SHILAP Revista de Lepidopterología ISSN: Sociedad Hispano-Luso-Americana de Lepidopterología. España

Documentos relacionados
Dardarina angeloi sp. n. do sudeste e sul do Brasil (Lepidoptera: Hesperiidae) 1

GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1

(Hemiptera, Cicadellidae, Xestocephalinae) 1

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3

NOVOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE HOPLOPHORIONINI (HEMIPTERA, MEMBRACIDAE, MEMBRACINAE)

DEIPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DOIS NOVOS CiÊNEROS E TRÊS NOVAS ESPÉCIES DE OPILIOES BRASILEIROS (*) POR INTRODUÇÁO

SISTEMÁTICA DE Rhabdepyris KIEFFER (HYMENOPTERA, BETHYLIDAE) AMAZÔNICOS COM ANTENAS PECTINADAS

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae).

SEIS ESPÉCIES NOVAS DE CARIBLATTA HEBARD (BLATTARIA, BLATTELLIDAE) DO BRASIL 1

Olaf H. H. Mielke 2 & Mirna Martins Casagrande 2

Acta Biol. Par., Curitiba, 41 (3-4): KETI MARIA ROCHA ZANOL 2 Estrianna gen. nov. (Espécie tipo Estrianna sinopia sp. n.

Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera)

Kyra gen. nov. (Cicadellidae, Deltocephalinae) e descrições de duas novas espécies 1

Espécies novas de Ischnoptera (Blattellidae, Blattellinae) do Estado do Mato Grosso, Brasil e considerações sobre I. similis

Derophthalma vittinotata, sp.n. Figs 1-4

SATURNIIDAE (LEPIDOPTERA) DO CERRADO: BIODIVERSIDADE E ASPECTOS BIOGEOGRÁFICOS

SEIS ESPÉCIES NOVAS DO GÊNERO MYCOTRETUS CHEVROLAT, 1837, DA REGIÃO AMAZÔNICA. (COLEÓPTERA, EROTYLIDAE). Moacir Alvarenga ( *)

Três espécies novas do gênero Chorisoneura (Blattellidae, Chorisoneuriinae) coletadas em ninhos de Sphecidae (Hymenoptera) do Estado do Acre, Brasil

Designação de lectótipos de algumas espécies sul-americanas de Anthidium Fabricius (Hymenoptera, Megachilidae) 1

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil

Lua Nova ISSN: Centro de Estudos de Cultura Contemporânea Brasil

Papéis Avulsos de Zoologia

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1

Acta Biol. Par., Curitiba, 35 (1-2):

ESTÁGIOS IMATUROS DE LOXOLOMIA JOHNSONI SCHAUS (LEPIDOPTERA, SATURNIIDAE, ARSENURINAE)

Chrysodasia pronotata, sp.n. Figs 1-5

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) '

DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS DE Elmohardyia RAFAEL (DIPTERA, PEPUNCULIDAE) DA REGIÃO AMAZÔNICA

Espécies novas de Blaptica do Rio Grande do Sul, Brasil (Blattaria, Blaberidae, Blaberinae)

Notholopus (Notholopoides) niger, Sp.D. Figs 1-5

Boethus catarinae sp. nov.

Larva de quinto estádio e pupa de Caligo martia ~Godart) (Lepidoptera, Nymphalidae, Brassolinae)

Três espécies novas de Centronodus Funkhouser (Homoptera, Membracidae, Centronodinae) 1

Mirídeos neotropicais, CCXXXIX: descrições de algumas espécies de Cylapinae do Amazonas (Hemiptera).

Descrições de duas espécies novas de Amb/ycerus Thunberg (Coleoptera, Bruchidae) 1

er: cinco espécies novas do Brasil (Hemiptera,

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XII (OPILIONES, GONY LEPTIDAE, PACHYLINAE)

Descrição de três novas espécies de Mahanarva (Hemiptera, Cercopidae, Ischnorhininae)

MIRÍDEOS NEOTROPICAIS, XL: DESCRIÇÕES DE NOVAS ESPÉCIES DA AMAZÔNIA (HEMIPTERA).

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVL NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE E PRESENÇA DE TRIAENONYCHIDA E NO BRASIL (OPILIONES).

Acta Biol. Par., Curitiba, 32 (1, 2, 3, 4): DANÚNCIA URBAN 2

DANÚNCIA URBAN 2. Acta Biol. Par., Curitiba, 31 (1, 2, 3, 4):

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares

ande (Lepidoptera, urinae

ALGUNS LANIATORES NOVOS DA REPUBLIC A ARGENTIN A MELLO-LEITÃ O

bois GÉNEROS E QUATRO ESPÉCIES DE PACHYLINA E

Adeloneivaia schubarti Rêgo Barros & Mielke e seus estágios imaturos (Lepidoptera, Saturniidae, Ceratocampinae)

PAPEIS AVULSOS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA SECRETARIA DA AGRICULTURA- S. PAULO - BRASIL POR

PAPÉIS AVULSOS. DEPARTAh'íkNTO DE ZOOLOGIA OPILIÕES DA COLEÇÁO GOFFERJE " (OPILIONES - GONYLEPTIDAE) (*) HENEDICIO A. M So~nks e HÉLIA E. M.

