GUIA DE ESTUDOS. Assembleia Geral Reconhecimento da Palestina (2012) Saulo Pinheiro Thiago Castro. Yasmim Abrahão

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Transcrição:

GUIA DE ESTUDOS Assembleia Geral Reconhecimento da Palestina (2012) Saulo Pinheiro Thiago Castro 1 Yasmim Abrahão

Sumário 2 Carta da Mesa ao delegado 3 ONU: História e estrutura 3 Histórico e funções da Assembleia Geral 4 Informações básicas da Palestina 5 Informações básicas de Israel 7 A história do conflito 11 Posições dos países participante do comitê 1

Carta da Mesa ao delegado Senhor delegado, O presente guia tem o principal objetivo de instruí-lo sobre o assunto que será tratado neste comitê. Encontrará, de forma explicativa, as fases importantes de cada período do conflito. Lembre-se de que o guia não deverá ser o limite de estudo, mas sim seu início. Procure a todo momento enriquecer seu conhecimento com fontes diversas que o levarão a melhor compreensão do conteúdo, lembrando de verificar a veracidade das mesmas. A Assembleia Geral é um dos mais importantes comitês da ONU, mas isso não motivo para inibir ninguém. Acreditamos arduamente em sua capacidade acadêmica, oral e diplomática. A organização está disposta a ajudálo no que for preciso e possível, entre em contato conosco. Caso deseje sugestões de mais materiais de preparação basta nos procurar ou entrar no site www.sinucanchieta.wordpress.com O senhor está sendo convidado a participar de um a experiência única em sua vida. Para isso, estaremos à disposição. Ao senhor diplomata, bons estudos! Sinceramente, Saulo Pinheiro Thiago Castro Yasmim Abrahão 2

ONU: História e estrutura Fundada em 24 de outubro de 1945 após a Segunda Guerra Mundial, a Organizacão das Nações Unidas (ONU) tem como objetivo principal garantir a paz mundial e a cooperação entre países, substituindo assim, a Liga das Nações criada na Primeira Guerra Mundial. A ONU carreta uma estrutura de 192 Estados soberanos e diversos organismos autônomos e seis órgãos principais responsáveis pela atuação em áreas especificas. Saúde, saneamento básico, desigualdade social, guerra civis, aviação entre muitos outros são temas tratados pelas Nações Unidas. Seriam esses órgãos: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, a Corte Internacional de Justiça e o Secretariado. Dentre os exemplos de organismos autônomos destacam-se: o FMI (Fundo Monetário Internacional), a OIT( Organização Internacional do Trabalho), a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciências e Cultura), a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e o BIRD ( Banco Internacional do Desenvolvimento). Histórico e funções da Assembleia Geral A Assembleia Geral das Nações Unidas foi fundada concomitantemente à Organização das Nações Unidas, em 1945, sob os preceitos da Carta de São Francisco. Corresponde ao maior órgão deliberativo da Organização, no qual todos os países membros possuem uma representação e direito equivalente de voto. Segundo a Carta das Nações Unidas, é dever da Assembleia Geral tomar medidas que visem a manutenção da paz internacional, assim como debater questões de cunho político, social e econômico considerados relevantes no contexto internacional. Vale ressaltar que a Assembleia Geral não está autorizada a deliberar sobre um caso se o mesmo já estiver sendo analisado pelo Conselho de Segurança. No exercício de suas funções, um instrumento muito utilizado pela Assembleia é o envio relatórios de viés recomendatório a outros órgãos, tendo em vista suas competências, assim como é possível aos mais diversos órgãos das Nações Unidas enviar documentos à Assembleia. Dessa forma, pode-se também manter a comunidade internacional informada dos acontecimentos relacionados à ONU. A Assembleia Geral pode realizar debates acerca de pontos da Carta das Nações Unidas que estejam causando divergência entre os membros de algum órgão e mudar tais regras, caso seja necessário. Dar seu parecer ao Secretariado sobre determinado assunto, segundo indicações do Conselho de Segurança, e votar a entrada de novos países às Nações Unidas, assim como eleger os membros não permanentes do Conselho de Segurança e de outros órgãos cuja rotatividade de participação fora especificada anteriormente, também são medidas cabíveis à Assembleia Geral (UNITED NATIONS GENERAL ASSEMBLY, 2017). 3

