Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE 2 Rua Manoel de Medeiros, S/N. Dois Irmãos, Recife-PE

Documentos relacionados
ESTIMATIVA DO ALBEDO E TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE UTILIZANDO IMAGENS ORBITAIS PARA O MUNICÍPIO DE BARRA BONITA SP

Estimativa do albedo da superfície para o município de Itaituba PA a partir de imagens TM Landsat 5

NYRON FERNANDO SILVA DA COSTA 1,2 FREDERICO TEJO DI PACE 2 SAMUELLSON LOPES CABRAL 2

COMPARAÇÃO ENTRE OS DESEMPENHOS DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NDVI, SAVI E IAF NO MONITORAMENTO DA VEGETAÇÃO DA BACIA DO RIO PIRAPAMA - PE

DETERMINAÇÃO DE NDVI E ALBEDO DE SUPERFICIE NO MUNICIPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES PE A PARTIR DE IMAGENS DO SATELITE LANDSAT 5 TM

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS DA SUPERFÍCIE DO SOLO EM CAATINGA PERNAMBUCANA

AVALIAÇÃO DO FLUXO DE CALOR NO SOLO, TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE E ALBEDO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MOXOTÓ-PE ATRAVÉS DE IMAGENS TM - LANDSAT-5

Estimativa dos valores de Saldo de Radiação e de Fluxo de Calor no Solo no município de São José do Sabugi PB (Brasil), utilizando o algoritmo SEBAL

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE ANÁLISE ESPAÇO TEMPORAL DO NDVI UTILIZANDO O MODELO SEBAL NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Utilização do IVAS e da Temperatura da superfície para análise multitemporal das mudanças ambientais no Parque Natural da Serra da Estrela (Portugal)

Elvis Bergue Mariz Moreira 1 Ranyere Silva Nóbrega 1

Diagnóstico do albedo de superfície e índice de área foliar na bacia hidrográfica do rio Tapacurá - PE

Determinação da temperatura instantânea da superfície terrestre da cidade de Maceió- Al, com base em imagens TM - Landsat 5.

Análise da Cobertura Vegetal Através dos Índices de Vegetação (NDVI, SAVI e IAF) no Entorno da Barragem do Botafogo-PE

ANÁLISE DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO DA DIFERENÇA NORMALIZADA PARA CIDADE DE TRIUNFO/PE UTILIZANDO IMAGENS DO SATÉLITE LANDSAT 5 TM E O ALGORITMO SEBAL.

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR E DA SUPERFÍCIE NO SÍTIO BOA FELICIDADE EM SÃO JOSÉ DO SABUGI-PB NO SEMI-ÁRIDO DO BRASIL

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MOXOTÓ PE USANDO SENSORIAMENTO REMOTO TERMAL

Saldo de Radiação em Região Semiárida do Nordeste do Brasil

Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.1873

SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO BALANÇO DE ENERGIA E EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REGIÃO SEMIÁRIDA.

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO EM ÁREA CONTENDO A BACIA DO RIO PRATAGY-AL


DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL ENERGETICO FOTOVOLTAÍCO NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI POR IMAGEM DE SATÉLITE

Analise do balanço hídrico e do albedo nas áreas de mangue do litoral sul de Pernambuco

DIAGNÓSTICO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE NUM MUNICÍPIO DO SEMI-ÁRIDO PERNAMBUCANO

UTILIZAÇÃO DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO PARA ÁREAS PRÓXIMAS AO RESERVATÓRIO EPITÁCIO PESSOA DURANTE PERÍODO DE CRISE HÍDRICA ( )

USO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS VULNERÁVEIS AO PROCESSO DE DESERTIFICAÇÃO

VARIABILIDADE ESPAÇO TEMPORAL DO EVI E DO FLUXO DE CALOR NO SOLO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO COM BASE EM IMAGENS DO MODIS/TERRA

Celina Cândida Ferreira Rodrigues 1 ; Jéssica Gomes Fontes Nery 2 ; Thomás Rocha Ferreira 3 ; Bernardo Barbosa da Silva 4

