A Evolução do Espaço Urbano

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Transcrição:

A Evolução do Espaço Urbano

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO O processo de urbanização está ligado aos espaços geográficos onde notamos atividades secundárias (indústrias) e terciárias (comércio e serviços) especificamente. No caso brasileiro o IBGE reconhece as sedes dos municípios como espaços urbanos. Notamos nas cidades a centralização da gestão (Poder) tanto pública quanto privada, assim como religiosas e científica. Estão intimamente associados a evolução das práticas capitalistas (capitalismo comercial, industrial, financeiro e informacional). As cidades necessitam de infraestrutura (fixos) moderna para possibilitar maior agilidade e capacidade para o deslocamento dos fluxos. O processo de urbanização se desenvolve com maior facilidade em economias que estejam na dianteira do processo capitalista.

Função Urbana Visa maximizar a exploração e ampliar a reprodução do capital. Maior dinâmica dos fluxos a partir de uma infra-estrutura moderna e de alta velocidade/capacidade. As áreas urbanas tendem a se adaptar as práticas capitalistas do período em que se inserem (cidades mercantis, metrópoles industriais, cidades globais)

AS CIDADES COMERCIAIS Tiveram seu auge no período mercantil. Na atualidade tentam se adequar aos padrões atuais do capitalismo. Atualmente a atividade turística é uma das grandes fontes de renda, visto a manutenção do patrimônio arquitetônico e cultural do período renascentista. Lisboa, Genova, Veneza, Porto.

CIDADES INDUSTRIAIS Batizadas posteriormente de metrópoles industriais, visto o acúmulo de pessoas, indústrias e um forte investimento em infraestrutura. Este tipo de cidade surgiu no contexto da revolução tecnológica (hidráulica, carvão, petróleo) Necessidade de se produzir e estar próximo do mercado consumidor, matérias-primas e fontes energéticas (economia de aglomeração) LONDRES, PARIS, NOVA YORK, TÓQUIO, SÃO PAULO, FRANKFURT,

CIDADES INFORMACIONAIS CIDADES GLOBAIS METROPOLES MUNDIAIS ESTA RELACIONADA AOS FLUXOS DE INFORMAÇÃO E A DINAMIZAÇÃO DAS ATIVIDADES TERCIARIAS A PARTIR DA DÉCADA DE 1990. ENCONTRAM-SE DIVIDIDAS EM 3 GRUPOS EM FUNÇÃO DE SUA IMPORTANCIA NA ECONOMIA GLOBAL (INTERDEPENDENCIA). ENCONTRAMOS NESTAS CIDADES AS SEDES DAS CORPORAÇÕES TRANSNACIONAIS, ORGANISMOS SUPRANACIONAIS, BOLSAS DE VALORES. ENCONTRAMOS OS NÓS DAS REDES DE TRANSPORTE, TELECOMUNICAÇÕES E AS INFOVIAS. ESTAS CIDADES FORAM METRÓPOLES INDUSTRIAIS, ADQUIRINDO, ASSIM TODA A INFRAESTRUTURA NECESSARIA PARA SE TORNAR UMA CIDADE GLOBAL.

TIPOS DE CIDADES GLOBAIS ALFA São as mais importantes e encontram-se fixadas prioritariamente nos países centrais (NY, Londres, Tóquio, Frankfurt, Seul, Paris, Milão). BETA Possuem influência mais restrita (nível regional) e algumas encontram-se em países semiperiféricos (LA, SP, Cidade do México, Mumbai, Shangai). GAMA São cidades globais de pequena importância, por dois motivos: ou por estarem em um processo de ascensão ou em uma linha de decadência (RJ, Buenos Aires, Hong Kong).

Tecnopolos Concentração de universidades. Amenidade social. Concentração de centros de pesquisa. Empresas de alta tecnologia (HIGH TECHs). Drenagem de cérebros. Impostos mais baixos. A maioria dos tecnopolos encontram-se fixados em cidades de pequeno e médio porte (até 800 mil habitantes), onde encontramos: Os principais tecnopolos encontram-se fixados nos países desenvolvidos (Vale do Silício, Estocolmo, Stutgard, costa oeste do Japão, Seul). Contudo encontramos tecnopolos em cidades de alguns países semiperiféricos como Brasil (Campinas e São Carlos) e Índia (Bangalore).

Estrutura Interna das Cidades Núcleo Central Zona periférica do centro Subúrbio Periferia Urbana

Núcleo Central (Central Business District CBD ou CORE) Caracteriza-se pela: Grande diversidade de atividades sócioeconômicas. Ampla escala de verticalização. Limitada horizontalidade. Concentração populacional diurna. Foco de transportes intra-urbanos. Área de decisões e poder. Afastados dos centros temos os subcentros que a grosso modo reproduzem em escala menor os atrativos dessa área.

