LEVANTAMENTO FITOGEOGRÁFICO EM TRECHO DE CAATINGA HIPOXERÓFILA SÍTIO CANAFÍSTULA, SERTÃOZINHO PARAÍBA, BRASIL

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Revista. ISSN: 1982-3878 João Pessoa, PB, DGEOC/CCEN/UFPB http://www.okara.ufpb.br LEVANTAMENTO FITOGEOGRÁFICO EM TRECHO DE CAATINGA HIPOXERÓFILA SÍTIO CANAFÍSTULA, SERTÃOZINHO PARAÍBA, BRASIL Joel Maciel Pereira Cordeiro Universidade Estadual da Paraíba Aldo Gonçalves de Oliveira Universidade Federal de Alagoas Resumo O presente trabalho teve como objetivo caracterizar a flora da caatinga hipoxerófila através de levantamento fitogeográfico desenvolvido em trecho de mata nativa situado em encostas pertencentes ao piermont da Borborema, encontrada no Sítio Canafístula, município de Sertãozinho Paraíba. Foi adotado o método dos quadrados, onde se estabeleceram dez parcelas de 100 m² no interior da área pesquisada, totalizando 1.000 m². Em cada parcela foram considerados para efeito de coleta de dados todos os indivíduos do extrato arbustivo arbóreo que atenderam os critérios de inclusão: diâmetro a altura do peito (DAP) a 5 cm e altura total a 2 m, excluindo cipós e bromeliáceas. O trabalho resultou no registro de 437 indivíduos, representados por 32 espécies, distribuídas em 19 famílias, sendo a Mimosaceae, Capparaceae e Rubiaceae, com maiores números de representantes, compondo juntas 51,9% da vegetação local. Palavras chave: Caatinga hipoxerófila, agreste sub litorâneo, piermont da borborema, comunidade vegetal. PHYTOGEOGRAPHICAL SURVEY IN THE CAATINGA HYPOXEROPHYTIC SITE CANAFÍSTULA, SERTÃOZINHO PARAÍBA STATE, BRAZIL Abstract This study aimed to characterize the flora of the caatinga hypoxerophytic through phytogeographical survey developed stretch of native bush located on slopes belonging to the Piermont Borborema Canafístula found on the Site, city of Sertãozinho Paraíba, Brazil. We adopted the method of squares, where they established ten plots of 100 m² within the area surveyed, totaling 1,000 m². In

CORDEIRO, J. M. P.; OLIVEIRA, A. G. de 55 each plot were considered for the purpose of data collection all subjects extract shrub tree that met the inclusion criteria: diameter at breast height (DBH) 5 cm and height 2 m total, excluding lianas and bromeliads. The work resulted in registration of 437 individuals, represented by 32 species belonging to 19 families, and the Mimosaceae, Capparaceae and Rubiaceae, with increased numbers of representatives, together composing 51,9% of the area. Keywords: Caatinga hypoxerophytic, agreste sub littoral, piermont borborema, plant community. INTRODUÇÃO O bioma caatinga constitui um rico ecossistema de características fisionômicas próprias, apresentando uma grande diversidade de espécies animais e vegetais. Sua área abrange todo o Nordeste e parte do Sudeste brasileiro, ocupando, cerca de 750 000 km², 11% do território nacional (ALVES et al., 2009). A caatinga pode ser caracterizada como um conjunto de árvores e arbustos que apresentam grande resistência a seca, com fisionomia adaptada a tais condições: raízes desenvolvidas para absorver água nas camadas profundas do solo, caules suculentos, folhas pequenas e caducas e a comum presença de espinhos (MENDES, 1997). Zappi (2008) complementa que na caatinga podem ser encontradas desde áreas de vegetação arbustiva baixa e rala até florestas com indivíduos que atingem facilmente 8m de altura, sendo caracterizada por espécies micrófilas e decíduas, além espinhos, acúleos, folhas e caules suculentos, e o predomínio de ervas anuais. Estas características visam proteger a planta contra a perda d água por transpiração causada pelo forte