www.casa.com.br/cursodedecoracao2012 aula 4 Por Mayra Navarro e Aldi Flosi Decorar não é um bicho de sete cabeças, mas tem lá seus segredos para que tudo fique belo e em harmonia. Nesse divertido bate-papo, a dupla Mayra e Aldi mostra os erros mais cometidos e ensina a evitá-los. Coordenação e reportagem: Maria Helena Pugliesi Produção e edição: Cristiane Komesu Agradecimentos à Benedixt, Bertolucci, By Kamy, Donatelli São Gabriel, Futon Company, Interiores Confecções, Ivete Naccache Cama, Mesa & Banho, Juliana Freitas Paisagismo, Joy Paper, Loja do Teo e Raízes Design. Patrocínio Realização
Sofá desproporcional Está aí um dos grandes vilões que pode comprometer o sucesso da decoração. O tamanho do sofá deve ser compatível ao tamanho da sala. Estofado muito grande impede a boa distribuição dos demais móveis e acaba prejudicando a circulação. Entre o sofá e a mesa de centro, deve haver um espaço livre de 40 a 60 cm. Para não errar: tire as medidas do ambiente e, ao escolher o móvel na loja, meça a peça com trena. Em salas de até 20 m², use sofá com 85 cm de profundidade. O tamanho do sofá deve ser compatível ao tamanho da sala. Neste projeto do arquiteto Ricardo Miura e da designer Carla Yasuda, a peça foi escolhida de acordo com a parede em que seria encostada.
Mesa de centro no caminho Nada pior do que ter que desviar de móveis para circular pela sala. Os acessos aos demais ambientes devem contar com passagens de no mínimo 70 cm de largura. Se a sua mesinha de centro impede o fluxo, livre-se dela e deixe vazia a área em frente ao sofá. Para não errar: aposte numa peça multiúso. Um banco leve pode permanecer num dos cantos da sala, servindo, inclusive, de aparador. Quando necessitar do apoio de uma mesa de centro, ele migra para frente do estofado e resolve a questão. Para não atrapalhar o fluxo até varanda, o arquiteto Maicon Antoniolli dispensou mesa de centro.
Jantar desconfortável Mesa muito alta, cadeira baixa demais, lustre atrapalhando a visão. Esses são os pecados mais frequentes cometidos por quem foge das medidaspadrão. Quando a questão é comodidade ao sentar e levantar durante as refeições, não invente moda, respeite as convenções. Para não errar: o assento da cadeira deve estar preferivelmente a 43 cm do piso e o tampo da mesa, a 75 cm. Um entorno livre entre 80 e 90 cm permite boa circulação e movimentação adequada de quem está sentado. Já o lustre pode ficar acima da mesa de 70 cm a 1,50 m. A distância varia conforme o modelo da peça e das lâmpadas as que emitem calor precisam estar mais afastadas dos comensais. Mayra Navarro localizou a mesa de jantar a 90 cm do bufê. A distância permite boa circulação e movimentação confortável para quem está sentado na cadeira.
Tapete solto Além do fator estético e do conforto térmico, o tapete organiza a decoração. Para ter certeza da escolha, pense nele depois que os móveis estiverem definidos. Para não errar: na sala de estar use um modelo que avance para baixo do sofá entre 15 a 20 cm e que nas laterais permita que a mesinha fique sobre ele ou totalmente fora dele. Evite o meio termo, pois deixará o móvel instável. Na sala de jantar, o tapete deve ter entre 60 e 80 cm a mais que as laterais do tampo da mesa. Avançando 20 cm para baixo do sofá e mais um tanto para as laterais, o tapete permitiu que a mesinha ficasse inteiramente sobre ele. Projeto da designer de interiores Karina Salgado, da In House.