Estágios imaturos de Titaea orsinome Huebner (Lepidoptera, Saturniidae, Arsenurinae)

Keti Maria Rocha Zanol 2

Mirna M. Casagrande 2 Olar H. H. Mielke 2

INSETOS-PRAGA NO BRASIL: LAGARTA-DA-ESPIGA

Xestocephalus van Duzee: descrições de seis espécies novas (Hemiptera, Auchenorrhyncha, Cicadellidae, Xestocephalinae) 1

Description of New Species of Fidicinoides Boulard & Martinelli (Hemiptera: Cicadidae) from Brazil

NOVAS ESPÉCIES DE TRICHOMYIA (DIPTERA, PSYCHODIDAE) DA MATA ATLÂNTICA DA BAHIA, NORDESTE DO BRASIL INTRODUÇÃO

REVISÃO DO GÊNERO SATIPOELLA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE) INTRODUÇÃO

Acta Biol. Par., Curitiba, 46 (1-2):

Tabanidae (Diptera) do estado do Maranhão, Brasil. III. Descrição de Philipotabanus (Mimotabanus) henriquesi sp. nov.

Nymphalidae (Charaxinae)

NOVOS CERAMBYCIDAE (COLEOPTERA) DA COLEÇÃO ODETTE MORVAN, KAW, GUIANA FRANCESA

MACROCHELES NOVAODESSENSIS, SP.N. E MACROCHELES ROQUENSIS, SP.N. COLETADAS EM ESTERCO BOVINO NA REGIÃO NEOTROPICAL (ACARINA, MACROCHELlDAE)

Estágios imaturos e bionomia de Cyclomia mopsaria Guenée (Lepidoptera, Geometridae) 1

O gênero neotropical Cresera (Lepidoptera, Arctiinae, Phaegopterini)

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVII. (OPIL!ONES, GONYLEPT!DXE) ABSTRACT

José Albertino RAFAEL 1, 2

KETI MARIA ROCHA ZANOL 2

Duas espécies novas de membracídeos (Hemiptera, Membracidae) da Mata Atlântica do Estado de São Paulo, Brasil 1

Espécies novas de Thygater Holmberg (Hymenoptera, Apoidea, Anthophoridae) 1

Galatheoidea Chirostylidae Uroptycbus uncifer (A. Milne Edwards, 1880)

GEOGRAFIA REVISÃO 1 REVISÃO 2. Aula 25.1 REVISÃO E AVALIAÇÃO DA UNIDADE IV

Munida pusilla Benedict, 1902

Revalidação de Acocoelidia DeLong (Hemiptera, Cicadellidae, Neocoelidiinae) 1

60) Astronotus ocellatus (Cuvier, 1829)

SETE NOVOS LANIATORES COLHIDOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

REVISTA BRASILEIRA DE ZOOLOGIA

UM NOVO GÊNERO E ESPÉCIE DE BAETIDAE (EPHEMEROPTERA) DO ESTADO DE MINAS GERAIS, SUDESTE DO BRASIL INTRODUÇÃO

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA ALGUNS OPILIÓES DO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO (*) POR

DESCRiÇÃO DE UMA ESPÉCIE NOVA DE CAL VOZ/NA ENDERLEIN (HYMENOPTERA, BETHYLlDAE) DO BRASIL. Celso Oliveira Azevedo 1

Generos novos de Gonyleptídeos

GEOGRAFIA MÓDULO 11. As Questões Regionais. As divisões regionais, região e políticas públicas, os desequilíbrios regionais. Professor Vinícius Moraes

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VIII. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) 1

Coronalidia, gênero novo de Neocoelidiinae (Hemiptera, Cicadellidae) do Equador 1

Uma nova espécie de Phalloniscus Budde-Lund, 1908 (Crustacea, Oniscoidea) do sul do Brasil

NOTAS SOBRE PSEUDEVOPLITUS (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE) E DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS 1

PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES DE CAESALPINIOIDEAE (FABACEAE) DE UM AFLORAMENTO GRANÍTICO NO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Po/ie tina nigra, sp.n.