Informações básicas da Palestina DADOS GERAIS: Área: 6.220 km² Capital: Jerusalém Oriental (reivindicada) e Ramallah (de fato). População: 4,3 milhões de habitantes (estimativa 2014) Nome Oficial: Estado da Palestina Nacionalidade: palestino Governo: Democracia Parlamentarista (de jure) / República semipresidencialista (de fato). Divisão administrativa: 16 províncias GEOGRAFIA: Localização: Oriente Médio Cidades Principais: Cidade de Gaza, Jerusalém Oriental, Ramallah, Hebron e Nablus. Clima: mediterrânico Densidade demográfica: 691,3 habitantes/km2 (ano de 2014) DADOS CULTURAIS E SOCIAIS: Composição da População: maioria composta por árabes. Idioma: árabe (oficial) Religião: islamismo (93%), cristianismo (6%), outros (1%). IDH: 0,677 (índice de desenvolvimento humano médio) - Pnud 2014 Índice de Gini: 35.5 (médio) ECONOMIA: 4

PIB (Produto Interno Bruto): US$ 12,7 bilhões (ano de 2014) PIB per Capita: US$ 2.965 (ano de 2014) Força de trabalho: 2 milhões de trabalhadores (estimativa 2014) Moeda: Novo Shekel Israelense e Dinar Jordano RELAÇÕES EXTERIORES: Organizações que participa: Liga Árabe Informações básicas de Israel DADOS PRINCIPAIS: Área: 20.700 km² Capital: Jerusálem População: 7,9 milhões de habitantes (estimativa 2016) Moeda: Novo Shekel israelense Nome Oficial: Estado de Israel Nacionalidade: israelense Data Nacional: 14 de maio - Dia da Independência Governo: República Parlamentarista Primeiro-ministro: Benjamin Netanyahu (desde 31 de março de 2009) GEOGRAFIA: Localização: Oeste da Ásia (Oriente Médio) Cidade Principais: Jerusalém,Tel Aviv, Haifa, Rishon Leziyyon e Holon. Densidade Demográfica: 381,64 hab./km2 (ano de 2016) 5

Fuso Horário: + 5h Clima: Mediterrâneo DADOS CULTURAIS E SOCIAIS: Composição da População: israelenses nativos de origem europeia 41%, europeus, africanos, americanos e médioorientais 40% e árabes 19%. Expectativa de vida: 81 anos (ano de 2014) Índice de Mortalidade Infantil: 4,5 por mil nascimentos (estimativa 2015) Índice de Alfabetização: 97,8% (ano de 2014) Idioma: hebraico e árabe (oficiais) Religião: judaísmo 80,5%, islamismo 14,7%, cristianismo 3,2% e drusos 1,6%. IDH: 0,894 (Pnud 2014) - desenvolvimento humano muito alto Gini: 38,6 (ano de 2005) Taxa de crescimento demográfico: 1,3% (média anual entre 2010 e 2015). ECONOMIA: Produtos Agrícolas: batata,, trigo, maçã, tomate, frutas cítricas e melão. Pecuária: bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves. Mineração: bromita, magnésio e sais de potássio. Indústria: alimentícia, bebidas, tabaco, máquinas, química, petroquímica, tecnologia, metalúrgica, equipamentos de transporte, equipamentos médico-hospitalares e jóias. PIB (nominal): US$ 296,07 bilhões (ano de 2015) Renda per capita: US$ 35.344 (ano de 2015 6

