Questões sobre Direito Autoral e Uso de Imagem Direito Autoral Veja no final desta página "Modelos de Contratos" O Direito Autoral é protegido no Exterior e no Brasil. A Lei que atualmente regula os direitos autorais em nosso País é a 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Esta "cartilha" não pretende reproduzir o texto legal. É uma versão parcial, adaptada e dirigida aos fotógrafos e consumidores de imagem fotográfica na área comercial, ainda que legalmente correta e criteriosa. No caso de duvidas, sugere-se a consulta da Lei. 10 questões básicas que o fotógrafo deve saber antes de fotografar 1) Cuidado ao fotografar pessoas, há restrições quanto ao uso da imagem alheia. Para fins jornalísticos e editoriais não há impedimento desde que não haja denegrimento da imagem. 2) Cuidado ao fotografar obra de arte que também é protegida, tanto quanto a imagem de uma pessoa. 3) Fotos para fins pedagógicos, científicos, têm uma redução da proteção do titular de direito em favor da sociedade que é usuária do conhecimento humano. 4) Obras arquitetônicas são consideradas artísticas, portanto, também estão protegidas pelo direito do autor. 5) Na publicidade, tenha sempre a regra: nada pode sem a autorização do titular. 6) Jamais faça remontagem da imagem de uma pessoa. A prática é comum no design e não é permitida perante a Lei. 7) Obra fotográfica bastante conhecida ou notoriamente artística não pode ser plagiada. 8) Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem que isso conste expressamente em contrato de cessão de direitos. 9) A interpretação dos contratos de cessão é restrita.
O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não ser que conste no contrato de cessão de direitos. Vamos agora aos principais fatos A fotografia é protegida por Lei? É. A fotografia é considerada como obra intelectual, legalmente protegida e como tal está protegida pelos art. 6 da Lei 5988/73 e art. 7º, inc. VII da Lei nº9.610/98, cujo teor é: "Art.7º: São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:" "VII - As obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia". Quem é o autor? A Lei garante os seus direitos? O autor é a pessoa física que cria a obra literária, artística ou científica, sendo, no nosso caso, o próprio fotógrafo. O autor da obra fotográfica poderá ser identificado pelo seu nome civil, completo ou abreviado até por suas iniciais, pelo pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional. A obra fotográfica precisa ser registrada? Como é comprovada sua autoria? Não. O artigo 18 da Lei dos Direitos Autorais exime a obrigação de registro da obra. No caso específico do fotógrafo publicitário, a autoria de uma foto pode ser comprovada de muitas maneiras: o orçamento que gerou a foto, o pedido da agência ou cliente, a Nota Fiscal, as sobras de cromos, provas ou negativos, enfim, tudo o que ligue a foto ao solicitante e/ou ao fotógrafo. O fotógrafo de publicidade é autor? É. A legislação brasileira prevê 02 (duas) hipóteses específicas para o fotógrafo de publicidade. A primeira está prevista na Constituição Federal, art. 5º, inc. VIII, que se refere à definição da obra feita em co-autoria, ou seja, aquela obra criada em comum por dois ou mais autores. E a segunda, está prevista neste mesmo artigo, letra "g", que se refere à obra derivada, ou seja, aquela que constitui criação intelectual nova resultando da transformação da obra originária. Na utilização da obra feita em co-autoria será sempre necessária a autorização dos autores que integram essa obra. A foto é sempre o produto de um autor, portanto objeto de um direito. Nos casos onde haja manipulação digital (retoque, fusão etc) posterior, necessariamente autorizada, o direito passa a ser compartilhado. Você precisa saber: Na composição dos direitos autorais, há uma divisão: direitos morais e patrimoniais. Esses direitos protegem e orientam o autor, no que diz
