CONSUMO DE PASTA EM DIFERENTES ESQUELETOS GRANULARES PARA CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO

Documentos relacionados
DOSAGEM DEFINIÇÃO. DOSAGEM é o proporcionamento. adequado e mais econômico de. materiais: cimento, água, agregados, adições e.

DOSAGEM DE CONCRETO. DOSAGEM é o proporcionamento adequado. e mais econômico dos materiais: Cimento Água Areia Britas Aditivos

Redução do custo da produção do concreto através da permuta de parte de brita por areia

ARGAMASSAS E CONCRETOS DOSAGEM ABCP

DOSAGEM DE CONCRETO COLORIDO DE ALTO DESEMPENHO CAD

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO PARA ESTRUTURAS PRÉ- MOLDADAS

APLICAÇÃO DE RESÍDUO DE CINZAS DE CARVÃO MINERAL APLICADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETOS E ARGAMASSAS

Professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões em Santo Ângelo/RS

INFLUENCIA DO USO DE CINZA DE BIOMASSA DA CANA-DE-AÇÚCAR NO COMPORTAMENTO CONCRETOS AUTO-ADENSÁVEIS

Capítulo 6 Conclusões e Sugestões 113

Concreto endurecido. Concreto fresco. Como se decide qual é o concreto necessário para uma utilização especifica?

Revestimentos de Argamassa Conceitos P R O M O Ç Ã O

ESTUDO DA APLICABILIDADE DA ARGAMASSA PRODUZIDA A PARTIR DA RECICLAGEM DE RESÍDUO SÓLIDO DE SIDERURGIA EM OBRAS DE ENGENHARIA

Trabalho publicado na revista A CONSTRUÇÃO EM GOIÁS em outubro/ 2002

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. Agregados

PRODUÇÃO DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR) A PARTIR DE SEIXO DE RIO, COMO AGREGADO GRAÚDO, E A ADIÇÃO DE SÍLICA ATIVA

Estudo da influência de cargas leves nas propriedades de uma argamassa bastarda. Lisboa, 24 de Novembro 2005

Dosagem Experimental do Concreto - Método ABCP/ACI

PRODUÇÃO DE CONCRETO COM USO DE AGREGADOS RECICLADOS ORIUNDOS DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 1

Fundação Carmel itana Mário Pal mério MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II DOSAGEM MÉTODO IPT. Professor: Yuri Cardoso Mendes

Avaliação do Comportamento de Vigas de Concreto Autoadensável Reforçado com Fibras de Aço

ARGAMASSAS E CONCRETOS RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS MATERIAIS CONSTITUINTES PARA PRODUÇÃO DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZO EM CONCRETO ALTERNATIVO

ESTUDO DE DOSAGEM DE CONCRETOS COM MATERIAIS DISPONÍVEIS NA REGIÃO DE PELOTAS - RS

O uso de resíduos como finos na fabricação do concreto auto adensável. Marco Antônio de Morais Alcântara Bruno Vendramini dos Santos

Sumário. 1 Concreto como um Material Estrutural 1. 2 Cimento 8

Dosagem dos Concretos de Cimento Portland

PROPRIEDADES DO. Trabalhabilidade e Consistência CONCRETO FRESCO

EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A VF

INFUÊNCIA DOS ENDURECEDORES DE SUPERFÍCIE SOBRE A RESISTÊNCIA AO DESGASTE POR ABRASÃO

ESTUDO DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO AGREGADO GRAÚDO PELO RESÍDUO DE CAULIM GROSSO EM CONCRETOS PARA PAVIMENTO RÍGIDO

Bibliografia recomendada

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II. 2. Características tecnológicas: forma; massa específica; absorção; umidade superficial; massa unitária.

AVALIAÇÃO DO USO DE AGREGADOS PROVENIENTES DO RESÍDUO DE CORTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS NA FABRICAÇÃO DE CONCRETO ESTRUTURAL

Análise Granulométrica. Análise Granulométrica. Análise Granulométrica

AGREGADOS MIÚDOS: A Importância dos Agregados Miúdos no Controle Tecnológico do Concreto

3 Programa Experimental

CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO

ENSAIOS DE CONTROLE DOS AGREGADOS

Resíduos reciclados como componentes de argamassas

INFLUÊNCIA DO TEOR DE FIBRAS DE AÇO NA TENACIDADE DO CONCRETO CONVENCIONAL E DO CONCRETO COM AGREGADOS RECICLADOS DE ENTULHO