calor, possibilitando as mesmas sobreviverem em ambientes com elevado déficit hídrico, como o semiárido nordestino. O Estado da Paraíba, pela situação geográfica, formas de relevo, natureza de suas rochas, diversificação de solos e clima, apresenta uma vegetação variada, traduzida pela multiplicidade das paisagens naturais e das formações vegetais distribuídas pelo seu território (FELICIANO e MELO, 2003). A caatinga encontra se no estado desde a porção oriental, no Agreste sublitorâneo, onde constitui uma área de transição entre este bioma e a mata tropical, estendendo se por todo interior do Estado, compreendendo um território de 40 539 km², constituindo a maior área de cobertura vegetal da Paraíba, com 71,64% de sua área total (SUDEMA, 1992). A caatinga no Estado pode ser agrupada em dois grandes grupos: caatinga hiperxerófila, composta por vegetação arbustiva e rala com forte intensidade de

56 Levantamento fitogeográfico em trecho de caatinga hipoxerófila Sítio Canafístula, Sertãozinho Paraíba, Brasil cactáceas e bromeliáceas; e a caatinga hipoxerófila, formada por vegetação arbustivo arbórea mais ou menos densa, com ou sem cactáceas (PARAÍBA, 1985). A caatinga hiperxerófila pode ser encontrada nos setores mais secos do cariri, curimataú e sertão paraibano. Para Mariano Neto (2001) as características da caatinga hiperxerófila são determinadas pelos fatores vitais como baixo índice pluviométrico, temperaturas elevadas durante a estação seca, o que provoca aridez e incapacitação do solo predominantemente raso e pedregoso ou com afloramentos cristalinos, o que inviabiliza a absorção da água. Neste ambiente podem ser encontrados entre outras espécies vegetais, o facheiro (Pilosocereus piauhiensis), a macambira (Bromelia laciniosa), marmeleiro (Croton ssp) e juremas (Mimosa ssp). Por sua vez, a caatinga hipoxerófila pode ser encontrada em áreas de características edafoclimáticas favoráveis, como o Agreste sublitorâneo, onde esta vegetação é composta por um extrato arbustivo arbóreo, com a maioria das espécies caducifólias e espinhentas, fazendo se presentes também, espécies da mata úmida, o que lhe confere um caráter de transição entre estes biomas (ALVES, 2008). Dentre as espécies vegetais, podem se destacar a canafístula (Cassia grandis), o juazeiro (Zizipus joazeiro), o mandacaru (Cereus jamacaru), e o mulungu (Erytrina velutina). Apesar de ser um ambiente rico em biodiversidade, a caatinga também constitui um dos ecossistemas mais frágeis e vulneráveis a ação antrópica desordenada: o extrativismo, o superpastoreio, o uso descontrolado das práticas de queimadas e a agricultura com desmatamento da vegetação nativa para formação de novos campos agrícolas, podem reduzir de maneira significativa as espécies de seres vivos que dependem destes ambientes para sobreviverem, além de contribuírem para agravar o problema de desertificação dos solos em algumas áreas (MENDES, 1997; ALVES et al., 2009). Desta forma, justifica se a necessidade em promover o incentivo à preservação deste bioma e o desenvolvimento de pesquisas e estudos relacionados à importância em preservar a diversidade de vida neste ecossistema, bem como o uso apropriado dos recursos naturais de tal maneira que possibilite o desenvolvimento sustentável, conciliando a conservação ambiental e o crescimento econômico e social. Por tanto, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a composição do estrato arbustivo arbóreo em um trecho de mata composta por formação vegetal do tipo caatinga hipoxerófila, situado no Sítio Canafístula, município de Sertãozinho Paraíba, através de levantamento fitogeográfico realizado neste local.

