Tratamento de Sementes de Cevada, Cultivar BR 2, com Fungicidas, no Ano de 1998

Documentos relacionados
EFiCÁCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE DOENÇAS TRANSMITIDAS PELAS SEMENTES DE TRIGO. Resumo

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

o tratamento de sementes constitui uma das maneiras mais

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

CONTROLE QUíMICO DE DOENÇAS DA PARTE AÉREA DA CULTURA DE TRIGO - ENSAIO COOPERATIVO DE FUNGICIDAS DO ANO DE Resumo

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DE TASPA 500 CE E DE ARTEA 330 CE NO CONTROLE DE DOENÇAS FOLlARES EM TRIGO EM Resumo

CONTROLE QUíMICO DE OíDIO, Microsphaera diffusa, EM TRÊS CUL TIVARES DE SOJA NA SAFRA 1998/1999

EFiCÁCIA DE PRIORI 250 SC EM MISTURA COM O ÓLEO MINERAL NIMBUS NO CONTROLE DA FERRUGEM E DA MANCHA BRONZEADA DA FOLHA DE TRIGO.

Achave do sucesso no controle de doenças em

CAPÍTULO I DOS ENSAIOS PRELIMINARES

Eficiência de fungicidas no controle de fungos patogênicos veiculados à semente de trigo

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

6.4 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS

CONTROLE DO OÍDIO E DA FERRUGEM DA FOLHA PELO TRATAMENTO DE SEMENTES DE TRIGO COM FUNGICIDAS

Efeito do Tratamento de Sementes com Fungicidas sobre o Controle de Doenças na Parte Aérea do Trigo

Avaliação da eficiência agronômica de inoculante líquido contendo bactérias do gênero Azospirilium

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2012/2013

Sensibilidade de Blumeria graminis f. sp. tritici ao fungicida triadimenol aplicado no tratamento de sementes

Ensaio Intermediário de Cevada

Boletim técnico tecnologia desenvolvida cevada - BRS 195

EFEITO DE FONTES E DOSE DE NITROGÊNIO APLICADOS NO MILHO SAFRINHA NA PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA E NA SOJA SUBSEQUENTE 1

ENSAIO PRELIMINAR DE CEVADA, ENTRE RIOS - GUARAPUAVA/PR

Efeito do tratamento de sementes com diferentes fungicidas na produção de trigo no Oeste do Paraná

Comportamento de genótipos de trigo, oriundos do Paraná, quanto à severidade de oídio, na safra 2008

BRUSONE EM LAVOURAS DE TRIGO NO BRASIL CENTRAL - SAFRA

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

BRS GRAÚNA - NOVA CULTIVAR DE TRIGO DA EMBRAPA

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

Eficiência agronômica de inoculante líquido composto de bactérias do gênero AzospirÜ!um

Eficiência de Fungicidas para o controle de brusone do trigo (Magnaporthe grisea) - Ensaio Cooperativo

Comportamento de genótipos de trigo, oriundos do Paraná, quanto à severidade de oídio, na safra 2007

Feksa, H. 1, Antoniazzi, N. 1, Domit, R. P. 2, Duhatschek, B. 3. Guarapuava PR. Palavras-chave: aviação agrícola, fungicida, rendimento, FAPA OBJETIVO

o custo elevado dos fertilizantes fosfatados solúveis em água

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

BRS Sabiá - Nova Cultivar de Trigo da Embrapa

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

BRS GRAÚNA EXTENSÃO DE INDICAÇÃO PARA SANTA CATARINA, SÃO PAULO E MATO GROSSO DO SUL

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DOS FOSFATOS NATURAIS DE ARAD, DE DAOUI E DE GAFSA EM RELAÇÃO AO SUPERFOSFATO TRIPLO. Resumo

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA GIBERELA NO TRIGO, NA SAFRA 2011.

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE INÓCULO DE Rhizoctonia Solani NA EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODÃO COM FUNGICIDAS NO CONTROLE DO TOMBAMENTO *

BALANÇO ENERGÉTICO DE SISTEMAS DE ROTAÇÃO OU SUCESSÃO DE CULTURAS, ENVOLVENDO TRIGO E SOJA, EM PLANTIO DIRETO

Comportamento de genótipos de trigo quanto à severidade de oídio em 2009

Uso de fertilizante na semente do trigo

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA BRUSONE DO TRIGO, NA SAFRA 2011.