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO FÍSICO E MECÂNICO DE BLOCOS DE CONCRETO ECOLÓGICOS FABRICADOS COM INCORPORAÇÃO PARCIAL DE UM RESÍDUO SÓLIDO INDUSTRIAL

Pesquisa do DCEENG, vinculada ao projeto de pesquisa institucional da UNIJUÍ 2

Laboratório de Pesquisa de Materiais Estruturais - Instituto Lewis - Chicago. Boletim 4 Efeito da Finura do Cimento

Potencial de Substituição de Cimento por Finos de Quartzo em Materiais Cimentícios

ENSAIOS DE CONTROLE DOS AGREGADOS

A Influência dos Tipos de Cura na Resistência Mecânica do Concreto

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL COM ADIÇÃO DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO RESUMO

AULA 3 AGREGADOS Propriedades Físicas

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE BORRACHA DE PNEU E PÓ DE PEDRA NO CONCRETO EM SUBSTITUIÇÃO AOS AGREGADOS

ESTUDO DO CONCRETO EM SUBSTITUIÇÃO DOS AGREGADOS DE USO CONVENCIONAL PELO PÓ DE PEDRA E BORRACHA DE PNEU

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Concreto reodinâmico de elevada resistência mecânica e baixo consumo de cimento

Utilization of the ultrasonic method to evaluate the properties of high performance concrete

Palavras chave: concreto de alto desempenho, durabilidade, resíduo, resistência

Pasta e argamassa de cimento Portland para recuperação estrutural

TÍTULO: CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD) REFORÇADO DE FIBRA DE KEVLAR

Avaliação das propriedades mecânicas de argamassa colante com adição mineral (diatomita)

ESTUDO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE CONCRETO QUE CONTÉM ESCÓRIA DE COBRE NA SUBSTITUIÇÃO EM PARTE DO AGREGADO MIÚDO

ANÁLISE DA ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO DESENVOLVIDO COM RESÍDUO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E O AÇO

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DO CONCRETO EM DUAS CONDIÇÕES DE CONTORNO

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO PRODUZIDAS COM RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO GERADOS EM CANTEIRO DE OBRAS

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DO CONCRETO APÓS A ADIÇÃO DE RESÍDUOS DE VIDRO

ESTUDO DE DOSAGEM DE CONCRETOS PELO MÉTODO IPT/EPUSP

Argamassas mistas. Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira

Argamassa para reforço estrutural com adição de metacaulim

Professora Doutora da Escola de Engenharia Mauá (EEM/CEUN-IMT).

4 Desenvolvimento Experimental

USO DA BORRACHA DO PNEU INSERVÍVEL E O PÓ DE PEDRA EM SUBSTITUIÇÃO DOS AGREGADOS DE USO CONVENCIONAL NA CONFECÇÃO DE UM CONCRETO PARA FINS ESTRUTURAIS

COMPOSIÇÕES GRANULOMÉTRICAS DE ARGAMASSAS E SEUS EFEITOS NO ESTADO FRESCO E ENDURECIDO

AGREGADOS. 8. Principais propriedades físicas dos agregados:

Laboratório de Materiais de Construção Civil. Profa. Dra. Geilma Vieira AGREGADOS AGREGADOS AGREGADOS

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CONCRETOS ESPECIAIS PROF. WELLINGTON MAZER

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA REACTIVIDADE DE UMA POZOLANA

Influência da pozolânicidade da adição no comportamento da resistência à compressão do concreto autoadensável

CLASSIFICAÇÃO DA TRABALHABILIDADE

PROCESSO SELETIVO 2016 ÁREA: ENGENHARIA DE INFRAESTRUTURA. Prova Objetiva

DOSAGEM DE UM CONCRETO FLUIDO COM FIBRAS DE BORRACHA E DE POLIPROPILENO COM ADIÇÃO DE RESÍDUOS DO BENEFICIAMENTO DO MÁRMORE E GRANITO

ESTUDO ENTRE DOIS TIPOS DE AGREGADOS PARA O CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO E ANÁLISE DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE DURABILIDADE DE CONCRETOS CELULARES ESPUMOSOS DE ALTO DESEMPENHO

Agregados. Agregados: Rochas CAPÍTULO 16

TECNOLOGIA DO CONCRETO CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO

COMPORTAMENTO DO CONCRETO COM SUBSTITUIÇÃO DO AGREGADO MIÚDO CONVENCIONAL POR AGREGADO MIÚDO RECICLADO

EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A VF

AREIA DE FUNDIÇÃO E ISOLADORES DE PORCELANA COMO AGREGADOS ALTERNATIVOS EM ARGAMASSAS

22º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 06 a 10 de Novembro de 2016, Natal, RN, Brasil

