Medidas Provisórias 664 e 665 ( Pacote Levy ): mudanças no seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, pensão por morte OTAVIO PINTO E SILVA



Documentos relacionados
Resumo das regras nas medidas provisórias nº 664 e nº 665

Proposta de ajustes nas despesas do FAT e da Previdência. 29 de Dezembro de 2014

Saiba o que muda com as novas regras para seguro-desemprego, auxíliodoença e pensão por morte.

Governo altera regras do Trabalho e da Previdência Social

MP 664 e MP 665 Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e Previdência Social

Medidas Provisórias nº 664 e nº 665

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS MEDIDAS PROVISÓRIAS 664 E 665 DE 30 DE DEZEMBRO DE 2014 Janeiro de 2015

DIÁLOGOS SOCIAIS. Junho de 2015

enado restringe acesso a abono salarial e seguro-desemprego - 26/05/...

PUBLICADAS MEDIDAS PROVISÓRIAS QUE ALTERAM A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA

2 Lei / Alterações no Abono Salarial: Quanto ao período de tempo e valor

DISTORÇÕES NA CONCESSÃO DA PENSÃO POR MORTE. Exemplos reais nos RPPS e no RGPS

FEVEREIRO 2015 BRASÍLIA 1ª EDIÇÃO

ALTERAÇÕES DIREITO PREVIDENCIÁRIO LEI N.º /2015 E MEDIDA PROVISÓRIA N.º 676/2015

SALÁRIO MÍNIMO NOVO VALOR A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 2015 DECRETO Nº DOU de

Pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665

Palestra: Atualizações trabalhista e previdenciária 2015

EC 70/12 E MUDANÇAS NA LEI 9.717/98

Secretaria de Políticas Públicas de Emprego Departamento de Emprego e Salário Coordenação-Geral do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e

Quadro comparativo da Medida Provisória nº 665, de 30 de dezembro de 2014

Orientações sobre Benefícios do INSS

ENTIDADE DADOS DOS PLANOS 8- ÚLTIMA ALTERAÇÃO

MUDANÇA NOS CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO AO BENEFÍCIO SEGURO-DESEMPREGO

Está em vigor a Medida Provisória n. 680, de 6 de julho de 2015, que institui o Programa de Proteção ao Emprego.

A REGULAMENTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS S ERVIDORES: PROBLEMAS E ALTERNATIVAS. Carlos Alberto Pereira de Castro Juiz do Trabalho 2007

Mudanças dos benefícios previdenciários: Medidas Provisórias 664 e 665, de 30 de dezembro de Evolução ou retrocesso?

SISTEMAS ESPECIAIS DE PREVIDÊNCIA

Benefícios Previdenciários do INSS Como são concedidos e calculados. Prof. Hilário Bocchi Júnior hilariojunior@bocchiadvogados.com.

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DAS. MPs 664 e 665

SEGURO-DESEMPREGO - EMPREGADO DOMÉSTICO - Considerações

ALTERAÇÕES MEDIDAS PROVISÓRIAS Nº 664 E 665 E LEI Nº /2014 Melissa FOLMANN

Presente em mais de 170 países. Entre as 100 maiores empresas do mundo (ranking mundial Fortune. Tradição: fundada em 1872

CARTILHA PREVIDENCIÁRIA

Tranquilidade e segurança para você e sua família.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de

Perguntas e respostas sobre a criação do Funpresp (Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos)

Carência para o recebimento do benefício pensão por morte?

REGULAMENTO DO PLANO PREVIDENCIAL DOS PARTICIPANTES VINCULADOS AO INSTITUTO MINEIRO DE AGROPECUÁRIA - IMA REGULAMENTO ESPECÍFICO - RP6 CAPÍTULO I

A CONTRA-REFORMA DA PREVIDÊNCIA. Denise Lobato Gentil Instituto de Economia/Universidade Federal do Rio de Janeiro

CARTILHA PLANO CELPOS CD

SEMINÁRIO SETCARCE/2015

O IMPACTO DO SAT E FAP NAS EMPRESAS

ANEXO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR RESOLUÇÃO Nº 736, DE 8 DE OUTUBRO DE 2014 Torna obrigatório aos empregadores o uso do

Curso de Extensão em Direito Previdenciário

PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO ABRIL DE 2015

cartilha de regime de tributação

No âmbito do RPPS Regime Próprio de Previdência Social de Camaçari, não há exigência de cumprimento de carência para percepção deste beneficio.