DIAGNÓSTICO DE ALBEDO DE SUPERFÍCIE EM ÁREA DEGRADA NO SEMI- ÁRIDO NORDESTINO

Análise do desconforto térmico causado pela ilha de calor urbana em um bairro do Recife-PE utilizando sensoriamento remoto

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO BAIXO SÃO FRANCISCO

SALDO DE RADIAÇÃO POR MEIO DE IMAGENS ORBITAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DO ARARIPE 1

USO DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO NA AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DE COBERTURA VEGETAL NA ÁREA RURAL DO MUNÍCIPIO DE MACEIÓ

Avaliação do Albedo de Superfície Utilizando Imagens do Satélite Landsat 5 TM e o algoritmo SEBAL. Gabriel Alves Veloso 1 Roberto Rosa 1 1

Revista Brasileira de Geografia Física

Estimativa dos valores de saldo de radiação e fluxo de calor no solo em diferentes condições antrópicas na bacia do rio Ji-Paraná, Rondônia

Saldo de radiação e Fluxo de calor no solo para a Micro Bacia Hidrográfica de Serra Branca PB Usando técnicas de Sensoriamento remoto

Bolsista: Graduanda em Biologia, UNICAMP, Campinas-SP, Colaboradora: Graduanda em Geografia, UNICAMP, Campinas-SP.

VARIABILIDADE DO NDVI NA BACIA DO RIO TRUSSU CEARÁ

Análise da detecção de mudanças espaço-temporal da cobertura vegetal com base na comparação das técnicas MTVI e Change Detection

Uso do SEBAL na variação temporal do albedo de superfície na bacia do Forquilha, Ceará, baseado em imagens LANDSAT 5-TM

Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.1843

Uso de imagens multiespectrais aplicada à análise espaço-temporal dos padrões de temperatura e albedo da superfície

Fechine,J.A.L.;Galvíncio,D.J./ Rev. Geogr. Acadêmica v.2 n.3 (xii.2008) 60-67

ANÁLISE COMPARATIVA DA TEMPERATURA DE SUPERFÍCIE OBTIDA COM O AUXÍLIO DE IMAGENS ORBITAIS E TEMPERATURA MEDIDA NA CIDADE DE IGUATU-CE

ANÁLISE TEMPORAL DO USO DA TERRA UTILIZANDO ÍNDICES VEGETATIVOS NA CHAPADA DO APODI CE

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

AVALIAÇÃO DO ALBEDO EM ÁREAS AGRÍCOLAS IDENTIFICADAS A PARTIR DE ÍNDICES DE VEGETAÇÃO

ANÁLISE DO ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR EM AREAS DE CULTIVO DE CANA-DE- AÇUCAR NA MICRORREGIÃO DE SÃO MIGUEL DOS CAMPOS, ALAGOAS UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL

DETERMINAÇÃO DAS COMPONENTES DO BALANÇO DE ENERGIA À SUPERFÍCIE COM TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DOS ÍNDICES DE VEGETAÇÃO ESTIMADOS POR SENSORIAMENTO REMOTO EM DOIS PERÍODOS AO SUL DA BACIA DO RIO TRAIPU-AL

ANÁLISE COMPARATIVA DO ALBEDO DA SUPERFÍCIE MEDIDO SOBRE A CULTURA DE BANANA E ESTIMADO ATRAVÉS DE IMAGENS MODIS/Terra

ÍNDICE DE VEGETAÇÃO E TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE POR SENSORIAMENTO REMOTO PARA O SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

Alexandro Medeiros Silva 1 Richarde Marques da Silva 2

Características do saldo de radiação na Amazônia Ocidental

ESTIMATIVA DO SALDO DE RADIAÇÃO UTILIZANDO IMAGEM DO SENSOR MODIS/TERRA EM SUB-BACIAS DO PARACATU

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

MONITORAMENTO ESPAÇO-TEMPORAL DE ÍNDICES ESPECTRAIS DE VEGETAÇÃO PARA A BACIA DO RIO GRAMAME-PB

DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DA VEGETAÇÃO NO SEMI-ÁRIDO CEARENSE/BRAZIL

Observar que o cosseno do ângulo zenital Solar é igual ao seno do ângulo de elevação Solar.