NOVA ESPÉCIE DE GHINALLELIA WYGODZINSKY, 1966 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL (HEMIPTERA, HETEROPTERA, REDUVIIDAE, EMESINAE) 1

DESCRIÇÃO DO GÊNERO PENSACOLOPS, G. N. E DE NOVA ESPÉCIE DE CHIRA PECKHAM, 1896 (ARANEAE, SALTICIDAE)

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE Rolepa unimoda (Dognin, 1923) (Lepidoptera, Lymantriidae)

Acta Biol. Par., Curitiba, 34 (1, 2, 3, 4):

ASTERACEAE DUMORT. NOS CAMPOS RUPESTRES DO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI, MINAS GERAIS, BRASIL

ABSTRACT. Psy/lobora arruzzonensis sp. n. (Figs. I-4)

Scaphytopius Ball (Homoptera, Cicadellidae, Deltocephalinae): descrição de onze espécies novas 1

Transcrição:

SHILAP Revista de Lepidopterología ISSN: 0300-5267 avives@eresmas.net Sociedad Hispano-Luso-Americana de Lepidopterología España Mielke, C. G. C.; Furtado, E. Quatro espécies novas do genus Periphora Hübner, [1820] da fauna Brasileira (Lepidoptera: Saturniidae) SHILAP Revista de Lepidopterología, vol. 34, núm. 135, 2006, pp. 243-252 Sociedad Hispano-Luso-Americana de Lepidopterología Madrid, España Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=45513507 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 243 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006: 243-252 SRLPEF ISSN:0300-5267 Quatro espécies novas do genus Periphora Hübner, [1820] da fauna Brasileira (Lepidoptera: Saturniidae) C. G. C. Mielke & E. Furtado Resumo Descreve-se quatro espécies novas do genus Periphoba Hübner, [1820]. Duas do estado do Maranhão, uma do Ceará e uma do Distrito Federal. Os dados de biogeografia de P. parallela (Schaus, 1921) depois de LEMAIRE (2002) são revisados e atualizados. PALAVRAS CHAVE: Lepidoptera, Saturniidae, Periphora, espécies novas, Brasil Four new species of the genus Periphora Hübner, [1820] of Brazilian fauna (Lepidoptera: Saturniidae) Abstract Four new species of the genus Periphoba Hübner, [1820] are described. Two from Maranhão state, one from Ceará state, and one from the Federal District. The geographical distribution of P. parallela (Schaus, 1921) after LE- MAIRE (2002) is revised and updated. KEY WORDS: Lepidoptera, Saturniidae, Periphora, new species, Brazil. Cuatro especies nuevas del género Periphora Hübner, [1820] de la fauna brasileña (Lepidoptera: Saturniidae) Resumen Se describen cuatro especies nuevas del género Periphoba Hübner, [1820]. Dos del estado de Maranhão, una de Ceará y una del Distrito Federal. Se revisan y actualizan la distribución biogeográfica de P. parallela (Schaus, 1921) después de LEMAIRE (2002). PALABRAS CLAVE: Lepidoptera, Saturniidae, Periphora, especies nuevas, Brasil. Introdução Periphoba Hübner, [1820] conta atualmente com 13 espécies distribuídas do México ao sul do Brasil (LEMAIRE, 2002). De acordo com o mesmo autor, destas, apenas quatro ocorrem em território brasileiro, sendo duas endêmicas: P. courtini Lemaire, 1994 da região da caatinga baiana e P. parallela (Schaus, 1921) da região litorânea das regiões sul e sudeste. As outras duas, P. hircia (Cramer, 1775) e P. augur (Bouvier, 1929), tem distribuição ampla na Amazônia. Aqui se descreve quatro Periphoba Hübner, [1820], passando para 17 o número de espécies no gênero, para oito as espécies presentes na fauna brasileira e para seis os endemismos no Brasil. 243