CORDEIRO, J. M. P.; OLIVEIRA, A. G. de 57 MATERIAL E MÉTODOS O referente trabalho foi realizado no município paraibano de Sertãozinho, localizado na microrregião de Guarabira, situada no Agreste paraibano. Este município possui uma área de 31,7 km², estando localizado a 6 45 05 S e 35 26 32 W, com altitude média de 135 m. O clima na região, segundo a classificação de Köppen é do tipo As quente e úmido com chuvas de outonoinverno, apresentando temperatura média de 26 C e precipitações entre 1.000 e 1.200 mm/ano (FELICIANO e MELO, 2003). A área de caatinga amostrada localiza se na zona rural de Sertãozinho, no Sítio Canafístula, distante 4 km da sede municipal. O fragmento de mata apresenta uma área total de aproximadamente 17 ha de floresta nativa, situadas em encostas pertencentes à serras do piermont da Borborema, nos limites municipais de Sertãozinho e Serra da Raiz. A topografia do lugar apresenta se forte ondulado, com vertentes côncavo convexas e altitude média de 180 m. Com relação ao processo de ocupação da região, segundo relatos de agricultores e moradores antigos, os espaços que hoje ocorrem a maioria das matas eram ocupados em meados das décadas de 1950 e 1960 por culturas comerciais como o sisal. No entanto, com a desvalorização deste produto os agricultores abandonaram tais atividades agrícolas. Nos espaços abandonados a caatinga regenerou se e hoje se encontra com sua composição florística em elevado processo de desenvolvimento. Em determinados espaços não atingidos pela cultura sisaleira o processo de ocupação foi marcado pela derrubada de espécies vegetais para produção de lenha a ser usada como combustível em fogões (biomassa), ou para produção de carvão. O levantamento fitogeográfico foi realizado em trecho de mata de encosta escolhida aleatoriamente, sendo estabelecidos três levantamentos no período de janeiro a setembro de 2010, tendo como ambiente específico da pesquisa o sopé, a meia encosta e o topo, sendo eleitas cinco áreas amostrais. Foi empregado para o levantamento fitogeográfico o método dos quadrados (MUELLER e ELLENBERG, 1974), estabelecendo no interior da área pesquisada 10 parcelas de 10 10 m (100m²), sendo duas parcelas em cada área amostral, totalizando 1000m²; a distância entre as parcelas foi de 5m. Em cada parcela foram considerados para efeito de coleta de dados todos os indivíduos do extrato arbustivo arbóreo que atenderam os critérios de inclusão: diâmetro a altura do peito (DAP) a 5 cm e altura total a 2 m, excluindo cipós e bromeliáceas. Para o registro da comunidade vegetal foram anotados: o nome popular, conforme descrição dos moradores locais; a circunferência do caule, usando fita métrica; e a altura total, estimada visualmente por comparação com uma vara de

58 Levantamento fitogeográfico em trecho de caatinga hipoxerófila Sítio Canafístula, Sertãozinho Paraíba, Brasil 5 m. A identificação das espécies foram estabelecidas através de consultas a especialistas e por meio de morfologia comparada, utilizando bibliografia. RESULTADOS E DISCUSSÃO O levantamento fitogeográfico do extrato arbustivo arbóreo em fragmento de caatinga hipoxerófila pertencente à floresta subcaducifólia das serras do piermont da Borborema envolveu 437 indivíduos, pertencentes a 32 espécies, distribuídas em 19 famílias. Em relação ao hábito, o componente predominante foi o arbóreo, onde ocorreram 22 espécies entre as 32 registradas, conforme a Tabela 1. As famílias com maior número de representantes foram as Mimosaceae, Capparaceae e Rubiaceae, compondo juntas 51,9% da vegetação local. As demais famílias também foram representadas por elevado número de indivíduos, sendo apenas a Moraceae, Bignoniaceae, Palmaceae e Cactaceae registradas com menos de 1% dos indivíduos. A Figura 1 apresenta as 19 famílias encontradas no trecho de mata nativa pesquisado, bem como a porcentagem de indivíduos que aparecem em cada uma delas. Figura 1. Distribuição percentual do número de indivíduos encontrados por família botânica no Sítio Canafístula, Sertãozinho, Paraíba (2010).

