SELETIVIDADE DE HERBICIDAS AS CULTURAS DA MELANCIA E MELÃO

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Transcrição:

SELETIVIDADE DE HERBICIDAS AS CULTURAS DA MELANCIA E MELÃO BUNDT, Angela 1 ; RAMOS, Marcia Janice 1 ; NOHATTO, Marcos André 1 ; AGOSTINETTO, Dirceu 1, NOLDIN, José Alberto 2. 1 Centro de Herbologia (CEHERB) DFs/FAEM/UFPel, Caixa Postal 354 - CEP 96010-900. e-mail: angelabundt@hotmail.com, marciajanicecosta@hotmail.com; marcosnohatto@hotmail.com; agostinetto@ig.com.br; 2 Epagri Estação experimental de Itajaí. E-mail: noldin@epagri.sc.gov.br 1. INTRODUÇÃO A cultura da melancia (Citrullus lanatus Schard.) e melão (Cucumis melo L.) vem se destacando, nos últimos anos, como importantes espécies olerícolas cultivadas no país, tanto no mercado interno, quanto para exportação. A melancieira, originada da África Tropical, é cultivada em todo território nacional, com destaque ao Rio Grande do Sul e Bahia (Camargo Filho & Mazzei, 2002). Enquanto o meloeiro, cuja origem ainda não é bem definida (Nunes, 2007), tem maior produção na região nordeste do país, principalmente Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco (Barros et al., 2002). Entre os fatores bióticos presentes nos sistema agrícola, as plantas daninhas destacam-se por interferirem negativamente nas culturas, principalmente devido à competição por recursos do meio, que são essenciais ao crescimento. Portanto, é fundamental estabelecer programas de manejo para o controle dessas plantas, como forma de evitar possíveis prejuízos na produção das cultura da melancia e melão. As técnicas mais utilizadas baseiam-se no controle mecânico, pois o amplo espaçamento utilizado para a maioria das plantas da família cucurbitáceas permite, no início do cultivo, o uso de cultivadores nas entrelinhas. No entanto, depois que as ramas se entrelaçam, o controle mecânico fica dificultado, principalmente nas fileiras de plantio (Paula Júnior & Venzan, 2007). O uso do controle químico aumenta a eficácia do programa de manejo, tornando-o mais rápido e econômico (Freitas et al., 2004). Porém, atualmente existe pouca informação sobre herbicidas seletivos que possam ser utilizados nessas culturas. Diante disso, o objetivo do trabalho foi identificar herbicidas seletivos para a cultura de melancia e melão, além de avaliar a resposta dessas plantas a aplicação em pré e pós emergência. 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram realizados dois experimentos em casa de vegetação do Centro de Herbologia junto a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), localizada em Capão do Leão/RS, no período de novembro de 2008 a janeiro de 2009. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições. Os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial, onde o