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA MANCHA DE RAMULARIA (Ramularia areola) NA REGIÃO DE CAMPO VERDE MT *

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

AVALIAÇÃO DO EFEITO FITOrÓXICO DE TRIFLURALINA APLICADA EM PRÉ-EMERGÊNCIA NA CULTURA DO MILHO l

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA REGISTRADAS PARA CULTIVO NO RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1998/99

FUNDAÇÃO MS PARA PESQUISA E DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS AGROPECUÁRIAS

A cultura do Triticale (X Triticosecale)

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

CONTROLE DA LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)

o experimento foi conduzido, a campo, durante o ano agrícola de

Dano de geada nos estádios vegetativos do trigo em Guarapuava, invernos 2010 e 2011

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Avaliação de reação a oídio (Blumeria graminis f. sp. tritici) em linhagens de trigo oriundas do Paraná, em 2009

MOMENTO DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO EM COBERTURA EM TRIGO: QUALIDADE TECNOLÓGICA E RENDIMENTO DE GRÃOS

MANEJO DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO PARA PLANTIO DIRETO DE TRIGO. Resumo

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

DOENÇAS EM CEREAIS DE INVERNO pj93d 199j. fjveupicinini ~iofemandes. Ex. 1. rs\ t:misrapa ,!, CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE TRIGO

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ÉPOCAS DE PLANTIO

Comportamento de genótipos de canola em Maringá em 2003

Comportamento de genótipos de cevada quanto à severidade de oídio (Blumeria graminis f. sp. hordei), na safra 2007

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

RESULTADOS DE 2009 CULTIVARES DE TRIGO INDICADAS PARA O RIO GRANDE DO SUL. Fevereiro, 2010

LEANDRO ZANCANARO LUIS CARLOS TESSARO JOEL HILLESHEIM LEONARDO VILELA

EFEITO DA SEQÜÊNCIA (ORDEM) DE GRUPOS QUÍMICOS APLICADOS NO CONTROLE DE RAMULARIA SAFRA (*)

RELATÓRIO TÉCNICO. ENSAIO DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA (Glycine Max) NA REGIÃO DO VALE DO ARAGUAIA, SAFRA 2014/2015, EM QUERÊNCIA - MT

BRS Guamirim em 2007: rendimento superior e boa sanidade, apesar da condição climática favorável à giberela

Indicadores para o tratamento de sementes de trigo com fungicida

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA BRUSONE DO TRIGO

SISTEMAS DE CULTIVO DE TRIGO NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL, PARANÁ E MATO GROSSO DO SUL

Avaliação da eficiência de controle da mancha amarela em duas cultivares de trigo da Embrapa Trigo, safra 2010

USO DE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DE TRIGO EM LAVOURAS ASSISTIDAS PELA EMATER NA REGIÃO NORTE RIOGRANDENSE

Efeito de fungicidas no controle de Fusarium graminearum, germinação, emergência e altura de plântulas em sementes de trigo

Palavras-chave: cultivares de milho, efeito residual de adubos.

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

IRGA 424 OPÇÃO DE PRODUTIVIDADE

EFEITO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE PATÓGENOS EM SEMENTES DE ALGODÃO *

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Etiologia de manchas foliares e reação de cultivares de trigo em três locais no Rio Grande do Sul

AVALIAÇÃO DE DIFLUBENZURON, LUFENURON E TRIFLUMURON NO CONTROLE DA LAGARTA Pseudaletia sequax, EM TRIGO. Resumo

CONTEÚDO DO MICRONUTRIENTE MOLIBDÊNIO NA SEMENTE DE FEIJÃO E PRODUTIVIDADE DAS PLANTAS-FILHAS

Agiberela, conhecida também por fusariose, é uma

Transcrição:

Tratamento de Sementes de Cevada, Cultivar BR 2, com Fungicidas, no Ano de 1998 Picinini, E.C. 1 ; Fernandes, J.M.C. 1 Introdução A cevada cervejeira constitui importante alternativa de inverno na região sul do Brasil. Incitadas por diversas doenças de origem fúngica, podem, como demonstrado em experimentos realizados nos últimos doze anos, ocorrer perdas de cerca de 23 % de seu rendimento potencial de grãos. Muitas dessas doenças são transmissíveis via semente, constituindo preocupação, não só para agricultores, mas também para pesquisadores. Na última safra agrícola, em virtude de as condições de clima terem sido favoráveis às doenças fúngicas (chuvas durante o período de colheita), as sementes de cevada encontram-se altamente contaminadas por Fusarium graminearum. Lotes de sementes altamente colonizadas por Bipolaris sorokiniana e por Drechslera teres chegam a atingir níveis de incidência próximos a 100 %, tornando os fungicidas existentes hoje no mercado incapazes de erradicar e/ou de baixar esses níveis ao ponto de diminuir a passagem de fungos para a parte aérea da cultura, onerando o custo de produção pela necessidade de aplicação antecipada de fungicidas nas plantas. A busca de novos fungicidas, mais eficientes, é constante nas entidades de pesquisa. Os testes com fungicidas permitem aferir os, resultados existentes ao longo dos anos, informando possíveis mudanças na atuação destes e recomendar aos agricultores através da assistência técnica, anualmente, novos produtos, mais eficientes, através da recomendação oficial. 1 Pesquisador da Embrapa Trigo. Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS. e-mail: picinini@cnpt.embrapa.br.mauricio@cnpt.embrapa.br 423