Uso do Sensoriamento Remoto através de Índices de Vegetação NDVI, SAVI e IAF na microrregião de Itamaracá - PE

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO EM ÁREAS COM DIFERENTES CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL

DINÂMICAS ESPECTRO-TEMPORAIS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AIUABA CE COM UTILIZAÇÃO DE IMAGENS SATÉLITE

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

Analysis of landscapes changes at the lake banks of Dona river dam based on the use of techniques of remote sensing

Estudo comparativo entre o IVDN e a Precipitação na região Oeste Potiguar. Comparative study NDVI and rainfall in the Western Potiguar region

Determinação do albedo e índice de área foliar usando o sensor TM / LANDSAT 5

Análise da Formação de Ilhas de Calor em Fortaleza-CE por meio de imagens de satélite

ANÁLISE DA EXPANSÃO AGROPECUÁRIA NO MUNICÍPIO DE CACOAL, RONDÔNIA

Revista Brasileira de Geografia Física

ESPACIALIZAÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO REAL POR SENSORIAMENTO REMOTO EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 1

Estudo do índice de área foliar de pastagens em diferentes níveis de degradação com aplicação de imagens Landsat 5 - TM e dados de campo 1

Comparação entre índices de vegetação para análise da vegetação de caatinga no cariri paraibano

Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.2105

Mapeamento do saldo de radiação com imagens Landsat 5 e modelo de elevação digital 1

ESTIMATIVA DO FLUXO DE CALOR NO SOLO UTILIZANDO O ALGORITMO SEBAL/METRIC E IMAGENS SATÉLITES NA REGIÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA

Obtenção do albedo e IVDN em áreas heterogêneas do estado do Ceará com imagens TM - Landsat 5 e algoritmo SEBAL/METRIC

Revista Brasileira de Geografia Física

Universidade Federal do Ceará - UFC/DENA Caixa Postal Fortaleza - CE, Brasil

USO DE SENSORIAMENTO REMOTO NA IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO NA MICRORREGIÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA BA

DETERMINAÇÃO DO ALBEDO DA SUPERFÍCIE A PARTIR DE DADOS AVHRR/NOAA E TM/ LANDSAT-5

Revista Brasileira de Geografia Física

ANÁLISE DA VARIABILIDADE DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NDVI EM DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA VEGETAL NA BACIA DO RIACHO JARDIM/CE

Impacto da correção atmosférica no cômputo do albedo e do IVAS no PARNA Catimbau (PE Brasil) utilizando imagens TM Landsat 5 e o SEBAL/METRIC

BALANÇO DE RADIAÇÃO EM ÁREAS IRRIGADAS UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT 5 - TM

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Av. Acadêmico Hélio Ramos, s/n CEP , C.P- 7803, Recife/PE, Brasil 1

Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de maio de 2011, INPE p.5177

EVOLUÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DO RECIFE ATRAVÉS DE IMAGENS DOS SATÉLITES LANDSAT E CBERS 4

ESTIMATIVA DO BALANÇO RADIATIVO EM ÁREA DE CAATINGA ATRAVÉS DE IMAGENS ORBITAIS MODIS. Francineide A. C. Santos 1, Carlos A. C.

PALAVRAS-CHAVE: SEBAL, bacia hidrográfica, planejamento ambiental.

REVISTA DE GEOGRAFIA (UFPE)

Estudo da alteração da vegetação a partir do NDVI e do Albedo de Superfície na Bacia do Rio Garça-PE

Análise espaço-temporal e detecção de mudanças da cobertura vegetal no município de Floresta/PE Brasil, utilizando o NDVI

Revista de Geografia (UFPE) V. 31, No. 2, REVISTA DE GEOGRAFIA (UFPE)

Vinícius Emmel Martins 2, Dieison Morozoli Da Silva 3, Sidnei Luís Bohn Gass 4

DETERMINAÇÃO DO ALBEDO NO MUNICIPIO DE BELEM DO SÃO FRANCISCO, COM BASE EM IMAGENS LANDSAT 7

PREDIÇÃO DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL POR SENSORIAMENTO REMOTO ATRAVÉS DE ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO 1

