Notas sobre meliponíneos neotropicais, com a descrição de três novas espécies (Hymenoptera, Apidae)

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Transcrição:

In G. A. R. Melo & I. Alves-dos-Santos, Apoidea Neotropica: Homenagem aos 90 Anos de Jesus Santiago Moure. Editora UNESC, Criciúma, 2003. 85 Notas sobre meliponíneos neotropicais, com a descrição de três novas espécies (Hymenoptera, Apidae) Gabriel A. R. Melo ABSTRACT. Three new species of stingless bees from the Neotropical region are described. Lestrimelitta nana, sp. nov., is proposed for a small species from Amapa state, Brazil; it apparently has an isolated position within the genus. Plebeia tobagoensis, sp. nov., is described from material collected in the Tobago Island. Schwarziana mourei, sp. nov., is proposed for a form found in Brazil (Tocantins, Goias, Minas Gerais, eastern Mato Grosso do Sul) and Paraguay; it differs from the type species, S. quadripunctata, mainly by the shape of its hind tíbia and the morphology of the apical sterna of the male. It is also discussed the status of the forms of the rufiventris group, in Melipona, found in southeastern Brazil. There is morphological evidence to recognize the populations occurring along the Atlantic forest as a separate species. The name available for this form is M. mondury Smith, 1863. The name rufiventris Lepeletier, 1836 should be used only for the form found in Mato Grosso do Sul, northwestern São Paulo, western Minas Gerais and southern Goiás. RESUMO. São descritas três novas espécies de meliponíneos da região Neotropical. Lestrimelitta nana, sp. nov., é proposta para uma forma de tamanho reduzido coletada no estado do Amapá; a espécie parece ter uma posição isolada dentro do gênero. Plebeia tobagoensis, sp. nov., é descrita de material coletado na Ilha de Tobago. Schwarziana mourei, sp. nov., é proposta para uma forma encontrada em Tocantins, Goiás, Minas Gerais, leste do Mato Grosso do Sul e Paraguai; difere da espécie tipo, S. quadripunctata, principalmente pelo formato da tíbia posterior da operária e detalhes dos esternos do macho. Discute-se também o status das formas de Melipona do grupo rufiventris encontradas no sudeste brasileiro. São apresentadas evidências morfológicas para o reconhecimento do status de espécie para as populações distribuídas ao longo da Mata Atlântica, sendo que o nome disponível para esta forma é M. mondury Smith, 1863. O nome rufiventris Lepeletier, 1836 deve ser aplicado apenas para a forma encontrada no Mato Grosso do Sul, noroeste de São Paulo, oeste de Minas Gerais e sul de Goiás. KEYWORDS. New species; stingless bees; Neotropical region. INTRODUÇÃO A maior parte dos gêneros neotropicais de meliponíneos necessita de uma ampla revisão. Como evidenciado por revisões recentes (p. ex. CAMARGO & MOURE 1996), há um grande número de espécies ainda não propriamente reconhecidas, principalmente dentro da complexa fauna da região amazônica. Embora seja temerário propor táxons novos fora do contexto de uma revisão, o presente trabalho descreve três novas espécies, do Brasil e Tobago, bem como discute o status das formas de Melipona do grupo rufiventris presentes no sudeste brasileiro, de modo que os nomes aqui propostos possam ser utilizados em outros estudos em andamento. É com grande satisfação que dedico esta pequena contribuição ao Padre Moure, como uma homenagem ao seu aniversário de 90 anos. Recordo-me de sua paciência em passar seu conhecimento para os novatos e como isso foi importante para que eu pudesse aos poucos adentrar a complexa ciência da sistemática. Os acrônimos utilizados nas seções de material examinado e material tipo correspondem às seguintes coleções: DZUP - Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Paraná. IEPA - Museu Costa Lima, Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá, Macapá, Amapá. MZSP - Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo. RAW - Coleção particular de Anthony Raw, atualmente em Ilhéus, Bahia. RPSP - Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo. SEKM - Division of Entomology, University of Kansas Natural History Museum, Lawrence. Lestrimelitta nana, sp. nov. (Figs. 1, 2) Diagnose e Comentários Esta nova espécie destaca-se das demais