A história do conflito > Contexto e início do conflito (diáspora judaica) Quando, em 70 d.c., os romanos destruíram a sagrada cidade palestina de Jerusalém, iniciou-se um processo de dispersão de judeus para todo o mundo a chamada diáspora judaica, o que levou à criação de diversas comunidade judaicas pelo mundo (as chamadas judiarias), especialmente na Europa. A partir do século XV, entretanto, disseminou-se o antissemitismo nos reinados europeus, o que levou à expulsão geral dos judeus ou a sua Conversão Geral, obrigando-os a se converter em cristãos-novos ou marranos e se integrarem nos territórios por eles ocupados. Nessa mesma época, iniciou-se a perseguição aos judeus pelos tribunais europeus de inquisição, mediante buscas ou denúncias de práticas de rituais judaicos na clandestinidade (através de hábitos como, por exemplo, o da não ingestão de carne suína, da compra de alimentos embutidos para simples exposição e não ingestão, e dos ritos de preparação dos alimentos). Com o fim do Império Romano, a região da Palestina passou a integrar diversos impérios ao longo do tempo, até, na Idade Média, passar a ser alvo de investidas católicas, nos episódios conhecidos como Cruzadas, em movimentações que perduraram ao longo de quase um século. A partir do século XVI, após a tomada de Constantinopla pelos otomanos, o Oriente Médio passou a integrar o Império Otomano, com a Palestina sendo composta, majoritariamente, por cidadãos de origem árabe, porém, com presença de população judia Os conflitos entre Israel e Palestina nasceram em tempos remotos, pois se enraízam nos ancestrais confrontos entre árabes e israelenses. Mas os embates entre estes povos, que detêm a mesma origem étnica, recrudesceram no final do século XIX, quando o povo judeu, cansado do exílio, passou a expressar o desejo de retornar para sua antiga pátria, então habitada em grande parte pelos palestinos, embora sob o domínio dos otomanos. > Principal conflito O principal confronto entre palestinos e israelitas se dá em torno da soberania e do poder sobre terras que envolvem complexas e antigas questões históricas, religiosas e culturais. Tanto árabes quanto judeus reivindicam a posse de territórios nos quais se encontram seus monumentos mais sagrados. A ONU ofereceu aos dois lados a possibilidade de dividir a região entre palestinos e israelenses; estes deteriam 55% da área, 60% composta pelo deserto do Neguev. A Palestina resistiu e se recusou a aceitar a presença de um povo não árabe neste território. > Sionismo O ideal judaico de retorno á terra natal de seus antepassados é conhecido como Sionismo. Em 1896, o escritor judeu húngaro Theodor Herzl lançou, em seu livro O Estado Judeu, as bases de um movimento político-religioso que defendia a criação de um Estado nacional para os judeus. No 1º Congresso Mundial Sionista, realizado na 7

Basileia, Suíça, em 1897, foi aprovado um programa de compra de terras com essa finalidade, embasado nos processos de unificação da Itália e da Alemanha. O movimento optou pela aquisição de terras na Palestina, região historicamente ligada as tradições judaicas. Inspirados por esse sentimento nacionalista, milhares de judeus iniciaram imensa migração à região. O sionismo cresceu e, com o financiamento de judeus do mundo inteiro, seus integrantes compraram muitas terras na Palestina. Os palestinos, por sua vez, foram cada vez mais pressionados a deixar suas terras, pois eram agricultores pobres e não tinha como competir com os investimentos maciços do movimento sionista. Além disso, foram criadas colônias agrícolas os kibutz protegidas por soldados armados, o que provocou um clima tenso na região. O sionismo político idealizado por Herzl partia do princípio de que os judeus são um povo e não apenas uma comunidade religiosa e de que as repetidas perseguições, pressões e desvantagens sofridas por esse povo poderiam ser evitadas com a fundação de um Estado judeu. > Embate sobre o Estado de Israel e o Projeto Uganda A localização desse Estado era ainda considerada de segunda ordem: cogitava-se a hipótese de enviar os judeus à Argentina, ou o chamado Projeto Uganda, que previa a fundação de um Estado judeu no território da Uganda, então administrado pelo Reino Unido. Entretanto, a Palestina sempre voltava ao centro da discussão: a terra originária dos judeus, onde os representantes da comunidade judaica começaram a comprar terras e a estabelecer-se, a partir do fim do século 19. Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, os judeus formavam apenas 15% da população da Palestina, na época de 690 mil habitantes. Destes, 535 mil eram muçulmanos, 70 mil cristãos e 85 mil de origem judaica. Em 1917, o Reino Unido por meio da Declaração Balfour manifestou seu apoio à criação de um lar nacional para os judeus, motivando conflitos cada vez mais intensos. A carta do chanceler Balfour refletia, porém, muito mais os interesses geopolíticos de Londres na região do que um apoio sem reservas do Reino Unido ao movimento sionista. A Primeira Guerra Mundial tinha eclodido, e a Inglaterra contava com o apoio dos judeus tanto dos que viviam na Palestina, quanto dos que estavam espalhados por outros países do mundo na luta contra o Império Otomano. Por isso, Londres prometeu algo que não estava em condições de realizar: uma pátria para os judeus numa região que ainda não estava sob o seu controle. A responsabilidade sobre o território palestino foi transferida para o Reino Unido somente no dia 24 de julho de 1922, sob a forma de um mandato da Liga das Nações. Na década de 1910, sobreveio a Primeira Guerra Mundial, que pôs em xeque toda a geopolítica mundial, inclusive a da região do Oriente Médio. O Império Otomano, que antes garantia a unidade das nações muçulmanas, fragilizou-se durante a guerra e fragmentou-se ao seu término, sendo extinto em 1924. Muitas das nações outrora submetidas à autoridade otomana conquistaram sua independência política, como a Turquia. Outras, como a Palestina, por não constituírem uma unidade política definida e, evidentemente, pela então presença massiva de judeus no mesmo território, não puderam formar imediatamente um Estado. Coube a um dos países vencedores da guerra, a Grã-Bretanha, administrar a região da Palestina após a guerra. 8