CARACTERIZAÇÃO DAS AREIAS INDUSTRIAIS UTILIZADAS NA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE CIMENTO ESTUDO DE CASO

Estudo da Aderência Aço e Concreto com RCD Cinza em Substituição aos Agregados Graúdos Usuais

CONCRETO AUTOADENSÁVEL COM AGREGADOS RECICLADOS DE CONCRETO (ARC) 1

XIV ENTAC - Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - 29 a 31 Outubro Juiz de Fora

SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO MIÚDO POR PÓ DE PEDRA NA PRODUÇÃO DE CONCRETO

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE CCA NO TRAÇO DE CONCRETO PARA FABRICAÇÃO DE BLOCOS PRÉ-MOLDADOS

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DA CINZA GERADA A PARTIR DO PROCESSO DE QUEIMA DO BAGAÇO DA CANA-DE-AÇÚCAR NA PRODUÇÃO DE CONCRETO

CARACTERIZAÇÃO FISICA DA BRITA EXTRAIDA DA JAZIDA DA REGIÃO DE TRAIRÃO

CASTRO ESTUDO DIRIGIDO - ATIVIDADE DE CLASSE - DOSAGEM DE CONCRETO

ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO DE ALVENARIA COM AREIA ARTIFICIAL

AGREGADOS. Ms = k. Mh ( ms = massa seca e ma = massa de agua no agregado)

ESTUDO DA COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA NA PRODUÇÃO DE ARGAMASSA PERMEÁVEL

Transcrição:

ENTECA 2003 325 CONSUMO DE PASTA EM DIFERENTES ESQUELETOS GRANULARES PARA CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO Toralles-Carbonari, M. Berenice(1); Moreira, M.S. Elian (2); Carbonari, Gilberto (3); Betioli, M. Andrea (1) Professora Doutora, Universidade Estadual de Londrina - PR (2) Bolsista IC-UEL, Universidade Estadual de Londrina - PR (3) Professor Doutor, Universidade Estadual de Londrina - PR (4) Engenheira Civil RESUMO O concreto de alto desempenho tem como uma de suas principais características uma menor porosidade e porimetria. Tal característica resulta do maior refinamento da microestrutura obtido através de baixas relações á- gua/materiais cimentícios e uma maior compacidade do esqueleto granular. Sendo assim, foi realizado um estudo, no Laboratório da Itaipu Binacional, da influência da compacidade do esqueleto granular no consumo de pasta e nas propriedades do concreto no estado fresco (consistência) e endurecido (resistência à compressão). Os esqueletos granulares estudados foram combinações binárias de materiais encontrados na região: brita 1 e areia de Foz do Iguaçu e brita 1 e areia de Itaipu Binacional. Os resultados obtidos demonstraram que relação ótima de brita/areia que conduzia a maior compacidade foi de 58% de brita 1 e 42% de areia para as duas combinações. Sendo que a porcentagem de vazios na combinação de Foz de Iguaçu foi de 26% e de Itaipu de 21%. Porém, constatouse que os dois materiais de Foz do Iguaçu e Itaipu mesmo possuindo a mesma relação ótima brita/areia necessitaram de diferentes porcentagens de pasta para obter o melhor desempenho no estado fresco e no estado endurecido, encontrando o intervalo de 0% a 5% de pasta para os materiais de Foz do Iguaçu e de 10 a 15% de pasta para os materiais de Itaipu. Os estudos foram realizados para diferentes relações água/cimento (0,28; 0,30; 0,32). 1. INTRODUÇÃO O concreto de alto desempenho é um material que apresenta além de desempenho mecânico, um ganho no desempenho da durabilidade, esse concreto constitui um material de construção de crescente utilização para aplicação em obras civis, edificações bem como, pré-fabricação. A especificação deste tipo de concreto em relação aos concretos convencionais está relacionada ao seu desempenho mecânico e de durabilidade e, a possibilidade de reduzir o peso próprio das estruturas em função da diminuição das seções, principalmente em elementos trabalhando a compressão, TORALLES-CARBONARI (1996). Do ponto de vista do material, o elevado desempenho deste tipo de concreto é obtido através da matriz e da interface matriz/esqueleto granular que apresentam alta compacidade e resistência. Essa característica é conseqüência da baixa relação água/cimento, da incorporação de adição mineral e de aditivos superplastificantes. Aditivos esses que auxiliam na colocação em obra do material mesmo com relações água/cimento baixas.