86 Melo Lestrimelitta pelo tamanho reduzido do corpo, pela ausência de cerdas eretas no mesoscuto, mesepisterno, nos tergos (exceto pelas cerdas longas em T6) e na face externa das tíbias anteriores e médias, pelo escutelo extremamente aplainado e não encobrindo a porção central do metanoto. O tamanho reduzido, o esporão mesotibial normal e a presença de áreas menos pigmentadas no clípeo, colar pronotal, axilas e bordo posterior do escutelo sugerem uma posição mais basal dentro do gênero, uma vez que evidências moleculares indicam uma relação de grupo irmão com Plebeia (COSTA et al. 2003). Uma chave de identificação paras as espécies brasileiras de Lestrimelitta está sendo preparada por Paola Marchi. Descrição Holótipo operária. Comprimento total aproximado: 4,4 mm; largura máxima da cabeça: 1,58 mm; comprimento da asa anterior: 3,35 mm; largura máxima de T2: 1,26 mm. Cor do integumento: predominantemente castanhoescuro a preto, com as seguintes regiões castanhoavermelhadas: metade basal da mandíbula (exceto pela base preta), labro, porção central do clípeo, área parocular inferior, região interalveolar, terço basal do escapo, ápice do último flagelômero, maior parte do pronoto e do proepisterno, disco da axila, faixa estreita ao longo da margem posterior do escutelo, coxas, maior parte dos fêmures anterior e médio, tíbias anterior e média, tarsos anterior e médio e distitarso posterior. Faixa pré-marginal no clípeo, faixa na porção inferior da gena, trocanteres e base dos fêmures, castanho-claro. Pterostigma e veias alares castanho, membrana hialina. Pubescência: predominantemente curta, decumbente e inconspícua. Na cabeça, pilosidade ereta restrita ao ápice do labro, terço apical da superfície anterior e ao longo do bordo posterior da mandíbula, estípites e umas poucas cerdas muito curtas no vértice (Fig. 1), ápice do escapo e no flagelo. Lóbulo pronotal com cerdas semi-decumbentes muito curtas e finamente ramificadas, e duas a três cerdas mais longas eretas (a mais longa com 0,08 mm). Mesoscuto e mesepisternos apenas com microcerdas decumbentes. Bordo posterior do escutelo com cerdas eretas, as mais longas com cerca de 0,2-0,25 mm. Metepisterno e flanco do propódeo apenas com microcerdas simples, mais esparsas no propódeo. Na tíbia posterior, como na Fig. 2. T1-5 sem cerdas eretas, exceto por umas poucas cerdas semi-eretas nas laterais de T4 e T5; T6 com cerdas grossas e finamente ramificadas, as mais longas com 0,12-0,15 mm. Superfície do integumento: predominantemente lisa e polida, pontuação pilígera extremamente fina e inconspícua. Forma e proporções (medidas em mm): cabeça cerca de 1,1x mais larga que longa (1,61:1,48); distância interorbital superior e inferior idênticas (1,1:1,1); clípeo 3x mais largo que longo (0,98:0,33); 2o. flagelômero 1,5x mais largo que longo (0,12:0,08), o 3o., cerca de 1,3 x mais largo que longo (0,12:0,09); espaço malar ligeiramente mais curto que a largura do flagelo (0,1:0,12); olho cerca de 2,2x mais longo que sua largura máxima (1,0:0,45), em vista lateral, tão largo quanto a largura máxima da gena (0,41:0,41). Largura intertegular do mesoscuto cerca de 1,2x seu comprimento (1,1:0,9), linha média estendendo-se até os 4/5 anteriores do mesoscuto; metade posterior