respeito à obra criada por ele. Como autor, há coisas que você pode e coisas que não pode fazer e esta é a chave para toda a questão ética. Os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, enquanto os direitos patrimoniais poderão ser cedidos definitivamente ou por prazo determinado. 1. Direitos Morais São direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing, desistir etc. Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por encomenda, co-autoria, colaboração ou outras, pertencendo esses direitos única e exclusivamente ao autor. Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos Autorais, o fotógrafo tem direito a: - reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da foto. - ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional ou indicado na utilização da foto. - é o que chamamos de crédito. - conservar a foto inédita. - opor-se a qualquer modificação na sua foto. - no entanto, o fotógrafo pode modificar sua foto, antes ou depois de utilizada. - retirar de circulação a sua foto ou suspender qualquer forma de utilização já autorizada, quando considerar a circulação ou utilização indevida. - ter acesso, para reprodução, o original único e raro da foto de sua autoria, mesmo quando se encontre legitimamente em poder de outro. 2. Direitos Patrimoniais São aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da forma que quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir sua profissionalização e sua inclusão no mercado. Atenção: A Lei autoriza que, no caso de ausência de menção do prazo em contrato de cessão de direitos, fica estipulado o prazo de 05 (cinco) anos. Quem for utilizar uma foto deverá ter autorização prévia e expressa do fotógrafo, por exemplo: - reprodução parcial ou integral. - edição. - quaisquer transformações. - inclusão em produção audiovisual. - distribuição fora do contrato de autorização para uso ou exploração - distribuição mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer meio que permita acesso pago à foto, inclusive a Internet. - utilização, direta ou indireta, da foto, através de inúmeros meios de exibição: áudio-visual, cinema ou processo assemelhado, satélites artificiais, sistemas óticos, fios telefônicos ou não, cabos ou quaisquer meios de comunicação. - quaisquer outras modalidades de utilização existentes ou que venham a ser criadas. Problemas polêmicos
1. O cliente pagou, a foto é dele? Não, não é. Os direitos patrimoniais da fotografia podem pertencer ao cliente, dependendo do contrato assinado com o mesmo. Os direitos morais não. Como já falamos, os direitos morais são inalienáveis e irrenunciáveis, pertencendo única e exclusivamente ao autor. O direito de exploração da obra precisa sempre de autorização formal, a qualquer tempo. Qualquer trabalho intelectual comercializado é uma concessão de direitos autorais, por tempo e veículo especificados. Você pode fazer uma cessão patrimonial de direitos, mas para isso, a Lei exige um contrato específico à parte, pois a utilização econômica, por parte do cliente, se extingue automaticamente após 5 anos da morte do autor, voltando o direito de comercialização aos seus sucessores. Os direitos patrimoniais ficam por 70 (setenta) anos com seus herdeiros. Só na falta deles a sua foto será de domínio público. 2. O cliente quer "Buy-Out". O que é isso? Legalmente não é nada. Moralmente, é uma cilada para todos os envolvidos. Perante a lei, o autor é responsável pelos Direitos Morais da foto, direitos estes dos quais você não pode se livrar, nem que queira. Você vende para o cliente a utilização daquela foto, porque você pode explorá-la comercialmente, mas por um tempo/espaço/mídia que podem ser qualquer um, porém, sempre determinados. Para haver cessão é necessário um contrato especial e, mesmo este, tem prazo para terminar! Por quanto e como você vende esta utilização é, portanto, arbítrio seu e do mercado. Porém, a melhor forma (e mais prática) será sempre a praticada nos moldes e exemplos da própria Lei. Atenção: No caso de fotografia para fins comerciais, você não pode sair fotografando nem a pessoa que você bem entender nem qualquer objeto de autoria conhecida, bens móveis ou imóveis, sem prévia autorização, porque você estará infringindo a Lei que regula o Direito de Imagem das pessoas e/ou de suas propriedades. Lembre-se sempre: - A cessão de fotografias sem finalidade lucrativa não exime do pagamento ao titular da imagem. - O fato da revista não ter finalidade lucrativa não exime do pagamento ao titular da imagem. - Que revistas, com preço estampado, tem finalidade lucrativa especialmente se venderem espaços comerciais. - Que não havendo confusão possível, entre o direito do autor da fotografia e o direito da pessoa fotografada,