326 ENTECA 2003 A utilização deste tipo de concreto no âmbito internacional iniciou-se no final da década de 70, atualmente já temos inúmeras obras executadas em concreto de alto de desempenho, inclusive, no Brasil. Sendo assim, o presente trabalho faz um estudo da influência do esqueleto granular no consumo de pasta do concreto de alto desempenho. Para tanto a metodologia utilizada para a produção dos concretos ensaiados é a proposta por TORALLES-CARBONARI (1996) onde a principal hipótese leva a estruturar o processo de dosagem em três etapas; relativa a pasta, ao esqueleto granular, e a combinação pasta-esqueleto granular. Em cada uma das etapas são assumidas hipóteses que fundamentam a avaliação dos parâmetros que determinam: a composição de pasta, o esqueleto granular bem como o consumo de pasta. As hipóteses estão apresentadas na tabela 1. Tabela 1: Hipóteses adotadas em cada etapa do processo de dosagem Etapas do processo Hipóteses adotadas Pasta A fluidez da pasta é quem governa as propriedades reológicas do concreto. Existe uma % ótima de aditivo superplastificante que é função do ponto de saturação determinado no ensaio do cone de Marsh. Esqueleto Granular Menor índice de vazios Consumo pasta-esqueleto Consumo ótimo em função do desempenho desejado. Desta forma, para alcançar o objetivo do trabalho foi feito um estudo da porcentagem de aditivo superplastificante necessária para atingir o ponto de saturação para cada relação água/cimento estudada e, a partir dos resultados obtidos, estas foram fixadas para os ensaios com diferentes esqueletos granulares. A porcentagem de sílica ativa foi fixada em 10% da massa de cimento. Cabe destacar, que o objetivo principal do estudo é verificar como diferentes esqueletos granulares influenciam no consumo de pasta nas propriedades tanto no estado fresco como endurecido. Os agregados que compõe os esqueletos granulares estudados foram caracterizados como sendo os agregados de Foz do Iguaçu e os de Itaipu. Os concretos foram todos executados no laboratório da Itaipu/Binacional. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Caracterização dos materiais Os materiais que foram utilizados para a produção dos concretos ensaiados são: cimento Portland do tipo II; areia de foz do Iguaçu e de Itaipu; brita de Foz do Iguaçu e de Itaipu, sílica ativa; e aditivo superplastificante. A seguir serão apresentados os resultados de caracterização dos materiais utilizados. 2.1.1 Cimento

ENTECA 2003 327 O cimento utilizado no trabalho foi CP IIF-32, sendo que as suas características físicas estão apresentadas na tabela 2. 2.1.2 Adição Mineral Tabela 2: Características físicas do cimento Ensaios Cimento CP IIF-32 Início pega 2h e 45 min Fim de pega 4h e 5 min Consistência Normal 22,4% Massa específica 3,09 kg/dm 3 Finura peneira 200 5,6% Finura peneira 325 19,275% Superfície específica 3560 cm 2 /g A adição mineral mais utilizada atualmente para a produção do concreto de alto desempenho é a sílica ativa. A sílica ativa é um subproduto do ferro silício, composto altamente poluente. A sílica utilizada no presente trabalho é a sílica ativa Silmix que apresenta as seguintes características físicas, tabela 3. Cabe destacar, que para todos os ensaios a sílica foi medida em massa e a porcentagem utilizada foi fixada em 10% relativa a massa de cimento. 2.1.3 Aditivo Químico Tabela 3: Características Físicas da Sílica Ativa Ensaios Sílica Massa Unitária 550 kg/m 3 Massa Específica 2220 kg/m 3 Superfície Específica 20.000 m 2 /kg Formato da Partícula Esférico Diâmetro da Partícula 0,20 µm Os aditivos químicos superplastificantes representam um marco na evolução da resistência do concreto, o surgimento do concreto de alto desempenho está vinculado a essa nova geração de aditivos químicos. Os aditivos químicos redutores de água proporcionam uma redução ainda maior da porosidade e do diâmetro dos poros, o que eleva a durabilidade do concreto e diretamente a elevação da resistência. (ALMEIDA, 1997). Neste estudo, foi utilizado o aditivo superplastificante de pega normal Sikament 300, as características encontram-se na tabela 4.