do disco do mesoscuto e o escutelo, por inteiro, extremamente planos; sutura escuto-escutelar, em vista dorsal, voltada para a frente, sulco extremamente raso; metanoto não encoberto pelo escutelo. Esporão mesotibial normal, cerca de 1,4x mais longo que largura máxima do basitarso médio (0,2:0,14). Tíbia e basitarso posteriores como na Fig. 2. Abertura do espíraculo propodeal alongada, em vista látero-posterior 3x mais longa que larga (0,15:0,05), bordos anterior e posterior no mesmo plano, bordo superior não projetado sobre abertura. Material-tipo Holótipo operária (DZUP) Brasil, Amapá, Rio Cajari, Santa Rosa, 0 35 46"S, 52 19 30"W, 18.ix.2001, G.A.R. Melo & O. Silveira e Atacando ninho de Leurotrigona em esteio de cabana. Parátipos: 8 operárias (3 DZUP, 3 IEPA, 2 RPSP), com os mesmos dados do holótipo. Etimologia O nome da espécie refere-se ao seu tamanho corporal reduzido, quando comparada com outras espécies do gênero Lestrimelitta, do Latim nanus, anão. Melipona mondury Smith, 1863 1 2 Figs. 1-2. Lestrimelitta nana, sp. nov., operária. 1, cabeça, vista frontal; 2, tíbia e basitarso posteriores, vista externa. Escalas = 0,5 mm. As populações do grupo rufiventris presentes no sudeste brasileiro têm sido usualmente consideradas como pertencendo a uma única espécie (p.ex. MOURE 1975; PEDRO & CAMARGO, 1999). Segundo MOURE (1975), o material tipo de M. rufiventris Lepeletier era composto

87 3 8 6 11 4 9 5 7 10 12 Figs. 3-12. Terminália do macho de Melipona rufiventris (3-7) e de M. mondury (8-12). M. rufiventris: 3, Tergo metassomal VII, vista dorsal; 4, esterno VI, vista ventral; 5, esterno VII, vista ventral; 6, genitália, vista dorsal; 7, genitália, vista ventral. M. mondury: 8, Tergo metassomal VII, vista dorsal; 9, esterno VI, vista ventral; 10, esterno VII, vista ventral; 11, genitália, vista dorsal; 12, genitália, vista ventral. Escala = 0,5 mm. por espécimes do norte de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nesse mesmo trabalho, Moure escolheu o exemplar coletado no norte de São Paulo como lectótipo para M. rufiventris. Entretanto, o exame de material da coleção DZUP permite reconhecer que a forma presente na Mata Atlântica (de Santa Catarina à Bahia) apresenta um grande número de diferenças morfológicas em relação a M. rufiventris propriamente dita, presente no noroeste de São Paulo, oeste de Minas Gerais, sul de Goiás e Mato Grosso do Sul, e que portanto deveria ser reconhecida como uma espécie à parte. Esta posicão tem sido reconhecida mais recentemente por J. S. Moure (comunicação pessoal) e J. M. F. Camargo (comunicação pessoal). As principais diferenças morfológicas entre as operárias das duas espécies são: (1) em rufiventris, cerdas ao longo dos bordos anterior e posterior da tíbia posterior castanho-escuras, quase negras; castanhoamareladas em mondury (um pouco avermelhadas no bordo posterior); (2) cerdas nas laterais de T2, escuras e curtas (as mais longas com 0,1-0,14 mm) em rufiventris; amarelas e mais longas (0,23-0,27 mm) em mondury; (3) cerdas eretas em T4-6 claramente mais curtas em rufiventris (mais longas no disco de T5 com 0,4 mm e em T6 com 0,6-0,65 mm) do que em mondury (0,5 e 0,7-0,73 mm, respectivamente); (4) pilosidade clara decumbente nos tergos mais esparsa em rufiventris do que em mondury (diferença mais notável no disco de T4); (5) tamanho corporal menor em rufiventris (largura da cabeça, 3,8 mm, largura máxima de T2, 3,8 mm) do que em mondury (4,1 e 4,2 mm, respectivamente). As mensurações foram feitas em um espécime de rufiventris proveniente de Araxá, Minas Gerais e um de mondury coletado em Santa Teresa, Espírito Santo. O reconhecimento de espécies no grupo rufiventris com base na morfologia das operárias é bastante difícil.

88 Melo As comparações feitas aqui foram limitadas ao material proveniente da porção sudeste do Brasil (englobando Mato Grosso do Sul e sul de Goías, a oeste, e estendendo-se do sul da Bahia ao norte de Santa Catarina, a leste). Material examinado do norte de Goiás (Teresina de Goiás) e Maranhão (Urbano Santos) que concordam com M. rufiventris apresentam cerdas um pouco mais longas nos tergos, ao passo que espécimens do Mato Grosso, apresentam cerdas mais curtas. Foi examinado também material proveniente do Ceará (Serra do Baturité, Viçosa do Ceará, Ubajara) e Rio Grande do Norte (Martins) que, embora apresentem tamanho corporal menor, concordam com M. mondury. Detalhes do T7, E6-7 e da genitália dos machos de M. rufiventris (proveniente de Ibiá, Minas Gerais) e M. mondury (proveniente de Minas Novas, Minas Gerais) são apresentados nas Figs. 3 7 e 8 12, respectivamente. Material de M. rufiventris das seguintes localidades foi examinado: Minas Gerais: Araxá, Ibiá, Perdizes, Santa Rita de Cássia; Mato Grosso do Sul: Rio Guaraguatá (21 48 S, 52 27 W), Três Lagoas; São Paulo: Luís Antônio. Material de M. mondury: Bahia: Água Preta, Bonfim, Prado; Espírito Santo: Córrego do Ita, Domingos Martins, Linhares, Itarana, Guarapari, Viana, Santo Antônio, São Mateus, Cariacica, Conceição da Barra, São Roque, São João Petrópolis, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Colatina, São Domingos; Rio de Janeiro: Santa Maria Madalena, Rio de Janeiro, Itatiaia, Nitéroi, Angra dos Reis; Minas Gerais: Barbacena, Ipanema, Marliéria, Minas Novas; São Paulo: São Paulo, Boracéia, São Sebastião; Paraná: Caiobá; Santa Catarina: Blumenau, Corupá, Joinville, Rio do Testo. Plebeia tobagoensis, sp. nov. (Figs. 13-16) Diagnose e Comentários Sem uma revisão para o gênero Plebeia, o posicionamento desta nova espécie é apenas tentativo. Assemelhase, em tamanho, padrão de pilosidade e de pontuação, a material identificado como Plebeia frontalis (Friese, 1911) na coleção do DZUP. Difere pelas pernas predominantemente testáceas (castanho-escuras em frontalis), estrias parocular e lateral do mesoscuto mais largas, escutelo castanho-claro no disco (castanho-escuro em frontalis) e pela presença de cerdas longas na superfície posterior do propódeo. Descrição Holótipo operária. Comprimento total aproximado: 4,0 mm; largura máxima da cabeça: 1,73 mm; comprimento da asa anterior: 3,8 mm; largura máxima de T2: 1,55 mm. Cor do integumento: cabeça e mesossoma amplamente negros, com as seguintes regiões amarelas: mandíbulas (exceto estreita faixa basal e bordo apical, castanhos), 13 14 15 16 Figs. 13-16. Plebeia tobagoensis, sp. nov., operária. 13, cabeça, vista frontal; 14, mesossoma, vista dorsal; 15, detalhe do mesoscuto, vista dorsal; 16, detalhe do mesepisterno, vista lateral. Escalas = 0,5 mm. labro, clípeo por inteiro (exceto por duas manchas castanhas difusas laterais), área supraclipeal, larga estria parocular (separada da fóvea tentorial por cerca de um diâmetro da fóvea) (Fig. 13), estreita e curta estria genal (restrita ao quinto inferior do olho), maior parte do escapo (exceto por faixa castanha ocupando o terço apical da superfície dorsal), lobo pronotal por inteiro e em continuidade com uma larga faixa ocupando todo o colar pronotal, faixa lateral no mesoscuto (com largura uniforme), axilas por inteiro, larga faixa ao longo do bordo posterior do escutelo (Fig. 14) e uma mancha difusa na porção central do metanoto. Pronoto (exceto por áreas amarelas) testáceo. Pernas inteiramente testáceas, exceto metade apical da tíbia posterior e basitarso posterior por inteiro, castanhos. T1, exceto por faixa marginal castanha, e porção central do disco de T2, testáceos; restante do metassoma castanho. Tégulas testáceas; membrana alar hialina; microtríquias, veias e pterostigma castanhos. Pubescência: predominantemente pálida; nas pernas, amarelada a avermelhada.cabeça, laterais do mesepisterno (Fig. 16), metepisterno e flancos do propódeo com abundante pilosidade curta, finamente plumosa e semi-ereta. Cerdas mais longas no clípeo com 0,1 mm; no escapo, com 0,07 mm, ligeiramente mais curtas que o diâmetro máximo do escapo; no vértice, com 0,21 mm. Disco do mesoscuto coberto por cerdas curtas, simples e semi-eretas, com cerca de 0,07 mm, e cerdas mais longas esparsas (0,12 mm). Cerdas longas nas laterais do mesepisterno predominantemente ramificadas, principalmente na região omaular, as mais longas com cerca de 0,2 mm. Superfície posterior do

89 propódeo com algumas cerdas simples longas, com cerca de 0,24 mm. Margem posterior de T2 com duas fileiras, intercaladas, de cerdas curtíssimas (0,02-0,03 mm). Superfície do integumento: predominantemente lisa e polida, pontuação pilígera evidente na fronte e principalmente no mesoscuto (separada por 1 a 3 diâmetros de ponto) (Fig. 15). Forma e proporções (medidas em mm): cabeça cerca de 1,2x mais larga que longa (1,77:1,46); distância interorbital superior maior que inferior (1,08:0,87); clípeo 2,1x mais largo que longo (0,83:0,39); 2o. flagelômero 1,6x mais largo que longo (0,14:0,09), o 3o., cerca de 1,4 x mais largo que longo (0,14:0,10); espaço malar muito mais curto que a largura do flagelo (0,04:0,14); olho cerca de 2,4x mais longo que sua largura máxima (1,22:0,51), em vista lateral, cerca de 1,4x mais largo que largura máxima da gena (0,43:0,31). Largura intertegular do mesoscuto cerca de 1,1x seu comprimento (1,2:1,06). Escutelo 1,9x mais largo que longo (0,73:0,38). Variação Como observado para outras espécies de Plebeia, o material examinado contém espécimes melânicos, apresentando o clípeo, fêmures anterior e posterior, tíbia e basitarso posteriores e metassoma mais escurecidos (castanho a castanho-escuro). da nova espécie proposta aqui, há também duas outras formas não descritas: uma da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e outra da Serra da Bocaina, em São Paulo. É possível que outras regiões de terras altas, como a Cadeia do Espinhaço e a Chapada Diamantina, abriguem formas novas adicionais. Embora à primeira vista muito parecida com S. quadripunctata auctorum, S. mourei sp. nov. pode ser facilmente reconhecida pela depressão corbicular normal (em quadripunctata, a depressão estende-se além da metade da tíbia e o bordo anterior do ápice da tíbia é fortemente elevado), escutelo quase inteiramente amarelo (variável em quadripunctata, porém mancha amarela menos extensa), pilosidade predominantemente amarelada (em geral escura em quadripunctata), tarsos castanho-amarelados (castanho-escuros em quadripunctata), metassoma uniformente castanhoescuro (variável em quadripunctata) e pelo metaposnoto glabro (nunca inteiramente glabro em quadripunctata). O macho de S. mourei sp. nov. é conhecido de um único espécime coletado no Paraguai (Fig. 19). Sua descrição será apresentada em outra oportunidade. Para comparação, os esternos apicais e a genitália desse espécime são ilustrados nas Figs. 22-25, respectivamente. Material-tipo Holótipo operária (DZUP) Tobago W. I., Scarborough, ex nest; col. F. J. A. J. Meeuwsen, 2001/IX/05. Parátipos: 9 operárias (7 DZUP, 1 RPSP, 1 SEKM) com os mesmo dados que o holótipo. Etimologia Nome alusivo ao país de origem do material, Tobago, acrescido do sufixo -ensis. Schwarziana mourei, sp. nov. (Figs. 17-20, 22-25) 17 19 Plebeia (Schwarziana) quadripunctata quadripunctata, CAMARGO (1974): 436, 470 (em parte). Diagnose e Comentários O gênero Schwarziana tem sido tradicionalmente considerado como contendo uma única espécie, S. quadripunctata (Lepeletier, 1836) (p.ex. SCHWARZ 1948; CAMARGO 1974). SCHWARZ (1948) reconheceu duas formas, tratadas por ele como subespécies de quadripunctata, a forma típica e bipartita (Lepeletier, 1836). Levando em conta a aparente inconsistência biogeográfica envolvida no reconhecimento dessas duas formas, CAMARGO (1974) sugeriu que bipartita fosse considerada sinônimo de quadripunctata. A diversidade em Schwarziana é maior do que tem sido reconhecido por outros autores. Além 18 20 21 Figs. 17-21. Schwarziana mourei, sp. nov. (17-20). 17, cabeça, vista frontal, operária (Natividade, TO); 18, mesossoma, vista dorsal, operária (Uberaba, MG); 19, cabeça, vista frontal, macho (San Bernardino, Paraguai); 20, tíbia posterior, vista externa, operária (Três Lagoas, MS); 21, Schwarziana quadripunctata auctorum, tíbia posterior, vista externa, operária (Teodoro Sampaio, SP). Escalas = 0,5 mm).

90 Melo 22 23 24 25 Figs. 22-25. Macho de Schwarziana mourei, sp. nov. 22, esterno VI, vista ventral; 23, esterno VII, vista ventral; 24, genitália, vista ventral; 25, genitália, vista dorsal. Escala = 0,5 mm. Descrição Holótipo operária. Comprimento total aproximado: 6,8 mm; largura máxima da cabeça: 2,5 mm; comprimento da asa anterior: 5,9 mm; largura máxima de T2: 2,0 mm. Cor do integumento: predominantemente preta; com os seguintes desenhos amarelos: um largo triângulo ocupando a região parocular inferior, uma larga faixa medial no clípeo, faixa ao longo do colar pronotal (interrompida no meio), pequena mancha sub-apical no lóbulo pronotal, axilas e escutelo por inteiro, exceto por um triângulo castanho na base do escutelo. Pernas castanho-escuras, exceto por tarsos e metade apical da tíbia posterior castanho-claros. Porção ventral dos flagelos, mandíbulas (exceto pelo ápice e base escurecidos), lóbulos pronotais e tégulas castanhoavermelhados. Pterostigma e veia R castanhos, as outras veias castanho-claras; membrana alar levemente amarelada. Pubescência: predominantemente castanhoclara; pilosidade ereta relativamente longa e abundante como em outras espécies de Schwarziana. Pêlos mais longos no clípeo com 0,12-0,14 mm; na fronte, com 0,24 mm; no vértice, com 0,45 mm. Cerdas eretas do escapo curtíssimas (0,04-0,06 mm) e esparsas. Pilosidade ereta, no disco do mesoscuto, esparsa, pêlos mais longos cerca de 0,2 mm; no escutelo, com cerca de 0,35-0,40. Pilosidade nos lados do mesepisterno amareloavermelhada, longa e bastante densa, encobrindo a maior parte da superfície; pêlos mais longos com cerca de 0,6 mm. Metaposnoto inteiramente glabro. No disco de T1, pêlos mais longos com 0,3 mm; na porção medial do disco de T2, com 0,2 mm. Superfície do integumento: clípeo finamente reticulado e brilhante. Área parocular inferior bastante lisa e polida, exceto por pontuação pilígera.fronte e mesoscuto fortemente reticulados e foscos. Escutelo fracamente granulado, relativamente brilhante. Metaposnoto com reticulado evidente, porém brilhante. Forma e proporções (medidas em mm): cabeça cerca de 1,2x mais larga que longa (2,64:2,21); órbitas internas convergentes embaixo (distância interorbital superior e inferior, 1,65:1,44); clípeo 1,9x mais largo que longo (1,32:0,71); 2o. flagelômero tão longo quanto largo (0,17:0,17), o 3o., um pouco mais longo que largo (0,20:0,17); espaço malar um pouco menos que 3/4 da largura do flagelo (0,12:0,17); olho cerca de 2,6x mais longo que sua largura máxima (1,67:0,65), em vista lateral, cerca de 1,4x mais largo que largura máxima da gena (0,55:0,39). Largura intertegular do mesoscuto igual ao seu comprimento (1,67:1,67). Escutelo 2,2x mais largo que longo (1,16:0,53). Depressão corbicular restrita ao terço apical da tíbia posterior, bordo anterior do ápice da tíbia apenas levemente elevado. Variação O espécime de Poços de Caldas apresenta as tíbias posteriores inteiramente castanhas e a pilosidade ereta do mesoscuto e dos tergos um pouco mais longa e mais densa do que nos outros espécimes. Seria importante examinar mais material desta região, uma vez que a variação observada pode ser indicativa de uma população isolada. Entre o material examinado, há um pouco de variação na extensão da mancha amarela do clípeo (mais reduzida em alguns espécimes). Além disso, os exemplares paraguaios têm as tíbias posteriores uniformemente castanhas. Material-tipo Holótipo operária (DZUP), Brasil, Tocantins: Dianópolis-GO, Brasil 12-III-62, F M Oliveira leg. Parátipos: 2 operárias (DZUP) com os mesmos dados do holótipo; 1 operária (DZUP) NATIVIDADE GO, Brasil

91 17 VI-1964, S. Laroca, leg. Goiás: 1 operária (RAW) Goiás Velho, Gold Creek, 14.8.1981 e Eupatorium. Mato Grosso do Sul: 4 operárias (MZSP) Três Lagoas, MT, marg. esq. rio Sucuriu, Faz. Canaã, I.1967, F. Lane col. ; 16 operárias (MZSP), idem exceto data de coleta não indicada; 1 operária (MZSP) Faz. Floresta, Mun. Três Lagoas, MT. 13-20.IX.1964, Exp. Depto. Zool.. Minas Gerais: 1 operária (RPSP) RPSP 001091 e Bonfinópolis de Minas 30 km N, MG, Brasil 02.V.2000, M. Mazucato leg. ; 1 operária (RPSP) RPSP 000722 e Bonfinópolis de Minas 30 km N, MG, Brasil 22-24.III.2000, M. Mazucato leg. ; 3 operárias (DZUP) UBERABA MG, Brasil X-61, C. Elias leg. ; 1 operária (DZUP) Brasil - Minas Gerais, Poços de Caldas, Morro do Ferro, 10.v.1966, O. Roppa, O. Leoncini col.. Paraguai: 1 operária (DZUP) PARAGUAY: CENTRAL: Capiatá, 5.vii.2003, B. Garcete, M. Hermes & J. Jara cols. ; 1 operária (DZUP) August e Fiebrig, Paraguay, S. Bernardino ; 1 macho (DZUP) Ende Juli e Fiebrig, Paraguay, S. Bernardino. Etimologia Espécie dedicada ao Padre Jesus Santiago Moure, na ocasião do seu 90o. aniversário. Agradecimentos. Ao IEPA (Amapá), na pessoa de Orlando T. Silveira, pela oportunidade de realizar coletas no sul do Amapá; à Fátima Zagonel, pelos desenhos de Lestrimelitta nana. REFERÊNCIAS CAMARGO, J. M. F. 1974. Notas sobre a morfologia e biologia de Plebeia (Schwarziana) quadripunctata quadripunctata (Hym., Apidae). Studia Entomologica 17: 433-470. CAMARGO, J. M. F. & J. S. MOURE. 1996. Meliponini neotropicais: o gênero Geotrigona Moure, 1943 (Apinae, Apidae, Hymenoptera), com especial referência à filogenia e biogeografia. Arquivos de Zoologia 33(3): 95-161. COSTA, M. A.; M. A. DEL LAMA; G. A. R. MELO & W. S. SHEPPARD. 2003. Molecular phylogeny of the stingless bees (Apidae, Apinae, Meliponini) inferred from mitochondrial 16S rdna sequences. Apidologie 34: 73-84. MOURE, J. S. 1975. Notas sobre as espécies de Melipona descritas por Lepeletier em 1836 (Hymenoptera - Apidae). Revista Brasileira de Biologia 35: 615-623. PEDRO, S. R. M. & J. M. F. CAMARGO. 1999. Apoidea Apiformes, p.195-211. In: C.R.F. Brandão & E.M. Cancello (eds.). Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil. Vol. 5: Invertebrados Terrestres. São Paulo, FAPESP. SCHWARZ, H. F. 1948. Stingless Bees (Meliponidae) of the Western Hemisphere. Bulletin of the American Museum of Natural Historty 90: 1-546.