xi ebramem XI ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRA E ESTRUTURAS DE MADEIRA LONDRINA JULHO 2008

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Transcrição:

xi ebramem XI ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRA E ESTRUTURAS DE MADEIRA LONDRINA JULHO 2008 ESPÉCIES DE MADEIRA DA REGIÃO AMAZÔNICA POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO NA TECNOLOGIA DA MADEIRA LAMINADA COLADA Alcebíades Negrão Macêdo (anmacedo@ufpa.br), Michelle Azulay Ramos (michelle.azulay@yahoo.com.br), Michelle Cristine Oliveira Fernandes (micris_28@yahoo.com.br), Jennefer Lavor Bentes (jenneferlb@ufpa.br) Universidade Federal do Pará Faculdade de Engenharia Civil. RESUMO: Nesse estudo foi realizado um levantamento na literatura, com base nos resultados das espécies selecionadas, cujas características físico-mecânicas e de trabalhabilidade indicam uma potencialidade para a tecnologia da Madeira Laminada Colada (MLC), complementando o levantamento feito por MACÊDO (2000a e 2000b). Esse trabalho tem como objetivo a caracterização da resistência ao cisalhamento e tração normal à lâmina de cola de algumas espécies de madeira de baixa e média densidade da Região Amazônica, utilizando as recomendações propostas por MACÊDO (1996) e adotadas pela NBR 7190/97. Por fim, foram realizados os ensaios de caracterização da lâmina de cola (cisalhamento e tração normal), cujos resultados, para os parâmetros de colagem envolvidos, mostraram de maneira geral um bom desempenho, reforçando a idéia de que madeiras da região apresentam características potenciais para a aplicação em MLC. Palavras-chave: madeira, estruturas de madeira, congresso (no máximo quatro, em uma única linha) SPECIES OF WOOD REGION AMAZÔNICA POSSIBILITY OF APLICATION THE TECHNOLOGY OF MADEIRA LAMINADA COLADA ABSTRACT: That study was conducted a survey in literature, based on the results of the selected species, whose physical and mechanical and workability indicate a potential for the technology Glued Laminated Timber (Glulam), Complementing the survey by MACÊDO (2000a and 2000b). This work aims to the characterization of the resistance to shear and normal tensile blade of the glue of some species of wood, low and medium density of the Amazon Region, using the recommendations proposed by MACÊDO (1996) and adopted by 7190/97 NBR. Finally, the tests were performed to characterize the blade of glue (shear and normal tensile), whose results for the parameters of collage involved, showed generally performed well, reinforcing the idea that wood characteristics of the region have potential for the application in Glulam. Keywords: wood, timber structures, congress

1. INTRODUÇÃO A madeira é um material que permite grande possibilidade de cumprimento às recomendações de especificações normativas como a ISO 9000 e a ISO 14000. Basicamente, pode-se dizer que essas recomendações estão calcadas em três fatores fundamentais: 1) Racionalização; 2) Reutilização e 3) Reciclagem. A atividade madeireira na região norte do país é uma das suas principais atividades econômicas. Apesar de tal importância, o índice de aproveitamento da madeira pela indústria, apenas 40%, ainda é muito baixo. Cabe ressaltar que espécies de menor valor econômico, e/ou de utilização menos nobre, poderiam ser empregadas na fabricação de um produto alternativo. Dentro deste contexto, uma das tecnologias que pode propiciar a racionalização do emprego da madeira e dos seus rejeitos é a madeira laminada colada (MLC). A MLC apresenta como grande vantagem o fato de permitir a utilização de madeiras de reflorestamento, contribuindo para o alívio da procura de espécies tropicais excessivamente exploradas. Nesta maneira, as pesquisas referentes à MLC no país utilizaram basicamente como material de pesquisa as espécies de reflorestamento. Entretanto, segundo MACÊDO et al (2000a e 2000b), uma outra forma de contribuir para o alívio do consumo das espécies tropicais consagradas seria a utilização de espécies tropicais alternativas em tecnologias como a da MLC. É importante ressaltar que o processo de produção da MLC permite o emprego, no âmbito estrutural, de madeiras de baixa e média densidade que não são ou são pouco utilizadas estruturalmente, gerando um aumento na diversidade de espécies exploradas, o que pode contribuir para as práticas de manejo florestal e conseqüentemente aumentando também a possibilidade de uso racional e renovável da floresta, além de gerar um maior valor agregado ao material. Um ponto que deve ser ressaltado é que o levantamento dos parâmetros de colagem, inerente ao processo da MLC, pode ser importante inclusive para a aplicação na indústria moveleira da região. Com base no exposto este trabalho teve como objetivo fazer um levantamento, na literatura, de espécies de madeira da região, cujas características físico-mecânicas e de trabalhabilidade indicam uma potencialidade para MLC e, com isso, realizar ensaios de resistência ao cisalhamento e tração normal à lâmina de cola de algumas espécies de madeira de baixa e média densidade, utilizando as recomendações propostas por MACÊDO (1996) e adotadas pela NBR 7190/97. 2. LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES DA REGIÃO Foi realizado um levantamento, com base nos resultados de espécies que possam ser utilizadas MLC. Neste intuito, houve a busca de informações através de diversas fontes na literatura. Para se obter a classificação das espécies de madeira de baixa e média densidade, fez-se um levantamento bibliográfico de características físicas e mecânicas e de trabalhabilidade de várias espécies, buscando encontrar características que possam indicar sua utilização potencial na tecnologia da Madeira Laminada Colada. Adicionalmente foi realizada a caracterização da resistência ao cisalhamento e tração normal à lâmina de cola de algumas dessas espécies, através de ensaios definidos por MACÊDO (1996) e adotados pela NBR 7190/97. As espécies utilizadas nos ensaios foram: Tauari 1 (Couratari guianensis), Tauari 2 (Couratari oblongifolia) e Mandioqueira (Qualea cf. lancifolia).

As densidades das espécies de madeira, incluídas neste estudo, fundamentam-se nos seguintes intervalos para três classes de densidade básicas propostos por MELO, CORADIN & MENDES (1990): a) Madeira leve densidade básica 0,50 g/cm³ b) Madeira média 0,50 g/cm³ < densidade básica < 0,72 g/cm³ c) Madeira pesada densidade básica 0,72 g/cm³ Na análise das propriedades físico/mecânicas e de trabalhabilidade, foram incluídas apenas as espécies de madeira de baixa e média densidade (madeira leve a média). A seguir são apresentadas várias espécies que podem ser de acordo com suas características físicas e de trabalhabilidade que podem ser objetos de estudo na tecnologia da MLC. 2.1. Madeiras leves - Açacu (Hura crepitans L) - Amapá-amargoso (Parahancornia amapa (Huber) Ducke) - Axixá (Sterculia apeibophylla Ducke) - Burra-leiteira (Sapium marmieri Huber) - Cajá (Spondias lutra L) - Caucho (Castilla ulei Warb) - Fava-branca (Stryphnodendron pulcherrimum (Willd) Hochr) - Faveira (Parkia oppositifolia Spruce ex Benth) - Figueira (Fícus insípida Willd) - Ingá-de-porco (Macrosamanea pedicellaris (DC) Kleinh) - Leiteiro (Sapium aereum Klotzsch) - Maminha-de-porca (Znthoxylon regnelianum Engl.) - Marupá (Simarauba amara Aubl.) - Paricá (Schizolobium Amazonicun) - Quaruba (Vochysia ferruginea Mart.) - Ucuubarana (Osteophloeum platyspermum (A.DC.) Warb.) 2.2. Madeiras médias - Angelim-da-mata (Hymenolobium sp.) - Angelim-pedra (Hymenolobium petraeum Ducke) - Araracanga (Aspidosperma desmanthum Benth. Ex Mürll. Arg.) - Canafístula (Cássia fastuosa Willd.) - Conduru (Brosimum rubescens Taulb) - Espinheiro-preto (Acácia polyphylla A. DC.) - Jará (Pouteira sp.) - Louro-cunuaru (Ocotea sp.) - Mandioqueira-escamosa (Qualea dinizii Ducke) - Maragonçalo (Pauteria obscura (Huber) Baehni) - Mururé (Brosimum acutifolium Huber) - Pau-amarelo (Euxylophora paraensis Huber) - Pau-jacaré (Laetia procera (Poepp.) Eichl.) - Pequiá (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.) - Seru (Allantoma lineata (Mart. Ex Perg.) Miers) - Tamaquaré (Caraipa densiflora Mart.)