328 ENTECA 2003 Tabela 4: Características dos superplastificantes Características Físicas Sikament 300 Massa específica (kg/dm 3 ) 1,18 ± 0,02 Sólidos (%) 36 Como no caso da adição mineral, a porcentagem de superplastificante utilizado em todos os ensaios é relativa a massa de cimento, além disto o valor está sempre referido aos sólidos de material especificado para cada tipo de aditivo superplastificante. A dosagem do superplastificante foi fixada em função do ponto de saturação do aditivo. A tabela 5 apresenta os resultados da dosagem de superplastificante a partir do ponto de saturação considerando as diferentes relações água/cimento. Tabela 5: Dosagem do aditivo superplastificante em função do ponto de saturação Água/cimento % superplastificante 0,28 1,5 0,30 1,5 0,32 1,5 2.1.4 Agregados No concreto de alto desempenho a resistência é limitada superiormente pela resistência mecânica do agregado graúdo, desta forma é preferível que a resistência do agregado seja superior a da pasta. No entanto, essa resistência não deve ser tão elevada em virtude do módulo de deformação do a- gregado poder ser superior ao da pasta, originando concentração de tensões capazes de provocar fissuras e comprometer a ligação pasta-agregado. A dimensão máxima do agregado graúdo deve ser reduzida para evitar concentrações de tensões. Sendo assim, é recomendada pela maioria dos autores que a dimensão máxima seja a menor possível, entre 12,5 e 9,5 mm, e que não deva superar os 19 mm. Nestes sentido destacam-se as recomendações do ACI Committee 363 (1984), De Larrard y Malier (1992), e Aï tcin e Neville (1993). Também é recomendado que o agregado graúdo tenha forma angular e superfície áspera proporcionando maior aderência entre pasta e agregado. Quanto ao agregado miúdo, a granulometria tem influência direta na demanda de água. Para reduzir o efeito dos materiais finos é conveniente diminuir as quantidades que passam nas peneira de 0,3 e 0,15 mm. Esta recomendação deve-se ao fato dos concretos de alto desempenho apresentarem uma maior quantidade de finos que os concretos convencionais, sendo assim, o ACI Committee 363 (1984) recomenda a utilização de areias com módulo de finura de aproximadamente 3. No presente trabalho os agregados miúdos utilizados foram dragados de duas regiões do rio Paraná, uma próxima a Guaíra definido como material de Foz do Iguaçu, acessível na região, o outro agregado foi dragado na região em que se encontra a hidroelétrica de Itaipu, definido como material de Itaipu. Os dois agregados graúdos são de origem basáltica coletados da bacia do rio Paraná. As características dos agregados estão na tabela 6 e as curvas granulométricas são apresentadas na figura 1.

ENTECA 2003 329 Ensaios Tabela 6: Características dos agregados Foz do Iguaçu Itaipu Areia Brita Areia Brita Granulometria Dmáx (mm) 2,38 19 2,38 19 MF 2,69 6,72 1,77 6,67 Massa Específica Saturada 2,65 2,94 2,63 2,93 Superfície Seca (kg/dm 3 ) Massa específica (kg/dm 3 ) 2,62 2,91 2,61 2,89 Massa Unitária (kg/dm 3 ) 1,51 1,46 1,54 1,6 % Absorção 0,8 1,28 0,4 1,35 100 90 80 porcentagem retida 70 60 50 40 30 20 10 0 Foz do Iguaçu Itaipu 1 3/4 1/2 3/8 4 8 16 30 50 100 <100 nº da peneira Figura 1 Curvas Granulométricas 2.2 Métodos Para atingir o objetivo proposto, verificar a influência do esqueleto granular no consumo de pasta e nas propriedades do concreto de alto desempenho, a metodologia adotada foi a que segue: Primeiro foi feito o estudo da dosagem através da metodologia desenvolvida por Toralles- Carbonari (1996) onde a partir do estudo das três etapas: da pasta, do esqueleto granular e da combinação pasta-esqueleto granular define-se a dosagem ótima. Cabe destacar que foram feitas pastas com diferentes relações água/cimento (0,28; 0,30; 0,32) e que a dosagem do aditivo foi determinada através do ponto de saturação obtido para cada pasta. Fixada a dosagem ótima partiu-se para a verificação do consumo de pasta necessário para a obtenção de um concreto que apresentasse abatimento maior que 150mm, medido através do ensaio realizado com o cone de Abrams. Além dessa característica a resistência à compressão dos concretos deveria ser máxima.