CORDEIRO, J. M. P.; OLIVEIRA, A. G. de 59 Tabela 1. Listagem das famílias e espécies encontradas no levantamento fitogeográfico. Família/espécie Nome popular Hábito Bignoniaceae Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols. Pau d arco amarelo Árvore Tabebuia sp Pau d arco Árvore Boraginaceae Cordia trichotoma Freijorge Árvore Cactaceae Cereus jamacaru DC. Mandacaru Árvore Caesalpiniaceae Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Jucá Árvore Bahuinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó Arbusto Caparaceae Capparis flexuosa (L.) L. Feijão bravo Árvore Capparis yco Eichl. Icó Arbusto Cesalpinioideae Pterogyne nitens Madeira nova Árvore Esterculaceae Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba Árvore Flacurtiaceae Casearia ramiflora Vahl. Café bravo Arbusto Xylosma salzmanni Eichl. Espinho de agulha Arbusto Graminea Panicum sp Taquarinha Arbusto Mimosaceae Acacia glomerosa Benth. Amorosa Arbusto Mimosa caesalpiniaefolia Sabiá Árvore Mimosa malacocentra Mart. Calumbí Arbusto Mimosa tenuiflora Willd. Espinheiro Árvore Piptadenia macrocarpa Benth. Angico Árvore Piptadenia viridiflora Benth. Amorosa branca Arbusto Pithecolobium polycephalum Benth. Vassourinha Árvore Moraceae Cecropia pachystachya Mart. Capeira Árvore Nictaginaceae Pisonia tomentosa João mole Árvore Palmaceae Syagrus picrophylla Barb. Rodr. Catolé Árvore Papilonoideae Machaerium angustifolium Vog. Espinho rei Árvore Poligonaceae Coccoloba latifolia Lam. Cravaçu Árvore Ramnaceae Zizipus joazeiro Mart. Juazeiro Árvore Rubiaceae Coutarea hexandra (Jacqu.) Schum. Quina quina Arbusto Rutaceae Fagara rhoifolia Engl. Limãozinho Árvore Sapindaceae Talisia esculenta Radalk. Pitombeira Árvore Desconhecido (1) Árvore Desconhecido (2) Arbusto Desconhecido (3) Árvore

60 Levantamento fitogeográfico em trecho de caatinga hipoxerófila Sítio Canafístula, Sertãozinho Paraíba, Brasil As Leguminosas (Mimosaceae, Caesalpiniaceae, Cesalpinioideae, Papilonoideae) aparecem entre as principais famílias botânicas, compondo 44,9% dos indivíduos. Em diversos trabalhos sobre a caatinga (DRUMOND et al., 1982; LACERDA e BARBOSA, 2006; RODAL, MARTINS e SAMPAIO, 2008; ZAPPI, 2008; ALMEIDA NETO et al., 2009; CÓRDULA et al., 2010), as Leguminosas aparecem entre as principais famílias botânicas, sendo esta, portanto, bastante comum em todos os ambientes da caatinga, seja em vegetação arbustiva arbórea (hipoxerófila) ou arbustiva rala (hiperxerófila). Da mesma forma, as Capparaceae (Capparis ssp), Ramnaceae (Zizipus joazeiro) e Cactaceae (Cereus jamacaru) encontradas na área amostrada, também fazem se presentes por toda o domínio da caatinga. Por outro lado, as Euphorbiaceae (Croton ssp, Manihot ssp), comuns em diversas áreas da caatinga, não foram registradas na área amostral. Analisando os trabalhos de Drumond et al. (1982); Lacerda e Barbosa (2006); Rodal, Martins e Sampaio (2008); Almeida Neto et al. (2009) e Trovão et al. (2010), comparou se as principais famílias botânicas com a área amostral, conforme demonstra a Figura 2. Observa se que as Leguminosae aparecem em todos os trabalhos citados; as Euphorbiaceae, Cactaceae e Anacardiaceae aparecem entre as principais famílias, exceto no ambiente amostral; já as Capparaceae, Flacurtiaceae e Rubiaceae dominantes na área amostral, aparecem com menos freqüência nos trabalhos citados. Figura 2. Comparação das principais famílias botânicas da área amostral (Sítio Canafístula, Sertãozinho, Paraíba) com os trabalhos de Drumond et al. (1982); Lacerda e Barbosa (2006); Rodal, Martins e Sampaio (2008); Almeida Neto et al. (2009) e Trovão et al. (2010).