Análise quantitativa de parâmetros biofísicos de bacia hidrográfica obtidos por sensoriamento remoto

Transcrição:

Avaliação da Cobertura Vegetal e do Albedo da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó com Imagens do Satélite Landsat 5 Tiago Henrique de Oliveira 1 Prof. Drª. Josiclêda Domiciano Galvincio 1 Josemary Santos e Silva 1 Cláudio Antônio Vieira da Silva 1 Marcondes Marroquim Santiago 1 Jéssica Bezerra Menezes 1 Hewerton Alves da Silva 1 Prof. Drª. Rejane Magalhães de Mendonça Pimentel 2 Universidade Federal de Pernambuco UFPE¹ Avenida Acadêmico Helio Ramos, S/N, Cidade Universitária, CEP: 50670-901 Recife - PE thdoliveira5@gmail.com josicleda@pq.cnpq.br josy.santos04@gmail.com cavs1502@gmail.com negromarroquim@hotmail.com jéssica.menezesgeo@gmail.com hewasufpe@gmail.com Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE 2 Rua Manoel de Medeiros, S/N. Dois Irmãos, Recife-PE. 52171-900. pimentel@db.ufrpe.br Abstract: The wide use of techniques of remote sensing has been favoring in a fast and satisfactory way the monitoring of natural resources. The vegetation indexes were created with the intention of pointing out the behavior of the vegetation in relation to the soil and other targets in the earth surface. This study aimed to the Moxotó Basin in the semi-arid of the Pernambuco State, applying the Soil Adjusted Vegetation Index (SAVI), the Leaf Area Index (LAI) and the Albedo, opposing him with the Map of Use and Covering of the Earth to evaluate the vegetation units and the areas under anthropogenic effects. Two images of satellite Landsat 5 in the orbit and point 215/66 of 1993 and 2008, are processed, analyzed and organized in atmosphere GIS of supplying a better one analyzes of the obtained products. SAVI and Albedo obtained good answers for the analyzed objectives. Both indexes demonstrated a decrease in the areas classified as exposed soil in the period of the analyzed images. The largest vegetation presence in Moxotó watershed did with that the albedo index suffered a decrease of your values. Palavras-chave: SAVI, Remote Sensing, LAI, Moxotó 1. Introdução Os produtos do Sensoriamento Remoto orbital vêm se tornando uma importante ferramenta para as mais variadas aplicações, particularmente aquelas relacionadas com a avaliação, manejo, gerenciamento e gestão de recursos naturais, como água, solo e vegetação (Batista et al., 1998). No estudo de bacias hidrográficas o mesmo tem auxiliado com a produção e divulgação dos mais diversos índices, servido de suporte a tomada de decisão nas mais diversas escalas. Tem sido mostrado que o desempenho e o uso apropriado de um índice em particular é geralmente determinado pela sensibilidade do índice para a característica de interesse (Zarco-Tejada, 2003). Os índices de vegetação foram criados, entre outras coisas, para tentar diminuir o trabalho de análise dos dados orbitais, através da maximização de informações espectrais da vegetação no menor número de bandas de operações dos sensores. Eles foram criados com o intuito de 2865