RELATORA: Senadora KÁTIA ABREU

Medida provisória 664/14, um atentado aos direitos sociais e previdenciários.

Debate Sobre a Desoneração da Folha de Pagamento

REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA E REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL COMPARATIVO DE CUSTOS

SEGURO DESEMPREGO. LEGISLAÇÃO Artigo 201, III, da CF; Artigo 7º, II, da CF;

Trabalhista Previdenciária Sancionada lei que altera as regras de concessão do seguro desemprego e do abono salarial

FAQ - frequently Asked Questions QUESTÕES FREQUENTES SOBRE CAMI E CAMII

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

REVISÕES JUDICIAIS DE APOSENTADORIA E PENSÃO:

Direito Previdenciário - Prof. Ítalo

Servidor Público Militar. Veja o quanto de perdas salariais que você terá com 5% de Data Base

Boletim Econômico Edição nº 30 maio de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

19/02/2015. Auxílio Doença

RESOLUÇÃO Nº 306, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2002

LAY OFF LEGISLAÇÃO encontra-se transcrito todo o texto, posto que pertinente. Ao final de cada item,

E PENSÕES Seminário Nacional Preparação para Aposentadoria - ANFIP

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA:

NOTAS EXPLICATIVAS BRASILPREV EXCLUSIVO PGBL E VGBL

CARTILHA DIREITOS E DEVERES DO EMPREGADOR DOMÉSTICO E DA EMPREGADA DOMÉSTICA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

ACORDOS INTERNACIONAIS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E ACORDO BRASIL- JAPÃO

DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES ALEGRE. Porto Alegre, novembro de 2010

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

PANORAMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

TEMA: A importância da Micro e Pequena Empresa para Goiás

Boletim Econômico Edição nº 66 agosto de 2015 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor Econômico

1 Ver Castelo (2005). 2 GVconsult (2005).

E-SOCIAL. Comunicamos que entrará em vigor, a partir de Abril de 2014, o novo projeto do governo, denominado E-Social.

Decreto-Lei n.º 343/91, de 17 de setembro

Inferior ou igual a 2 anos 35% Superior a 2 anos e inferior ou igual a 4 anos 30% Superior a 4 anos e inferior ou igual a 6 anos 25%

NORMA 1 OBJETIVO. Estabelecer diretrizes para concessão e pagamento de férias. 2 CONCEITOS. 2.1 Abono Pecuniário

DECRETO Nº 5.545, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005

FÉRIAS DEFINIÇÃO INFORMAÇÕES GERAIS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES FUNDAMENTAÇÃO LEGAL PERGUNTAS FREQUENTES

Análise das Medidas Provisórias 664 e 665. Análise de Conjuntura. Janeiro 2015

Série Concursos Públicos Direito Previdenciário Wagner Balera Cristiane Miziara Mussi 11ª para 12ª edição

QUADRO COMPARATIVO DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Alterações no auxílio doença e trabalho e regras do seguro desemprego -Uma abordagem. destaque.

Plano de Benefícios 1 Plano de Benefícios PREVI Futuro Carteira de Pecúlios CAPEC

Segurado de Categoria 3 Dependentes dos Segurados de Categoria 2

PROVA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO TCE-CE FCC 2015

Situação previdenciária do Estado do RS. Darcy Francisco Carvalho dos Santos Economista e contador Março/2011

Programa de Proteção ao Emprego (PPE) MP/ASSEC

Cartilha do Participante

PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO EMPREGO (PPE)

Previdência Privada Instrumento de Planejamento Pessoal

Tabela Progressiva do IR Pessoa Física - ano-calendário de Base de cálculo

TESTE RÁPIDO LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PARA O MTE

NOTAS EXPLICATIVAS BRASILPREV PECÚLIO PGBL E VGBL

NORMA PARA CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMO A PARTICIPANTES (Aprovada pela Deliberação n 005/2012, de 29 de março de 2012)

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Transcrição:

Medidas Provisórias 664 e 665 ( Pacote Levy ): mudanças no seguro-desemprego, abono salarial, auxílio-doença, pensão por morte OTAVIO PINTO E SILVA

Pacote Levy No dia 30 de dezembro de 2014, o Governo Federal anunciou duas Medidas Provisórias (MPs), que receberam os números 664 e 665. As medidas preveem uma série de alterações nas regras do Seguro- Desemprego, Abono Salarial, Seguro-Defeso, Pensão por Morte, Auxílio- Doença e Auxílio-Reclusão JUSTIFICATIVA: ajuste das contas públicas, como parte integrante do esforço fiscal para 2015, de alcançar um superávit primário (economia para pagar juros da dívida) de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) Estimativa de economia de gasto: R$ 18 bilhões

Pacote Levy O anúncio gerou desconforto às Centrais Sindicais, que elaboraram nota conjunta condenando as Medidas e reivindicando sua revogação Além das discordâncias em relação ao conteúdo das MPs, as Centrais declararam descontentamento pela ação do governo contrária ao compromisso assumido em não tocar em direitos trabalhistas, bem como desagrado por não terem sido acionadas para discutir os interesses dos trabalhadores que representam

Pacote Levy Outro argumento do Governo para a implantação das MPs é o do combate a fraudes e distorções na utilização dos benefícios que foram alterados As Centrais Sindicais reconhecem a necessidade de mais transparência e maior controle social na gestão, mas consideram um equívoco que a correção dessas distorções se dê por meio de ações que prejudiquem os trabalhadores, restringindo ou retirando direitos conquistados

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Alterou a legislação que trata dos seguintes benefícios: 1) Seguro-desemprego 2) Abono salarial 3) Seguro-defeso (pago ao pescador artesanal) Modifica as Leis 7.998/90, 8.900/94 e 10.779/03

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 SEGURO-DESEMPREGO Vigência: a partir de 01/03/2015 Alterações restringem o acesso ao benefício (em especial no que se refere ao primeiro acesso) Até então, para acessar o benefício pela primeira vez o trabalhador necessitava de 6 meses ininterruptos de trabalho A MP amplia esse prazo para 18 meses trabalhados ao longo dos últimos 24 meses (sem a necessidade de que os 18 meses trabalhados sejam ininterruptos)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Legislação anterior MP 665 1º acesso: seis meses ininterruptos de trabalho para o primeiro acesso 1º acesso: 18 meses de trabalho nos últimos 24 meses anteriores à dispensa 2º acesso: omissa 2º acesso: 12 meses de trabalho nos últimos 16 meses anteriores à dispensa Demais acessos: mínimo de seis meses trabalhados nos últimos 36 meses para os acessos subsequentes Carência: 16 meses entre um pedido e outro (Resolução 467 do CODEFAT) Demais acessos: seis meses ininterruptos de trabalho antes da dispensa A MP mantém a prerrogativa do CODEFAT de estipular a carência, que a princípio permanece em 16 meses

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Estudo do DIEESE Considerou o número de desligados do emprego sem justa causa no ano de 2013 Calculou o número de trabalhadores que seriam excluídos do recebimento do seguro-desemprego segundo a regra antiga (ou seja, com menos de seis meses completos no último vínculo) Calculou o número de trabalhadores que seriam excluídos do recebimento do seguro-desemprego segundo a regra nova (ou seja, com menos de 18 meses completos)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Estudo do DIEESE (Referência: informações da Rais 2013) Contingente de empregos formais rompidos sem justa causa: 12,5 milhões de vínculos 3,2 milhões (25,9%) não tinham direito ao benefício do segurodesemprego (pois tinham menos que seis meses de emprego antes do rompimento registrado ao longo do ano de 2013) MP 665: Direito ao primeiro acesso depende de trabalho por pelo menos 18 meses nos últimos 24 meses anteriores à dispensa Contingente de trabalhadores que não teriam direito ao benefício do seguro-desemprego aumentaria para 8 milhões (64,4% do total de desligados)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Comparando-se o número de trabalhadores que não teriam direito a requerer o seguro-desemprego nas duas regras, o DIEESE estima que com a MP 665 seriam, portanto, mais 4,8 milhões de trabalhadores que não poderiam acessar o seguro-desemprego (o que representa o percentual de 38,5% do total de dispensados sem justa causa em 2013) Impacto é maior nos setores da Construção Civil e Agricultura, nos quais os trabalhadores sem direito ao acesso representam respectivamente 43,2% e 42,3% dos dispensados sem justa causa