CORDEIRO, J. M. P.; OLIVEIRA, A. G. de 61 Diversos fatores como condições climáticas locais, tipos de solo, topografia e principalmente a intervenção humana são apontados como principais responsáveis pelo polimorfismo da caatinga (ALVES et al., 2009; CÓRDULA et al., 2010), o que justifica a presença ou ausência de determinadas famílias botânicas em diferentes ambientes deste bioma. Analisando os trabalhos de Drumond et al. (1982); Lacerda e Barbosa (2006); Rodal et al. (2008); Almeida Neto et al. (2009) e Trovão et al. (2010), desenvolveuse uma comparação entre as principais famílias botânicas presentes nas pesquisas por estes autores com a área amostral, conforme aparece na Figura 2. Com relação à comunidade vegetal, foram registrados 437 indivíduos, dentre os quais as espécies mais populosas na área amostrada foram a Mimosa tenuiflora (11,2%), Coutarea hexandra (10,2%), Pithecolobium polycephalum (7,7%), Capparis flexuosa (7,3%), Casearia ramiflora (6,8%) e Acacia glomerosa (4,5%), compondo juntas 47,7% da vegetação local. Na Tabela 2 encontra se o número de ocorrência das espécies na área amostrada, bem como a densidade relativa das mesmas com relação ao total de indivíduos no ambiente pesquisado. Mello et al. (2010) em levantamento fitossociológico desenvolvido na Serra da Jurema (Guarabira Paraíba), situada no piermont da Borborema, apresenta diversas espécies vegetais comuns no ambiente amostral. Das 32 espécies registradas, 12 estão citadas no trabalho destes autores, sendo a vassourinha (Pithecolobium polycephalum), cravaçu (Coccoloba latifolia), amorosa (Acacia glomerosa), mutamba (Guazuma ulmifolia), capeira (Cecropia pachystachya), espinho rei (Machaerium angustifolium), joão mole (Pisonia tomentosa), pau d arco amarelo (Tabebuia serratifolia), quina quina (Coutarea hexandra), limãozinho (Fagara rhoifolia), angico (Piptadenia macrocarpa) e freijorge (Cordia trichotoma) as espécies comuns entre os lugares citados. Apesar de ser uma área pertencente ao bioma caatinga, convém observar que ocorrem no ambiente amostrado exemplares de espécies da mata tropical, a exemplo da Talisia esculenta (pitombeira), Tabebuia serratifolia (pau d arco amarelo), Pterogyne nitens (madeira nova), Coccoloba latifolia (cravaçu) e Cecropia pachystachya (capeira). Por pertencerem à mata tropical, estas espécies apresentam como fisionomia característica a altura mais elevada, comparadas às espécies da caatinga, são, geralmente, perenifólias e apresentam folhas largas (latifoliada) (ALVES, 2008). A espécie Mimosa caesalpiniaefolia (sabiá), aparentemente, não faz parte da flora nativa da região, no entanto, devido à utilidade de sua madeira na produção de estacas, diversos proprietários de terras a cultivam para comercializá la. As sementes desta espécie, por sua vez, são levadas pelos ventos e acabam se espalhando por outras áreas, justificando desta forma, sua presença no ambiente amostral.