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 244 C. G. C. MIELKE & E. FURTADO A distribuição geográfica de Periphoba parallela (Schaus, 1921) é revisada depois de LEMAIRE (2002) e atualizada. Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. n. (Figs 1-4, 15-18) Holótipo 1, com as seguintes etiquetas: /Holotypus, Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado det. 2006/ Brasil, Maranhão, Balsas, Serra do Penitente, 500 m, 2-IV-2000, C. Mielke leg./ DZ 9.854/. Doado pelos autores e depositado na Coleção de Entomologia Padre Jesus Moure, Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. Parátipos: (2 0 0, 13 1 1), (Col. C. Mielke 14.530, 14.705, 15.143, 15.839, 16.129, 16.479, 16.523, 16.607, 18.702, 18.718, 18.734, 18.750, 18.766 e 18.782; Col. E. Furtado 16.686) com a mesma localidade e coletor do holótipo, 2-XII-2004, 25-30-XI-2000, 2-XII-2004, 1-XII-2005, 480-500 m. Diagnose. Macho (Figs 1-2): Asa anterior 44 mm, envergadura 90 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo (parátipos: asa anterior 47-44 mm). Antena bipectinada amarelo-palha, com 56 artículos. Fronte e palpos labiais marrons. Tórax dorsalmente marrom, levemente avermelhado; ventralmente marrom-amarelado claro. Pernas com o mesmo padrão cromático da parte dorsal do tórax; epífise amarelo-palha, muito distinta. Asa anterior alongada, ápice arredondado e margem externa convexa; linhas ante e pós-mediais, reta e em forma de S respectivamente, marrons, bem marcadas, convergentes posteriormente; áreas basal e mediana marrom-esbranquiçadas, a segunda apresenta uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra menor esbranquiçada em R 5 -M 1, a mancha marrom escura é mais próxima da linha pós-medial; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom-amarelada separando esta da área marginal marrom-clara, sendo mais escura logo abaixo do ápice; ventralmente marrom levemente avermelhada sendo amarelada na base com a venação marcada. Asa posterior arredondada, sem ângulo anal pronunciado; marrom-clara levemente avermelhada; área baso-mediana com escamas longas marrom-amareladas apresentando uma mancha marrom da mesma cor da linha mediana; área marginal mais clara com uma faixa levemente mais escura e pouco nítida; ventralmente segue os padrões da asa anterior. Abdômen dorsalmente e tufo anal amarelo escuro, segmentos anteriormente pretos (anelados); ventralmente marrom-avermelhado; o oitavo esternito (Fig. 15) é diferenciado, armado com dois espinhos lateralmente, um de cada lado. A genitália (Figs 16-18) apresenta o unco dorsalmente bilobado, transtilha com um lóbulo central pronunciado e triangular; projeção anterior do saco pouco pronunciada; edeago simétrico e pouco arcado distalmente; bulbo ejaculatório um quarto do comprimento do edeago; vesica com um pequeno cornuto apicalmente. Fêmea (Figs 3-4): Asa anterior 65-67 mm, envergadura 117-125 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo. Antena com 55 artículos, filiforme até os dois terços basais e dentado no terço distal. Fronte e palpos labiais como no macho. Tórax dorsalmente marrom escuro, levemente avermelhado; ventralmente marrom-amarelado claro. Pernas com o mesmo padrão cromático da porção dorsal do tórax. Asa anterior pouco alongada, ápice não pronunciado e margem externa convexa; linhas antemedial marrom, reta e oblíqua, curvada entre Sc e R 5 e pós-medial marrom, levemente em formato de S, ambas bem marcadas, convergentes posteriormente e ladeadas por escamas brancas; área basal marrom claro, área mediana marrom com muitas escamas brancas, a segunda apresenta uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra branca na base de R 5 ; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom-amarelada pouco distinta separando esta da área marginal que apresenta áreas esbranquiçadas apenas no ápice; ventralmente marrom levemente amarelado com a venação marcada. Asa posterior como no macho, diferindo apenas pela cor marrom-avermelhada e franja branca na margem externa. Abdômen dorsalmente preto, segmentos posteriormente amareloescuros (anelados); tufo anal amarelo escuro; ventralmente marrom- avermelhado. Discussão: P. galmeidai C. Mielke & Furtado sp. n. aproxima-se muito de P. augur (Bouvier, 1929) e de P. courtini Lemaire, 1994. No entanto difere-se de P. augur por esta apresentar coloração cinzenta nas asas; no macho as linhas ante e pós-mediais anteriores quase paralelas, mais próximas entre si, curvatura da linha pós-medial na asa anterior reta ou levemente curvada; genitália masculina com 244 