Análise Climática Dos Focos De Incêndios Na Estação Ecológica De Uruçuí-Una No Estado Do Piauí

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Transcrição:

Análise Climática Dos Focos De Incêndios Na Estação Ecológica De Uruçuí-Una No Estado Do Piauí Caio Varonill de Almada Oliveira (1) ; Edivania de Araujo Lima (2) (1) Graduando em Engenharia Florestal, CPCE UFPI/Universidade Federal do Piauí, caiovaronil@gmail.com; (2) Prof a. Adjunta do Departamento de Engenharias, CPCE UFPI/Universidade Federal do Piauí, edivania@ufpi.edu.br; RESUMO O fogo é um dos principais responsáveis pela destruição de vários ecossistemas florestas. A maior parte destes incêndios tem origem humana, por outro lado, são os elementos climáticos, como a temperatura, precipitação, umidade relativa do ar e o vento que irão determinar a intensidade e a devastação provocada pelos incêndios nas áreas das florestas. Conhecendo o comportamento das variáveis meteorológicas, é possível elaborar programas de prevenção dos incêndios florestais. A Estação Ecológica de Uruçuí-Una (EEUU), vem sendo alvo constante de incêndios, e estes estão visivelmente degradando esta unidade de conservação do bioma Cerrado, bioma este considerado um hotspot. O presente trabalho propõe identificar através de imagens de satélite a localização dos focos de incêndio e analisar as condições climáticas observadas na EEUU durante o ano de 212 e verificar se estas influenciaram na ocorrência dos incêndios na área. Para isso foram utilizados os dados de Temperatura Média Compensada do Ar, Precipitação e Umidade Relativa, representativas da estação. A análise consistiu na identificação mensal, através de imagens dos satélites e a partir destas foi elaborado gráficos que permitiram analises da evolução temporal destas variáveis. Esta análise permitiu observar que a Umidade Relativa do Ar junto à Precipitação foram os elementos climáticos que mais influenciaram na ocorrência de incêndios na EEUU, e a Temperatura Média Compensada do Ar não mostrou uma relação direta com a ocorrência dos mesmos, entretanto esta interferiu diretamente no comportamento da Umidade Relativa do Ar, importante fator na ocorrência dos incêndios florestais. Palavras-chave: preservação ambiental; unidades de conservação; detecção de focos de fogo; INTRODUÇÃO Os incêndios florestais podem provocar prejuízos importantes ao ambiente, como os danos à fauna, flora e às pessoas, inclusive com perdas de vidas, além de consequências econômicas consideráveis, como a destruição de hábitats, a queima de madeira e os custos para controlar o fogo. Os fatores climáticos, como seca e velocidade do vento, ou o relevo do local influenciam a propagação de incêndios e determinam os seus efeitos devastadores (SANTOS et al., 6). Segundo Nunes et al. (6), a ocorrência e propagação dos incêndios em vegetação estão associadas às condições climáticas ou fatores climáticos. A intensidade de um incêndio e a velocidade com que ele avança, estão diretamente ligadas à umidade relativa, temperatura do ar e precipitação. - Resumo Expandido - [25] ISSN: 2318-6631