Objetivos o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes fungicidas no controle de patógenos transmitidos pelas sementes de cevada e também avaliar o efeito destes no controle do oídio (Blumeria graminis f.sp. noraeõ, I Metodologia o experimento foi conduzido no ano agrícola de 1998, na área experimental da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, em solo onde não se cultivaram cereais por um período de três invernos. O plantio manual de sementes foi realizado no dia 6 de julho de 1998, com densidade de 50 sementes por metro linear, perfazendo o total de 250 sementes aptas por metro quadrado. A adubação de base foi realizada na superfície, em toda a área experimental, com 250 kg/ha da fórmula 5-25-25 (NPK). A adubação nitrogenada em cobertura foi realizada em 30 de julho de 1998, na quantidade de 30 kg/ha de uréia. Os fungicidas testados e respectivas doses de produto comercial por 100 kg de semente foram: carboxin + tiram (250 9 de Vitavax + tiram 200 SC), triadimenol (160 9 de Baytan 150 SC), difenoconazole (200 9 de Spectro 150 SC), flutriafol (300 9 de Vincit 2,5 OS), triadimenol + iprodione (120 9 + 60 9 de Baytan 150 SC + Rovral 500 PM), difenoconazole + triadimenol (200 9 de Spectro 150 SC + 120 9 de Baytan 150 SC), difenoconazole + iprodione (200 9 de Spectro 150 SC + 60 9 de Rovral 500 PM), triticonazole + iprodione (225 9 de Premis 200 CE + 100 9 de Rovral 500 PM), triticonazole (300 9 de Premis 200 CE), AEO 08109 = fluquinconazole 208 9 + procloraz 42,5, AEC 597265 = fluquinconazole 83,5 g, além da testemunha, sem tratamento. O tratamento de sementes da cultivar BR 2 com 42 % de Bipolaris sorokiniana foi realizado no Laboratório de Fitopatologia, em frascos "erlenmeyer" de 1.000 ml de capacidade que continham 500 9 de semente. Sobre as sementes, adicionou-se um volume de 2 % de água, agitando-se por 15 segundos. Após, adicionou-se o fungicida, agitando- 424

se novamente o frasco por aproximadamente um minuto, até a completa cobertura das sementes. Por ocasião do espigamento, em todas as parcelas, inclusive nas da testemunha, foi pulverizado o fungicida propiconazole, na dose de 125 9 i.a./ha, com o objetivo de controlar as doenças foliares existentes. Resultados Os resultados obtidos (Tabela 1) mostraram que não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos no número de plantas germinadas por metro linear aos 32 DAP, indicando, com isso, não haver fitotoxicidade dos fungicidas em teste. Na variável rendimento de grãos, os fungicidas difenoconazole, AED 08109, iprodione + triadimenol, triticonazole + iprodione, triadimenol, flutriafol, difenoconazole + iprodione, difenoconazole + triadimenol, AEC 597265 e triticonazole foram iguais estatisticamente, com rendimentos de grãos que variaram de 2.308 kg/ha (triticonazole) a 2.580 kg/ha (difenoconazole), sendo 33 % a 49 % superiores ao da testemunha, sem tratamento. Excetuandose o difenoconazole, os demais também se equivaleram ao carboxin + thiram, que produziu 2.252 kg/ha e foi 30 % superior à testemunha, não tratada. Respostas estatisticamente significativas foram obtidas na variável classificação comercial. Na classificação de "primeira", os fungicidas AED 08109, iprodione + triadimenol, triticonazole + iprodione, triadimenol, flutriafol, iprodione + difenoconazole, difenoconazole + triadimenol, AEC 597265, triticonazole e carboxin + thiram foram semelhantes estatisticamente, com peso médio de 93,7 g, e não diferiram de difenoconazole, com peso de 92,3 g. Todos os íunqicldas diferiram estatisticamente da testemunha, não tratada. Na classificação comercial de "segunda", foi obtido resultado semelhante. Os fungicidas difenoconazole, AEB 08109, triticonazole + iprodione, triadimenol, flutriafol, iprodione + difenoconazole, difenoconazole + triadimenol, AEC 597265, triticonazole e carboxin + thiram, equivaleram-se, estatisticamente, entre si, com peso médio de 5,5 g, e não diferiram de iprodione + triadimenol, com peso de 4,6 g. Todos diferiram da testemunha, sem tratamento, que pesou 8,7 g. 425

