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A Última Rosa 1

João Eduardo Lohse Corrêa Personagens: Homem Mulher Menina Senhor Senhora 2

Cena 1 Homem e mulher Mulher: Lindas seringas. Homem: Elas fazem furos. Furam a pele Penetram nas veias. Mulher: Com suas agulhas afiadas. Homem: Extremamente afiadas. Mulher: Elas podem fazer um grande estrago. Mulher: Sei como elas podem acabar. Homem: Elas quem? Mulher: As pessoas. Homem: como? Mulher: elas fazem grandes estragos. Homem: Grandes estragos. Mulher: Elas são tão frágeis. (homem observa foto de uma criança) Homem: é estranho olhar em seus olhos. Eles me seguem. Você lembra quando me conheceu? Mulher: você estava tirando fotos. Homem: Foram varias. 3

Suas. Mulher: Você se apaixonou... Homem: A primeira vista. Homem: Você viu os exames? Mulher: sim, ela esta pior. Homem: Eu sonhei que ela estava curada. Mas quando eu abro os olhos ainda estou nesse pesadelo. Mulher: Sonhos foram feitos para serem sonhados. E pesadelos para serem vividos. Homem: existe alguma chance? Mulher: Existem nossas esperanças. 4

Cena 2 - Homem e Menina. Homem: você gosta de flores? Menina: sim, de rosas. Homem: Sua mãe lhe mandou uma. Menina: Gosto de Rosas. Homem: Então serão rosas. 5

Cena 3 Homem e mulher Homem: Ouço os gemidos das minhas lembranças, me arrasto na meia luz das memórias, como uma alma penada, no limbo dos meus sonhos velados. Mulher: Aos poucos se esvai o meu espírito, meus dias se extinguem. Quero minha sepultura. Homem: Ela pode sobreviver Mulher: Sobreviver? Homem: Ontem ela estava sorridente Mulher: eu a ajudei a pentear os cabelos Homem: Macios, escuros, enrolados Mulher: Minha princesa Homem: Nossa princesa Mulher: Passei a escova suave Muito suave Mas não adiantou Seu cabelo continua caindo 6

Homem: você já tentou prende-los? Mulher: Prende-los? Nunca tentei Homem: talvez resolva Mulher: Eu preferiria vê-la com piolhos Homem: não seria bom vê-la toda arrumadinha e com piolhos? Mulher: Ela estará gelada Homem: o que os parentes pensariam? Mulher: Isso seria problema deles Homem: Você sabe o preço de caixões? Homem: Ela é nossa filha, lembra? Mulher: Lembrar? Homem: Lembranças... Mulher: O que os parentes pensariam!? Homem: ela não precisa de parentes Mulher: minha mãe gostaria de vê-la. Homem: sua mãe não sabe o que diz. Mulher: Minha mãe esta morta! 7

Cena 4 Homem e Mulher Homem: Você tomou seus remédios? Mulher: Sim, Eu gosto dos azuis. Homem: azul é uma cor bonita. Mulher: Eu tomo MUITO os azuis. Mulher: eu fiz um desenho. Homem: É mesmo? (mulher mostra o braço todo furado com seringa Mulher: é pra você. Homem: isso mata. Mulher: me ajuda a passar o tempo Mulher: Quero vodka! Homem: você não pode beber, esta se tratando... Mulher: Quero vodka! Homem: quer um cigarro? Mulher: Claro! Pausa 8

Homem: você pode me ouvir? É evidente que não Somente nos bons dias estive em seu coração Somente Nos Dias Bons. 9

Cena 5 Homem e Mulher Homem: Quando nossos sonhos se acabam, fica um vazio imenso, Uma vontade de desistir de tudo. De tudo. Mulher: É um período difícil em que os dias, as horas e até os segundo são longos. São longos. Homem: Falta vontade. Mulher: Falta motivação. Homem: Nos fechamos para tudo e para todos, como se nada importasse, nada tivesse valor. Mulher: Vamos nos destruindo pouco a pouco. Homem: Porque será que muitas coisas que amamos chegam ao fim? Acreditamos na felicidade eterna e muitas vezes, ela não passa de um pequeno tempo. Tempo suficiente para deixar uma saudade infinita. Infinita. Saudade. (mulher suicida-se) 10

Cena 6 Senhora e Senhor Senhora: Às vezes era como se não houvesse sentimento. Era como se eu fosse algo inerte. Tento encontrar motivos. Um final feliz. Senhor: Mas seria justo um final feliz quando todo o resto foi triste? Senhora: Seria justo se esse sentimento dominasse apenas a mim? Senhor: Que sentimento? Senhora: Raiva Senhora: Ela poderia ter lutado. Senhor: Ela não aguentaria ver a filha morta. Senhora: E a filha agüentará ver a mãe morta? Senhor: Tomara que sim! Senhora: Acredito que não. Senhor: E nosso filho, como vai ficar? Senhora: Acabado! Senhor: Definitivamente acabado! 11

Cena 7 - Homem e Senhor Delírios Homem: Estou morrendo. Eles vem de todos os lados. Estão me matando. Animais Miseráveis! Gritando. Atacando como lobos esfomeados Lobos. Esfomeados. Sou sua presa. Parece não haver mais nada a fazer. Parece não haver para onde correr. Na verdade estou cansado de correr. De fugir. Cansei de tudo. Estão todos mortos. Todos. Mortos. (Senhor entra) Senhor: você foi no velório. Homem: Não entrei, fiquei em frente. Senhor: Você esta bem? Homem: Entrei no banheiro e ela estava deitada dentro da banheira Nua. Ensangüentada. Quentinha. Como se tivesse saído de um banho. Um banho de sangue. 12