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 245 QUATRO ESPÉCIES NOVAS DO GENUS PERIPHORA HÜBNER, [1820] DA FAUNA BRASILEIRA o edeago muito arcado distalmente. Ainda a distribuição geográfica de P. augur está restrita à região amazônica. Também se difere de P. courtini Lemaire, 1994 por esta apresentar tamanho maior; mais artículos nas antenas; coloração menos avermelhada; genitália masculina com o bulbo ejaculatório com cerca da metade do comprimento do edeago. Etologia: Os machos são atraídos por fonte luminosa geralmente entre 1:00 e 4:00 h da manhã, já as fêmeas entre 19:30 e 22:00 h. A espécie parece ser no mínimo bivoltina e é comum na localidade tipo. Outro aspecto curioso é que a primeira eclosão dos adultos não ocorre nas primeiras chuvas entre meados de outubro e de novembro, mas sim logo após este período. Etimologia: Esta espécie é dedicada ao entomólogo Guilherme Pereira de Almeida Neto, pela grande contribuição atual ao conhecimento da fauna de lepidóptera da região sul de Minas Gerais, Brasil. Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado, sp. n. (Figs 5-8, 19-22) Holótipo 1 com as seguintes etiquetas: /Holotypus, Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado det. 2006/ Brasil, Goiás, Vianópolis, Cilu (entre Luziânia e Vianópolis), 12-X-1969, N. Tangerini leg./ Ex. Col. Gagarin/ DZ 9.855/. Depositado na Coleção de Entomologia Padre Jesus Moure (UFPC), Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. Parátipos (9 0 0, 15 1 1): 2 0 0e 4 1 1(Col. C. Mielke 14.548, 14.641, 15.073, 18.487 e 15.806; Col. E. Furtado 13.777; 9 1, 6 0 Col. CPAC - Embrapa Cerrados 7.452, 9.494, 11.325, 11.327 e 17.531), Brasil, Distrito Federal, Planaltina, 960 m, 15º 35 S 47º 42 W, 1-XI-1978, 15-X-1982, 5- XI-1982, 15-XI-1982, 5-XI-1988, V. O. Becker leg. e 28-X-1991, 5-VIII-1992, 10-V-1993, 4-X-1993, 13-X-1993, 20-X-1993, 23-X-1993, 2-XI-1993, 21-X-1997, 23-X-1997, 22-X-1999, A. J. A. Camargo leg.; 11 (UFPC - DZ 9.856), Brasil, Goiás, Vianópolis, Ponte Funda, 17-X-1966, N. Tangerini leg.; 1 1 e 1 0 (Col. CPAC - Embrapa Cerrados 18.302 e 18.663), Brasil, Goiás, Catalão, 920 m, 17º 28 S 47º 20 W, 15-X-2001, A. J. A Camargo leg. Diagnose. Macho (Figs 5-6): Asa anterior 45 mm, envergadura 83 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo (parátipos: asa anterior 43-48 mm). Antena bipectinada amarelo-palha, com 60 artículos. Fronte e palpos labiais marrom-amarelados. Tórax dorsalmente como a fronte; ventralmente pouco mais claro. Pernas com o mesmo padrão cromático da porção dorsal do tórax; epífise sem diferenciação. Asa anterior alongada, ápice arredondado e margem externa convexa; linhas antemedial reta, inclinada em ângulo agudo próximo a Sc e pós-medial levemente em forma de S, ambas marrons, bem marcadas, ligeiramente convergentes posteriormente, quase paralelas e próximas; áreas basal e mediana marrom-amareladas e esbranquiçadas, a segunda apresenta uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra menor esbranquiçada em R 5 -M 1, a mancha marrom escura é eqüidistante das linhas ante e pós-mediais ou mais próxima da segunda; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom-amarelada separando esta da área marginal marrom claro sendo mais escura logo abaixo do ápice; ventralmente marrom-amarelado com a venação marcada. Asa posterior arredondada, sem ângulo anal pronunciado; marrom-amarelado claro; área baso-mediana com escamas longas e amareladas apresentado uma mancha marrom escura da mesma cor da linha mediana; área marginal mais clara com uma faixa levemente mais escura e pouco nítida; ventralmente segue os padrões da asa anterior. Abdômen dorsalmente e tufo anal amarelo escuro, segmentos anteriormente pretos (anelados); ventralmente marrom amarelado; o oitavo esternito (Fig. 19) é diferenciado, armado com dois espinhos lateralmente, um de cada lado. A genitália (Figs 20-22) apresenta o unco dorsalmente bilobado, transtilha com um lóbulo central pronunciado e triangular; projeção anterior do saco arredondada; edeago simétrico e pouco arcado distalmente; bulbo ejaculatório um quarto do comprimento do edeago; vesica com um pequeno cornuto apicalmente. Fêmea (Figs 7-8): Asa anterior 62-65 mm, envergadura 116-117 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo. Antena com 59 artículos, filiforme até os dois terços basais e dentado no terço distal. Fronte e palpos labiais como no macho. Tórax dorsalmente marrom-amarelado; ventralmente amarelado. Pernas com o mesmo padrão cromático da porção dorsal SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006 245

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 246 C. G. C. MIELKE & E. FURTADO do tórax. Asa anterior pouco alongada, ápice não pronunciado e margem externa convexa; linha antemedial marrom e reta; linha pós-medial marrom levemente em formato de S, ambas bem marcadas, convergentes posteriormente e ladeadas por escamas brancas; área basal marrom claro, área mediana marrom, a segunda apresenta uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra branca na base de R 5 ; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom-amarelada pouco distinta separando esta da área marginal que apresenta áreas esbranquiçadas apenas no ápice; ventralmente marrom-amarelado com a venação marcada. Asa posterior como no macho, diferindo apenas pela coloração pouco mais escura e franja branca na margem externa. Abdômen dorsalmente preto, segmentos posteriormente amarelos (anelados); tufo anal amarelo escuro; ventralmente marrom. Discussão: P. tangerini C. Mielke & Furtado, sp. n., aproxima-se muito de P. galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. n., no entanto difere-se da última pela coloração amarelada; epífise não diferenciada; nos machos as linhas ante e pós-mediais mais próximas e paralelas e a antemedial inclinada em ângulo agudo com a Sc; nas fêmeas a linha antemedial não se encurva para a base junto a Sc. Não se observou diferença significativa entre as genitálias masculinas. Etologia: O comportamento de P. tangerini C. Mielke & Furtado, sp. n. deve ser muito parecido com o de P. galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. n. Esta espécie parece ser endêmica a região do planalto central brasileiro, visto intensivas coletas na região e pouca representação em coleções. Etimologia: Esta espécie é dedicada ao entomólogo Nirton Tangerini pelas importantes contribuições ao conhecimento da fauna de lepidóptera, sobretudo Saturniidae, da região do planalto central brasileiro, pelo fornecimento de material para diversas instituições brasileiras e pela coleta do holótipo. Periphoba moseri C. Mielke & Furtado, sp. n. (Figs 9-10, 23-26) Holótipo 1 com as seguintes etiquetas: /Holotypus, Periphoba moseri C. Mielke & Furtado det. 2006/ Brasil, Maranhão, Açailândia, 150 m, 19-27-XI-1990, V. O. Becker & G. S. Dubois leg./ Col. Becker 76.412/ DZ 9.857/. Doado pelos autores e depositado na Coleção de Entomologia Padre Jesus Moure (UFPC), Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. Não há parátipos. Diagnose. Macho (Figs 9-10): Asa anterior 50 mm, envergadura 93 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo. Antena bipectinada amarelo-palha, com 55 artículos. Fronte e palpos labiais marrom-amarelados. Tórax dorsalmente pouco mais claro que a fronte; ventralmente mais amarelado. Pernas e epífise com o mesmo padrão cromático da porção dorsal do tórax. Asa anterior alongada, ápice arredondado e margem externa convexa; linha antemedial reta; pós-medial em forma de S, ambas marrom-claras, bem marcadas, paralelas e próximas; áreas basal e mediana marrom-amareladas e esbranquiçadas, a segunda apresenta um ponto marrom escuro em M 1 - M 2 e outra menor esbranquiçada em R 5 -M 1, o ponto escuro mais próximo da pós-medial; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom-clara separando esta da área marginal levemente mais escura; ventralmente marrom-amarelada com a venação marcada. Asa posterior arredondada, sem ângulo anal pronunciado; marrom-clara, distalmente mais escura; área baso-mediana com escamas longas apresentado uma mancha marrom escura da mesma cor da linha mediana; ventralmente segue os padrões da asa anterior. Abdômen dorsalmente e tufo anal amarelo escuro, segmentos anteriormente pretos (anelados); ventralmente marrom; o oitavo esternito (Fig 23) é diferenciado, armado com dois espinhos lateralmente, um de cada lado. A genitália (Figs 24-26) apresenta o unco dorsalmente bilobado, transtilha com um lóbulo central pontudo; projeção anterior do saco em forma de V; edeago simétrico e pouco arcado distalmente; bulbo ejaculatório um terço do comprimento do edeago; vesica com a metade do comprimento do edeago e com um pequeno cornuto apicalmente. Fêmea: Desconhecida. Discussão: P. moseri C. Mielke & Furtado, sp. n. se aproxima muito de P. galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. n. e P. tangerini C. Mielke & Furtado, sp. n., no entanto difere das duas espécies nos seguintes caracteres: tamanho maior; linhas ante e pós-mediais menos marcadas e paralelas; espinhos do oitavo esternito menos arcados e mais robustos; formato do bulbo ejaculatório. 246 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 247 QUATRO ESPÉCIES NOVAS DO GENUS PERIPHORA HÜBNER, [1820] DA FAUNA BRASILEIRA Etologia: O comportamento de P. moseri C. Mielke & Furtado, sp. n. sugere ser muito parecido com o de P. galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. n. e P. tangerini C. Mielke & Furtado, sp. n. Etimologia: Esta espécie é dedicada ao entomólogo Alfred Moser pela grande contribuição ao conhecimento da fauna de Lepidoptera de várias regiões do Brasil, sobretudo do Rio Grande do Sul. Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado, sp. n. (Figs 11-14, 27-31) Holótipo 1 com as seguintes etiquetas: /Holotypus, Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado det. 2006/ Brasil, Ceará, Serra da Ibiapaba, 950 m, Guaraciaba da Serra, 11-II-2005, A. Pessoa leg./ DZ 9.858/. Doado pelos autores e depositado na Coleção de Entomologia Padre Jesus Moure (UFPC), Departamento de Zoologia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil. Parátipos (3 0 0, 1 1), (Col. C. Mielke 17.797, 18.054, 18.070 e 18.086), Brasil, Ceará, Nervoca, Serra da Meruoca, 20-II-2005, A. Pessoa leg. Diagnose. Macho (Figs 11-12): Asa anterior 40 mm, envergadura 73 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo (parátipos: asa anterior 39 mm). Antena bipectinada amarelo-palha, com 47 artículos. Fronte e palpos labiais marrom-acizentados. Tórax dorsalmente e ventralmente como a fronte. Pernas com o mesmo padrão cromático da porção dorsal do tórax; epífise amarelo-acizentada. Asa anterior pouco alongada, ápice arredondado e margem externa convexa; linha antemedial convexa e pós-medial convexa entre Sc e M 1 e reta entre M 1 e a margem posterior, ambas marrons, marcadas moderadamente; áreas basal, mediana e marginal marrom-acizentadas, na mediana uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra menor esbranquiçada em R 5 -M 1, a mancha marrom escura é eqüidistante das linhas ante e pós-mediais; ventralmente marrom-acizentada com a venação marcada. Asa posterior arredondada, sem ângulo anal pronunciado; marrom-avermelhada; área baso-mediana com escamas longas mais claras apresentando uma mancha marrom escura da mesma cor da linha mediana; área marginal pouco diferenciada; ventralmente segue os padrões da asa anterior. Abdômen dorsalmente e tufo anal amarelo escuro, segmentos anteriormente pretos (anelados); ventralmente marrom; o oitavo esternito (Fig 27) é diferenciado, armado com dois espinhos lateralmente, um de cada lado; margem externa dos espinhos serrada (Fig 28). A genitália (Figs 29-31) apresenta o unco dorsalmente bilobado, transtilha com um lóbulo central arredondado; edeago assimétrico com um lóbulo látero-posteriormente; bulbo ejaculatório um quarto do comprimento do edeago; vesica voltada para cima com a metade do comprimento do edeago e com um pequeno cornuto apicalmente. Fêmea (Figs 13-14): Asa anterior 47-54 mm, envergadura 85-106 mm com a margem posterior da asa anterior em ângulo reto com a linha longitudinal do corpo. Antena filiforme até os dois terços basais, sendo o terço distal dentado. Fronte e palpos labiais como no macho. Tórax dorsalmente marromavermelhado mais escuro anteriormente; ventralmente mais claro. Pernas com o mesmo padrão cromático da porção dorsal do tórax, epífise mais clara que a tíbia. Asa anterior alongada, ápice pronunciado e margem externa convexa; linha antemedial marrom e convexa; linha pós-medial marrom e convexa entre Sc e R 5 e reta entre M 1 e a margem posterior, ambas bem marcadas e ladeadas por escamas brancas; áreas basal, mediana e marginal marrons levemente avermelhadas, a segunda apresenta uma pequena mancha marrom escura em M 1 -M 2 e outra branca na base de R 5 ; distalmente à linha pós-medial há uma banda marrom mais clara pouco distinta separando esta da área marginal que apresenta áreas esbranquiçadas apenas no ápice; ventralmente marrom-avermelhada com a venação marcada. Asa posterior como no macho, diferindo apenas pela coloração mais escura e franja branca na margem externa. Abdômen dorsalmente preto, segmentos anteriormente amarelos (anelados); tufo anal amarelo escuro; ventralmente marrom. Discussão. P. pessoai C. Mielke & Furtado, sp. n. aproxima-se muito de P. arcaei e P. hircia, no entanto difere-se das duas espécies pela coloração avermelhada do macho e da fêmea; pelas linhas ante e pós-mediais convexas e não onduladas como em P. hircia e, principalmente, pelos caracteres encontrados na genitália masculina: disposição e comprimento da vesica e o lóbulo da projeção lateral do edeago. Etologia: O comportamento de P. pessoai C. Mielke & Furtado, sp. n. sugere ser muito parecido com o de outras Periphoba. Esta espécie parece ser endêmica da região da mata atlântica cearense. SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006 247