No controle de doenças (Tabela 2), observa-se, na primeira avaliação realizada em 24/8/98, decorridos 48 dias do plantio (DAP), 42 dias após a emergência (DAE), que os tratamentos flutriafol, iprodione + difenoconazole e carboxin + thiram apresentavam sinais de início de infecção por oídio, enquanto os tratamentos triticonazole + iprodione, flutriafol, AEC 597265 e triticonazole apresentavam plântulas infectadas por Bípolarís sorokíníana. A testemunha, nessa oportunidade, apresentava incidência e severidade de oídio e de B. soríkíníana de 4,2 e 0,1 e 1,5 e 0,2, respectivamente. O fungicida AEC 597265 mostrou persistência no controle de oídio de cevada de 75 DAP ou 69 DAE, conforme observado na terceira avaliação, realizada em 21/9/98. Na última avaliação, realizada em 20/10/98, observa-se que todos os fungicidas reduziram a incidência de oídio, em relação à testemunha, sem tratamento. A maior redução em relação à testemunha foi obtida no tratamento AED 08109 (83 %). Nos demais, a redução variou de 67 % (AEC 597265) a 13 % (triticonazole). A severidade da doença foi, no entanto, muito baixa: 4,0 % na testemunha, sem tratamento. Para Bípolarís sorokíníana, a maior incidência (número de plantas com sintomas da doença) foi verificada nos tratamentos triadimenol e AEC 597265 (100 %); a menor foi observada no tratamento com o fungicida flutriafol (75 %). Todos os fungicidas foram eficientes em reduzir a severidade de Bípolarís sorokíníana na parte aérea da cultura de cevada em relação à testemunha, sem tratamento, que apresentou severidade de 25 %. A redução da severidade entre os tratamentos variou de 63 % (AED 08109) a 84 % (flutriafol). A eficácia demonstrada pelos fungicidas testados neste experimento em diminuir a severidade de B. sorokíníana na parte aérea da cultura de cevada demonstra a importância do tratamento de sementes para reduzir a fonte de inóculo, retardando o estabelecimento da epidemia em campo. 426

~ I\) ---J Tabela 1. Efeito de diferentes fungicidas usados em tratamento de sementes de cevada, cultivar BR 2, sobre a germinação de plantas, sobre o rendimento de grãos e sobre a classificação comercial no ano de 1998. Embrapa Trigo, 1999 Tratamento Dose i.a. 100 kg Rendimento Classificação comercial 2 Stand' de sementes (kg/ha) 2 1ª 2ª Refugo Difenoconazole- 30 33 2.580 a 92,3 b 6,4 b 1,35 / ) AED 08109 (Fluquinconazole + procloraz) 208 + 42,5 34 2.528 ab 93,7 ab 5,4 bc 0,94 -- Iprodione+ TriadimérÍol 30 + 30 37 2.526 ab 94,3 a 4,6 c 1,09 Triticonaiole + Iprodione 45 + 50 34 2.519 ab 93,9 ab 5,2 bc 0,84 Triadimenol 40 34 2.506 ab 93,7 ab 5,2 bc 1,55 Flutriafol- 7,5 35 2.497 ab 93,0 ab 6,2 b 1,22 Iprodione + Difenoconazole 30 + 30 34 2.442 ab 93,7 ab 5,2 bc 1,10 Difenoconazole + Triadimenol 30 + 30 33 2.420 ab 94,2 ab 4,9 bc 0,88 AEC 597265 (Fluquinconazole) 83,5 37 2.341 ab 93,3 ab 5,7 bc 1,04 Triticonazole 60 37 2.308 ab 93,5 ab 5,4 bc 1,33 Carboxin + Thiram 93,7 + 93,7 37 2.252 b 93,8 ab 5,4 bc 0,84 Testemunha 35 1.728 c...... CV% 7,87 ns 8,70 1,52 18,09 59,39 ns 1 Número de plantas germinadas por metro linear aos 32 DAP. 2 Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Duncan, ao nível de 5,0 % de probabilidade. ns = não significativo....... _... _...