330 ENTECA 2003 3. RESULTADOS E ANÁLISE 3.1 Esqueleto Granular A partir dos agregados de Foz do Iguaçu e de Itaipu foram feitas combinações binárias para verificação da compacidade, Betioli 2000. Os resultados obtidos são os apresentados nas tabelas 7 e 8 e representados nas figuras 2 e 3. Brita / areia Massa 1 Tabela 7: Compacidade brita x areia - Itaipu Massa 2 Massa 3 Massa média Massa unit á- ria média (kg/dm 3 ) Massa específica (kg/dm 3 ) Vazios (%) 100/0 8,544 8,44 8,44 8,475 1,695 2,89 41,352 90/10 9,594 9,3 9,39 9,428 1,886 2,859 34,047 80/20 9,994 10,29 10,39 10,225 2,045 2,829 27,715 70/30 10,79 10,64 10,79 10,740 2,148 2,8 23,286 60/40 10,99 10,7 10,9 10,863 2,173 2,77 21,564 58/42 10,84 10,9 10,99 10,910 2,182 2,765 21,085 56/44 10,8 10,8 10,8 10,800 2,160 2,7597 21,731 54/46 10,7 10,89 10,84 10,810 2,162 2,754 21,496 52/48 10,69 10,59 10,59 10,623 2,125 2,748 22,683 50/50 10,59 10,54 10,54 10,557 2,111 2,743 23,028 48/52 10,54 10,39 10,59 10,507 2,101 2,737 23,225 46/54 10,39 10,29 10,29 10,323 2,065 2,732 24,427 44/56 10,09 10,09 10,09 10,090 2,018 2,726 25,972 42/58 10,09 10,09 9,44 9,873 1,975 2,72 27,402 40/60 9,79 9,79 9,89 9,823 1,965 2,715 27,637 0/100 8,194 8,09 8,194 8,159 1,632 2,61 37,476 Brita / Areia Massa 1 Tabela 8: Compacidade brita x areia Foz do Iguaçu Massa 2 Massa 3 Massa média Massa unitária média (kg/dm 3 ) Massa específica (kg/dm 3 ) Vazios (%) 100/0 7,89 7,99 7,99 7,957 1,591 2,91 45,315 90/10 8,84 8,79 8,94 8,857 1,771 2,878 38,453 80/20 9,59 9,39 9,69 9,557 1,911 2,847 32,685 70/30 9,94 9,94 9,94 9,940 1,988 2,816 29,403 60/40 10,09 10,14 10,04 10,090 2,018 2,787 28,592 58/42 10,19 10,29 10,29 10,257 2,051 2,781 26,238 56/44 10,29 10,09 10,29 10,223 2,045 2,775 26,318 54/46 10,14 10,09 10,24 10,157 2,031 2,769 26,640 52/48 10,14 9,99 9,89 10,007 2,001 2,763 27,567 50/50 10,09 9,99 9,99 10,023 2,005 2,757 27,288 48/52 9,89 9,99 10,09 9,990 1,998 2,752 27,398 46/54 9,89 9,94 9,94 9,923 1,985 2,746 27,725 44/56 9,89 9,89 9,89 9,890 1,978 2,74 27,810 42/58 9,79 9,64 9,89 9,773 1,855 2,735 28,531

ENTECA 2003 331 80 % vazios massa unitária 2,2 % de vazios 70 60 50 40 30 2,0 1,8 1,6 massa unitária 20 0 20 40 44 48 52 56 60 % areia 1,4 Figura 2: Ensaio de compacidade - Itaipu 40/60 9,49 9,69 9,59 9,590 1,918 2,729 29,718 0/100 7,99 7,99 7,99 7,990 1,598 2,62 39,008 % de vazios 80 70 60 50 40 30 % vazios massa unitária 2,2 2,0 1,8 1,6 massa unitária 20 1,4 0 20 40 44 48 52 56 60 % areia Figura 3: Ensaio de compacidade - Foz do Iguaçu Da análise dos resultados de compacidade, constatou-se que para os dois agregados a relação ótima, ou seja, aquela que apresentou o menor índice de vazios ocorreu com 58% de brita e 42% de areia. Cabe destacar, que as duas areias apresentaram módulos de finura bem diferentes, MF Itaipu = 1,77 (areia fina) e MF Foz deo Iguaçu = 2,67 (areia média). A relação brita/areia igual se justifica em fun-

