Uma Biografia de Susannah Spurgeon: Os Dias de Noivado. Charles Ray

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Transcrição:

Uma Biografia de Susannah Spurgeon: Os Dias de Noivado Charles Ray

Traduzido do original em Inglês MRS. C.H. SPURGEON A biography of Susannah Spurgeon By Charles Ray, 1905 A presente tradução consiste somente no Capítulo 4, Courtship Days, da obra supracitada Via: ReformedReader.org Tradução por William Teixeira e Camila Almeida Revisão por Camila Almeida Capa por William Teixeira 1ª Edição: Fevereiro de 2016 Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. Traduzido e publicado em Português pelo website oestandartedecristo.com, com a permissão do website ReformedReader.org, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercialNo- Derivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

Uma Biografia de Susannah Spurgeon: Os Dias de Noivado Por Charles Ray [Sra. C. H. Spurgeon: Uma Biografia de Susannah Spurgeon Capítulo 4 1905] Menos de dois meses depois do incidente no Palácio de Cristal, C. H. Spurgeon propôs formalmente a mão de Susannah Thompson. Eles estavam no pequeno jardim à moda antiga do avô da menina, com os seus altos muros de tijolos, caminhos retos ladrilhados e pequeno gramado: era um lugar triste e pouco romântico para uma declaração de amor, segundo a Sra. Spurgeon descreveu. Mas, diz ela, as pessoas não são particularmente cuidadosas quanto à seleção de seu entorno em tal momento, e muitas vezes não se esforçam para garantir um fundo agradável para a imagem, que vai para sempre ser gravada em seus corações. Até hoje eu penso sobre aquele velho jardim como um lugar sagrado, um paraíso de felicidade, posto que ali o meu amado propôs que eu fosse verdadeiramente dele, e me disse o quanto ele me amava. Embora eu pensasse que já sabia disso, era uma questão bem diferente ouvi-lo dizer isso, e eu tremia, e fiquei em silêncio por causa do muito prazer e alegria. Que palavras o amante usou não são ditas, mas a Sra. Spurgeon declarou que a confissão verbal foi maravilhosa, e escrevendo 40 anos depois, ela poderia perguntar: Já houve tanta felicidade como aquela na terra antes?. Eles eram um só coração, na alma, na inclinação, e mesmo nesta fase, o grande pregador tinha comunicado à sua noiva muito de sua própria espiritualidade e seriedade. Havia mais do que mera afeição terrena em seu amor um pelo outro, e ambos sentiram que de fato o dedo de Deus tinha designado que eles caminhassem juntos. Para mim, diz a Sra. Spurgeon, foi um momento tão solene quanto doce; e com um grande temor em meu coração, eu deixei meu amado e, apresseime para casa e para um quarto superior, ajoelhei-me diante de Deus e O louvei agradecida com lágrimas de felicidade por causa de Sua grande misericórdia em dar-me o amor de tão bom homem. Se eu soubesse, então, quão bom ele era e quão grande ele iria se tornar, eu teria sido esmagada, não tanto pela felicidade de eu ser sua, quanto com a responsabilidade que tal posição implicaria. No diário que a jovem mantinha, ela assim fez um registro daquele dia memorável: 2 de agosto de 1854 É impossível anotar tudo o que ocorreu nesta manhã. Eu só posso adorar em silêncio a misericórdia do meu Deus, e louvá-lo por todos os Seus benefícios. Senhorita Thompson agora frequentava New Park Street Chapel com bastante regularidade, e em pouco tempo ela solicitou membresia e se tornou uma candidata ao Batismo. O pregador pediu-lhe para escrever sua confissão de fé, provavelmente apenas para sua própria leitura pessoal, e isso ela fez de forma tão satisfatória a ponto de provocar uma