Os resultados, apresentados por TEIXEIRA (2003), acrescentam dados à pesquisa realizada por MACÊDO et al (2000) e servem como contribuição para se atingir objetivo principal que é encontrar um número maior de espécies que possam ser aplicadas na tecnologia da Madeira Laminada Colada. 3. PARÂMETROS PARA A CONFECÇÃO DE CORPOS-DE-PROVA A metodologia de fabricação dos corpos-de-prova, considerando todos os cuidados necessários, foi estabelecida com base em indicações encontradas na literatura, principalmente levando em consideração os trabalhos de MACÊDO (1996), NBR 7190/97 ZANGIÁCOMO (2003) e AZAMBUJA (2006). A madeira utilizada para a confecção dos corpos-de-prova foi retirada de peças, cujas dimensões foram definidas de acordo com a disponibilidade do material encontrado em empresas locais, que são as espécies Tauari 1, Tauari 2 e Mandioqueira. O teor de umidade de todas as peças estava próximo de 12% (secagem artificial). O adesivo escolhido para a confecção dos corpos-de-prova foi o CASCOPHEN RS-216-M. Para a determinação das características de resistência da lâmina de cola, foram utilizados corpos-de-prova com as dimensões recomendadas pela NBR 7190/97. Tais medidas foram válidas também para os corpos-de-prova de madeira maciça, utilizados como controle. O espalhamento da cola foi feito com pincel e a quantidade de adesivo por unidade de superfície variou de 350g/m 2 a 400g/m 2. A colagem foi realizada a uma temperatura ambiente e pressão de colagem de 8kgf/cm² para as espécies Tauari 1, Tauari 2 e Mandioqueira. Para avaliação da pressão de colagem, utilizou-se a espécie Tauari 1 e as pressões de colagem estimadas foram de 6,0kgf/cm 2, 8,0kgf/cm² e 10,0kgf/cm 2. O período da aplicação de pressão foi, em média, 10 horas. 4. QUANTIDADE DE CORPOS-DE-PROVA A amostragem, com os respectivos controles maciços, utilizada neste estudo foi definida conforme apresentado na Tabela abaixo. Todos os corpos-de-prova utilizados nestes ensaios foram selecionados através de uma classificação visual, sendo eliminados aqueles que tiveram defeitos aparentes. Tabela 01 - Quantidade de corpos-de-prova usados nos ensaios. Caracterização da MLC Controle (madeira maciça) Tipo de Tauarí Tauarí Tauarí Tauarí Amostra Mandioqueira Mandioqueira 1 2 1 2 Tração normal 6 6 6 6 6 6 Cisalhamento 6 6 6 6 6 6 6 Kgf/cm 2 6 6 8 Kgf/cm 2 6 6 10 Kgf/cm 2 6 6 5. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS Nos ensaios para determinação das características de resistência da lâmina de cola e da madeira maciça (controles) foram seguidos os critérios estabelecidos NBR 7190/97. Em todos os casos, o equipamento usado para aplicação e controle de carga foi uma máquina universal de ensaios AMSLER (Figura 1), disponível no Laboratório de Construção Civil da UFPA.