Os ingleses, que controlavam a região, alertaram a Coroa britânica sobre os conflitos latentes. Para os judeus, aquelas terras lhes pertenciam desde a Antiguidade; já os palestinos defendiam seu diretito de permanecer na região com o argumento de que habitavam o local desde tempos remotos. > Segunda guerra mundial, perseguição e a fundação do Estado de Israel Durante a 2ª Guerra Mundial, a política nazista de purificação racial perseguiu e massacrou os judeus. Esse holocausto sem precedentes somado ao acirramento dos conflitos entre árabes e judeus fortaleceu a luta pela formação de um lar nacional para os judeus. Com a Segunda Guerra Mundial e as atrocidades cometidas por Adolf Hitler e o regime nazista na Europa, ficou clara a necessidade de atribuir à comunidade judaica um território próprio. Após a Conferência de São Francisco, foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU). Diante de dificuldades de resolver os conflitos de interesses entre as comunidades árabe e judaica na Palestina, os britânicos transferiram as a questão para a ONU. Em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) votou pela partição do território da Palestina em duas partes (plano de partilha): uma a ser controlada pelos árabes palestinos, e uma a ser controlada por judeus sionistas. Sendo uma cidade sagrada para ambas às religiões (e pelo catolicismo também), a sugestão era de que Jerusalém fosse declarada enclave internacional sobre regência da própria ONU. Com a saída dos ingleses das terras ocupadas, a situação se complicou, pois os judeus anunciaram a criação do Estado de Israel. Foi então fundado em 1948 o Estado de Israel, enfrentando a oposição bélica de cinco Estados Árabes vizinhos: Egito, Síria, Iraque, Transjordânia (atual Jordânia) e Líbano. > Conflitos geram conflitos (guerra de independência e crise de Suez) A vitória Israelense, nesse conflito, permitiu ao novo Estado anexar parte das terras que deveriam ser do Estado árabe,passando então a controlar 78% do território da Palestina. As regiões de Faixa de Gaza e da Cisjordânia (inclusive a metade oriental de Jerusalém) que representavam os 22% restantes foram ocupadas, respectivamente, pelo Egito e pela Jordânia. Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe foi reduzido pela metade. Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses. Parte dos árabes palestinos (cerca de um milhão) refugiou-se em territórios dos países árabes vizinhos, e uma minoria (cerca de 30 mil) permaneceu no interior do Estado de Israel, onde gozavam de direitos civis e políticos 9