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Valor médio real da parcela do seguro-desemprego para beneficiários com menos de 18 meses de permanência no emprego foi de R$ 793,00 (segundo dados de 2012) Em média, foram recebidas aproximadamente quatro parcelas Valor estimado da economia de recursos com a exclusão dos 4,8 milhões de potenciais beneficiários do seguro-desemprego com as novas regras: R$ 14,8 bilhões Montante de gasto com seguro-desemprego foi de R$ 21,6 bilhões (ano de 2012); o impacto estimado das novas regras é portanto bastante significativo

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 ABONO SALARIAL Vigência: a partir de 31/12/2014 Modificam-se as exigências de acesso ao benefício (que é devido para os trabalhadores urbanos e rurais celetistas que recebam remuneração mensal de até dois salários mínimos, em média), trazendo restrições

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Legislação anterior MP 665 Benefício era pago aos trabalhadores que mantiveram vínculo formal por um mês no ano anterior ao do pagamento Valor do beneficio era de um salário mínimo (independentemente do número de meses trabalhados) Benefício passa a ser pago aos trabalhadores que mantiveram vínculo formal por no mínimo 180 dias ininterruptos no ano anterior ao do pagamento Valor do beneficio passa a ser proporcional aos meses trabalhados, variando de meio salário mínimo (para aqueles que trabalharam no mínimo 6 meses) a um salário mínimo (para aqueles que trabalharam 12 meses) Passam a ser computados no valor do abono os rendimentos das contas individuais para os integrantes do antigo Fundo PIS-Pasep

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Ao limitar o direito ao Abono Salarial aos trabalhadores que mantiveram vínculos formais por pelo menos seis meses e pagar o restante de forma proporcional, a nova regra reduz seu público alvo DIEESE estima que serão excluídos cerca de 9,94 milhões de trabalhadores, pagando ao restante um valor inferior ao que é pago atualmente Apenas os trabalhadores que se mantiveram no emprego pelo período dos 12 meses (aproximadamente 35% do total daqueles que antes tinham esse direito) receberão o mesmo que anteriormente Economia estimada: R$ 8,45 bilhões (cerca de metade do gasto atual com o benefício)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 Crítica das Centrais Sindicais: a redução dos gastos com o Abono Salarial terá impactos sobre a população mais vulnerável e mais afetada por algumas das características do mercado do trabalho brasileiro, como a rotatividade elevada e baixos salários Dados do DIEESE: 43,4% dos trabalhadores formais permanecem por menos de seis meses no mesmo emprego e mais da metade (54,8%) ganhavam, em 2013, até dois salários mínimos

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 665/2014 SEGURO-DEFESO Vigência: a partir de 01/04/2015. Restringe a definição de pescador artesanal e acrescenta à lei algumas disposições que já faziam parte da regulamentação da matéria pelo CODEFAT (Resolução 657/10), introduzidas com o intuito de coibir as fraudes Projeção de impactos: segundo o DIEESE não existem dados públicos que possibilitem o cálculo de projeções O último dado disponível dá conta apenas de que em 2010 existiam no Brasil cerca de 652.000 pescadores artesanais

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 A Medida Provisória 664 alterou as Leis nº 8.213/91, 10.876/04, 8.112/90 e 10.666/03, que tratam dos seguintes benefícios 1) Pensão por morte (inclusive dos servidores públicos) 2) Auxílio doença 3) Auxílio reclusão

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 Segundo informações divulgadas pela Presidência da República, as medidas buscam os seguintes objetivos: (i) dar mais transparência à política, uma vez que a relação de todos os benefícios e beneficiários passará a estar disponível na internet (ii) corrigir distorções na concessão dos benefícios (iii) conter possíveis fraudes (iv) no caso das pensões, equiparar os gastos e as regras com o que é visto em outros países