EXEMPLOS DE CBDs (SP)

EXEMPLOS DE CBDs (LA)

Centro Financeiro de Manhattan - NY 13

Zona Periférica do Centro (Zona de Obsolescência) - Caracteriza-se pela semi-intensividade das atividades sócio-econômicas. - Beneficiando-se da proximidade da área central. - Ampla escala horizontal. - Limitado crescimento vertical. - Residências de baixo Status social. - Foco de transportes inter-regionais.

Exemplos de Zonas de Obsolescência (sul de pittsburg eua)

Exemplos de Zonas de Obsolescência (bairro da lapa rj)

Subúrbio Caracteriza-se pela ambiguidade conceitual. Temos a definição para o termo nos países centrais e periféricos. Nos países ricos as amenidades e o poder público são mais presentes e as classes mais abastadas preferem esses espaços para viver (subúrbios = downtowns). Nos países pobres ou em desenvolvimento define-se muitas vezes como lugar de menor atratividade e sofisticação.

Exemplos de Subúrbios (subúrbio de Hollywood)

Exemplos de Subúrbios (Bangu Subúrbio do Rio de Janeiro)

Fenômenos urbanos e a evolução do espaço geográfico Os fenômenos urbanos estão relacionados as transformações impostas pelo capitalismo e a adequação as novas atividades produtivas. O espaço urbano é a melhor representação espacial da evolução das práticas capitalistas.

Fenômeno 1 CONURBAÇÃO Trata-se do processo de fusão entre os espaços urbanos de duas ou mais cidades. Este fenômeno ocorre normalmente em uma metrópole, visto o vertiginoso processo de ocupação dos espaços urbanos pela população, atividades produtivas e o Estado (INFRA-ESTRUTURA). Esta mancha urbana interfere na definição/ DELIMITAÇÃO dos territórios entre duas cidades, dificultando as dos municípios.

Metrópole de São Paulo Mancha Conurbada

Fenômeno 2 Centralização Fenômeno CITY Representa a especialização exclusiva dos centros das grandes cidades em funções terciárias superiores, caracterizando uma concentração de imóveis de escritórios na paisagem urbana e por uma paralisação das atividades e do movimento de pessoas após o horário de trabalho.

Prostituição nas Ruas Anomalia do Fenômeno City

Fenômeno 3 Descentralização Processo que passou a ocorrer com mais freqüência na década de 1970 nos países centrais e nas décadas de 1980/90 nos países semiperiféricos, visto: Aumento constante no valor da terra. Congestionamentos e custos elevados dos modos de transportes. Dificuldade em obter espaço para expansão. Perda de amenidade sociais. Controle sobre as atividades que causam forte impacto ambiental. Obs: o processo de descentralização ou desconcentração atingiu em cheio a atividade industrial (setor secundário da economia).

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Fenômeno 4 Guerra dos Lugares Ocorre entre Estados e municípios em função da disputa para atrair empresas para os seus respectivos territórios. Para atrair as empresas estes Estados e municípios disponibilizam vantagens para estas corporações como: isenção de impostos. fixação da infra-estrutura pelo Estado. doação do terreno. qualificação da mão-de-obra. políticas ambientais permissivas. terraplanagem ligação das fábricas com as grandes rodovias. empréstimos públicos para as empresas. fixação de infovias.

especialização das Atividades Industriais no Brasil a partir da Década de 1990 28

Fenômeno 5 Favelização Processo típico dos países subdesenvolvidos onde a presença do estado no controle do espaço urbano é mínimo. A pobreza impossibilita que uma parcela significativa da população se insira nos meios formais da economia ou tenha acesso ao espaço urbano dotado de serviços, saneamento e infraestrutura Ocorre em função do crescimento da população pobre, em especial em função do êxodo rural. o crescimento demográfico da população pobre também explica o crescimento das favelas.