62 Levantamento fitogeográfico em trecho de caatinga hipoxerófila Sítio Canafístula, Sertãozinho Paraíba, Brasil Tabela 2. Número de ocorrência das espécies (NO) e densidade relativa (DR) dos indivíduos que aparecem no levantamento fitogeográfico. ESPÉCIE NOME POPULAR NO DR Mimosa tenuiflora Espinheiro 49 11,20% Coutarea hexandra Quina quina 45 10,20% Pithecolobium polycephalum Vassourinha 34 7,70% Capparis flexuosa Feijão bravo 32 7,30% Casearia ramiflora Café bravo 30 6,80% Acacia glomerosa Amorosa 19 4,50% Caesalpinia ferrea Jucá 18 4,30% Capparis yco Icó 18 4,30% Machaerium angustifolium Espinho rei 18 4,30% Fagara rhoifolia Limãozinho 17 3,80% Pterogyne nitens Madeira nova 16 3,60% Talisia esculenta Pitombeira 14 3,20% Cordia trichotoma Freijorge 13 2,90% Mimosa malacocentra Calumbí 13 2,90% Bahuinia cheilantha Mororó 12 2,70% Zizipus joazeiro Juazeiro 12 2,70% Mimosa caesalpiniaefolia Sabiá 11 2,50% Pisonia tomentosa João mole 11 2,50% Guazuma ulmifolia Mutamba 10 2,20% Xylosma salzmann Espinho de agulha 9 2,10% Coccoloba latifolia Cravaçu 7 1,60% Panicum sp Taquarinha 5 1,10% Syagrus picrophylla Catolé 4 0,90% Cereus jamacaru Mandacaru 3 0,70% Desconhecido (2) 3 0,70% Piptadenia macrocarpa Angico 3 0,70% Piptadenia viridiflora Amorosa branca 3 0,70% Cecropia pachytaschya Capeira 2 0,50% Tabebuia serratifolia Pau d arco amarelo 2 0,50% Tabebuia sp Pau d arco 2 0,50% Desconhecido (1) 1 0,20% Desconhecido (3) 1 0,20% Total 437 100% Analisando a vegetação no trecho de mata nativa pesquisado, observa se que ocorre um grande número de indivíduos, porém com pouca diversidade de espécies. Estas características são comumente encontradas em diversas áreas de caatinga, conforme demonstram os trabalhos de Rodal et al. (2008); Almeida Neto et al. (2009); Melo et al. (2010) e Trovão et al. (2010).

CORDEIRO, J. M. P.; OLIVEIRA, A. G. de 63 Desta forma, pode se concluir que o trecho de mata composta por vegetação do tipo caatinga hipoxerófila encontrado no sítio Canafístula, município de Sertãozinho Paraíba apresenta se com sua composição florística pouco diversificada, porém, com grande número de indivíduos, sendo composta em sua maior parte por árvores e arbustos de médio a grande porte, vegetação espinhosa e poucas cactáceas. Fazem se presentes também espécies da mata tropical subúmida, caracterizando esta região como área de transição entre estes biomas. Os resultados apresentados neste trabalho contribuem de forma expressiva para o conhecimento da composição florística da caatinga hipoxerófila encontrada nas florestas sucaducifólias das serras do piermont da Borborema, servindo como subsídio para o desenvolvimento de pesquisas e estudos relacionados à importância em sua preservação, bem como o uso apropriado dos recursos naturais disponíveis, de forma que se concilie a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico e social nestas regiões. CONSIDERAÇÕES FINAIS O levantamento fitogeográfico desenvolvido em trecho de mata nativa localizada no Sítio Canafístula, município de Sertãozinho apresenta sua composição florística constituída por espécies da caatinga hipoxerófila, com ocorrência de espécies da floresta subúmida e poucas cactáceas. Foram registrados 437 indivíduos, pertencentes a 32 espécies distribuídas em 19 famílias. Dentre as famílias botânicas que ocorrem na região amostrada sobressaem as Mimosaceae, Capparaceae, e Rubiaceae, compondo 51,9% das espécies vegetais