fator A constou do modo de aplicação dos herbicidas (pré ou pós emergência) e o fator B testou diferentes herbicidas, sendo eles: carfentrazone, metolachor, ametryn, sethoxydim, nicosulfuron, diclosulam e testemunha sem aplicação. As doses foram baseadas nas doses comerciais recomendadas para as culturas da soja e do milho, uma vez que estes herbicidas não são registrados para estas culturas e inexistem herbicidas registrados para a cultura da melancia (AGROFIT, 2009). As unidades experimentais foram constituídas por potes plásticos com capacidade de 500 ml, preenchidos com solo destorroado e peneirado. Em cada unidade foram semeadas quatro sementes de melancia ou melão, e, após a emergência das plântulas, procedeu-se o desbaste, selecionando duas plantas. A adubação foi realizada conforme as recomendações das culturas e baseada na análise de solo. A irrigação foi efetuada diariamente de acordo com a necessidade das plantas. A aplicação dos herbicidas foi realizada com auxílio de pulverizador costal pressurizado a CO 2, munido com ponta tipo leque 110 015 XR, regulado com pressão de 210 kpa, o que permitiu pulverizar volume de calda de 150 L ha -1. A aplicação em pós emergência dos herbicidas foi realizada quando as plantas de melancia e melão encontravam-se no estádio de três a quatro folhas. As variáveis analisadas foram fitotoxicidade e massa seca das plantas. A fitotoxicidade nas culturas foi observada visualmente aos 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação dos tratamentos (DAT), utilizando a escala percentual de zero a cem, em que zero representou ausência de sintomas e cem a morte das plantas. Aos 28 DAT, as plantas foram coletadas, acondicionadas em saco de papel, e secas em estufa com circulação forçada de ar a 60 C durante 72 hora s, para determinação da massa seca. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística sendo verificada a homocedasticidade dos dados e, posteriormente, realizada a análise de variância a 5% de probabilidade. Sendo esta significativa, os dados foram submetidos à comparação de médias pelo teste de Tukey para os herbicidas e teste T para os modos de aplicação, ambos a 5% de probabilidade. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se interação significativa entre os fatores experimentais para as variáveis fitotoxicidade de herbicidas e massa seca das plantas para ambas as culturas (Tabelas 1 a 3). A comparação entre modos de aplicação para a variável fitotoxicidade, demonstrou que os herbicidas sethoxydim e ametryn, em geral, foram os únicos que não apresentaram diferenças entre as aplicações em pré e pós-emergência, o que pode decorrer da elevada e baixa seletividade que os herbicidas apresentam, respectivamente, a cultura do melão (Tabela 1). Quando a aplicação foi realizada em pré-emergência os herbicidas sethoxydim e carfentrazone foram os que apresentaram menor fitotoxicidade e, em geral, não diferiram da testemunha (Tabela 1). Já, quando a aplicação foi realizada em pós emergência da cultura do melão e considerando as duas últimas avaliações verificou-se que os herbicidas diclosulam, metolachlor e sethoxydim não apresentaram diferenças em relação a testemunha. Convém ressaltar que o herbicida sethoxydim foi o que provocou as menores percentagens de fitotoxicidade as plantas de melão em ambos os modos de aplicação, o que pode tornar-se uma ferramenta para controle de plantas daninhas nesta cultura.

Outros trabalhos realizados com o intuito de verificar a seletividade de herbicidas a cultura do melão demonstram que o MCPA (Rodrigues & Almeida, 1995, Lorenzi, 1994 e Durigan, 1992) e pendimethalin ou pendimethalin + linuron (Cantamutto et al., 1996), foram seletivo a cultura. A fitotoxicidade para a cultura da melancia, comparando-se os dois modos de aplicação, demonstrou que os herbicidas nicosulfuron e sethoxydim não apresentaram diferenças em nenhuma das épocas de avaliação (Tabela 2). Já, a comparação entre herbicidas aplicados em pré-emergência evidenciou que carfentrazone, nicosulfuron e sethoxydim não diferiram da testemunha. Quando a aplicação foi realizada em pós emergência os herbicidas metolachlor, nicosulfuron e sethoxydim, em geral, apresentaram menor fitotoxicidade a cultura. Tabela 1. Fitotoxicidade (%) em plantas de melão em função da aplicação de herbicidas em pré e pós emergência. UFPel - Capão do Leão RS, 2008/09 Fitotoxicidade (%) Pré-emergência Pós emergência Tratamentos 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias Ametryn 100,0 * A 1 100,0 ns A 100,0 ns A 100,0 ns A 37,5 B 98,0 A 100,0 A 100,0 A Carfentrazone 8,5 * D 3,5 * D 4,2 * C 2,7 * D 94,0 A 92,0 A 90,0 A 86,6 A Diclosulam 77,0 * B 74,5 * B 66,0 * AB 55,7 * B 29,5 B 34,7 B 14,7 C 20,2 C Metolachlor 75,3 * B 77,7 * AB 64,3 * B 35,0 * BC 19,9 BC 26,7 B 9,7 C 18,0 C Nicosulfuron 47,7 * C 34,7 ns C 18,3 * C 29,3 * C 24,3 B 45,0 B 43,3 B 45,0 B Sethoxydim 6,3 ns D 3,3 ns D 11,0 ns C 0,0 ns D 3,5 CD 2,0 C 0,0 C 0,5 C Testemunha 0,0 ns D 0,0 ns D 0,0 ns C 0,0 ns D 0,0 D 0,0 C 0,0 C 0,0 C ns e * não significativo e significativo, respectivamente, pelo teste t (p<0,05), comparam modos de Para o herbicida ametryn não foi realizada avaliação de fitotoxicidade, quando a aplicação foi realizada em pré-emergência, em função do estabelecimento ter sido desuniforme (Tabela 2). Os resultados observados para o herbicida sethoxydim são confirmados por outros autores, que além de verificarem elevada seletividade a cultura da melancia, também observaram eficiente controle de Digitaria horizontalis (Rodrigues & Almeida, 1995 e Maciel et al., 2002). Tabela 2. Percentagem de fitotoxicidade em plantas de melancia tratadas com diferentes herbicidas nos períodos de pré e pós emergência. UFPel - Capão do Leão RS, 2008/09 Fitotoxicidade (%) Pré-emergência Pós emergência Tratamentos 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias Ametryn - - - - 37,5 B 100,0 A 100,0 A 100,0 A Carfentrazone 18,2 * B 1 10,7 * B 15,7 ns B 14,2 * B 76,0 A 40,0 B 25,0 BC 44,2 BC Diclosulam 62,0 * A 86,7 * A 73,5 * A 69,7 ns A 27,0 BC 39,5 B 38,5 B 65,0 B Metolachlor 50,2 * A 78,3 * A 66,3 * A 66,6 * A 25,2 BC 13,0 CD 12,2 BC 26,7 CD Nicosulfuron 14,0 ns B 10,0 ns B 13,3 ns B 19,0 ns B 17,2 BC 22,5 C 21,0 BC 29,5 CD Sethoxydim 6,7 ns B 4,2 ns B 6,7 ns B 6,5 ns B 6,2 C 3,0 D 0,0 C 0,0 D Testemunha 0,0 ns B 0,0 ns B 0,0 ns B 0,0 ns B 0,0 C 0,0 D 0,0 C 0,0 D ns e * não significativo e significativo, respectivamente, pelo teste t (p<0,05), comparam modos de Para a massa seca da parte aérea não se verificou diferença entre modos de aplicação para os herbicidas nicosulfuron e carfentrazone, em ambas as culturas, e sethoxydim, para a cultura do melão (Tabela 3). Para os demais herbicidas, em ambas as culturas, a maior produção de massa seca foi verificada quando a