.j:>. I\.) ce Tabela 2. Efeito de diferentes fungicidas usados em tratamento de sementes na transmissão e no controle de doenças na parte aérea da cultura de cevada cervejeira, cultivar BR 2, no ano de 1998. Embrapa Trigo, 1999 Tratamento Avaliações de doenças 1 Dose 24/8/98 9/9/98 i.a. 100 kg O BS O BS de sementes I S I S I S I S Difenoconazole 30 0,0 0,0 0,0 0,0 40,0 1,4 4,1 0,1 AED 08109 (fluquinconazole + procloraz) 208 + 42,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,1 0,1 Iprodione + Triadimenol 30 + 30 0,0 0,0 0,0 0,0 41,2 0,9 2,0 0,1 Triticonazole + Iprodione 45 + 50 0,0 0,0 1,8 0,2 43.9 0,6 2,8 0,2 Triadimenol 40 0,0 0,0 0,0 0,0 10,9 0,6 4,8 0,1 Flutriafol 7,5 1,9 0,1 1,6 0,1 45,3 0,8 4,4 0,4 Iprodione + Difenoconazole 30 + 30 2,2 0,1 0,0 0,0 42,6 1,0 1,4 0,1 Difenoconazole + Triadimenol 30 + 30 0,0 0,0 0,0 0,0 19,3 1,3 0,0 0,0 AEC597265 (Fluquinconazole) 83,5 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,0 2,6 0,1 Triticonazole 60 0,0 0,0 0,1 0,1 19,2 0,5 1,2 0,1 Carboxin + Thiram 93,7 + 93,7 0,0 O, 0,0 0,0 49,8 1,4 6,9 0,1 Testemunha - 4,2 0,1 1,5 0,2 60,7 1,4 19,8 0,2 1 Estádios fenológicos da cultura segundo Large (1954), nas datas avaliadas: 24/8/98 = estádio 6.0; 9/9/98 = estádio 7.0. 0= Oídio (Blumeria graminis f.sp. hordeti. BS = Mancha marrom (Bipolaris sorokiniana). I = Incidência (% de plantas com doença). S = Severidade (% média de infecção).

./:>. I'V <D Continuação Tabela 2. Dose Avaliações de doenças 1 Tratamento i.a. 100 kg 21/9/98 6/10/98 20/10/98 de O BS O BS O BS sementes I S I S I S I S I S I S Difenoconazole 30 36 2,3 2,0 0,1 47,5 1,0 50,4 1,0 40,5 1,0 90,0 5,5 AED 08109 (fluquinconazole + 208 + 42,5 3 0,1 O O 13,7 0,4 37,5 0,5 11,6 0,2 91,6 9,3 procloraz) Iprodione + Triadimenol 30 + 30 19 0,7 2,2 0,2 24,6 1,6 44,6 1,1 36,6 1,1 96,6 6,6 Triticonazole + Iprodione 45 + 50 32 3,2 1,0 0,2 35,6 1,0 38,2 0,8 51,6 1,9 96,6 4,3 Triadimenol 40 21 0,5 2,0 0,1 29,4 1,2 47,2 0,8 35,0 1,1 100 6,2 Flutriafol 7,5 26 1,0 6,3 0,2 31,8 0,9 41,3 0,7 37,7 0,9 74,5 4,1 Iprodione + Difenoconazole 30 + 30 38 1,5 3,5 0,2 27,5 0,7 20,5 1,0 50,8 2,0 96,6 6,5 Difenoconazole + Triadimenol 30 + 30 28 0,7 0,5 0,2 25,4 1,9 35,9 0,5 38,8 2,9 92,2 5,2 AEC597265 (Fluquinconazole) 83,5 O O 2,0 0,1 2,5 0,5 35,3 0,7 22,3 0,3 100 8,6 Triticonazole 60 13 0,4 1,0 0,1 35,6 1,0 43,7 0,8 57,8 2,6 96,6 6,2 Carboxin + Thiram 93,7 + 93,7 33 1,8 5,5 0,1 52,1 2,6 39,2 0,6 39,7 2,2 92,5 4,7 Testemunha 65 1,5 36,0 0,5 53,7 3,3 52,2 1,8 66,7 4.0 95,0 25,0 1 Estádios fenológicos da cultura segundo Large (1954), nas datas avaliadas: 21/9/98 = estádio 9.0; 6/10/98 = estádio 10.3 e 20/10/98 = estádio 11.0. 0= Oídio (Blumeria graminis f.sp. hordet). BS = Mancha marrom (Bipolaris sorokiniana). I = Incidência (% de plantas com doença). S = Severidade (% média de infecção).