que são inteiramente autônomos, também não oferece interesse para a controvérsia a circunstância de o fotografado ter ou não cedido, onerosa ou gratuitamente, os seus direitos à revista. - A reprodução da fotografia não autorizada não ofende apenas o direito do autor da obra fotográfica, mas também o direito à imagem, que decorre dos direitos essenciais da personalidade. - A utilização de fotografia, sem autorização, em editorial de revista dirigido a determinada classe de consumidores constitui, por si só, violação de direito relativo à própria imagem, cabendo, portanto, ao lesado o pagamento de indenização, independentemente do fato de não ter havido lucro nessa divulgação. - O direito do autor, isto é, o do fotógrafo, em reclamar pagamento pela reprodução abusiva de seu trabalho prescreve em 5 (cinco) anos. A imagem do retratado, porém, se integra nos direitos da personalidade, e a ação de ressarcimento pelo seu uso indevido, em 20 (vinte) anos. - Desde o Código Civil, a cessão dos direitos de autor, para efeitos econômicos, pode ser parcial ou definitiva. A Lei dos Direitos Autorais, por outro lado, presume que a permissão para a publicação da obra é "para cada vez". - Quem vender ou expuser à venda ou à leitura pública uma obra impressa com fraude será solidariamente responsável com o editor - A comercialização de reprodução fotográfica de obra de arte, exige a autorização do autor da obra e a autorização do fotógrafo que a reproduziu. Prof. Enio Leite Focus Escola de Fotografia MODELOS DE CONTRATOS
INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONTRATO DE CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE IMAGEM (Para Menores de Idade) Pelo presente instrumento particular, FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA, com sede na Rua Riachuelo, 265-1º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01007-000, inscrita no CGC/MF sob o nº 42.591.651/0001-43, inscrição estadual isento, neste ato representada na forma do seu contrato social, doravante designada como CONTRATANTE, e Nome:, RG nº:, menor impúbere, neste ato representado por sua mãe/pai,, RG nº, CPF nº, ambos residentes e domiciliados nesta Capital, no endereço, telefone:, doravante designado(a) como CONTRATADO(A), têm, entre si, justo e contratado o seguinte: 2. Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, o(a) CONTRATADO(A) autoriza a CONTRATANTE, desde já, em caráter irretratável e irrevogável, a: (a) utilizar e veicular as fotografias realizadas com o registro da imagem do(a) CONTRATADO(A) no folder sobre a CONTRATANTE, para fins de publicidade institucional e/ou de produtos McDonald s, sem qualquer limitação de número de inserções e reproduções; (b) utilizar e veicular as fotografias acima referidas no site da contratante na Internet, nas redes Intranet e Extranet da CONTRATANTE (redes de computadores restrita aos seus funcionários, fornecedores e empresas franqueadas); (c) utilizar as fotografias na produção de quaisquer materiais publicitários e promocionais para fins de divulgação do folder da CONTRATANTE, tais como, exemplificativamente, anúncios em revistas e jornais, folhetos, cartazetes, posters, filmes publicitários, out door e bus door, dentre outros, a serem veiculados, no Brasil e/ou no exterior, em quaisquer veículos, formatos e mídia (televisão, cinema, mídias impressa e alternativa, etc.), sem limitação de número de inserções e reproduções; (d) utilizar as fotografias para a produção de materiais publicitários institucionais da CONTRATANTE a serem veiculados nas mesmas condições previstas na alínea anterior; e (e) utilizar as fotografias em veículos próprios da CONTRATANTE, tais como jornaizinhos, manuais de treinamento de funcionários, boletins, catálogos e quaisquer outros materiais a serem distribuídos entre seus funcionários, fornecedores e empresas franqueadas. 3. O materiais publicitários referidos na cláusula anterior serão produzidos para utilização pela CONTRATANTE e por suas empresas franqueadas, pelo prazo de anos, a contar da data da assinatura do presente instrumento.