carta dele, na qual sua alegria com a obra da graça em sua alma dificilmente pode ser expressa. Oh? Eu poderia chorar de alegria (como eu certamente estou fazendo agora, escreveu ele, por pensar que a minha amada pode testemunhar tão bem de uma obra da graça em sua alma. Eu sabia que você era realmente uma filha de Deus, mas eu não pensava que você tinha sido levado em tal caminho. Eu vejo que o meu Mestre arou fundo e semeou a semente profundamente, esmagando os torrões de terra, o que agora lhe faz suspirar com angústia. Se eu conheço alguma algo a respeito de sintomas espirituais, eu acho que sei a cura para você. Sua posição não é a esfera de trabalho esforçado para Cristo. Você tem feito tudo o que podia de muitas maneiras diferentes; mas você não foi levada a ter um contato real nem com os santos nem com o pecador, nem com o doente ou miserável, os quais você poderia servir. O serviço ativo traz com ele o fervor e isso tende a remover dúvida, pois as nossas obras, assim, tornam-se evidências de nossa vocação e eleição. Eu não quero bajular ninguém, mas permita-me dizer, honestamente, que poucos casos que estão sob meus cuidados são tão satisfatórios quanto o seu. Note, que não escrevo agora como seu amigo admirador, mas com imparcialidade como seu Pastor. Se o Senhor tivesse a intenção sua destruir-te, Ele não lhe teria dito tais coisas como essas, nem que Ele iria lhe permitir assim, sem reservas, lançar-se sobre o Sua fiel promessa. Como espero comparecer perante o tribunal de Deus, limpo do sangue de todos os homens, seria ruim para mim tornar-me um bajulador. E como eu te amo com a mais profunda e pura afeição, longe de mim brincar com os seus interesses imortais; contudo, vou lhe dizer mais uma vez que a minha gratidão a Deus deve ser grande, tanto por mim mesmo quanto por ti, que você tenha sido assim, profundamente ensinada nas lições do coração e que tenha tantas vezes olhado para o vale de ossos secos de sua própria corrupção. Há outras lições por vir, que podem ser dadas com cuidado; mas, oh! minha querida, como é bom aprender bem a primeira lição! Eu te amei, mas temia que você pudesse não ser uma herdeira do Céu; mas Deus, em Sua misericórdia me mostrou que você era realmente uma eleita. Eu, então, pensei que eu poderia, sem estar pecando, revelar meus sentimentos a você, mas até o momento em que vi seu escrito, eu não podia imaginar que você tivesse chegado a ver tais coisas e estivesse tão bem versada no conhecimento da alma. Deus é bom, muito bom, infinitamente bom. Ah, como eu valorizo este último dom, porquanto eu sei agora, mais do que nunca, que o Doador ama o dom, que eu possa amá-lo também, mas apenas em subserviência a Ele. Querida, comprada com o sangue do Salvador, você é para mim um presente do Salvador, e meu coração está a ponto de transbordar com o pensamento de tanta bondade contínua. Eu me maravilho com a Sua bondade, pois ela é assim como Ele, mas não posso deixar de levantar a minha voz de alegria por Suas muitas misericórdias. O que quer que aconteça a nós, problemas, adversidades, doença ou morte, não precisamos temer uma separação final, quer entre nós dois ou de nosso Deus, eu estou contente por você não estar aqui neste momento, porque eu estou tão profundamente comovido que eu apenas poderia envolver-te em meus braços e chorar. Que os mais

excelentes favores sejam teus, que a Anabel do Pacto seja a sua companheira, possam as suas súplicas ser respondidas e sua conversação ser com Jesus no Céu! Até breve; ao meu Deus e Deus de meu Pai, eu encomendo-lhe. Seu, com pura e santa afeição, bem como amor terrenal, C. H. Spurgeon. Certamente a carta de um amante notável, que fala muitíssimo acerca do caráter tanto do escritor quanto da destinatária. C. H. Spurgeon disse-lhe que havia outras lições que ela deveria aprender cuidadosamente, e isso era verdade, não só na experiência de sua alma, mas também na preparação e educação para a posição de esposa de um ministro. Algumas dessas lições, segundo o relato da Sra. Spurgeon, estavam longe de ser agradáveis, mas ela as aprendeu bem, e tornou-se mais forte e séria em relação ao que devia aprender. Às vezes o pregador estaria tão absorto em sua grande missão, quando estava prestes a pregar, que se sua noiva entrasse em sua sala, ele iria apenas cumprimentá-la com um aperto de mão, como se ela fosse apenas uma conhecida ou visitante. Certa vez houve uma experiência mais difícil ainda. C. H. Spurgeon pregaria em um grande salão no Kennington em uma certa tarde e a Sra. Thompson o acompanhou até ali em um táxi. A calçada em frente ao prédio estava repleta de pessoas como também o salão de entrada e a escadaria que levava ao auditório, e a donzela teve que se esforçar arduamente para passar por entre a massa de pessoas buscando manter-se próxima de seu amado. De repente ele entrou por uma porta lateral, deixando para trás a senhorita Thompson que buscava equilibrar-se como podia em meio à multidão que ansiosamente pressionava para a frente, para entrar no salão. O fardo das almas estava repousando pesadamente sobre o pregador, ele estava preocupado com a mensagem que pregaria, e então ele esqueceu completamente de sua pobre noiva. Podemos facilmente imaginar os sentimentos da Sra. Thompson, de que ela considerou aquilo ligeiramente imperdoável. Em primeiro lugar, diz ela, eu estava completamente desnorteada, e, em seguida, lamento ter que confessar, eu fiquei com raiva. Ela imediatamente voltou para casa, sem fazer mais qualquer esforço para chegar a algum banco, sua indignação e tristeza aumentaram momentaneamente. Mas a jovem possuía aquele melhor dos presentes: uma mãe sábia e amorosa, que, com a maior sensibilidade, procurou acalmar a filha inquieta. Ela sabiamente arrazoou, diz a Sra. Spurgeon, que meu excelente marido não era um homem comum, que toda a sua vida estava absolutamente dedicada a Deus e ao Seu serviço, e que eu nunca, nunca devia por impedimento a isso, tentando me colocar em primeiro lugar no seu coração. Agora, depois deste muito bom e amoroso conselho, meu coração se enterneceu, e eu vi que havia sido muito tola e voluntariosa; e, em seguida, um táxi parou em frente à porta e o querido Sr. Spurgeon veio correndo para a casa em grande preocupação, chamando: Onde está a Susie? Procurei por ela em todos os lugares e não pude encontrá-la; será que ela voltou sozinha?. Minha querida mãe foi

