmica da reprodução de Gymnotus carapo na represa do Lobo, Estado de São Paulo. Influência de fatores abióticos (Pisces, Gymnotidae). Trop. Ecol., v. 24, n. 2, p. 244-259,1983. BAZZOLI, N.; RIZZO, E. A comparative cytological and cytochemical study of the oogenesis in ten Brazilian teleost fish species. Eur. Arch. Biol., v. 101, n. 4, p. 399-410, 1990. BAZZOLI, N.; GODINHO, H. P. Reproductive biology of the Acestrorhynchus lacustris (Reinhardt, 1874) (Pisces: Characidae) from Três Marias reservoir, Brazil. Zool. Anz., v. 226, n. 5/6, p. 285-297,1991. BAZZOLI, N.; RIZZO, E.; CHIARINI-GARCIA, H.; FERREI- RA, R. M. A. lchthyofauna of the Paranaiba river in the area to be flooded by the Bocaina reservoir, Minas Gerais, Brazil. Ciênc. Cult., v.43, n.6, p.511-453, 1991. BAZZOLI, N.; RIZZO, E.; SANTOS, J. E.; SATO, Y. Dinâmica da ovogênese em peixes forrageiros da represa de Três Marias, Minas Gerais: estudo histológico e histoquímico. Bios, v. 4, n. 4, p. 5-10, 1996. BRITSKI, H. A.; SATO, Y.; ROSA, A. B. S. Manual de identificação de peixes da região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da Bacia do São Francisco). 3 ed. Brasília, Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações - CODEVASF, Divisão de Piscicultura e Pesca, 1984.143p. CECÍLIO, E. B.; AGOSTINHO, A. A. Biologia reprodutiva de Hypophthalmus edentatus (Spix, 1829) (Osteichthyes, Siluriformes) no reservatório de Itaipu-PR. II. Estrutura dos ovários e escala de maturidade. Rev. Unimar, v. 13, n. 2, p. 211-227,1991. FERNANDES-JÚNIOR, L. J.; SATO, Y.; RIZZO, E.; BAZZOLI, N. Estudo histológico e histoquímico da ovogênese da manjuba Anchoviella vaillanti (Steindachner, 1908) (Pisces: Engraulidae) da represa de Três Marias, MG. In: ENCONTRO ANUAL DE AQUICULTURA DE MINAS GERAIS, 12,1995, Passos. Resumos... Passos: Associação Mineira de Aquicultura, 1995. p. 42. FERREIRA, A. G.; SATO, Y.; VERANI, J. R.; PERET, A. C.; VIEIRA, L. F. S. Avaliação de uma biota aquática: um estudo de comunidades ícticas na represa de Três Marias, MG. ln: SEMINÁRIO REGIONAL DE ECOLO- GIA. Anais..., São Carlos: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais/UFSCar, 1997. p. 313-321. FERREIRA, R. M. A.; GODINHO, H. P. Reproductive biology of the white-piau, Schizodon knerii (Steindachner 1875) (Anostomidae) from a reservoir in southeast Brazil. Eur. Arch. Biol, v. 101, p. 331-344,1990. FERREIRA, R. M. A.; BAZZOLI, N.; RIZZO, E.; SATO, Y. Aspectos reprodutivos da piranha Pygocentrus piraya (Teleostei, Characiformes), espécie nativa da bacia do rio São Francisco. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot., v. 48, n. 1, p. 71-76, 1996. GODINHO, A. L. Biologia reprodutiva da piaba-facão, Triportheus guentheri (Characiformes, Characidae) e o manejo hidrológico da represa de Três Marias. Rev. Brasil. Biol., v. 54, n. 3, p. 515-524, 1994. GURGEL, H. C. B.; VIEIRA, L. J. S.; BARBIERI, G. Análise quantitativa da reprodução de Metynis cf. roosevelti Eigenmann, 1915 (Characidae: Myleinae), da Lagoa Redonda, município de Nízia Floresta, estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Rev. Brasil. Biol., v. 