4. Pela concessão de autorização, objeto deste contrato, a CONTRATANTE paga, neste ato, ao CONTRATADO(A), a título de direitos de imagem, a quantia de R$, no dia. 5. A CONTRATANTE fica autorizada a executar livremente a montagem das fotografias e dos materiais publicitários, objeto deste contrato, podendo proceder aos cortes e às fixações necessárias, utilizando-as, no entanto, para os fins previstos neste instrumento, e responsabilizando-se pela guarda e pela utilização da obra final produzida. 6. O presente contrato é firmado em caráter irretratável e irrevogável, pelo mesmo obrigando-se as partes, em todos os seus termos, por si, seus herdeiros e sucessores. 7. Fica eleito o foro central da Cidade de São Paulo, para que, perante o mesmo e pela ação competente, sejam resolvidas questão emergentes do presente contrato. As partes, justas e contratadas, assinam o presente instrumento em 2 (duas) vias de igual teor e para um só efeito, na presença de duas testemunhas, para que produza os seus efeitos legais. São Paulo, de de 2004 FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA CONTRATADO(A) (assinatura do representante legal) Testemunhas: 1. 2. Nome: Nome: RG: RG: INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONTRATO DE CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE IMAGEM (Para Maiores) Pelo presente instrumento particular, FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA, com sede na Rua Riachuelo, 265-1º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01007-000, inscrita no CGC/MF sob o nº 42.591.651/0001-43, inscrição estadual isento, neste ato representada na forma do seu contrato social, doravante designada como CONTRATANTE, e Nome:, adulto, maior de idade, RG nº:, CPF nº, residente e domiciliado nesta Capital, no endereço, telefone:
, doravante designado(a) como CONTRATADO(A), têm, entre si, justo e contratado o seguinte: 2. Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, o(a) CONTRATADO(A) autoriza a CONTRATANTE, desde já, em caráter irretratável e irrevogável, a: (a) utilizar e veicular as fotografias realizadas com o registro da imagem do(a) CONTRATADO(A) no folder sobre a CONTRATANTE, para fins de publicidade institucional e/ou de produtos McDonald s, sem qualquer limitação de número de inserções e reproduções; (b) utilizar e veicular as fotografias acima referidas no site da contratante na Internet, nas redes Intranet e Extranet da CONTRATANTE (redes de computadores restrita aos seus funcionários, fornecedores e empresas franqueadas); (c) utilizar as fotografias na produção de quaisquer materiais publicitários e promocionais para fins de divulgação do folder da CONTRATANTE, tais como, exemplificativamente, anúncios em revistas e jornais, folhetos, cartazetes, posters, filmes publicitários, out door e bus door, dentre outros, a serem veiculados, no Brasil e/ou no exterior, em quaisquer veículos, formatos e mídia (televisão, cinema, mídias impressa e alternativa, etc.), sem limitação de número de inserções e reproduções; (d) utilizar as fotografias para a produção de materiais publicitários institucionais da CONTRATANTE a serem veiculados nas mesmas condições previstas na alínea anterior; e (e) utilizar as fotografias em veículos próprios da CONTRATANTE, tais como jornaizinhos, manuais de treinamento de funcionários, boletins, catálogos e quaisquer outros materiais a serem distribuídos entre seus funcionários, fornecedores e empresas franqueadas. 3. O materiais publicitários referidos na cláusula anterior serão produzidos para utilização pela CONTRATANTE e por suas empresas franqueadas, pelo prazo de anos, a contar da data da assinatura do presente instrumento. 4. Pela concessão de autorização, objeto deste contrato, a CONTRATANTE paga, neste ato, ao CONTRATADO(A), a título de direitos de imagem, a quantia de R$, no dia. 5. A CONTRATANTE fica autorizada a executar livremente a montagem das fotografias e dos materiais publicitários, objeto deste contrato, podendo proceder aos cortes e às fixações necessárias, utilizando-as, no entanto, para os fins previstos neste instrumento, e responsabilizando-se pela guarda e pela utilização da obra final produzida. 6. O presente contrato é firmado em caráter irretratável e irrevogável, pelo mesmo obrigando-se as partes, em todos os seus termos, por si, seus herdeiros e sucessores. 7. Fica eleito o foro central da Cidade de São Paulo, para que, perante o mesmo e pela ação competente, sejam resolvidas questão emergentes do presente contrato.