Figura 1 Ensaio de Cisalhamento e Tração Normal à Lâmina de Cola. 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO São apresentados os resultados e as discussões referentes aos ensaios de tração normal e cisalhamento à lâmina de cola para as espécies e pressões de colagem estudadas. Para facilitar a análise dos resultados, foi adotada, como parâmetro de eficiência da lâmina de cola, a relação entre a resistência média obtida nos ensaios dos corpos-de-prova colados e a resistência média dos controles maciços, conforme mostrado abaixo: fgt90, m -Tração normal a lâmina de cola: Efic 100% f t90, m f gv,m -Cisalhamento na lâmina de cola: Efic 100% f v,m 6.1. Tauari 1 (Couratari guianensis), tauari 2 (Couratari oblongifolia) e mandioqueira (Qualea cf. lancifolia) pressão de colagem de 8 Kgf/cm 2. Tabela 2 Ensaios de Tração Normal para espécie Tauari 1 (8kg/cm²) Identificação Ag t90,i fg t90,i fg t90,i 1 12,54 2,34 0,19 na cola 2 13,069 3,56 0,27 na madeira 3 13,387 3,43 0,26 na madeira 4 12,241 3,04 0,25 na madeira 5 12,814 3,48 0,27 na cola 6 12,412 4,36 0,35 parte na cola (80%) e parte na madeira (20%) Valor médio (fg t90,m ) 0,26 Valor médio (f t90,m ) 0,32 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,05

Cisalhamento (kn/cm²) Tração N0rmal (kn/cm²) 0,35 f gt90 f t90 0,30 0,25 0,19 0,29 0,27 0,34 0,15 fgt90 0,26 0,31 0,10 ft90 0,25 0,25 0,05 0,27 0,36 0,34 0,35 1 2 3 4 5 Média Média 0,26 0,32 6 Figura 2 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para a espécie Tauari 1 (8kg/cm²). Os resultados dos ensaios de tração normal mostraram uma eficiência de 81% da lâmina de cola quando comparada à madeira maciça, para a espécie Tauari 1. Tabela 3 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para espécie Tauari 1 (8kg/cm²) Identificação Ag v,i fg v,i fg v,i 1 23,49822,360 0,952 na madera 2 24,01619,850 0,827 na cola 3 23,80028,360 1,192 parte na cola (80%) e parte na madeira (20%) 4 23,78520,100 0,845 na cola 5 24,00021,130 0,880 na madeira 6 23,54123,800 1,011 na cola Valor médio (fg tv,m ) 0,82 Valor médio (f v,m ) 0,94 Desvio padrão (Sg v ) 0,13 1,20 1,00 0,80 0,60 fgv fv Figura 3 Cisalhamento na lâmina de cola e o controle para a espécie Tauari 1 (8kg/cm²). Os resultados dos ensaios de cisalhamento mostraram haver eficiência de 87% entre as resistências médias dos corpos-de-prova colados e maciços.

Tração N0rmal (kn/cm²) Tabela 4 Ensaios do Ensaio de Tração Normal para espécie Tauari 2 (8kg/cm²) Identificação Ag t90,i fg t90,i fg t90,i 1 13,012 4,15 0,32 na madeira 2 12,985 2,64 na cola 3 12,5 2,95 0,24 na cola 4 12,54 3,85 0,31 na madeira 5 13,09 4,02 0,31 parte na cola (50%) e parte na madeira (50%) 6 13,04 3,34 0,26 na madeira Valor médio (fg t90,m ) 0,27 Valor médio (f t90,m ) 0,32 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,05 0,45 0,35 0,30 0,25 0,15 0,10 0,05 fgt90 ft90 Figura 4 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para a espécie Tauari 2 (8kg/cm²). Os resultados dos ensaios de tração normal mostraram uma eficiência de 84% da lâmina de cola quando comparada à madeira maciça, para a espécie Tauari 2. Essa diferença na eficiência, apesar de ser significativa, indica uma boa eficiência da lâmina de cola. Tabela 5 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para espécie Tauari 2 (8kg/cm²) Identificação Ag v,i fg v,i fg v,i 1 24,324 21,5 0,89 na madeira 2 24,321 15,6 0,64 na cola 3 24,123 18,5 0,77 parte na cola (60%) e parte na madeira (40%) 4 24,06 14,3 0,59 na madeira 5 23,941 19,1 0,80 parte na cola (45%) e parte na madeira (55%) 6 24,64 22,0 0,89 na cola Valor médio (fg v,m ) 0,76 Valor médio (f v,m ) 0,92 Desvio padrão (Sg v ) 0,12