55, n. 4, p. 727-736,1995. LAMAS, I. R.; GODINHO, A. L. Reproduction in the piranha Serrasalmus spilopleura, a neotropical fish with a unnusual pattern of sexual maturity. Environ. Biol. Fishes, n. 45, p. 161-168, 1996. LE CREN, E. D. The lenght-weight relationship and seasonal cycle in gonad weight and condition in the perch (Perca fluviatilis). J. Anim. Ecol., v. 20, n. 2, p. 201-219, 1951. LIMA, R. L. V. A.; VAL-SELLA, M. V.; TORQUATO, V. C. Organização e desenvolvimento das gônadas do dourado (Salminus maxillosus Val.) durante o ciclo reprodutivo. Bol. Fisiol. Anim. Univ. S. Paulo, v. 10, p. 139-154, 1986. MAGALHÃES, A. L. B.; SATO, Y; RIZZO, E.; FERREIRA, R. M. A.; BAZZOLI, N. Ciclo reprodutivo do tucunaré CichIa ocellaris (Schneider, 1801) na represa de Três Marias, MG. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot., v. 48, n. 1, p. 85-92, 1996. MATSUYAMA, M.; NAGAHAMA, Y.; MATSUURA, S. Observations on ovarian follicle ultrastructure in the marine teleost, Pagrus major, during vitellogenesis and oocyte maturation. Aquaculture, n. 92, p. 67-82, 1991. MAYER, I; SHACKLEY, S. E.; WITTHAM, P. R. Aspects of the reproductive biology of the bass, Dicentrarchus labrax L. II. Fecundity and pattern of oocyte development. J. Fish Biol., n. 36, p. 141-148, 1990. MENEZES, M. S.; CARAMASCHI, E. P. Características reprodutivas de Hypostomus grupo H. punctatus no rio Ubatiba, Maricá, RJ (Osteichthyes, Siluriformes). Rev. Brasil. Biol., v. 54, n. 3, p. 503-513,1994. NIKOLSKII, G.V. Theory of fish population dynamics. Edinburgh: Oliver & Boyd, 323p., 1969. RIZZO, E.; SATO, Y; FERREIRA, R. M. A.; CHIARINI- GARCIA, H.; BAZZOLI, N. Reproduction of Leporinus reinhardti Lütken, 1874 (Pisces: Anostomidae) from Três Marias reservoir, São Francisco river, Minas Gerais, Brazil. Ciên. Cult., v. 48, n. 3, p. 189-192, 1996. BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997 27

NILO BAZZOLI; YOSHIMI SATO; JOSÉ ENEMIR DOS SANTOS et al. ROMAGOSA, E.; NARAHARA, M. Y; GODINHO, H. M. Tipo de desova do curimbatá, Prochilodus scrofa Steid. 1881, do rio Mogi-Guaçu, Pirassununga, São Paulo. Boletim Instituto de Pesca, v. 12, n. 4, p. 1-5, 1985. SATO, Y.; GODINHO, H. P. Adesividade de ovos e tipo de desova dos peixes de Três Marias, MG. In: ENCON- TRO ANUAL DE AQUICULTURA DE MINAS GERAIS, 5, 1988. Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Associação Mineira de Aquicultura. 1988. p. 102-103. SELMAN, K.; WALLACE, R. A. Review celular aspects of oocyte growth in teleosts. Zool. Sci., v. 6, p. 211-231, 1989. SHANBHAG, S. B.; NADKARNI, V. B. Histological and histochemical studies on the testicular cycle of a freshwater teleost Channa gachua (Hamilton). Anat. Anz., v. 146, p. 381-389,1979. VAZZOLER, A. E. A. M. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: EDUEM; 1996. 169p. TAVARES, E. F.; GODINHO, H. P. Ciclo reprodutivo do peixe piau-gordura (Leporinus piau Fowler, 1941) da represa de Três Marias, rio São Francisco. Rev. Ceres, v. 41, n. 233, p. 28-35, 1994. 28 BIOS, Belo Horizonte, v. 5, n. 5, p. 17-28, dez. 1997