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 248 C. G. C. MIELKE & E. FURTADO Etimologia: Esta espécie é dedicada ao entomólogo Antônio Pessoa pela grande contribuição ao conhecimento da fauna de Lepidoptera de uma das regiões menos exploradas do Brasil, a mata atlântica e o sertão cearenses. Periphoba parallela (Schaus, 1921) LEMAIRE (2002) comenta que P. parallela está provavelmente restrita a uma pequena região do sul brasileiro (Santa Catarina), mas acredita que um exemplar fêmea oriunda de Petrópolis, Rio de Janeiro, depositado no Hill Museum seja parallela, embora Bouvier (1930) tenha identificado como Diphia arctus (Bouvier, 1930). Observando-se exemplares de diversas coleções: Col. Pe. Jesus S. Moure, Col. T. Decaens, Col. O. Mielke e Col. C. Mielke, certifica-se que esta espécie possui uma distribuição geográfica mais ampla, ocorrendo desde Joinville, Santa Catarina (registro mais meridional) até Petrópolis, Rio de Janeiro. Material estudado. (1 0, 8 1): 1 0 e 1 1 (UFPC - DZ 9.859, 9.860), Brasil, Rio de Janeiro: Petrópolis, Independência, 900 m, 20-VIII-1932, 6-VIII-1959, Gagarin leg.; 3 1 1(UFPC - 9.861, 9.853, 9.852), Petrópolis, Parque São Vicente, 920 m, 24-III-1966, 8-I-1962, 14-VIII-1960, Gagarin leg.; 1 1 (Col. T. Decaens) São Paulo: Miracatu, 350 m; 3 1 1(Col. C. Mielke 14.103, 14.376; Col. O. Mielke 43.293) Paraná: São José dos Pinhais, Estr. Castelhanos, 500 m, 8-XI-1996, O. & C. Mielke leg. Etologia: Os machos são atraídos por fonte luminosa geralmente entre 22:00 e 22:30 h. Agradecimentos Agradecemos à bióloga Patrícia Milano pelos desenhos, ao Dr. Amabílio J. A. Camargo por valiosas informações e aos entomólogos que são homenageados neste trabalho. BIBLIOGRAFIA LEMAIRE, C., 2002. The Saturniidae of America. Les Saturniidae Americains (= Attacidae). Hemileucinae: Part A: [1]-688; Part B: [689]-1388; Part C: col. pls. 1-126, ES1-ES14, 143 pp. Goecke & Evers. Keltern. C. G. C. M Caixa Postal 1206 84145-000 Carambeí, Paraná BRASIL / BRAZIL E-mail: cmielke1@uol.com.br (Recibido para publicación / Received for publication 21-III-2006) (Revisado y aceptado / Revised and accepted 1-V-2006) E. F. Caixa Postal 97 78400-000 Diamantino, Mato Grosso BRASIL / BRAZIL E-mail: efurtado@uaivip.com.br / efurtado47@bol.com.br 248 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 249 QUATRO ESPÉCIES NOVAS DO GENUS PERIPHORA HÜBNER, [1820] DA FAUNA BRASILEIRA 1 2 3 4 5 6 Figs 1-6. 1-2. Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. nov. Macho. 1. vista dorsal. 2. vista ventral. 3-4. Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. nov. Fêmea. 3. vista dorsal 4. vista ventral. 5-6. Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado, sp. nov. Macho. 5. vista dorsal. 6. vista ventral. SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006 249