Portinari Os Retirantes

Morro do Adeus RJ ( zona Norte )

Fenômeno 6 Segregação Sócio-Espacial O crescimento dos espaços urbanos também foi acompanhado pela forte segregação sócio-espacial, onde as classes mais pobres são depositadas nos setores mais distantes e desprovido dos serviços básicos ( pé-de-toddy ). Já as classes mais abastadas (ricos) passam a se fixar em áreas fechadas a circulação de quem não é proprietário/ morador/funcionário. Estes espaços são cópias dos subúrbios ricos (downtowns) dos EUA. Nestes condomínios horizontais notamos um novo processo/ conceito de urbano que vem atraindo a atenção da classe média. Estas áreas também são conhecidas como enclaves fortificados. Outros autores caracterizam o processo como medievalização da vida moderna. PROF.: ROBERT OLIVEIRA CABRAL robertgeografia@gmail.com

PROF.: ROBERT OLIVEIRA CABRAL robertgeografia@gmail.com

PROF.: ROBERT OLIVEIRA CABRAL robertgeografia@gmail.com

PROF.: ROBERT OLIVEIRA CABRAL robertgeografia@gmail.com

https://www.ascom.ufg.br/n/38771-goiania-a-cidade-mais-desigual 36

Urbanização Brasileira

Urbanização no Brasil (% por Regiões) Regiões/anos 1950 1970 2000 2010 Sudeste 44,5 72,7 90,5 92,9 Centro-Oeste 24,4 48 86,7 88,7 sul 29,5 44,3 80,9 84,9 Norte 31,5 45,1 69,9 73,5 Nordeste 26,4 41,8 69 73,1 Brasil 36,2 55,9 81,2 84,36 Estatísticas Históricas do Brasil: séries econômicas, demográficas e sociais de 1950 a 1988 2.ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1990, p 36-7; Anuário estatístico do Brasil 2001, Rio de Janeiro: IBGE, 200, p. 2-14 e 2-15 38

Urbanização Acompanhada do Envelhecimento e forte queda da Natalidade Ao longo das últimas décadas notamos uma forte acentuação do ritmo de urbanização no Brasil. Mesmo mantendo um alto grau de exclusão ao longo deste processo é visível uma brusca queda da natalidade, interferindo no ritmo de crescimento da população. Dados mais pessimistas demonstram que a retração da população brasileira pode ter início na década de 2030 (duas décadas antes do imaginado). 39

Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente (%) segundo as Grandes Regiões - 1991/2010 Grandes Regiões Taxa média geométrica de crescimento anual da população residente (%) 1991/2000 2000/2010 (1) Variação (%) Brasil 1,64 1,17-28,8 Norte 2,86 2,09-27,0 Nordeste 1,31 1,07-18,8 Sudeste 1,62 1,05-35,4 Sul 1,43 0,87-38,8 Centro-Oeste 2,39 1,91-20,1 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991-2010. 40

Demográficos Demográficos de 2000/2010, segundo as classes de tamanho da populaçã de 2000/2010, segundo as classes de tamanho da populaçã Número de Municípios e população nos Censos Demográficos de 2000/2010, segundo as classes de tamanho da população Classes de tamanho da população Número de Municípios e População nos Censos Demográficos Brasil 1 de Agosto de 2000 1 de Agosto de 2010 Número de M unicípios Total 5.507 5.565 Até 10.00 0 habitantes 2.637 2.513 De 10.001 a 50.00 0 2.345 2.444 De 50.001 a 100.000 301 325 De 100.00 1 a 50 0.000 193 245 De 500.00 1 a 1.00 0.0 00 18 23 De 1.0 00.00 1 a 2.000.0 00 7 9 De 2.0 00.00 1 a 5.000.0 00 4 4 De 5.0 00.00 1 a 10.00 0.000 1 1 Mais de 10.000.000 1 1 Taxa Crescimento População dos Municípios Taxa 2010/2000 Crescimento População dos Municípios Total 169.799.170 190.755.799 2010/2000 12,34% Total Até 10.00 0 habitantes 169.799.170 13.833.892 190.755.799 12.916.280-6,63% 12,34% Até De 10.001 0 a habitantes 50.00 0 48.436.112 13.833.892 51.088.638 12.916.280 5,48% -6,63% De 10.001 50.001 a 50 100.00 00 20.928.128 48.436.112 22.314.204 51.088.638 6,62% 5,48% De 50.001 100 1 a a 100 50 0.00000 39.628.005 20.928.128 48.565.171 22.314.204 22,55% 6,62% De 100 500.00 1 a 50 1.00 0.000 00 12.583.713 39.628.005 15.711.100 48.565.171 24,85% 22,55% De 500 1.0 00.00 1 a 1 1 a 2.000 0.0.0 00 00 12.583.713 9.222.983 12.513.305 15.711.100 35,68% 24,85% De 1.0 2.000.00 1 a 2.000 5.000.0 00 8.874.181 9.222.983 10.073.152 12.513.305 13,51% 35,68% De 2.0 5.000.00 1 a 5.000 10 0.000 00 5.857.904 8.874.181 10.073.152 6.320.446 13,51% 7,90% De 41 Mais 5.0de 00.00 10.000.000 1 a.00 0.000 10.434.252 5.857.904 11.253.503 6.320.446 7,8 7,90% 6% Mais de 10.000.000 10.434.252 11.253.503 7,86% Censo 2010 - IBGE