332 ENTECA 2003 ção da composição granulométrica do conjunto brita x areia. Porém, como pode ser observado nas tabelas 7 e 8 apesar da proporção brita/areia que gerou o menor índice de vazios ser a mesma, o índice variou de 26,238% para os agregados de Foz do Iguaçu e de 21,085% para os agregados de Itaipu, o que representa uma diminuição de 20% dos vazios da composição binária de Itaipu com relação à composição de Foz do Iguaçu. 3.2 Combinação: pasta / esqueleto granular Nesta etapa obtêm-se o consumo ótimo de pasta capaz de satisfazer os desempenhos desejados. Como resultado desta combinação otimizada resultará o concreto de alto desempenho. Foram realizadas combinações com 0, 5, 10 e 15% de pasta, como mostrará os gráficos. No presente trabalho foi fixado que o concreto deveria apresentar no estado fresco um abatimento maior que 15cm, medido no cone de Abrams, esse valor justifica-se pela alta viscosidade apresentada pelo concreto de alto desempenho. Essa alta viscosidade deve-se a incorporação da adição mineral e do aditivo químico, sendo que para colocar em obra este tipo de concreto há necessidade de abatimentos maiores que 15cm. Além do desempenho no estado fresco buscou-se que o concreto a ser produzido deveria apresentar à compressão a máxima resistência para cada relação água/cimento. Para a obtenção do consumo ótimo de pasta, que corresponde ao concreto que satisfaz os desempenhos desejados, parte-se do valor de vazios mínimo obtido no ensaio de compacidade, e a partir desse obtém-se o excesso de pasta (overfill) necessário para alcançar os desempenhos desejados.

ENTECA 2003 333 Nas figuras 4, 5 e 6 estão apresentados os resultados obtidos para cada combinação de esqueleto granular e para as relações água/cimento de 0,28; 0,30; 0,32. resistência (Itaipu) resistência (Foz do Iguaçu) slump (Itaipu) slump (Foz do Iguaçu) Limite inferior de abatimento 70,00 300 60,00 250 resistência (MPa) resistência (MPa resistência (Itaipu) resistência (Foz do Iguaçu) slump (Itaipu) 50,00 slump (Foz do Iguaçu) Limite inferior para abatimento 70,0 40,00 30,00 60,0 50,0 20,00 10,00 40,0 0,00 30,0 0 5 10 15 % pasta 200 150 250 100 50 0 slump (mm) 300 200 150 slump (mm) Figura 4: Influência do consumo de pasta na resistência à compressão e na consistência - a/c= 100 0,28 20,0 10,0 50 0,0 0 5 10 15 % pasta 0 Figura 5: Influência do consumo de pasta na resistência à compressão e na consistência - a/c = 0,30 Na figura 4, observa-se que para a relação água/cimento de 0,28, o limite pré-estabelecido de abatimento, maior ou igual que 15cm e resistência máxima os consumos de pasta variaram para os dois agregados. Sendo que para os agregados de Foz do Iguaçu esse valor foi de 5% de excesso pasta em relação à porcentagem mínima de vazios (26,238%), enquanto que para os agregados de Itaipu o excesso de pasta necessário encontra-se no intervalo entre 10 e 15% em relação à porcentagem mínima de vazios (21,085%).

334 ENTECA 2003 Da análise da figura 5 observa-se que para os desempenhos desejados, os agregados de Foz do Iguaçu necessitaram de um excesso de pasta de 5% enquanto que os agregados de Itaipu o excesso ficou entre os limites de 10 e 15, ou seja, por volta de 12%. resistência (Itaipu) resistência (Foz do Iguaçu) slump (Itaipu) slump (Foz do Iguaçu) Limite inferior de abatimento 70,0 300 60,0 250 resistência (MPa 50,0 40,0 30,0 20,0 200 150 100 slump (mm) 10,0 50 0,0 0 0 5 10 15 % pasta Figura 6: Influência do consumo de pasta na resistência à compressão e na consistência a/c = 0,32 Observa-se, na figura 6, que para os desempenhos desejados, tanto no estado fresco como endurecido, os agregados de Foz do Iguaçu necessitaram de um excesso de pasta na faixa de 0% a 5% e os agregados de Itaipu o excesso foi da ordem de 10% de pasta. Da análise das três figuras, que representam a influência do consumo de pasta nas propriedades no estado fresco e endurecido para os agregados de Foz do Iguaçu e de Itaipu verifica-se que: Os desempenhos desejados foram obtidos com porcentagens menores de pasta, nas diferentes relações água/cimento, para os agregados de Foz do Iguaçu. Esse valor ficou no intervalo 0% a 5% de excesso de pasta em relação aos vazios obtidos no ensaio de compacidade. Esse valor variou, conforme se pode observar nas figuras 4, 5 e 6, em função da rela-