até ele, levou-o de lado e disse-lhe toda a verdade; e, eu penso, que quando ele percebeu o estado das coisas, ela teve que acalmá-lo também; pois ele era tão inocente no coração de ter me ofendido de alguma forma, que ele deve ter sentido que eu lhe havia feito uma injustiça em duvidar dele assim. Por fim, minha mãe veio me buscar para ele, e eu desci as escadas. Calmamente ele deixou-me dizer-lhe quão indignada eu havia me sentido, e em seguida, ele repetiu a pequena lição de minha mãe, assegurando-me de sua profunda afeição por mim, mas salientando que, antes de tudo, ele era um servo de Deus, e que eu devia estar preparada fazer minhas reivindicações a Ele. Eu nunca esqueci o que aprendi naquele dia; eu aprendi de coração uma lição dura, pois não me recordo se mais alguma vez busquei fazer valer o meu direito ao seu tempo e à sua atenção quando qualquer serviço para Deus exigia-os dele. O incidente terminou bem, com um acolhedor chá na casa de sua mãe, e a Sra. Spurgeon fala da doce calma que reinou nos corações de todos após a tempestade da tarde. Quando algumas semanas mais tarde, o pregador foi cumprir um compromisso em Windsor, ele escreveu e pediu à sua noiva para acompanhá-lo, acrescentando: Possivelmente, eu posso novamente ser desatento com você, se você for, mas isso será bom para nós dois, pois o Charles poderá ter ocasião para corrigir-se, e a Susie poderá exibir seu crescimento em conhecimento e caráter, por suportar pacientemente as suas falhas. Em abril de 1855, a Sra. Thompson ficou uma semana em visita a Colchester em companhia de seu noivo, para ser apresentada aos pais e familiares deste. Foi um feriado muito feliz, os enamorados estiveram juntos durante todo o dia, e o Rev. John Spurgeon e sua esposa deram as boas-vindas e acolheram sua futura nora. Quando o jovem ministro estava em Londres, ele buscava separar algum tempo para estar com sua noiva, e quando visitava a noiva em sua casa em Brixton ele geralmente levava consigo provas de um sermão que ele revisasse antes de enviá-lo para a impressão. Aprendi a ficar quieta e cuidar da minha vida enquanto este importante trabalho estava acontecendo, diz a Sra. Spurgeon. Foi uma boa disciplina para a esposa pretendida pelo Pastor. Mesmo nesses primeiros dias C. H. Spurgeon foi destratado na imprensa, e ele encontrou algum consolo em escrever para sua noiva, que muito o havia confortado e fortalecido. Estou no vale, diz ele, em uma carta de maio de 1855, em parte por causa de dois ataques desesperados no The Sheffield Independent e no The Empire, e em parte porque eu não posso encontrar um assunto. Mas a fé não falha. Eu conheço e acredito na promessa, e não tenho medo de descansar sobre ela. Todas as cicatrizes que recebo são cicatrizes de honra; ó fraco coração, para a batalha! Meu amor, se você estivesse aqui, como você me confortaria; mas como você não está, eu vou fazer o que é melhor ainda, subirei lá em cima sozinho e derramarei o meu pesar na orelha do meu Salvador. Por volta deste tempo os pais da Srta. Thompson mudaram-se de Brixton para Falcon