encontradas. As Euphorbiaceae (Croton ssp, Manihot ssp), comuns em diversas áreas da caatinga, não foram encontradas na região. As Moraceae, Cactaceae, Palmaceae, e Bignoniaceae constituíram as famílias com menor número de representantes, totalizando apenas 3% dos indivíduos. Com relação às espécies vegetais encontradas no ambiente pesquisado, o espinheiro (Mimosa tenuiflora), a quina quina (Coutarea hexandra), a vassourinha (Pithecolobium polycephalum) e o feijão bravo (Capparis flexuosa), aparecem com maior número de representantes 36,6% dos indivíduos. Ao lado de espécies vegetais da caatinga Zizipus joazeiro (juazeiro), Cereus jamacaru (mandacaru), Mimosa tenuiflora (espinheiro), Acacia glomerosa (amorosa) aparecem espécies vegetais da mata tropical subúmida Cecropia pachystachya (capeira), Pterogyne nitens (madeira nova), Coccoloba latifolia (cravaçu), Tabebuia serratifolia (pau d arco amarelo), Talisia esculenta (pitombeira) indicando um caráter de transição entre estes biomas. De uma forma geral, a vegetação da área amostral é constituída por extrato arbustivo arbóreo composto em sua maior parte por espécies de médio a grande porte, caducifólias e espinhentas. Observa se, contudo, que a região abriga um

64 Levantamento fitogeográfico em trecho de caatinga hipoxerófila Sítio Canafístula, Sertãozinho Paraíba, Brasil grande número de indivíduos, porém, com pouca diversidade de espécies, característica esta, comum em diversas áreas da caatinga. REFERÊNCIAS ALMEIDA NETO, J. X. de; ANDRADE, A. P. de; LACERDA, A. V. de; FÉLIX, L. P.; BRUNO, R. de L. A. Composição florística, estrutura e análise populacional do feijão bravo (Capparis flexuosa L.) no semiárido paraibano, Brasil. Revista Caatinga, Mossoró, v.22, n.4, p.187 194, outubro/dezembro 2009. ALVES, J. J. A. Biogeografia. João Pessoa: Ed. Fotograf, 2008. 108 p. ALVES, J. J. A.; ARAÚJO, M. A. de; NASCIMENTO, S. S. do. Degradação da Caatinga: uma investigação ecogeográfica. Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n3, p. 126 135, julho/setembro 2009. CÓRDULA E.; QUEIROZ, L. P. de; ALVES, M. Diversidade e distribuição de leguminosae em uma área prioritária para a conservação da caatinga em Pernambuco Brasil. Revista Caatinga, Mossoró, v. 23, n. 3, p. 33 40, julho/setembro, 2010. DRUMOND, M. A.; LIMA, P. C. F.; SOUZA, S. M. de; LIMA, J. L. S. Sociabilidade das espécies florestais da caatinga em Santa Maria da Boa Vista PE. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 4, p. 47 59, junho, 1982. FELICIANO, M. de L. M.; MELO, R. B. Atlas do Estado da Paraíba informações para gestão do patrimônio natural (Mapas). João Pessoa: SEPLAN/IDEME/APAN/UFPB, 2003. 58 p. LACERDA, A. V. de.; BARBOSA, F. M. Matas ciliares no domínio das caatingas. João Pessoa: Ed. Universitária/UFPB, 2006, 150 p. MARIANO NETO, B. Ecologia e imaginário: memória cultural, natureza e submundialização. João Pessoa: CT/Editora Universitária/UFPB, 2001. 206 p. MELO, A. F. de; FRANÇA, D. S. de; SILVA, R. F. da; OLIVEIRA, E. do N.; ARRUDA, L. V. de; FREITAS, R.; ALVES, C. A. B. Caracterização e diversidade fitossociológica da Serra da Jurema, Guarabira PB. XVI Encontro Nacional dos Geógrafos: AGB, Porto Alegre, 2010. MENDES, B. V. Biodiversidade e desenvolvimento sustentável do semi árido. Fortaleza: SEMACE, 1997. MUELLER DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Jonh Wiley & Sons, 1974. 547p.

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