ENTECA 2003 335 ção água/cimento sendo que, para 0,28 necessitou-se mais pasta que para 0,30 e esse mais que 0,32. Para os agregados de Itaipu o excesso de pasta ficou na faixa de 10 a 15%. O comportamento em função das diferentes relações água/cimento foi o mesmo encontrado para os agregados de Foz do Iguaçu. Os resultados obtidos demonstram que agregados mais finos, com maior superfície específica, necessitam de maior consumo de pasta para satisfazer os desempenhos desejados independente da relação brita/areia ser a mesma; Outro fator que foi possível observar da análise dos gráficos 4, 5 e 6 é que para cada combinação de agregados existe um consumo de pasta ótimo e que a partir deste há um decréscimo na resistência à compressão, apesar do abatimento continuar crescendo. 4. CONCLUSÕES FINAIS O procedimento adotado para determinar o esqueleto granular ótimo, o ensaio de compacidade, leva em consideração o tipo de agregado, a granulometria, a forma e a textura. Sendo assim, o ensaio de compacidade se aplica tanto para agregados de origem mineralógica como procedências diferentes, conforme foi possível observar para os agregados de Foz do Iguaçu e Itaipu. O esqueleto granular ótimo é definido como aquele que resulta no menor índice de vazios, obtido mediante o ensaio de compacidade. A relação brita/areia que resulta na maior compacidade define um valor de referência que pode ser ajustado dependendo do desempenho desejado. Para os agregados estudados verificou-se que a relação brita/areia foi a mesma 58% de brita e 42% de areia apesar do índice de vazio variar de 26,238% para os agregados de Foz do Iguaçu e 21,085% para os de Itaipu. O resultado deve-se a finura da areia e a composição granulométrica do conjunto agregado miúdo/agregado graúdo. O consumo de pasta varia, consideravelmente, em relação ao tipo de esqueleto granular. Para o esqueleto granular obtido com os agregados de Foz do Iguaçu o consumo de pasta ficou no intervalo de 0% a 5% de pasta em relação aos vazios, enquanto que para os agregados de Itaipu esse intervalo ficou entre 10% a 15%. A relação água/cimento também influenciou no consumo de pasta, como foi possível observar, em ambos os agregados (Foz do Iguaçu e Itaipu) à medida que a relação água/cimento diminuía o consumo de pasta aumentava para os desempenhos desejados, principalmente, no que se refere à consistência desejada. Existe um consumo ótimo de pasta a partir do qual a um decréscimo da resistência à compressão, conforme pode ser verificado nos ensaios. A partir dos resultados obtidos constata-se a importância do estudo da dosagem levando em consideração os materiais a serem utilizados. 5. AGRADECIMENTOS

336 ENTECA 2003 Ao CNPq e a UEL pela concessão das bolsas de iniciação científica aos alunos participantes da pesquisa. Aos técnicos Itaipu Binacional pelo auxílio na execução dos ensaios. A Camargo Corrêa pela doação do cimento e da sílica ativa utilizada na pesquisa. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGR ÁFICAS TORALLES-CARBONARI, B. M.. Estudio paramétrico de variables y componentes relativos a la dosificación y producción de hormigones de altas prestaciones. Tese de Doutorado. ETSECCPB - Universitat Politècnica de Catalu n- ya. Departament D Enginyeria de la Construcció. Barcelona. Espanha. Outubro. pp.179. 1996. ALMEIDA, I. R.. Concretos de alto desempenho. A evolução tecnológica dos concretos tracionais. CD-ROM, São Paulo, 1997. ACI Committee 363. State of the art report high strengh concrete. ACI Journal 81 81(4), 364-411. De LARRARD, F.; MALIER, Y.. Engineering properties of very high performance concrete, High Performance Concrete: From Material to Structure, Book edited by Yves Malier, 1992. AÏ TCIN, P. C.; NEVILLE, A.. High-Performance Concrete Desmystified. Concrete International, Janeiro, 1993. BETIOLI, A. M.. Concreto de Alto Desempenho: Laboratório x Estrutura Real. Trabalho de Conclusão de Curso. Uel Universidade Estadual de Londrina. Londrina. Paraná. pp.89. 2000 Contatos: (1) e-mail: toralles@uel.br (2) e-mail: elianmoreira@yahoo.com.br (3) e-mail: carbonar@uel.br Endereço para correspondência Rua Rangel Pestana, 510, apto 004, Jardim Bancários, Londrina - PR CEP 86062-020