restritos. A luta pela recuperação dos territórios ocupados por Israel e pela criação de um Estado soberano deu início à chamada Questão Palestina. O ano de 1948 não seria então o último de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre Israel, França e Grã-Bretanha. Este conflito ficou conhecido como Guerra de Suez, classificada por muitos como a 2ª Guerra Árabe-Israelense. Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias ou a 3ª Guerra Árabe-Israelense. Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiu. Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur ou a 4ª Guerra Árabe-Israelense colocou Egito e Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967. Segundo dados divulgados pela ONU, em 1993 os palestinos eram pouco mais de 6 milhões no total, e destes cerca de 50% eram considerados refugiados políticos. Nos territórios ocupados por Israel desde 1967 (Cisjordânia e Faixa de Gaza) eles são aproximadamente 2 milhões. Das reiteradas resoluções da ONU pela restituição desses territórios, resultou apenas a devolução da Península do Sinai do Egito, acertada nos Acordos de Camp David, de 1979. Intermináveis negociações entre sírios e israelenses não chegam a um consenso sobre a questão das colinas do Golã. A Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, por sua vez, continuam intensificando o complexo problema geopolítico conhecido como Questão Palestina. > Atualmente Os conflitos entre Israel e a Faixa de Gaza se intensificaram em junho e julho de 2014. Os dois territórios apresentam instabilidade política há anos, ou seja, existe todo um processo histórico conturbado e, com a passar do tempo, as divergências no Oriente Médio vem provocando inúmeros confrontos, resultando em morte e destruição. Com a força militar do exército de Israel, o número de mortos palestinos é bem maior do que o de israelenses. Outro motivo para ira palestina se dá pelo fato de Israel ter detido inúmeros militantes do Hamas em sua busca aos adolescentes sequestrados. Com cerca de 2 milhões de habitantes em aproximadamente 365 quilômetros quadrados, a Faixa de Gaza é um lugar de altíssima densidade demográfica, ou seja, é extremamente concentrado e povoado. Intensifica, com isso, a possibilidade de maior número de mortos com os bombardeios. 10

Posições dos países participantes do comitê Israel Sendo um dos participantes do conflito, o Estado de Israel foi criado em 1948 pela Organização das Nações Unidas no contexto pós Segunda Guerra Mundial e com o Holocausto, aumentando a pressão internacional para a criação do Estado judeu. Originalmente Jerusalém seria uma cidade internacional controlada pela ONU para evitar conflitos. Porém, a Liga Árabe rejeitou a proposta esperando um reajuste na mesma, o que não aconteceu. Após a criação do Estado de Israel, a palestina fez uma intervenção armada contra Israel. Derrotada após a guerra, a Palestina teve seu território reduzido pela metade do proposto originalmente. Em 1967 houve a Guerra dos Seis Dias, em Israel saiu vitorioso e ocupando novos territórios, entre elas: Faixa de Gaza; Jerusalém Oriental; Cisjordânia; Península do Sinai e as Colinas de Golã. Desde então a palestina não tem um estado fixo. O principal aliado de Israel é os Estados Unidos da América, com quem possuí uma forte aliança militar. O conflito de 2014 começou em 12 de junho, após o sequestro e assassinato de três israelenses. Desde então, mais de 2 mil palestinos foram mortos, entre eles civis. Os fortes ataques por Israel são justificados para se garantir a paz contra o grupo palestino Hamas. Estados Unidos da América Em 1948 foi criada uma relação de Israel com os Estados Unidos a partir do apoio americano na estruturação de um Estado judeu. Esta relação entre os dois países faz com que tente-se um equilíbrio nos interesses dos Estados Unidos na região do Oriente Médio. Os Estados Unidos para Israel é um dos maior poderosos aliados que se pode ter, pois são também o maior parceiro comercial de Israel, além disso o suporte financeiro que os americanos dão para o militarismo de Israel é muito forte. Canadá Canadá Em 1947 houve uma aproximação nas relações do Canadá com Israel. Neste contexto o Canadá foi um dos 33 países que ficaram a favor da resolução de 1947, que levou a criação do Estado de Israel, assim começou uma relação de compartilhamento de valores democráticos, respeito e compreensão entre os dois países. Nauru e Palau Esses territórios, localizados perto da Austrália, estão sofrendo com a massa de imigrantes que são transferidas do país australiano para essas ilhas. Todas elas votaram contra o status de reconhecer Israel como Estado. 11