ressaltar o comportamento espectral da vegetação em relação ao solo e a outros alvos da superfície da terra (realçar o contraste espectral entre a vegetação e o solo) (Moreira, 2003). Uma seqüência de imagens albedo pode ser usada para mostrar mudanças na superfície. (Robinove et AL, 1981). Ainda segundo o mesmo autor, em áreas analisadas pelo mesmo, mostraram que aumento no albedo é primeiramente devido ao solo exposto, e diminuição no albedo é inicialmente devido ao aumento da umidade do solo e aumento na densidade da vegetação. O objetivo deste trabalho é aplicar o Índice de Vegetação Ajustado ao Efeito do Solo (SAVI), o Índice de Área Foliar (IAF) e o Albedo, contrapondo-o com o Mapa de Uso e Cobertura da Terra, elaborado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM, 2004), visando avaliar as unidades vegetais e as áreas antropizadas na bacia hidrográfica do Rio Moxotó. 2. Material e Método 2.1 A área de estudo A Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó, figura 1, encontra-se inserida totalmente dentro dos limites do semi-árido nordestino, situando-se quase que totalmente na porção central do estado de Pernambuco e na parte oeste do estado de Alagoas, perfazendo uma área de aproximadamente 9.752,71 km 2 (8.778,05 km 2 no estado de Pernambuco e 974,66 km 2 no estado de Alagoas). Fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, no estado de Pernambuco constitui-se na Unidade de Planejamento Hídrico UP8, estando inserida nas microrregiões do Sertão do Moxotó (predominantemente), do Vale do Ipanema e de Itaparica (Pernambuco, 1999). No meio curso do rio Moxotó, foi construída a Barragem Poço da Cruz. Esta obra foi realizada com objetivo de minimizar os efeitos danosos decorrentes dos longos períodos de estiagem. Figura 1. Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. Para o pré-processamento das imagens de satélite e aplicação dos índices escolhidos foi utilizado o software Erdas Imagine 9.1 (versão demonstrativa). A montagem final dos layouts foi feito no software ArcGIS 9.1, do Grupo Observatório das Cidades, no Departamento de Ciências Geográficas da UFPE. Na realização deste artigo foi utilizada imagens do Mapeador Temático do satélite Landsat 5, composta por sete bandas espectrais, adquiridas gratuitamente através de acesso ao site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do mapa de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. A passagem pela Bacia 2866

Hidrográfica ocorreram nos dias 30 de setembro de 1993 e 23 de setembro de 2008, na órbita e ponto 215/66. O processamento das imagens para a obtenção do SAVI (Índice de Vegetação Ajustado aos efeitos do Solo), IAF (Índice de Área Foliar) e Albedo à Superfície passou pelas etapas descritas a seguir. 2.2 Calibração Radiométrica Consiste no cômputo da radiação espectral em cada banda ( L ), em que o número digital (ND) de cada pixel da imagem é convertido em radiância espectral monocromática. A equação utilizada é a proposta por Markham e Baker (1987) (Eq. 1): L bi a i = a i + ND (1) 255 2 1 1 em que a e b são as radiâncias espectrais mínimas e máximas ( Wm sr μm ), ND é a intensidade do pixel (numero inteiro compreendido entre 0 e 255) e i corresponde as bandas (1, 2,... e 7) do satélite Landsat 5. 2.3 Reflectância Esta pode ser definida como sendo a razão entre o fluxo de radiação refletida e o fluxo de radiação incidente que é obtida segundo a equação (Allen et al., 2002) (Eq. 2): ρ = (2) k π.l.cos Z.d r onde L é a radiância espectral de cada banda, k é a irradiância solar espectral de cada 1 banda no topo da atmosfera (Wm 2 μm, Tabela 1), Z é o ângulo zenital solar e d r é o quadrado da razão entre a distância média Terra-Sol (r o ) e a distância Terra-Sol (r) em dado dia do ano (DSA). 2.4 Albedo planetário (αtoa) O albedo não corrigido (Eq. 3) é efetuado através da combinação linear das reflectâncias monocromáticas α = + (3) toa 0,293ρ1+ 0,274ρ2+ 0,233ρ3+ 0,157ρ4+ 0,033ρ5 0,011ρ7 onde ρ 1,ρ 2,ρ3,ρ 4, ρ5 e ρ 7 são os albedos planetários das bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7. 2.5 Transmissividade Atmosférica Em condições de céu claro, pode ser obtida por (Allen et al., 2002) (Eq. 4): τ sw 5 = 0,75 + 2.10 z (4) onde Z corresponde a altitude de cada pixel (m). Devido à área apresentar uma grande variação de altitude se fez necessário à utilização de um Modelo Digital de Elevação (MDT) da área. 2.6 Albedo à superfície (α) O albedo a superfície (Eq. 4) é o albedo corrigido pelos valores do efeito atmosférico 2867