A possibilidade de ocorrência, bem como, a frequência dos incêndios está relacionada às condições atmosféricas locais. Dessa forma, o conhecimento das variáveis meteorológicas é um passo importante para a elaboração de programas de prevenção e de combate aos incêndios em vegetação. A partir da análise climática, é possível determinar os períodos de maior probabilidade de ocorrências, facilitando a adoção de medidas de prevenção, a estimativa da logística para o combate e de danos causados pelo fogo ao ambiente. (TORRES et al., 9) A Estação Ecológica de Uruçuí-Una (EEUU), localizada no sudeste do Piauí, é alvo de constantes incêndios de diferentes intensidades e proporção o que prejudica na preservação da vegetação e põem em risco a existência de algumas espécies endêmicas que lá se encontram. Na EEUU existe um número significativo de comunidades tradicionais residindo na região, fato incompatível como esse tipo de unidade proteção integral, pois segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), essa é uma categoria que não permite a presença de moradores em seu interior (BRASIL, ), porém no ato de sua criação esta população já residia no local e até os dias atuais essas comunidades aguardam sua realocação. E como essas pessoas são agricultores familiares, realizam queimadas com o objetivo de realizar a limpeza e preparo do terreno para o cultivo. Esta prática proporciona um aumento no risco de ocorrência de incêndios na área da reserva. Diante disto, pretende-se com este trabalho realizar através de imagens de satélite, a localização dos focos de incêndio e uma análise das condições climáticas observadas na região. Definindo quais períodos são mais propícios a ocorrência de incêndios na Estação, a partir de análise dos elementos meteorológicos: precipitação, temperatura do ar e umidade relativa, durante o ano de 212. MATERIAL E MÉTODOS Neste trabalho foram utilizados os dados de temperatura média compensada do ar, precipitação e umidade relativa, representativa da área da EEUU, provenientes da rede de estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Além desses dados, utilizaram-se imagens do satélite MODIS/AQUA e NOAA 15, da área representativa da Estação, disponibilizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A análise consistiu na identificação mensal, através de imagens do satélite, dos focos de incêndio detectados na área da ECEUU. Posteriormente foi realizado levantamento das variáveis meteorológicas (temperatura média compensada do ar, umidade relativa e precipitação) e elaborado gráficos que permitiram análises da evolução temporal destas variáveis. Esta análise permitiu observar a relação entre estas variáveis e a ocorrência de focos de incêndios na área da EEUU. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1, é apresentada a evolução temporal das variáveis meteorológicas (precipitação total, temperatura média compensada e umidade relativa). Observa-se na variável precipitação o período de seca bem definida no período compreendido entre os meses de Junho a Outubro e o período chuvoso nos meses de Novembro a Abril. Com relação à temperatura média compensada, observa-se que esta, permaneceu parcialmente constante, com valores oscilando entre 29 C e 32 C, ao longo de todo período analisado. A umidade relativa do ar apresenta comportamento inversamente proporcional aos valores de temperatura, entretanto, devido à constância das temperaturas médias, nesta região, este comportamento não ficou bem evidenciado, porém, percebe-se claramente que nos períodos em que foram registrados os maiores totais pluviométricos a umidade relativa do ar apesentou os maiores totais. - Resumo Expandido - [26] ISSN: 2318-6631

Precipitação (mm/mês) Figura 1 Evolução temporal das variáveis meteorológicas: Precipitação, Temperatura média compensada e Umidade relativa. Nos períodos em que foram registrados os maiores totais pluviométricos observa-se que os focos de incêndio na EEUU apresentaram-se mínimos, entretanto, a partir do mês de abril, quando os totais de chuva diminuíram consideravelmente, os focos apresentaram um movimento crescente atingindo seu máximo nos meses de agosto, setembro e outubro, voltando a decrescer com o registro de ocorrências de chuvas, no mês de novembro, ficando evidente que a precipitação está intimamente relacionada à ocorrência de incêndios, pois, estes ocorreram com acentuada intensidade nos meses em que a precipitação foi nula, facilmente comprovado com a Figura 2. É importante enfatizar que incêndio quer sejam de causas naturais ou antropogênicas são influenciados diretamente pela disponibilidade de umidade do ar na região. 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 1 Precipitacao Total Figura 2 Evolução temporal da ocorrência de focos de incêndio na EEUU e a precipitação total, durante o ano de 212. Analisando a relação entre a temperatura média compensada e a ocorrência de focos de incêndio, (Figura 3), percebe-se que neste caso, esta variável meteorológica não apresentou importância significativa para a ocorrência dos mesmos, visto que, a maior quantidade de focos detectada não coincidiu com o máximo das temperaturas, como pode ser verificado no mês de setembro, onde foram registrados 145 focos e a temperatura média compensada registrada foi de 31,13 C, enquanto que no mês de outubro, mês que apresentou a máxima temperatura (31,9 C) foram registrados apenas 2 focos. De um modo geral observou-se que a temperatura média compensada no decorrer do ano manteve-se sempre a cima dos 29 C, ocasionando uma menor disponibilidade de umidade do ar aumentando a possibilidade de risco de queimadas. - Resumo Expandido - [27] ISSN: 2318-6631