Japão O Japão apoia a criação de um estado palestino e acredita que o conflito Israel-Palestina deve ser resolvido apenas por negociações com base nas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Japão afirma que não reconhece ações unilaterais e que a ocupação de Israel em Jerusalém Oriental não tem o apoio do Japão. Japão acredita que a solução são as fronteiras definidas em 1967. Além disso, Japão tem contribuído financeiramente para a assistência aos palestinos. Palestina A Palestina tem sofrido fortes ataques de Israel, onde a força militar israelense é desproporcionalmente maior que a força militar da Palestina. Isso acontece devido ao apoio dos Estados Unidos da América à Israel. Desde a ocupação dos palestinos na Faixa de Gaza, em 2005, as tensões entre israelenses e palestinos cresceram. O controle israelense na Faixa de Gaza tem sido considerado exagerado, pois Israel bloqueou as passagens de terra e mar na Faixa de Gaza. Desde o começo dos bombardeios, a morte de civis palestinos é inevitavelmente maior que a de israelenses. Tais mortes tem causado grande repercussão internacionalmente e consequentemente o apoio à Palestina aumentou, especialmente de países árabes. Porém alguns países do ocidente consideram o grupo Hamas como um grupo terrorista, então a opinião pública internacional está bem dividida. Líbano O Líbano possui uma relação conturbada com Israel desde a Guerra do Líbano de 2006, que resultou na morte de 1.200 libaneses contra cerca de 150 israelenses. O Primeiro Ministro do Líbano Fouad Siniora declarou que o país será o último país árabe a assinar acordos de paz com Israel. Em suas palavras: O Líbano será o último país árabe a assinar o acordo de paz com Israel depois de 300 milhões de cidadãos árabes já terem assinado. Não haverá mais acordo com Israel antes de haver um acordo de paz que é justo e duradouro. Jordânia Israel e Jordânia possuem uma relação diplomática desde 1994, após seu acordo de paz. Porém, a Jordânia tem recusado a proposta de Israel de unificar a Cisjordânia com a Jordânia. Nas palavras do Rei Abdullah II: Jordan is Jordan and Palestine is Palestine. Além disso, a população jordaniana tem feito protestos nos últimos meses clamando o fim das relações diplomáticas com Israel após os ataques aos palestinos, apesar de atualmente possuírem acordos de paz e cooperações bilaterais em energia e água. Sendo fronteira de Israel, a Jordânia tem abrigado cerca de 2 milhões de palestinos refugiados. Iraque O Iraque tem uma relação conturbada com o Estado de Israel desde a sua criação em 1948, em que lutou com outros países para recuperar o território perdido definido pela Organização das Nações Unidas. Em 2012, o Primeiro Ministro do Iraque Nuri al-maliki declarou que não descrimina nenhum país porém rejeita qualquer tipo de aliança com Israel81. Sendo assim, Iraque tem condenado os ataques de Israel em Gaza 12

Iêmen O Iêmen é considerado o país árabe mais pobre, onde água e petróleo são escassos. Sua relação com Israel é muito conturbada, não envolvendo nenhuma afinidade ou aliança política e econômica. Em 2008 na capital de Iêmen, Sanaa, parte da população marchou em protesto à exterminação de palestinos, onde eles chamaram o ato de silêncio árabe. No mesmo ano o presidente do Iêmen Ali Abdullah Saleh condenou os ataques de Israel contra palestinos como agressões barbáricas. Irã Atualmente o Irã não possui nenhuma relação com diplomática com Israel, apesar de no passado ter sido o primeiro país muçulmano a reconhecer Israel. O presidente iraniano Hassan Rouhani declarou que a nação iraniana apoia a corajosa resistência de palestinos e às pessoas de Gaza e que os palestinos saíram com vitória do conflito. Rouhani também declarou que sempre apoiará nações oprimidas, incluindo palestinos, iraquianos e sírios. Índia A Índia tem uma política pró-palestina desde 1947, porém após o fim da Guerra Fria, Israel e Índia estabelecem relações diplomáticas desde 1992. Israel é o maior fornecedor de armas da Índia assim como a Índia é o maior mercado de armamento de Israel. Contudo, a Índia tem se mantido imparcial em relação ao conflito e desde o começo dos bombardeamentos o governo da Índia lançou apenas um comunicado, onde pede que ambos os lados evitem tomar ações que possam prejudicar a segurança da região. Em 2014 houve protestos por parte da população a favor aos palestinos. Segundo Kavita Krishnan, a secretária do All India Progressive Women s Association, a causa palestina não é apenas sobre as pessoas da Palestina, mas também sobre o espírito que compartilha com a Índia sua similar história anticolonial, bem como tem sido um líder no terceiro mundo. China Israel e China possuem um bom relacionamento diplomático desde 1992. Com a avançada tecnologia militar de Israel, China fortaleceu suas relações. Ambos os países possuem acordos bilaterais em acordos econômicos e em troca militar. No governo de MaoTse-tung, a China tomou o lado da Palestina, porém após o fortalecimento das relações entre China e Israel, ela tornou-se neutra. Apesar da China tentar manter uma relação diplomática balanceada entre Israel e Palestina, ela vem recebendo ameaças de grupos extremistas e terroristas. A opinião publica na China esta dividida, os que são a favor da palestina quer dar uma cobertura maior para o desastre em Gaza, já os que são a favor de Israel argumenta que as ameaças sofridas pela China são causada pelo grupo terrorista Hamas e que elas tem uma parceria com as células terroristas chinesas. Caso a China tome posição a favor de Israel, isso pode interferir negativamente nos interesses econômicos e políticos com países muçulmanos. Emirados Árabes Unidos Os Emirados Árabes Unidos não possuem nenhum tipo de relação diplomática ou econômica com Israel. Ela condena totalmente o bombardeamento de Israel em gaza causando milhares de mortes de civis e suas demais práticas violentas contra palestinos. O país afirma que os ataques são uma clara afirmação da recusa de tentativa 13