Cortina pula-brejo Não dá para descuidar desse item, afinal a cortina é o fechamento da decoração. O segredo de sua perfeição está no acabamento e na qualidade dos materiais. Para não errar: defina a altura das bandeiras medindo o pé-direito (ou a distância do varão ao piso) e acrescente 50 cm a mais de corte de tecido. Essa folga é responsável pela barra, pelo cabeçote e para que ela se arraste por 2 ou 3 cm no chão, ganhando caimento impecável. Importante: certifiquese de que o tecido é pré-lavado, pois se ele encolher na primeira lavagem, você terá que conviver com cortinas curtas e feias. Com pregas americanas e barra de 20 cm dupla, que se arrasta 3 cm pelo piso, esta cortina de linho tem caimento perfeito. Projeto da arquiteta Cris Vieira.
Cor em demasia É fácil se deixar seduzir pelas cores, um dos primeiros elementos que nos estimulam na hora de iniciar um projeto. Mas vá com calma, abusar dos matizes mais intensos em grandes extensões de paredes e em móveis volumosos, pode resultar num ambiente de visual cansativo e difícil de decorar. Para não errar: prefira uma base neutra e deixe as nuances mais acentuadas para os objetos decorativos. Daí, seguindo essa cartela cromática, você pode pintar ou revestir uma parede, bem como criar xales para as cortinas e forrar as cúpulas das luminárias, criando um diálogo entre estampas e tonalidades. Piso, paredes e cortina em tons neutros permitiram a Mayra Navarro apostar em cores densas nos móveis.
Luz fria A iluminação não tem como função apenas deixar o ambiente às claras, ela também é responsável por criar uma atmosfera acolhedora e imprimir personalidade à decoração. A falha mais corriqueira é apostar apenas nos pontos de luz no teto, que clareiam, é certo, mas com seus fachos diretos proporcionam ao espaço uma luz dura e sem nuances. Para não errar: distribua abajures, colunas e arandelas pela sala. As chamadas luzes decorativas contribuem com uma luminosidade difusa e podem criar cenas diversas. Misturar abajures com a iluminação focal do teto, como esse na casa da ceramista Flavia Del Pra, ajuda a criar uma atmosfera mais acolhedora e garantir cenas diferentes ao ambiente.
TV fora de foco Magrinhas e charmosas, as TVs de tela plana já fazem parte da mobília da sala. A questão é que muita gente instala o aparelho em lugar inadequado e o resultado é desconforto postural e visão prejudicada. Para não errar: a TV deve ficar de frente para quem assiste a 90 cm do piso e distante o equivalente a 4 vezes a altura de sua tela. Nenhum foco de luz pode causar reflexos na imagem. Para tanto, a melhor saída é embutir o aparelho na marcenaria. Evite, também, que objetos e moveis altos fiquem entre a tela e o telespectador. Bem de frente para o sofá, a TV de 48 está adequadamente instalada para trazer conforto aos moradores. Projeto da arquiteta Patricia Martinez.
Canto de trabalho improvisado Mesmo que você só use essa área para rever e-mails e conferir pagamentos, não descuide de seu bem-estar ergonômico. Móveis corretamente dimensionados e iluminação adequada propiciam melhor rendimento às tarefas. Para não errar: a altura ideal da bancada de trabalho pode variar entre 75 e 80 cm, possibilitando o encaixe das pernas sob ela. A cadeira deve ter braços e o seu encosto atingir a escápula (o osso que forma as duas asas laterais das costas). Além da claridade da janela, o ambiente precisa contar com uma luz artificial geral e homogênea somada a uma iluminação pontual de mesa. Cadeira com braços, luz pontual sobre a mesa e bancada na altura correta para acomodar as pernas sob ela. Projeto: Patricia Carvalho e Adriana Valle.
Varanda esquecida Você é daqueles que nem lembra que tem terraço no apartamento? Pois saiba que está perdendo uma ótima oportunidade de curtir um cantinho agradável, lendo as notícias do dia ou apenas descansando apreciando a cidade do alto. O segredo é criar um espaço aconchegante e fácil de manter. Para não errar: aposte num paisagismo simples, de baixa manutenção, com plantas que resistam ao vento, chuva e poluição. Alguns exemplos: xanadú, clúsia, calateia e zazá. Uma poltrona confortável e uma mesinha, ambas de material sintético, completam o cenário. Para curtir a varanda, invista em um paisagismo simples, com plantas que resistam às condições climáticas do ambiente. Projeto: Diego Revollo.