Umidade Relativa Média (%) Temperatura ( C) 33 32 31 3 29 28 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 1 Temperatura Compensada Média Figura 3 Evolução temporal da ocorrência de focos de incêndio na ESECUU e a temperatura média compensada, durante o ano de 212. A Figura 4 mostra a influência da umidade relativa do ar na ocorrência de focos de incêndio, onde quando esta variável apresentou-se baixa, foi registrado o maior número de focos de incêndios, podendo-se afirmar que é este é o principal fator climático, que associado a outros fatores quer sejam naturais ou antropogênicos, proporcionou o surgimento de focos de queimadas na área da EEUU. Figura 4 Evolução temporal da ocorrência de focos de incêndio na ESECUU e a umidade relativa do ar, durante o ano 6 4 3 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 1 Umidade relativa de 212. A Figura 5 apresenta respectivamente, os meses em que foram registrados o menor (5a) e os maiores (5b) totais de focos de incêndio observados na EEUU durante o ano de 212. A Figura 5a, representativa do mês de dezembro, mostra apenas um foco de incêndio identificado pelo satélite MODIS/AQUA, a localização do mesmo foi na borda esquerda da reserva (verificar indicação em rosa na imagem). Já na Figura 5b, representativa do mês de setembro, percebe-se uma maior detecção dos focos, sendo estes distribuídos espacialmente por toda a área da EEUU. (5a) (5b) Figura 5 Imagens do Satélite MODIS/AQUA da área da ESECUU, para os meses de dezembro (5a) e setembro (5b). - Resumo Expandido - [28] ISSN: 2318-6631

CONCLUSÕES Diante do exposto conclui-se que Umidade Relativa do Ar foi o elemento climático que mais influenciou na incidência dos focos de incêndio na EEUU, em contrapartida a Temperatura Média Compensada do Ar não mostrou uma relação direta com a ocorrência dos mesmos. Entretanto, é conveniente mencionar que a Temperatura do Ar é responsável pela maior ou menor disponibilidade de vapor d água na atmosfera terrestre, o que garante as condições favoráveis ou desfavoráveis para a ocorrência dos focos de incêndio. Por sua vez os períodos que apresentaram maiores totais de precipitação pluvial, foram o que apresentaram menores números de focos de incêndio. Ainda é importante ressaltar que todos os focos detectados nas imagens de satélites, necessariamente não são de origem natural, visto que na área da reserva residem várias comunidades, que sobrevivem da agricultura familiar, podendo através da queima para a preparação do solo para o cultivo, desencadear os focos de incêndio na área da EEUU. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Brasília: MMA,. INMET- INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA [homepage na internet]. Rede de estações automáticas. Acesso em 26 julho 213. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesautomaticas. INPE - INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. [homepage na internet]. Focos de queimadas. Acesso em 26 julho 213. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas/. NUNES, J. R. S.; SOARES, R.V. e BATISTA, A.C. Especificação de um sistema computacional integrado de controle de incêndios florestais. Revista Floresta. Editora: Cubo, 6, Curitiba:, v.36, n.2, p.21-211. SANTOS, J. F.; SOARES, R. V.; BATISTA, A. C. Perfil dos incêndios florestais no Brasil em áreas protegidas no período de 1998 a 2. Revista Floresta, Editora: Cubo, 6, Curitiba, PR, v. 36, n. 1. TORRES, F. T.P.; RIBEIRO, G. A; MARTINS, S. V; LIMA, G. S. Relações entre incêndios em vegetação e elementos meteorológicos na cidade de Juiz de Fora, MG. Revista Brasileira Meteorologia. SBMET, São Paulo, 9. V.24 - Resumo Expandido - [29] ISSN: 2318-6631