de paz entre israelenses e palestinos. Os Emirados Árabes Unidos tem cooperado com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNWRA) e assinou um acordo em que contribui com US $ 41 milhões para a reconstrustrução de Gaza Reino Unido Desde a criação do Estado de Israel, as relações entre as partes são fortes e caracterizadas pelo respeito mútuo. Apesar disto, ao longo de sua história também houve episódios de tensão entre ambos, porém nada que viesse a danificar de modo duradouro o bom andamento dos diálogos e a cooperação entre ambos. Quanto à Palestina, em 2011 o Reino Unido afirmou ter disposição para reconhecer a Palestina como membro observador nas Nações Unidas. Em 2014, o governo escocês pressionou as autoridades do Reino Unido a reconhecer o Estado da Palestina. Arábia Saudita A Arábia Saudita declara apoio total aos palestinos desde o começo do conflito. Ela deplora e condena totalmente os atos de Israel. A Arábia Saudita enfatiza que seus atos para a busca da paz é baseada no Direito Internacional e nas resoluções das Nações Unidas. Seu objetivo é a autodeterminação dos palestinos e a retirada dos israelenses em territórios árabes. Além disso, a Arábia Saudita é um dos maiores contribuintes financeiros à autoridade palestina. A posição da Arábia Saudita pode ser resumida na famosa frase do rei Abdul-Aziz : The sons of Palestine are like my sons - and so, spare no effort to help them liberate their land. França As relações entre França e Israel se iniciaram logo quando se deu a criação do Estado israelense. Ao longo deste período, a postura de ambas as partes se mantém focada em preservar relações de respeito e cooperação, principalmente nos âmbitos econômico, político e militar. Quanto à Palestina, a França considera a autoridade palestina como a personificação do Estado palestino, e, portanto, deve ter o apoio dado a Estados plenipotenciários. As relações entre as partes são consideradas pelo governo francês como normais e frutíferas Turquia A Turquia foi o primeiro país de maioria muçulmana a reconhecer o Estado de Israel, o que ocorreu em 1949. Apesar disto, o apoio turco ao reconhecimento do Estado palestino sempre foi foco de discórdia entre os dois países. Alemanha Alemanha e Israel, apesar da demora e resistência por parte do governo israelense em estabelecer relações diplomáticas com os alemães, mantém hoje uma relação especial baseada em crenças comuns, valores ocidentais e uma combinação de perspectivas históricas comuns. A Alemanha apresentou voto contrário ao reconhecimento da Palestina como membro observador na Assembleia Geral das Nações Unidas, não reconhecendo a autoridade palestina e evitando até mesmo empreendimentos que possam passar por áreas delimitadas do território palestino. 14