Tração N0rmal (kn/cm²) Cisalhamento (kn/cm²) 1,2 1 0,8 0,6 0,4 fgv fv 0,2 0 Figura 5 Cisalhamento na lâmina de cola e o controle para a espécie Tauari 2 (8kg/cm²). Os resultados dos ensaios de cisalhamento mostraram uma eficiência de 83% da lâmina de cola, para a espécie Tauari 2, indicando um bom desempenho lâmina de cola quando comparado com a madeira maciça. Tabela 6 Ensaios de Tração Normal para espécie Mandioqueira (8kg/cm²) Identificação Ag t90,i fg t90,i fg t90,i 1 12,954 3,2 0,25 na madeira 2 13,42 4,57 0,34 na cola 3 12,74 4,2 0,33 na madeira 4 12,05 2,5 0,21 na madeira 5 13,21 3,23 0,24 na cola 6 12,75 3,32 0,26 parte na cola (30%) e parte na madeira (70%) Valor médio (fg t90,m ) 0,27 Valor médio (f t90,m ) 0,32 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,05 0,45 0,35 0,30 0,25 0,15 0,10 0,05 fgt90 ft90 Figura 6 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para a espécie Mandioqueira (8kg/cm²).

Cisalhamento (kn/cm²) Os resultados dos ensaios de tração normal mostraram uma eficiência de 84% da lâmina de cola quando comparada à madeira maciça, para a espécie Mandioqueira, indicando uma boa eficiência da lâmina de cola. Tabela 7 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para espécie Mandioqueira (8kg/cm²) Identificação Ag v,i fg v,i fg v,i 1 24,324 22,4 0,92 na madeira 2 24,321 13,7 0,56 na cola 3 24,123 19,5 0,81 parte na cola (60%) e parte na madeira (40%) 4 24,06 16,3 0,68 na madeira 5 23,941 18,3 0,76 parte na cola (45%) e parte na madeira (55%) 6 24,64 23,4 0,95 na cola Valor médio (fg v,m ) 0,78 Valor médio (f v,m ) 1,05 Desvio padrão (Sg v ) 0,15 1,20 1,00 0,80 0,60 fgv fv Figura 7 Cisalhamento na lâmina de cola e o controle para a espécie Mandioqueira (8kg/cm²). Os resultados dos ensaios de tração normal mostraram uma eficiência de 74% da lâmina de cola quando comparada à madeira maciça, para a espécie Mandioqueira. Esta diferença pode estar associada com alguma dificuldade no processo de colagem, principalmente se forem observados os modos de ruptura dos corpos-de-prova onde a maioria rompeu total ou parcialmente na interface madeira/adesivo. 6.2. Pressão de colagem de 6kgf/cm 2, 8kgf/cm 2 e 10kgf/cm 2 tauari 1 (Couratari guianensis) Para verificar a influência da pressão de colagem, foram realizados ensaios para a espécie Tauari 1 (Couratari guianensis), densidade aparente ap = 0,55 g/cm³, utilizando pressões de colagem de 6kgf/cm 2, 8kgf/cm 2 e 10kgf/cm².. Tabela 8 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para Tauari 1 (6 kgf/cm²)

Cisalhamento (kn/cm²) Identificação CP Ag v,i (cm²) fg v,i (kn) fg v,i (kn/cm²) 1 25,04 22,21 0,89 na madeira 2 23,984 18,80 0,78 parte na cola (70%) e parte na madeira (30%) 3 24,42 17,00 0,70 na cola 4 23,872 13,02 0,55 parte na cola (90%) e parte na madeira (10%) 5 24,24 15,84 0,65 na cola 6 24,842 21,94 0,88 na madeira Valor médio (fg v,m ) 0,74 Valor médio (f v,m ) 0,95 Desvio padrão (Sg v ) 0,14 1,20 1,00 0,80 0,60 fgv fv Figura 8 Cisalhamento entre a lâmina de cola e o controle (6 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 6 kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola foi de 78% em relação ao controle maciço. Outro aspecto importante foi referente ao modo de ruptura dos corpos-de-prova colados onde quatro dos seis ensaiados romperam total ou parcialmente na interface madeira/adesivo. Tabela 9 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para Tauari 1 (8 kgf/cm²) Ag v,i fg v,i Identificação CP (cm²) (kn) (kn/cm²) 1 24,952 21,94 0,88 na madeira 2 24,87 18,8 0,76 parte na cola (40%) e parte na madeira (60%) 3 25,32 19,2 0,76 na cola 4 25,132 20,42 0,81 parte na cola (75%) e parte na madeira (25%) 5 24,421 14,12 0,58 na madeira 6 24,512 22,84 0,93 parte na cola (70%) e parte na madeira (30%) Valor médio (fg v,m ) 0,79 Valor médio (fg v,m ) 0,92 Desvio padrão (Sg v ) 0,12 fg v,i

