Ficha No. 2 Caminhar em direção à sua própria missão (Êxodo 3-34)
Lendo pausadamente os capítulos indicados e caminhando com Moisés, procuro uma pista dos paralelos existentes entre ele e eu, entre a sua missão e a minha. Moisés recebeu o seu chamado enquanto observava a sarça ardente: Darei uma volta e verei este fenómeno estranho; verei por que a sarça não se consome (Ex 3,3). Procuro tomar consciência da minha missão na vida e retornar ao tempo e ao lugar no qual me parece ter ouvido pela primeira vez o chamado:
Onde eu estava a primeira vez que me parece ter sido chamado pelo Senhor? O que estava fazendo? Estava sozinho ou com outras pessoas? O chamado me pareceu gentil e sutil ou direto e claro? Qual me parece ter sido a minha reação imediata? Qual evolução coloquei em ato, depois da minha primeira reação?
Quando Moisés respondeu ao chamado, Deus lhe confiou uma missão difícil: vai pois, e eu te enviarei ao Faraó, PARA FAZER DO EGITO O MEU POVO, OS FILHOS DE ISRAEL! (Ex 3, 9-10). Também a mim o Senhor me ofereceu uma ou mais missões; experimento percorrer as primeiras fases e a tomar consciência da força e da fragilidade presentes na minha resposta:
Parece-me ter tido clara desde o início a minha missão/ões e as suas implicações? Parece-me tê-la aceita prontamente com generosidade ou tive que rezar, refletir e lutar para entender e decidir? Às vezes, pensei a minha/s missão/ões como um desafio ou ameaça, como alguma coisa desejável ou temível?
Quais os medos ou dúvidas que me vieram naquele momento? O que, segundo você, fez-lhe responder sim ao Senhor, mesmo se tivesse experimentado medo ou dúvidas? Que alegrias experimentei na resposta?
CAMINHAR EM DIREÇÃO DA SUA PRÓPRIA MISSÃO
Deus escolheu Moisés porque o amava muito e Moisés, da sua parte, foi bastante generoso em pagar o preço duplo incluído em cumprir a sua missão. No Êxodo se lê repetidamente que o Faraó ficou obstinado a não escutar Moisés (Ex 7, 22; 8, 11.28; 9, 7.12.34-35; 10,20-27; ) Ao enfrentar o Faraó, Moisés se manteve calmo, agiu com humildade e paciência e perseverou até o fim, porque acreditava que Deus o tinha ajudado a levar a término a sua missão.
A fidelidade à/s minha/s missão/ões, às vezes, implica momentos de conflito ou de decisões ansiosas. Pensando na minha experiência: Quem e o que, parece-me sejam os faraós na minha vida? Experimento dar-lhes nomes. Como e quando me parece que esses faraós me atacam e me desafiam? Como me parece de reagir a estes desafios dos faraós que existem em mim e fora de mim?
Outro preço que Moisés teve que pagar pela sua fidelidade à própria missão foi as críticas e a instabilidade dos israelitas, que muitas vezes o criticaram, desobedeceram-lhe, não tiveram confiança nele e murmuraram contra Deus: antes fossemos mortos pela mão do senhor na terra do egito por que nos fizeste subir do egito para nos matar de sede a nós, a nossos filhos e a nossos irmãos? (Ex 16, 3; 17, 3). Considerando as pessoas com quem partilho a minha missão e aqueles a quem sirvo:
Quais as dificuldades que me parece que, algumas vezes, desagradam os meus familiares, as pessoas com quem trabalho, as pessoas com quem partilho a minha vocação? Com quais obstáculos e impedimentos, às vezes, me oprimem as pessoas que sirvo? Como me parece de reagir? Com raiva, com um sentimento di competição ou vingança, ou com o perdão? Quais as alegrias que até hoje experimentei realizando a/as missão/missões?
Ao carregar o seu sofrimento, Moisés se sentiu muitas vezes ansioso, furioso e desencorajado, porém nos momentos de intimidade con Deus, Ele sempre abriu sinceramente o seu coração, como a um amigo. Não posso eu sozinho, levar todo este povo; é muito pesado para mim. Se queres tratar-me assim, dá-me antes a morte! Ah! Se eu tivesse encontrado graça até aos olhos, para Não ver a minha desventura! (Num 11, 14-15).
Quando a minha missão me faz experimentar ânsia, raiva, obstáculos e desânimo, como me dirijo ao Senhor? O Senhor é um verdadeiro amigo a quem me entrego e em quem posso confiar qualquer pensamento e sentimento? Ou o meu relacionamento com o Senhor me parece ainda um pouco legalista, frágil e formal?
As provas e as críticas a que foi submetido pelos israelitas ajudaram Moisés a se tornar amigo íntimo de Deus, e fez-lhe ouvir a sua voz e o Introduziu Nas trevas; deu-lhe Face a face os mandamentos, Uma lei de vida e de inteligência (Sir 45, 5). o Senhor entao falava com MoisÉs Face a face, como um homem fala com um outro a pele do seu rostro resplandecia porque tinha falado com ele (Ex 33, 11; 34, 29).
Talvez, também eu, na minha vida tive momentos, mesmo se breves, nos quais me encontrei face a face com o Senhor na oração ou em circunstâncias que me levaran a contemplar o rostro de Deus. Tudo isto me pode ter levado, como Moisés, a caminhar melhor na missão e nas missões da vida.