Rússia As relações entre Rússia e Israel têm seu início datado da época da criação do Estado de Israel, contando com voto favorável da União Soviética. Em 1967, o bloco soviético cortou relações diplomáticas com Israel em face aos acontecimentos da Guerra dos Seis Dias. Após a dissolução da União Soviética em 1991, as relações entre Rússia e Israel foram estabelecidas, apesar de, ao longo dos anos seguintes, o governo russo ter sido reconhecido por fornecer armas a países inimigos de Israel, como a Síria. A Rússia tem demonstrado apoio ao reconhecimento palestino, tendo em julho de 2014 emitido comunicado oficial pedindo negociações para um cessar- -fogo relativo ao conflito ocorrido à época Armênia Israel e Armênia mantêm relações diplomáticas desde o fim da União Soviética em 1992, que levou à independência armênia. Apesar das relações serem pacíficas e cordiais, o único foco de desacordos entre ambos é o reconhecimento por parte de Israel do genocídio armênio na década de 1940 o que, de acordo com a comunidade armênia em Israel, seria por medo de prejudicar as relações do governo israelense com a Turquia. A Armênia não reconhece o Estado palestino e não mantém relações com a autoridade palestina. Ruanda As relações entre Ruanda e Israel foram estabelecidas primeiramente no contexto da independência do país africano, sendo rompidas pelo governo de Ruanda com o início da Guerra do Yom Kippur. Atualmente, as relações entre ambos se caracteriza pelo respeito mútuo e pelo reconhecimento de questões que os aproximam, como paralelos entre o holocausto e o genocídio em Ruanda na década de 1990. Em 2012, Ruanda foi um dos cinco países africanos que se absteve da votação que garantiu à Palestina o status de membro observador. Egito As relações entre Egito e Israel sempre foram tema de controvérsia, com episódios conturbados como a Crise do Canal de Suez e a Guerra do Yom Kippur. Após a revolução ocorrida no Egito no contexto da Primavera Árabe, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu se manteve otimista que os futuros governantes egípcios manteriam os acordos de paz entre os países, o que foi confirmado pela junta militar que assumiu o poder no Egito em 2011. Em relação à Palestina, as relações bilaterais se iniciaram em 1952, contando com o apoio à existência de um Estado palestino e tentativas de mediação por parte do Egito entre Israel e o grupo Hamas. Em relação ao conflito de junho de 2014, o governo egípcio emitiu uma nota expressando preocupação com a situação. O grupo Hamas afirmou dias depois o compromisso egípcio em intermediar uma trégua entre as partes. 15

Marrocos As relações entre Marrocos e Israel se iniciaram de modo conturbado, com forças marroquinas atuando em uma coalisão árabe contra Israel na Guerra do Yom Kippur. Porém, seguinte a isto, as relações foram marcadas por cordialidade e respeito entre as partes. Apenas em 2000 foram fechados os postos diplomáticos destes países em virtude da discordância acerca da Segunda Intifada. Líbia Em 2011, no contexto da morte do antigo líder líbio Muamar Gadafi, o Comitê de Transição Nacional líbio manifestou o desejo de contar com o apoio da comunidade internacional para seu reconhecimento como autoridade representante do Estado na Assembleia Geral das Nações Unidas. Brasil O Brasil realizou, em 1947, a Presidência da Assembleia Geral das Nações Unidas, que dividiu a região da Palestina. Menos de um ano após a Declaração de Independência de Israel, o Brasil também foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel, em 7 de fevereiro de 1949. O Brasil juntamente com Israel mantêm estreitos laços políticos, econômicos e militares. O Brasil é um importante comprador de armas israelenses e tecnologia militar e também o Brasil é o maior parceiro comercial de Israel na América Latina. México Desde 1950 México tem relações diplomáticas com Israel e no ano de 2000 foi feito um acordo de livre comércio entre eles. Armas também são compradas por parte do México, de Israel e dentre todos os países no continente da América, o México é o mais próximo de Israel. Síria As relações entre Síria e Israel são marcadas, principalmente, pela hostilidade existente entre ambos. Desde o surgimento destes países, nenhum deles reconhece a existência do outro, tendo ambos participado em lados distintos de conflitos militares na região, como a invasão das Colinas de Golã por Israel e a Guerra dos Seis Dias. Qatar Qatar tem dado assistência humanitária aos palestinos e ajudado na reconstrução da região. Segundo o Ministro das Relações Exteriores Khalid Bin Mohammed Al-Attiyah, Qatar tem se mantido imparcial sobre o conflito. A política externa de Qatar é focada na construção de bons relacionamentos e mediação de conflitos. Qatar apoia a criação de um Estado Palestino e que as negociações devem ser realizadas pelo diálogo. 16