Cisalhamento (kn/cm²) Cisalhamento (kn/cm²) 1,20 1,00 0,80 0,60 fgv fv Figura 9 Cisalhamento entre a lâmina de cola e o controle para o Tauari 1 (8 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 8kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola foi de 86% em relação ao controle maciço, considerando uma diferença de aproximadamente 14% entre os valores médios. Quanto ao modo de ruptura dos corpos-de-prova colados, a situação foi semelhante ao da pressão de 6kg/cm 2 onde quatro, dos seis corpos-de-prova ensaiados, romperam total ou parcialmente na interface madeira/adesivo. Tabela 10 Ensaios de Resistência ao Cisalhamento para Tauari 1 (10 kgf/cm²) Identificação Ag v,i fg v,i fg v,i 1 23,94 13,2 0,55 na madeira 2 24,12 15,4 0,64 na madeira 3 25,012 20,3 0,81 parte na cola (35%) e parte na madeira (65%) 4 24,431 19,8 0,81 na madeira 5 24,08 22,75 0,94 na madeira 6 24,715 23,58 0,95 parte na cola (75%) e parte na madeira (25%) Valor médio (fg v,m ) 0,79 Valor médio (f v,m ) 0,92 Desvio padrão (Sg v ) 0,16 1,05 1,00 0,95 0,90 0,85 fgv fv 0,80 0,75 Figura 10 Cisalhamento entre a lâmina de cola e o controle para o Tauari 1 (10 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 10 kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola foi de 85% em relação ao controle maciço. Com relação ao modo de ruptura dos corpos-de-prova

Tração N0rmal (kn/cm²) colados, observou-se que a maioria (quatro de seis) rompeu na madeira e os demais romperam parcialmente na interface madeira/adesivo, indicando um melhor processo de adesão quando utilizando a pressão de 10kg/cm 2. Tabela 11 Ensaios de Tração Normal à Lâmina de Cola para Tauari 1 (6 kgf/cm²) Identificação CP Ag t90,i i (cm²) fg t90,i (kn) fg t90,i (kn/cm²) 1 12,4 3,10 0,25 na madeira 2 13,4 2,79 0,21 na madeira 3 12,45 3,50 0,28 parte na cola (30%) e parte na madeira (70%) 4 12,74 2,82 0,22 na madeira 5 12,96 3,90 0,30 parte na cola (75%) e parte na madeira (25%) 6 13,54 3,84 0,28 na madeira Valor médio (fg t90,m ) 0,26 Valor médio (f t90,m ) 0,27 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,04 0,35 0,30 0,25 0,15 0,10 fgt90 ft90 0,05 Figura 11 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para o Tauari 1 (6 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 6 kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola para a tração normal foi de 80% em relação ao controle maciço, sendo que a metade das rupturas ocorreu na madeira e a outra metade rompeu na interface madeira/adesivo. Tabela 12 Ensaios de Tração Normal à Lâmina de Cola para Tauari 1 (8 kgf/cm²) Identificação Ag t90,i i fg t90,i fg t90,i 1 13,45 3,95 0,29 na madeira 2 12,846 3,54 0,28 na madeira 3 13,14 2,38 0,18 parte na cola (75%) e parte na madeira (25%) 4 13,24 3,88 0,29 na madeira 5 13,09 3,65 0,28 na madeira 6 12,89 2,44 0,19 na madeira Valor médio (fg t90,m ) 0,25 Valor médio (fg t90,m ) 0,30 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,05