α α α = (5) toa p 2 τsw onde α p é a radiação solar refletida pela atmosfera, variando entre 0,025 e 0,04. Bastiaanssen (2000) afirma que o valor mais recomendado para o SEBAL seja o de 0,03, e τ sw é a transmissividade atmosférica, obtida para condições de céu claro em função da altitude de cada pixel, por equação proposta por Allen et al. (2002). 2.7 SAVI Heute (1988) propôs um índice de vegetação ajustado por solo (Soil adjusted Vegetation Index SAVI) introduzindo um fator no NDVI para incorporar o efeito da presença do solo, mantendo-se o valor do NDVI dentro de -1 a +1. Esse índice é calculado pela equação (Eq. 6): (1+ L)(ρIV ρv) SAVI = (6) (L+ ρ + ρ ) IV V onde piv e pv corresponde respectivamente as bandas do infravermelho próximo e do vermelho e L é constante, cujo valor mais frequentemente usado é 0,5 (Accioly et al., 2002; Boegh et al., 2002; Silva et al., 2005). 2.8 IAF O índice de área foliar é definido pela razão entre a área foliar de toda a vegetação por unidade de área utilizada por essa vegetação. Este índice é um indicador de biomassa de cada pixel da imagem sendo calculada pela equação empírica proposta por Allen et al. (2002) (Eq. 7). 0,69 SAVI ln 0,59 IAF = (7) 0,91 2.9 Mapa de Uso e Cobertura da Terra O mapa de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó foi o elaborado pela Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM, 2004). Vale salientar que este mapa contempla a geometria e a distribuição das unidades vegetais, não atendendo as características fitológicas das mesmas. 3. Resultados e Discussão Através da analise dos mapas do Índice Vegetação Ajustado aos Efeitos do Solo (SAVI), Figura 2, e do Mapa de Uso e Cobertura da Terra, Figura 3, foi possível distinguir cinco classes principais. As áreas de solo exposto e/ou atividades antrópicas mapeadas pela CPRM apresentaram valores que variaram de 0 0,288. Quando observamos o mapa de Uso e Cobertura da Terra podemos observar essas áreas destacadas na bacia. As atividades antrópicas se concentraram mais nas proximidades de corpos hídricos. As áreas com presença de Mata Ciliar ou Vegetação Arbórea Fechada apresentaram índices que variaram de 0,406 0,688. 2868

Figura 2. SAVI da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. Podemos perceber na Figura 2 que o ano de 1993 apresenta uma quantidade de vegetação bem abaixo do normal, o que pode ser explicado pela escassez de precipitação neste ano. Segundo Lira et al (2006), o ano de 1993 pode ser considerado climatologicamente como um ano extremamente seco, com desvio negativo que chegou até ao valor de -48% em alguns municípios do estado de Pernambuco. Essa escassez de precipitação fez com que a vegetação da bacia diminuísse de forma considerável devido ao estresse hídrico sofrido. Essa diminuição do índice de cobertura vegetal é facilmente visualizada no Índice de Área Foliar (IAF) do ano de 1993, Figura 3. Figura 3. Mapa de uso e cobertura do solo da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. Adaptado de CPRM, 2004. 2869

O IAF é a variável mais significativa para a medida da estrutura da vegetação para grandes áreas, definindo as trocas de energia com a biomassa (Running e Coughlan, 1988). Figura 4. Mapa do Índice de Área Foliar da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. Por apresentarem uma maior biomassa às áreas com vegetação de porte Arbustiva Fechada, Arbórea Fechada e Mata Ciliar e conseguiram manter as suas folhas no ano de 1993, com índices variando, respectivamente, 0 0,244 e 0,832 3,560. Figura 5. Mapa de Albedo da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó. 2870

