SISTEMAS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO O CONTENTOR COMO ELEMENTO ARQUITECTÓNICO

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SISTEMAS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO O CONTENTOR COMO ELEMENTO ARQUITECTÓNICO

Temos assistido a uma visível ascensão da - Reutilização de materiais - Utilização de componentes pré-fabricados - Criação de um módulo no projeto arquitectónico I Contentor Marítimo como elemento arquitectónico Os contentores de carga marítimos surgem assim como elementos modulares, com a função de constituir edifícios ora de carácter temporário, ora visam ser ocupados durante um período prolongado, ou por vezes, constituindo projetos de arquitetura móvel.

Os contentores utilizados são geralmente os de 40 pés standard, mas os projetos conseguidos são por vezes muito distintos. O contentor, no seu estado bruto, possuí algumas características, que tornam tão fácil a sua adaptação a projetos arquitectónicos: - são pré-fabricados - Compactos - Bastante robustos (com uma estrutura forte integrada, como veremos a diante) - resistentes às diferenças de temperatura - Resistentes a quase todo o tipo de condição natural (apenas se degradam através da ferrugem) - podem mover-se e instalar-se rapidamente em qualquer superfície plana. A produção massiva de contentores converte este tipo de arquitectura em algo exequível além de ter um carácter ecológico - recicla e reutiliza os excedentes dos contentores.

O CONTENTOR, CONTEXTO E CRONOLOGIA Antes do advento da industrialização, as mercadorias eram transportadas por barco em tonéis de madeira e movimentadas manualmente, roladas sobre um plano inclinado. Com as alterações dos meios e sistemas de produção resultantes da Revolução Industrial, começaram a ser produzidas mercadorias cujas dimensões não eram compatíveis com as características do tonel. O contentor de carga surge então, para dar resposta à necessidade de recipientes padronizados resistentes que servissem o tráfego de mercadorias internacional.

É no início do século XX que começa o uso do contentor na Europa, sendo comercializada uma unidade de 18 x 8 x 8 pés. (Um pé equivale a 0,3048 metros.). Só em 1920 é desenvolvido o seu uso pelas 3 principais linhas ferroviárias americanas. 1950 - debates internacionais ressalvam a importância da padronização, chegando a uma conclusão comum: o recipiente de transporte de mercadorias deveria ser em metal, resistente e de dimensões modulares; 1958 - Europa: a ISO (Organização Internacional de Normas para o Manuseamento de Materiais) forma o ISO- MH5 ( AIN-MH5 ), recomendando unidades com relação altura x largura de 8x8 pés e comprimentos uniformes de 10, 20, 30 e 40 pés; década de 60 surge a indústria de aluguer de contentores, para colmatar o desequilíbrio entre os fluxos mundiais de carga (desiguais em peso e volume).

MATERIAIS DO CONTENTOR A estrutura do contentor de carga é produzida com uma liga especial de aço extremamente forte mas leve já confeccionados para um perfeito encaixe. As paredes e a cobertura podem ser de alumínio, fibra ou aço. O pavimento pode ser em aço, ferro ou aglomerado de madeira ignífugo. Os contentores podem ser empilhados até 12 unidades quando vazios.

RECONVERSÃO ARQUITECTÓNICA DO CONTENTOR A transformação de um contentor de carga implica acções de carácter semi artesanal, uma vez que é necessário rasgar vãos para fenestrações (tendo de proceder-se à restauração da continuidade da impermeabilização) se o contentor for totalmente fechado, ou adaptar elementos se for aberto. Para garantir a habitabilidade, há que assegurar o conforto térmico através do isolamento (podendo recorrer-se a painéis sandwich, ou de forma mais artesanal, aplicando o isolamento e depois o revestimento) e a impermeabilização do conjunto.

MEDIDAS DO CONTENTOR U. Modulares Dimensões em pés Dimensões em metros Capacidade volumétrica Capacidade (comp x larg x altura) (comp x larg x altura) int. (em m/cúbicos) (em toneladas) 1 pé = 0,3048 m 1 20 x 8 x 8 6,096 x 2,438 x 2,438 1100 20 1 /2 10 x 8 x 8 3,048 x 2,438 x 2,438 500 10 1 /3 6. 2 /3 x 8 x 8 1,219 x 2,438 x 2,438 330 7 1 /4 5 x 8 x 8 1,524 x 2,438 x 2,438 250 5 1. 1 /2 30 x 8 x 8 9,144 x 2,438 x 2,438 1600 25 2 40 x 8 x 8 12,192 x 2,438 x 2,438 2200 30

AXONOMETRIA DO CONTENTOR

ASSUMIR/CAMUFLAR A opção de ASSUMIR manifesta-se na preservação de algumas características: a forma: linhas rectas; o prisma rectangular; a opacidade: assumir o conceito de caixa/recipiente através de aberturas controladas de vãos, originando uma percentagem muito superior de superfície encerrada em relação à das fenestrações; o material: chapa de metal e/ou aço galvanizado; textura ondulada ou canelada; acabamento pintado ou lacado; a membrana: espessura reduzida de aproximadamente 15 a 20 cm; painel sandwich.

A opção de CAMUFLAR traduz-se na alteração de algumas propriedades originais: a forma: linhas curvas, remates arredondados; a transparência: grandes vãos envidraçados; prisma totalmente envidraçado em todas as suas superfícies, exceptuando a cobertura e o pavimento; o material: vidro; revestimento de madeira fenólico hidrófugo e ignífugo com acabamento polido, envernizado; revestimento em PVC; revestimento com placas de aço polido ou galvanizado; textura lisa; os elementos acessórios: elementos que não são vitais ao nível da garantia de condições de habitabilidade ou construtivas; elementos cuja função é aumentar o conforto do habitat e/ou melhorar a sua qualidade estética (palas, elementos de ensombramento, plataformas, rampas, planos soltos afixados ao volume ).

CONTAINER CITY Alegre, sustentável e barato, situa-se em Inglaterra, mais propriamente no Trinity Buoy Wharf, na região portuária de Docklands, área fortemente industrializada de Londres. Concebida pela Urban Space Management Ltd. Contentores empilhados uns em cima de outros. A construção é mais barata e amiga da natureza, os contentores são reutilizados. Utilizado para escritórios, cafés, estúdios de artistas. Os contentores são empilhados com um guindaste, remodelados e pintados com tinta em cores vibrantes para proteger da ferrugem.

ESQUEMA DE ACOPLAGEM

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