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 PENSÃO POR MORTE Vigência: a partir de 01/03/2015, com a exceção apontada a seguir. Mudanças restringem acesso ao benefício, alterando tanto os critérios para o trabalhador se habilitar, quanto o valor Novas regras valem tanto para a esfera privada quanto para a pública Mudanças mais significativas: (a) carência mínima de 24 contribuições previdenciárias por parte do trabalhador falecido para que a família receba o benefício (exceto em caso de acidente de trabalho seguido de morte). Até então não havia carência

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 (b) Exigência de, ao menos, dois anos de casamento (ou união estável), exceto nos casos de morte ocasionadas por acidente de trabalho ou para o cônjuge incapaz/inválido. Anteriormente não havia previsão de exigência de tempo de casamento. (c) Valor: a pensão passa a ser equivalente a 50% do salário do falecido somado a mais 10% por dependente, até o limite de 100% (exceto para órfãos de pai e mãe). Antes o valor era de 100%.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 (d) Duração da pensão: passa a levar em conta a idade do cônjuge/companheiro, de forma que apenas cônjuges com 44 ou mais anos de idade recebem a pensão vitaliciamente (e) Não terá direito à pensão por morte o condenado pela prática de crime doloso que tenha resultado na morte do segurado (esta medida entrou em vigor em 31/12/2014)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 Projeção de impactos: segundo o DIEESE, os dados divulgados pelo Governo Federal não permitem projetar quantos trabalhadores seriam atingidos, tampouco o valor economizado com a medida (uma vez que os atuais beneficiários não serão alcançados: as regras valem para as futuras pensões) Em 2013, beneficiários eram cerca de 7,1 milhões de pessoas Gasto total em 2013 foi de R$ 76,1 bilhões, o que representa, em média, aproximadamente R$ 890,00 ao mês por beneficiário Cerca de 57,5% das pensões são de um salário mínimo

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 MINISTRO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL CARLOS EDUARDO GABAS Só nos últimos 10 anos a expectativa de vida média do brasileiro cresceu mais de 4 anos No ano passado quase R$ 100 bilhões de um total de R$ 400 bilhões do Orçamento da Previdência foram gastos com pensões A Previdência Social não está em agonia, não está para quebrar. Nós estamos fazendo uma alteração que tem relação com a responsabilidade deste governo com as futuras gerações. Alterações são necessárias para garantir a sustentabilidade argumentou Gabas

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 AUXÍLIO-DOENÇA Vigência: a partir de 01/03/2014, com a exceção apontada a seguir Modificam-se as exigências de acesso e o valor do benefício Todas as mudanças se restringem aos novos benefícios, não se aplicam aos atuais beneficiários

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 Principais alterações são as seguintes: (a) o auxílio passa a ser pago apenas após 30 dias de afastamento (e não mais depois de 15 dias de licença médica) (b) a empresa passa a pagar os primeiros 30 dias de afastamento e o INSS paga a partir do 31º dia (c) o valor pago passa a ter o teto equivalente à média das últimas 12 contribuições (d) a perícia médica poderá ser realizada por meio de convênios do INSS com empresas privadas ou com outros órgãos e entidades públicas (esta medida entrou em vigor em 31/12/2014)

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 Projeção de impactos: segundo o DIEESE, da mesma forma que a medida anterior, os dados divulgados pelo Governo Federal não permitem projetar quantos trabalhadores seriam atingidos, tampouco o valor economizado Em 2013, cerca de 1.820.300 trabalhadores receberam o benefício Gasto no ano de 2013 foi de R$ 2,6 bilhões, o que representa média mensal de aproximadamente R$ 1.100,00 por beneficiário

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 AUXÍLIO-RECLUSÃO Passa-se a exigir, da mesma maneira que na pensão por morte, ao menos dois anos de casamento (ou união estável) para o cônjuge do preso ter acesso ao benefício Projeção de impactos: segundo o DIEESE, não existem dados públicos que possibilitem a realização de projeção Em 2013, o auxílio foi pago às famílias de 43.203 presos Ao longo de 2013, gastou-se R$ 382 milhões com o auxílio

Obrigado Otavio Pinto e Silva otavio@siqueiracastro.com.br Rua Tabapuã 81 Itaim Bibi CEP 04533-010 São Paulo SP Telefone (55 11) 3704-9840 FAX (55 11) 3704-9848