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 250 C. G. C. MIELKE & E. FURTADO 7 8 9 10 11 12 Figs 7-12. 7-8. Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado, sp. nov. Fêmea. 7. vista dorsal. 8. vista ventral. 9-10. Periphoba moseri C. Mielke & Furtado, sp. nov. Macho. 9. vista dorsal. 10. vista ventral. 11-12. Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado, sp. nov. Macho. 11. vista dorsal. 12. vista ventral. 250 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 251 QUATRO ESPÉCIES NOVAS DO GENUS PERIPHORA HÜBNER, [1820] DA FAUNA BRASILEIRA 13 14 16 17 20 21 18 22 15 Figs 13-22. 13-14. Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado, sp. nov. Fêmea. 13. vista dorsal. 14. vista ventral. 15. Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. nov. Oitavo esternito do macho. 16-18. Periphoba galmeidai C. Mielke & Furtado, sp. nov. 16. Genitália masculina: vista posterior. 17. vista lateral. 18. edeago vista lateral. 19. Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado, sp. nov. Oitavo esternito do macho. 20-22. Periphoba tangerini C. Mielke & Furtado, sp. nov. 20. Genitália masculina: vista posterior. 21. vista lateral. 22. edeago vista lateral. 19 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006 251

243-252 Quatro espécies Peripho 13/9/06 19:24 Página 252 C. G. C. MIELKE & E. FURTADO 24 25 29 30 26 31 23 27 28 Figs 23-31. 23. Periphoba moseri C. Mielke & Furtado, sp. nov. Oitavo esternito do macho. 24-26. Periphoba moseri C. Mielke & Furtado, sp. nov. 24. Genitália masculina: vista posterior. 25. vista lateral. 26. edeago vista lateral. 27-28. Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado, sp. nov. 27. Oitavo esternito do macho. 28. detalhe da projeção posterior do esternito. 29-31. Periphoba pessoai C. Mielke & Furtado, sp. nov. 29. Genitália masculina: vista posterior. 30. vista lateral. 31. edeago vista lateral. 252 SHILAP Revta. lepid., 34 (135), 2006