Square na cidade de Londres, e os amantes viam-se mais um do outro do que haviam feito até então. A jovem donzela começou a ajudar seu futuro marido em sua obra literária e ela era muito orgulhosa da honra e da confiança, assim, implícita, embora a responsabilidade parecia, a princípio, esmagadora. Sua maravilhosa popularidade e sucesso como pregador naturalmente encantavam e impressionavam a moça tímida, mas com o deleite misturava-se algo de ansiedade e angústia, pois a pressão sobre a capacidade física do pregador ao abordar as grandes congregações que se reuniram em Exeter Hall era tremenda e sua noiva, sentando-se a observá-lo a partir da congregação do Hall, muitas vezes sentia que ela devia apressar-se ao seu socorro. Um copo de vinagre Chili, diz ela, sempre estava em uma prateleira sob a mesa diante dele, e eu sabia o que esperar quando ele recorria àquele remédio. Oh, como o meu coração doía por ele! O autocontrole que eu tinha de exercer para aparecer calma e serena e manter-me tranquilamente em meu lugar naquela pequena galeria lateral! Como eu queria ter o direito de ir e confortá-lo e animá-lo quando o serviço terminava! Mas eu tinha que ir embora, como as outras pessoas faziam, eu que pertencia a ele e estava mais perto de seu coração do que qualquer um ali! Essa era severa disciplina, para um espírito jovem e amoroso. Quando o pregador foi para a Escócia, em julho de 1855, a sua primeira longa viagem de trem, ele escreveu muitas cartas para sua noiva, dando-lhe um relato dos serviços que ele realizava, e as multidões que se reuniam para ouvi-lo, e pedia-lhe para orasse para que ele fosse sustentado e ajudado, e sua pregação fosse abençoada para as almas das pessoas. Sentir-me-ei profundamente grato a você, diz ele em uma anotação, se você orar com muita sinceridade por mim. Eu temo que eu não sou tão cheio de amor a Deus, como eu costumava ser. Lamento o meu triste declínio nas coisas espirituais. Você e os outros não têm observado isso, mas agora estou consciente disso; e um senso disso colocou amargura em meu cálice de alegria. Oh! o que é ser popular, ser bem sucedido, ter abundância, até mesmo ter amor tão doce quanto o seu, isso! Eu devo ser deixado por Deus caído e afastado dos Seus caminhos? Eu tremo na altura vertiginosa em que eu estou, e poderia desejar ser desconhecido, pois na verdade, eu não sou digno de todas as minhas honras e minha fama. Confio que agora começarei de novo e não mais usarei o vestuário de seriguilha; mas, eu suplico a você, que misture as suas cordiais orações à minha, para que dois de nós estejamos de acordo, e, assim, você promoverá a utilidade e a santidade e a felicidade de alguém que você ama. Sua afeição pela solteira de sua escolha cresceu mais profunda, se isso fosse possível, durante esta ausência. Eu tive sonhos com você durante a viagem, escreve ele em uma carta. Eu pensei que você estivesse muito perto de mim. Não está longe queridíssima, antes de eu voltar a desfrutar de sua doce companhia, se a providência de Deus permitir. Eu sabia que eu te amava muito antes, mas agora eu sinto quão necessária você é para

mim; e você não perderá muito com a minha ausência, se você me encontrar, no meu retorno, mais atento aos seus sentimentos, bem como igualmente afetuoso. Eu posso agora completamente simpatizar com as suas lágrimas, porque eu sinto, em não pouca medida, a dor da ausência que meus compromissos constantes me impediam de perceber quando estava em Londres. Como você, então, com tanto de tempo livre, deve ter sentido minha ausência de você, mesmo que bem sabia que era inevitável da minha parte! Minha querida, aceite o amor do tipo mais profundo e mais puro de quem não tem tendência a exagerar, mas que sente que aqui não há espaço para a hipérbole. Nenhuma mulher comum poderia extrair essas cartas de Charles Haddon Spurgeon. Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide! Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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2 Coríntios 4 1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; 2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10 Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; 11 E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13 E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos. 14 Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15 Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus. 16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18 Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.