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A Rede Urbana

Pontos Necessários para a Consolidação de uma Rede Urbana A rede urbana se estabelece em economias capitalistas abertas aos fluxos de produtos, serviços, informações e capitais. É necessário para a consolidação da rede urbana a existência de pontos fixos (cidades) onde as transações podem se estabelecer. A relação entre estes espaços urbanos esta embasada nos fluxos que representam, em análise mais detalhada, a existência de uma hierarquia. A existência de uma hierarquia urbana balizada pelo poder econômico e de decisão política de cada cidade. A hierarquia urbana clássica estava baseada nos sistemas de transportes. Com os avanços do sistema informacional (telecomunicações) a hierarquia urbana foi quebrada.

Estrutura de uma Rede Urbana Clássica Este Tipo De Rede Urbana Está Ligada A Lógica Econômica Industrial (Até A Década De 1960/70. A Hierarquia É Mantida A Partir Das Ligações Entre As Cidades (Transporte E Telefonia). A Economia De Aglomeração Ainda Era O Padrão De Espacialidade Da Atividade Industrial. Os Fluxos São Mantidos Obedecendo A Estrutura Hierárquica Das Cidades.

Estrutura de uma Rede Urbana Clássica São Paulo Curitiba Goiânia Salvador Londrina Anápolis Feira de Santana Maringá Pirenópolis Barreiras

REDE URBANA ATUAL (INFORMACIONAL)

CARACTERÍSTICAS DA REDE URBANA ATUAL A estrutura hierárquica de ligação das cidades foi rompida pelos avanços dos sistemas de telecomunicações (década de 1970). A dispersão das atividades industriais e o fim da economia de aglomeração. As telecomunicações e as funções gestoras de determinados aglomerados urbanos (antigas metrópoles industriais) passam a caracterizar determinadas cidades (cidades globais ou metrópoles mundiais). Esta nova estrutura tecnológica ampliou os laços econômicos internacionais, criando uma hierarquia urbana planetária.

É importante notarmos que neste modelo encontramos novas estruturas urbanas definidas pela evolução tecnológica e do capitalismo. As cidades globais (ou informacionais) passam a operar em todas as escalas geográficas quebrando a estrutura hierárquica. Os sistemas de telecomunicações avançados (infovias) e os meios de transportes mais ágeis potencializaram a redução virtual das distâncias (em escala planetária). As cidades globais administram atividades produtivas, fluxos de capitais e possuem as principais bolsas de valores, atuando economicamente fora dos seus países de origem. REDE URBANA (atual ou Informacional) METRÓPOLES NACIONAIS CENTROS URBANOS PEQUENAS CIDADES VILAS CIDADES GLOBAIS OU METRÓPOLES MUNDIAIS METRÓPOLES REGIONAIS CIDADES MÉDIAS DISTRITOS POVOADOS

megacidades, MEGALÓPOLES E A REDE URBANA

MEGALÓPOLES Quando duas ou mais metrópoles se integram a partir de fluxos intensos a partir de uma malha diversificada de transportes e telecomunicações. Primordialmente encontramos estes novos espaços urbanos nos países centrais, visto o alto custo de fixação da infra-estrutura necessária. Tanto os modos de transporte quanto os sistemas de telecomunicações atendes as atuais demandas tecnológicas do capitalismo.

MEGALÓPOLES

MEGALÓPOLES

Fontes CALDEIRA, Teresa P. do R. Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo. Ed. EDUSP. CORREA, Roberto Lobato. Espaço Urbano. Ed. Ática. CORREA, Roberto Lobato. Trajetórias Geográficas. Ed. Bertrand Brasil. SOUZA, Marcelo L. ABC do Desenvolvimento Urbano. Ed Bertrand Brasil. SOUZA, Marcelo L. Fobópolis. ed. Bertrand Brasil. SOUZA, Marcelo L. O Desafio Metropolitano. ed. Bertrand Brasil. RIBEIRO, Miguel Ângelo. O Território da Prostituição na Metrópole Carioca. ed. Ecomuseu Fluminense. ROSS. Jurandir Santos (ORG.). Geografia do Brasil. Ed. EDUSP SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. Ed. EDUSP. SANTOS, Milton. Pobreza Urbana. Ed. EDUSP. ZALUAR, Alba & ALVITO, Marcos (ORGs). Um Século de Favela. Ed. Fundação Getulio Vargas. 54