No mapa de albedo (Figura 5) pode-se verificar que as áreas com valores variando entre 0,10 e 0,20 são áreas com uma maior presença de vegetação. A presença da vegetação faz com o índice de albedo sofra uma redução em seus valores. Já as áreas com atividades antrópicas variaram de 0,20 a 025. No ano de 1993, devido a menor precipitação registrada, as áreas que apresentaram solo exposto variaram de 0,30 a 0,45. Oke (1987) afirmou que áreas com solos nus e claros apresentavam valor de albedo de 0,40, o que pode ser verificado na área de estudo. Áreas que apresentaram valores de albedo superiores a 0,45 podem ser classificadas como áreas de solo exposto que antes do período seco apresentavam corpos hídricos em sua superfície. Com isto foi possível verificar que ouve uma diminuição da presença de áreas classificadas como solo exposto para os anos analisados. 4. Conclusão Na bacia hidrográfica do Rio Moxotó o SAVI e o Albedo obtiveram boas respostas para os alvos analisados. Ambos os índices demonstraram uma diminuição nas áreas classificadas como solo exposto no período das imagens analisadas. A maior presença de vegetação na bacia hidrográfica do Rio Moxotó fez com que o índice de albedo sofresse uma diminuição de seus valores. Agradecimentos Ao Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Ao grupo Observatório das Cidades do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE. Referências Accioly, L. J.; Pacheco, A.; Costa, T. C. C.; Lopes, O. F.; Oliveira, M. A. J. Relações empíricas entre a estrutura da vegetação e dados do sensor TM/Landsat. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.6, n.3, p.492-498, 2002. Allen, R.; Bastiaanssen, W.; Waters, R.; Tasumi, M.; Trezza, R. Surface energy balance algorithms for land (SEBAL), Idaho implementation Advanced training and users manual, v. 1.0, 2002. 97p. Bastiaanssen, W. G. M. SEBAL based sensible and latent heat fluxes in the irrigated Gediz Basin, Turkey. Journal of Hydrology, v.229, p.87-100, 2000. Batista, G. T.; Almeida, S. E. Índice de vegetação versus precipitação na Amazônia. Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Santos- SP. Setembro, 1998. Anais. São José dos Campos, INPE, (CD-ROM). Boegh, E.; Soegaard, H.; Thomsen, A. Evaluating evapotranspiration rates and surface conditions using Landsat TM to estimate atmospheric resistance and surface resistance. Remote Sensing of Environment, v.79, n.1, p.329-343, 2002. CPRM. Base de Dados Geoambientais da Bacia Hidrográfica do Rio Moxotó PE. Programa Hidrogeologia do Brasil, v. 1.1, 2004. Huete, A. R. Adjusting vegetation indices for soil influences. International Agrophysics, v.4, n.4, p.367-376, 1988. Lira, V. M.; Oliveira, F. M.; Dantas, R. T.; Souza, W. M. Alterações da precipitação em municípios do estado de Pernambuco. Engenharia Ambiental Espírito Santos do Pinhal, v. 3, n. 1, p. 052 061, jan/jun 2006. Markham, B. L.; Barker, L. L. Thematic mapper bandpass solar exoatmospherical irradiances. International Journal of Remote Sensing, v.8, n.3, p.517-523, 1987. 2871

Moreira, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e metodologias de aplicação. 2 ed.viçosa: UFV, 2003. 307 p. Oke, T. R. Boundary Layer Climates. Methuen, New York and London, 2ª Edition. p. 435, 1987. Pernambuco. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Diretoria de Recursos Hídricos. Plano Estadual de Recursos Hídricos. Recife, 1999. 1v. Robinove, C. J.; Chavez, P. S.; Gehring, D.; Holmgren, R. Arid Land Monitoring Using Landsat Albedo difference Images. Remote Senssing of Environment. v. 11, p. 133-156. 1981. Running, S. W.; Coughlan, J. C. A general model of forest ecosystem processes for regional applications, I hidrological balance, canopy gas exchange and primary production processes. Ecological Modelling, 42:125-154, 1988. Silva, B. B.; Lopes, G. M.; Azevedo, P. V. Balanço de radiação em áreas irrigadas utilizando imagens Landsat 5 TM. Revista Brasileira de Meteorologia, v.20, n.2, p.243-252, 2005. Zarco-Tejada, P. J.; Rueda, C. A.; Ustin, S. L. Water content estimation in vegetation with MODIS reflectance data and model inversion methods. Remoting Sensing of Environment, v. 85, p. 109-124, 2003. 2872