Ela respirava, estava com um leve sorriso liberto. Silencio Senhor: Eu te amei. Homem: Chega, é tarde para conversarmos. Senhor: Senti algo tocar meus lábios... Homem: Chega, Laura. Senhor: A banheira estava fria... Senti uma dor horrível, Que derrepente se tornou num êxtase total. Me senti muito leve. Ainda não sei o que houve. Homem: Tente recordar. Senhor: Sinto uma dor em meus pulsos. Estão cortados. Homem: Porque fez isso comigo? Senhor: A dor é terrível. Tento recordar o que houve. Homem: Você morreu. Senhor: Mas ela esta morrendo. Não fui forte, eu não agüentaria perde-la. Cortei meus pulsos. Cortei meus pulsos. Senhor: Como ela esta? Homem: Extremamente triste. Senhor: Ela é nova. 13

Deu a ela os remédios? Homem: Os enfermeiros cuidam disso. E Você como esta? Senhor: Fria.. Homem: Eu a levei no cabelereiro. Ela queria raspar a cabeça. Senhor: Ela esta perdendo os cabelos. Macios. Pretos Enrolados. Homem: Perdeu o Brilho Senhor: Eu também perdi. Homem: Eu preciso de você aqui comigo. Senhor: Estou com você. Homem: Estou com câncer. Homem: De alma. Silencio Homem: sinto saudades dela, pai. Senhor: Também sinto. 14

Cena 8 Senhora e Menina Senhora: Eu deito em todos os olhos De corações apodrecidos, Enquanto lhe vejo correr Pequeno coelho branco. Tiros em seu relógio Sangue no seu pelo claro O nexo esquecido Basta um encontro E todo o mal será corrigido. Menina: Morrer dói vovó? Senhora: Sou o agradecimento. Um coringa, uma ovelha negra Nos passos de Peter Pan Aliviado pelo sobrenome De um indigente morto: Não te conheci papai Mas serei jovem para sempre Como uma mascara. Minha feição transparecerá meu coração, Para sempre na terra do Nunca. Senhora: Morrer às vezes dói. Menina: Minha morte vai doer? Senhora: vai doer em mim. Menina: Que cor tem a morte? Senhora: é escura. Menina: Não quero escuro. 15

Senhora: Que cor você quer? Menina: Quero branco. Senhora: Então será branco. Senhora: Depois de um tempo você aprende. Menina: o que? Senhora: FICAR NO ESCURO! 16

Cena 9 Homem e senhor Homem: Sangue Fraco Uma criança iludida, Iludida pela vida Gripe sarampo rubéola desidratação e vômitos Aos cinco, anemia profunda. Continuava linda um pouco frágil foi muita amada Pesa-me na alma o seu sofrimento e dor Vejo a desgraça que se alimentou dela sem pudor Devorou seu olhar triste de criança Não teve esperança dum futuro melhor Senhor: Esgravatando as unhas Enquanto elas caem Afastam o medo o corpo falha ainda é ela Ela ainda é Homem: Sem cura Senhor: Um monte de ossos e carne Um poço de sangue inquinado Duas pernas Dois braços coração gelado Sua cabeça nua Amadurece os meios Medos, receios MEDO Homem: Enquanto a pele cai armaduras crescem Ela Endurece Permanece Senhor: Sem Vida Homem: Sem Vida Senhor: Causa da morte? Homem: Leucemia Senhor: Pobre criança. esta Morta. 17

Cena 10 Senhora e Homem Senhora: Morte? Completa vida. Dor que nos cerca. Que nos corrompe. Tortura sem fim. Alma seca. Corpo sem vida. Vida? Navalha cega. Corta-te milhares de vezes. sem pensar. As brisas do inverno não vão mais voltar. (entra homem) Homem: Você foi no velório? Senhora: Fui, mas não eu não quis vê-la. Homem: Ela estava linda. Senhora: Cor branca. Rosas vermelhas. 18

Homem: Ela gostava. Silencio Senhora: Eu senti frio, mamãe. Homem: eu também senti, minha filha. Senhora: você disse que estaria lá. Homem: Morrer é difícil Mas eu estava do seu lado. Senhora: a cada segundo que passava, Eu sentia as batidas do seu coração Eu sabia que você estava morrendo Seu egoísmo não deixava eu ajudá-la agora não deixa eu ajudar a salva-lá. Homem: não temos os mesmos destinos. Senhora: você não devia ter se matado. Homem: você é o meu pequeno anjo. Senhora: vou me lembrar de você Das noites que sonhei com você. Das noites que você não estava comigo Não estava comigo e eu chorava. Desesperadamente. Por querer você do meu lado. Não sei se vou conseguir te perdoar, mamãe. Homem: A tua morte era inevitável. Mas eu sempre te amei. Eu sabia daquela rosa. Lembra da rosa? A que você jogou enquanto eu passava. Agora sem respirar, Sinto seu sangue no meu rosto Ele lava a minha alma a todo instante. 19

Senhora: é o preço que você tem a pagar. Homem: pelo que? Senhora: Por ter se matado. Homem: por ser fraca. (pausa) Homem: Eu sinto saudades, Mãe. Senhora: Eu também sinto, meu filho. (Homem sai) Senhora: Morte Fim da vida Fim do amor Fim dos laços Fim dos fins Agora Não haverá dor Não haverá Infelicidade Pois Não haverá mais sonhos Mas não para nós Não para lembranças Só haverá um novo começo Uma nova chance Só para os mortos... E os que vivem, esses estão Fim. perdidos. 20

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