As partes, justas e contratadas, assinam o presente instrumento em 2 (duas) vias de igual teor e para um só efeito, na presença de duas testemunhas, para que produza os seus efeitos legais. São Paulo, de de 2004 FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA CONTRATADO(A) (assinatura do representante legal) Testemunhas: 1. 2. Nome: Nome: RG: RG: JUSTIÇA LIVRA JORNAL DE INDENIZAR POR PUBLICAÇÃO DE FOTO A veiculação de fotografia tirada em estabelecimento comercial não é abusiva. Com esse entendimento, a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Alçada de Minas Gerais isentou a Empresa Jornalística de Poços de Caldas Ltda., editora do Jornal da Mantiqueira, de indenizar João Batista Lopes e seu filho Marcelo Dias Lopes, pela publicação de foto deles no jornal. No dia 23 de junho de 2001, a foto de João Batista e de seu filho dentro de um estabelecimento comercial foi publicada no Jornal da Mantiqueira, em notícia com a manchete "ACIA (Associação de Comércio, Indústria e Agropecuária) tenta renegociar dívida com consumidores". No dia 29 de julho do mesmo ano, a foto voltou a ser publicada no jornal, ilustrando a manchete "ACIA dá prazo para consumidores renegociarem suas dívidas". As publicações levaram João Batista e seu filho a ajuizarem uma ação de indenização contra a Empresa Jornalística de Poços de Caldas Ltda. Alegaram que a publicação da foto junto a tais manchetes induziria os leitores a pensarem que eles seriam inadimplentes, causando vários transtornos. O juiz Pereira da Silva afirmou: "No presente caso, entendo não ter havido, por parte da empresa jornalística, a publicação de qualquer reportagem sensacionalista ou ofensiva à imagem dos dois, não tendo desvirtuado, também, a verdade dos fatos. As fotos veiculadas pela empresa/ré, na qual aparecem os clientes, ao meu entender, em nada os vinculou à imagem de compradores inadimplentes". Assim, com votos dos juízes Pereira da Silva, Alberto Vilas Boas e Roberto Borges de Oliveira, a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Alçada reformou a sentença do juiz da 2ª Vara Cível de Poços de Caldas, que havia condenado a empresa a indenizar João Batista e seu filho em 20 salários mínimos cada um. (TA-MG) Fonte: Revista Consultor Jurídico, 3 de dezembro de 2003 Loteria Mineira deve indenizar por USO INDEVIDO DE FOTO Fonte: Revista Consultor Jurídico, 24 de setembro de 2003.
A Loteria Mineira foi condenada a indenizar, em 20 salários mínimos, Marcelo Felipe Rosa. Motivo: uso de fotografia feita por ele sem autorização. A decisão é da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que manteve entendimento anterior. O relator do processo, desembargador Francisco Figueiredo, considerou que uma fotografia não pode ser publicada sem a prévia autorização ou indicação do nome do autor, cabendo ressarcimento no caso de seu descumprimento, segundo determina a Lei de Direitos Autorais. Marcelo Felipe ajuizou ação de indenização contra a Loteria Mineira alegando que é autor de uma foto artística que foi utilizada pelo município de Catas Altas para produção de um cartão postal da cidade. Posteriormente, a mesma foto foi explorada pela Loteria em 100 mil "tirinhas" de dez unidades cada, totalizando 2 milhões de bilhetes, que foram vendidos em todo Estado, sem efetuar-lhe pagamento para publicação e veiculação de seu trabalho. Ele alega que a Loteria Mineira, quando não atribuiu crédito aos bilhetes, demonstrou desrespeito e falta de profissionalismo e seriedade, "ao utilizar-se do trabalho de outros para vender seus produtos". A Loteria Mineira sustenta que acatou um pedido da prefeitura de Catas Altas, prestando homenagem a referida cidade. Também argumenta a inexistência de direito autoral, pois o contrato foi estabelecido com o município e que teria havido a autorização do Executivo Municipal para veiculação da foto. Segundo o desembargador Francisco Figueiredo, a Loteria tinha conhecimento da autoria da foto que foi utilizada pela primeira vez em 8/12/00, já que em seu verso constava a identificação do fotógrafo. De acordo com ele, bastava que a Loteria tivesse inserido na publicação dos bilhetes o nome do profissional, o que evitaria a discussão sobre os direitos autorais da foto. (TJ-MG) Todos os direitos reservados para FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA.