DECISÃO N.º 10/2009 SRTCA. Processo n.º 70/2009

Documentos relacionados
DECISÃO N.º 09/2010 SRTCA. Processo n.º 35/2010

DECISÃO N.º 10/2010 SRTCA

DECISÃO N.º 12/2009 SRTCA

DECISÃO N.º 10/2009 SRTCA. Processo n.º 85/ Suscitaram-se, porém, dúvidas quanto às habilitações exigidas ao adjudicatário no programa

DECISÃO N.º 11/2010 SRTCA. Processo n.º 120/2010

Tribunal de Contas Secção Regional dos Açores

DECISÃO N.º 4/2009 SRTCA. Processo n.º 14/2009

Tribunal de Contas Secção Regional dos Açores

DECISÃO N.º 7/2010 SRTCA. Processo n.º17/2010

Tribunal de Contas. Acórdão n.º 124 / Mar-1.ªS/SS. P. n.º 889/05

DECISÃO N.º 06/2012 SRATC. Processo n.º 14/2012

DECISÃO N.º 9/2011 SRTCA. Processo n.º 57/ Suscitaram-se, porém, dúvidas quanto à fórmula utilizada no modelo de avaliação das propostas.

DECISÃO N.º 13/2010 SRTCA. Processo n.º 113/ Suscitaram-se, porém, dúvidas sobre a validade do acto de adjudicação da empreitada.

ACÓRDÃO N.º 145/ Set ª S/SS. (Processo n.º 1312/09)

ACORDÃO Nº 6 / Fev-1ªS/SS

ACÓRDÃO N.º 4 / JAN-1.ª S/SS

DECISÃO N.º 13/2009 SRTCA. Processo n.º 74/2009

DECISÃO N.º 9/2009 SRTCA. Processo n.º 38/2009

Tribunal de Contas DECISÃO N. 0 3/ SRATC. S. Miguel, celebrado, em 20 de fevereiro de , entre a MUSAMI - Operações. Processo n.

PARTE L - CONTRATOS PÚBLICOS

Tribunal de Contas Secção Regional dos Açores

ACÓRDÃO N.º 09/ Fev ªS/PL. (Processo n.º 1493/08)

DECISÃO N.º 05/2012 SRATC. Processo n.º 12/2012

DECISÃO N.º 09/2012 SRATC. Processo n.º 44/2012

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DAS FLORES Caderno de Encargos Empreitada de Reabilitação do Moinho da Ribeira do Pomar Março de 2017

EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DO PARQUE URBANO DA BARRADA

ACÓRDÃO Nº 13 /07 24.Jul-1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 12/2007. (Processo nº 21/07-SRMTC) SUMÁRIO DO ACÓRDÃO

AJUSTE DIRECTO CONVITE PARA A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DESIGNAÇÃO DO PROCEDIMENTO:

CONVITE PARA A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS

Tribunal de Contas Secção Regional dos Açores

Tribunal de Contas. ACÓRDÃO Nº 81 / Out-1ªS/SS. Proc. Nº 2 148/02

DECISÃO N.º 10/2011 SRTCA. Processo n.º 081/ Suscitaram-se, porém, dúvidas quanto à escolha do procedimento pré-contratual de ajuste direto.

ACÓRDÃO N.º 38/29.Set.09/1ªS/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 19/2009. (Processo nº 37/2009 da SRTCA)

Tribunal de Contas. Transitou em julgado em 11/02/04. ACORDÃO Nº 2 / Jan-1ªS/SS. Proc. Nº 2 039/03

ACÓRDÃO Nº 33 /09 14.JUL ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº

CONVITE PARA A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS

DECISÃO N.º 2/FP/2015

DIVISÃO DE OBRAS ANÚNCIO DE CONCURSO. O Concurso está abrangido pelo Acordo sobre Contratos Públicos (ACP)? País Portugal.

ACORDÃO Nº 172 / Dez-1ªS/SS

ACORDÃO Nº 48 / Mai-1ªS/SS

DECISÃO N.º 1/2012 SRATC. Processo n.º 106/2011

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DAS FLORES. Caderno de Encargos. Empreitada de Adaptação da Poça das Salemas a Zona Balnear

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DAS FLORES

CONCURSO PÚBLICO URGENTE 01/2018 EMPREITADA REMODELAÇÃO DAS REDES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ÁGUAS RESIDUAIS DE LOURES - RUA DA REPÚBLICA TROÇO 2

Município de Arruda dos Vinhos

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DAS FLORES

ACÓRDÃO N.º 112/ Mai ª S/SS. (Processo n.º 264/09)

MUNICÍPIO DE REGUENGOS DE MONSARAZ CONSULTA PRÉVIA

CONSULTA PRÉVIA CONVITE PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA Artigo 115.º do Código dos Contratos Públicos (CCP)

ANÚNCIO DE CONCURSO CONCURSO PÚBLICO PARA A EMPREITADA DA OBRA DE REQUALIFICAÇÃO DE ARRUAMENTOS URBANOS NAS FREGUESIAS DA ZONA SUL DO CONCELHO

DECISÃO N.º 12/2010 SRTCA. Processo n.º 105/2010

Checklist de Contratação Pública

Referência: AEN2ABT N.º 08/2014 CADERNO DE ENCARGOS

ACÓRDÃO N.º 02/ Fev ªS/PL. Recurso Ordinário n.º 23/2009. (Processo n.º 1312/09)

MUNICIPIO DE VIMIOSO CÂMARA MUNICIPAL CONCURSO PÚBLICO

Instituto de Biologia Molecular e Celular - IBMC AJUSTE DIRETO N.º 29/ IBMC

CONVITE PARA A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS DESIGNAÇÃO DO PROCEDIMENTO: AJUSTE DIRECTO

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

XXXII Colóquio Nacional da ATAM Alteração ao Código dos Contratos Públicos DL nº 149/2012, de 12 de Julho. Rodrigo Esteves de Oliveira

ACÓRDÃO Nº 69 /04 18 MAIO 1ª S/SS

ACÓRDÃO N.º 1/2005-1ªS/PL-11.Jan.2005

CONCURSO PÚBLICO 01/2017 AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS COM MOTORISTA

ACÓRDÃO Nº 61/11 28.SET-1ª S/SS SUMÁRIO

DECISÃO N.º 17FP/2010

DECISÃO N. 0 05/2014- SRTCA

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

Convite CÂMARA MUNICIPAL DE VILA NOVA DE CERVEIRA DIVISÃO DE SERVIÇOS MUNICIPAIS CONTRATAÇÃO PÚBLICA AJUSTE DIRETO

PROGRAMA DE CONCURSO

ACÓRDÃO Nº 3 / FEV ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 31/2009. (Proc. nº 115/09 SRATC)

3. As ilegalidades verificadas são suscetíveis de restringir a concorrência e, em consequência, de alterar o resultado financeiro do contrato.

MUNICIPIO DE BRAGANÇA CÂMARA MUNICIPAL CONVITE. Consulta Prévia

PROGRAMA DE CONCURSO

Concurso público. Tramitação e peças do procedimento

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

INSTITUTO DOS MERCADOS PÚBLICOS, DO IMOBILIÁRIO E DA CONSTRUÇÃO, I.P.

Município de Alfândega da Fé Câmara Municipal

Programa de Concurso

Tribunal de Contas ACÓRDÃO. ACÓRDÃO Nº.13 /02-Fev.26-1ª S/PL RECURSO ORDINÁRIO Nº 61/2001. (Processo n.º 1 805/01)

SENTENÇA N.º 6/ ª Secção. (Processo n.º 13/JRF/2015)

CÂMARA MUNICIPAL DA COVILHÃ. O Presidente CÂMARA MUNICIPAL DA COVILHÃ ANÚNCIO DE CONCURSO

CONSULTA PRÉVIA AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PARA A FUNÇÃO DE AUDITOR EXTERNO

CONCURSO PÚBLICO SEM PUBLICIDADE INTERNACIONAL PARA A AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS POR LOTES DE IMPRESSÃO DE DIVERSAS PUBLICAÇÕES

EBI DE CAPELAS Anúncio n.º 173/2016 de 12 de Julho de 2016

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

Tribunal de Contas Secção Regional dos Açores

Acórdão nº 152 /05 27.SET.05 1ªS/SS. A Câmara Municipal de Portimão enviou para fiscalização prévia um

N/Ref. 18/16 Angra do Heroísmo, janeiro de Assunto: NOVO REGIME JURÍDICO DOS CONTRATOS PÚBLICOS NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES.

Procedimento de concurso público para a execução da empreitada designada Centro Escolar de Pontével JI+EB1

ANÚNCIO DE CONCURSO SECÇÃO I: ENTIDADE ADJUDICANTE. País. Fax I.4) ENDEREÇO PARA ONDE DEVEM SER ENVIADOS AS PROPOSTAS/PEDIDOS DE PARTICIPAÇÃO

Tribunal de Contas. ACORDÃO Nº 14 / Fev-1ªS/SS. Proc. nº 4 398/01

RELATÓRIO PRELIMINAR

Instituto de Biologia Molecular e Celular - IBMC

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

PARTE L - CONTRATOS PÚBLICOS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E FINANÇAS ~ CONVITE ~

AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO TRABALHO

PROGRAMA DO CONCURSO E CADERNO DE ENCARGOS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E FINANÇAS ~ CONVITE ~

DECISÃO N.º 1/2009 SRTCA. Processo n.º 18/2009

Transcrição:

DECISÃO N.º 10/2009 SRTCA Processo n.º 70/2009 1. Foi presente, para fiscalização prévia da Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas, o contrato de empreitada de reabilitação da Estrada Regional n.º 6-2.ª, troço entre a Rotunda da Silveira e o Cruzamento da Canada de Belém, celebrado a 28 de Abril de 2009, entre o Município de Angra do Heroísmo e Tecnovia Açores Sociedade de Empreitadas, SA, pelo preço de 748.298,00 euros, acrescido de IVA, e com o prazo de execução de 140 dias. 2. Suscitaram-se dúvidas quanto às habilitações exigidas ao adjudicatário no programa do concurso público. 3. Com efeito: a) No n.º 3 do artigo 38.º do programa do concurso foi exigido que o adjudicatário apresentasse alvará contendo: A 1.ª subcategoria da 1.ª categoria, a qual tem de ser de classe que cubra o valor global da proposta e integrar-se na categoria em que o tipo de obra se enquadra; A 6.ª subcategoria da 2.ª categoria, na classe correspondente à parte dos trabalhos a que respeite. b) Igual exigência é feita no ponto 17 do anúncio do procedimento, com o n.º 408/2008, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 219, de 11 de Novembro de 2008; c) De acordo com a proposta escolhida, o valor dos trabalhos que se enquadram em cada uma destas subcategorias, é o seguinte: Categoria Subcategoria Distribuição de valores 1.ª 1.ª 170.455,63 2.ª 6.ª 577.842,37 d) Apresentaram-se a concurso seis concorrentes; 1

e) Sobre as exigências habilitacionais feitas, foi solicitada à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo a demonstração de que a subcategoria de classe que cubra o valor global da obra, que foi exigida nas peças do procedimento (1.ª subcategoria da 1.ª categoria), respeita ao tipo de trabalhos mais expressivo, já que, de acordo com a proposta do adjudicatário, e conforme resulta do quadro da alínea c), supra, o tipo de trabalhos mais expressivo enquadra-se na 6.ª subcategoria da 2.ª categoria 1. f) Na resposta, a Senhora Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, veio alegar o seguinte 2 : Conforme informação prestada pelo Director do Departamento Técnico, desta Câmara Municipal, em 09-07-2009, por lapso, a autorização pedida na alínea a) deveria ter sido a 6.ª subcategoria da 2.ª categoria (da classe que cobrisse o valor global da proposta) e a pedida na alínea b) deveria, por sua vez, ter sido a 1.ª subcategoria da 1.ª categoria (da classe correspondente à parte dos trabalhos a que respeitasse). g) Na comunicação da decisão do visto no âmbito do processo de fiscalização prévia n.º 108/2008 3 o Município da Angra do Heroísmo foi advertido «para o cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro, no sentido de que, para efeitos de admissão a procedimentos de contratação de empreitadas de obras públicas, deve ser exigida a titularidade de alvará contendo a subcategoria que respeitar ao tipo de trabalhos mais expressivo, em classe que cubra o valor global da obra, sem prejuízo da eventual exigência de outras subcategorias relativas aos restantes trabalhos a executar, nas classes correspondentes». 4. O n.º 1 do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro, dispõe que «Nos concursos de obras públicas ( ), deve ser exigida uma única subcategoria em classe que cubra o valor global da obra, a qual deve respeitar ao tipo de trabalhos mais expressivo, sem 1 Ofício n.º UAT I 292/09, de 02/07/2009. 2 Ofício n.º 2350, de 13/07/2009. 3 Relativo ao contrato de empreitada de reabilitação de diversos arruamentos do concelho de Angra do Heroísmo pacote 1. 2

prejuízo da eventual exigência de outras subcategorias relativas aos restantes trabalhos a executar e nas classes correspondentes» 4. O n.º 2 do mesmo artigo 31.º acrescenta que «A habilitação de empreiteiro geral ou construtor geral, desde que adequada à obra em causa e em classe que cubra o seu valor global, dispensa a exigência a que se refere o número anterior». Destas disposições resulta que 5 : Deve ser exigida a subcategoria respeitante ao tipo de trabalhos mais expressivo; Esta subcategoria terá de ser de classe que cubra o valor global da proposta; Não pode ser exigida mais do que uma subcategoria em classe que cubra o valor global da obra; Relativamente aos restantes trabalhos a executar podem ser pedidas as subcategorias apropriadas, nas classes correspondentes ao valor desses trabalhos; Se o concorrente possuir a habilitação de empreiteiro geral ou construtor geral, desde que adequada à obra em causa e em classe que cubra o seu valor global, pode ser admitido, mesmo que não detenha a subcategoria respeitante ao tipo de trabalhos mais expressivo. 5. Face a este regime, e com base nos dados da proposta escolhida, deveria ter sido exigido o alvará de empreiteiro de obras públicas com a 6.ª subcategoria da 2.ª categoria de classe que cobrisse o valor da proposta, por ser a que corresponde ao tipo de trabalhos mais expressivo. Em vez disso, foi exigida, com essa classe, a 1.ª subcategoria da 1.ª categoria. 4 Igual exigência era feita no ponto 6.2 do programa de concurso tipo, aprovado pela Portaria n.º 104/2001, de 21 de Fevereiro, vigente no âmbito do regime jurídico do contrato administrativo de empreitada de obras públicas, constante do Decreto-Lei n.º 59/99, de 2 de Março. 5 Refira-se que a exigência de alvará contendo a subcategoria respeitante ao tipo de trabalhos mais expressivo em classe que cubra o valor global da obra, é um poder vinculado do dono da obra. Este não pode ser menos ou mais exigente consoante esteja ou não interessado na promoção da concorrência. Com base no orçamento do projecto, o dono da obra determina a subcategoria que respeita ao tipo de trabalhos mais expressivo, sendo essa a subcategoria que tem de pedir, em classe adequada ao valor da obra. É o que impõe a primeira parte do n.º 1 do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 12/2004. 3

6. Neste domínio, o regime do Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro, não foi alterado pela entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos (CCP), aprovado pelo Decreto- Lei n.º 18/2008, de 29 de Janeiro. Justifica-se apenas referir que, diferentemente do regime antecedente 6, o CCP não permite que a entidade pública adjudicante exija dos concorrentes a apresentação de documentos de habilitação. No regime agora vigente, aplicável ao procedimento de concurso público em causa, a obrigação de apresentar os documentos de habilitação, incluindo os alvarás, sendo o caso, impende apenas sobre o adjudicatário, por ocasião da notificação da decisão de adjudicação, e não sobre os concorrentes 7. 7. Os factos descritos no ponto 3, para além de criarem o risco de adjudicação da obra a empreiteiro sem a habilitação adequada à sua execução 8, revelam-se susceptíveis de modificar o universo de potenciais concorrentes e de, consequentemente, afectar o resultado financeiro do contrato. 8. Concluindo: a) Face ao regime vigente, constante do CCP, a entidade adjudicante não necessita de especificar, nas peças do procedimento, as autorizações que o alvará do adjudicatário deverá conter, bastando referir que este deve apresentar alvará contendo as habilitações adequadas e necessárias à execução da obra a realizar; b) Porém, tendo-o feito, tais exigências devem subordinar-se estritamente ao respectivo regime legal. c) Consequentemente, não foi observado o disposto n.º 1 do artigo 31.º do Decreto- Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro, o que é susceptível de alterar o resultado financeiro do contrato. 9. Nos termos da alínea c) do n.º 3 do artigo 44.º Lei n.º 98/97, de 26 de Agosto, constitui fundamento da recusa do visto a ilegalidade que altere ou possa alterar o resultado finan- 6 Artigos 69.º, n.º 1, e 92.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 59/99, de 2 de Março. 7 Artigos 77.º, n.º 2, alínea a), e 81.º, n.º 2, ambos do CCP. 8 O que não se verificou uma vez que o adjudicatário é detentor das autorizações necessárias. 4

ceiro do contrato, bastando para tal o simples perigo ou risco de ocorrer essa alteração do resultado financeiro. Porém, a lei admite que, neste caso, o Tribunal possa conceder o visto e fazer recomendações aos serviços e organismos no sentido de suprir ou evitar no futuro tais ilegalidades (n.º 4 do artigo 44.º da Lei n.º 98/97). Assim, considerando que: a) Apesar do Serviço já ter sido advertido sobre a matéria, não foi formulada qualquer recomendação formal; b) O adjudicatário é detentor das autorizações necessárias; c) Não foram excluídos concorrentes titulares de alvará adequado para a execução da obra, com fundamento na falta de requisitos habilitacionais exigidos no programa do concurso; d) Apresentou proposta um número significativo de concorrentes (6). O Juiz da Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas, em sessão extraordinária, ouvidos o Ministério Público e os Assessores, decide, com os fundamentos expostos, conceder o visto ao contrato em referência e recomendar ao Município de Angra do Heroísmo, relativamente a futuros procedimentos de formação de contratos de empreitada de obras públicas, que: entre os documentos de habilitação a apresentar pelo adjudicatário, deve ser exigida a titularidade de alvará em classe que cubra o valor global da obra relativamente à subcategoria que respeitar ao tipo de trabalhos mais expressivo, sem prejuízo da habilitação de empreiteiro geral ou construtor geral quando adequada à obra. 5

Emolumentos: 748,30. Notifique-se. 6