Tração N0rmal (kn/cm²) Tração N0rmal (kn/cm²) 0,35 0,30 0,25 0,15 0,10 0,05 fgt90 ft90 Figura 12 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para o Tauari 1 (8 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 8 kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola foi de 83% em relação ao controle maciço, sendo que a ruptura dos corpos-de-prova colados foi predominantemente na madeira. Tabela 13 Ensaios de Tração Normal à Lâmina de Cola para o Tauari 1 (10 kgf/cm²) Identificação Ag t90,i i fg t90,i CP (cm²) (kn) fg t90,i (kn/cm²) 1 13,54 4,48 0,33 na madeira 2 13,142 2,46 0,19 na madeira 3 13,262 3,46 0,26 na madeira 4 13,02 2,82 0,22 na madeira 5 13,24 4,82 0,36 na cola 6 12,98 2,89 0,22 na madeira Valor médio (fg t90,m ) 0,26 Valor médio (f t90,m ) 0,32 Desvio padrão (Sg t90 ) 0,07 0,45 0,35 0,30 0,25 0,15 0,10 0,05 fgt90 ft90 Figura 13 Tração Normal à lâmina de cola e o controle para o Tauari 1 (10 kgf/cm²). Para a pressão de colagem de 10 kgf/cm², o valor da eficiência da lâmina de cola foi de aproximadamente 83% em relação ao controle maciço, sendo que o modo de ruptura dos corpos-de-prova foi predominantemente na madeira.

7. CONCLUSÕES Com base na revisão bibliográfica e nos resultados experimentais pode-se concluir que: Existem diversas espécies da Amazônia cujas características físico-mecânicas e de trabalhabilidade indicam que as mesmas poderiam ser estudadas para uma possível aplicação em MLC. Hipótese esta reforçada com os resultados experimentais obtidos nesse estudo; De uma maneira geral, a resistência da lâmina de cola teve uma boa eficiência quando comparada com a resistência da madeira maciça, tanto para o cisalhamento quanto para a tração normal; Para o caso particular da Mandioqueira, a eficiência da lâmina de cola para a resistência ao cisalhamento e pressão de 8kgf/cm 2 foi da ordem de 74%. Esse nível de eficiência, juntamente com os modos de ruptura dos corpos-de-prova colados (a maioria envolvendo a interface madeira/adesivo), podem indicar alguma deficiência no processo de adesão; Na verificação da influência da pressão de colagem para a espécie Tauari 1 (Couratari guianensis), constatou-se uma melhor eficiência (variando de 83% a 85%) na resistência da lâmina de cola para as pressões de colagem de 8kg/cm² e 10kgf/cm 2, tanto para o cisalhamento quanto para tração normal. Esta eficiência se refletiu inclusive no modo de ruptura dos corpos-de-prova colados que envolveram, na maioria, a madeira; Pode-se dizer que de uma maneira geral obteve-se uma boa eficiência da lâmina de cola tanto para o cisalhamento quanto para a tração normal Sugestões para próximos estudos: Estudar as características da lâmina de cola para outras espécies da região; Avaliar o efeito da pressão de colagem para outras espécies e adesivos; Avaliar a variação da viscosidade do adesivo na eficiência da lâmina de cola. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Estruturas de Madeira. Rio de Janeiro, ABNT, 1997. NBR7190 Projeto de AZAMBUJA, M. Estudo Experimental de Adesivos para a Fabricação de Madeira Laminada Colada: Avaliação da Resistência de Emendas Dentadas, da Durabilidade e de Vigas. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de são Paulo, 2007. DIAS, A. A.; LAHR, F. A. R. Alternative Brazilian Tropical Timbers. Universidade del Bío - Bío, Chile, Maderas: Ciência y Tecnologia, v. 1, n. 2, 1999. FOREST PRODUCTS LABORATORY, Wood Handbook wood as an engineering material. Madison, Wisconsin, USA, 1999. HUMPHREYS, R. D.; CHIMELO, J. P. Comparação entre Propriedades Físicas, Mecânicas e Estereológicas para Agrupamento de Madeiras. 2 o Congresso Nacional sobre Essências Nativas, 1992. INSTITUTO BRASILEIRO DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL. Características e utilização das madeiras do Tucuruí (levantamento bibliográfico). CNPQ, Brasília, 1980.

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