aplicação foi realizada em pós emergência. Isso pode decorrer do desenvolvimento das culturas até o momento da aplicação em pós emergência. Na comparação entre os herbicidas destacaram-se os herbicidas sethoxydim e nicosulfuron por não diferirem da testemunha em nenhum dos modos de aplicação, para ambas as culturas. Ainda, para a cultura do melão a aplicação de diclosulam, independente do modo de aplicação, carfentrazone, em pré e metolachlor em pós emergência não diferiam da testemunha. Os dados para o herbicida ametryn não foram apresentados em função do estabelecimento desuniforme, conforme comentado anteriormente. Para melancia, a aplicação de carfentrazone em pré ou metolachlor em pós emergência também não diferiram da testemunha. Esses resultados possivelmente estejam relacionados com a capacidade de metabolização desses herbicidas. Tabela 3. Massa seca da parte aérea de plantas de melão e melancia tratadas com diferentes herbicidas nos períodos de pré e pós emergência. UFPel - Capão do Leão RS, 2008/09 Massa da matéria seca (g) Melão Melancia Tratamentos Pré-emergência Pós emergência Pré-emergência Pós emergência Ametryn - 0,16 C 0,0 * C 0,18 C Carfentrazone 0,38 ns A 1 0,29 BC 0,30 ns AB 0,33 BC Diclosulam 0,26 * AB 0,50 AB 0,08 * C 0,32 BC Metolachlor 0,10 * B 0,44 AB 0,11 * BC 0,45 AB Nicosulfuron 0,28 ns AB 0,43 AB 0,33 ns A 0,41 AB Sethoxydim 0,40 ns A 0,54 AB 0,33 * A 0,54 A Testemunha 0,33 * A 0,63 A 0,34 * A 0,55 A ns e * não significativo e significativo, respectivamente, pelo teste T (p<0,05), comparam modos de 4. CONCLUSÕES O herbicida sethoxydim é o mais seletivo as culturas melão e melancia, independente do modo de aplicação. A aplicação de carfentrazone em préemergência ou metolachlor em pós-emergência para ambas as culturas e nicosulfuron, independente do modo de aplicação para melancia, não modificaram a seletividade e produção de massa seca. 5. REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, V.S.; COSTA, R.N.T.; AGUIAR, J.T. Função de produção da cultura do melão para níveis de água e adubação nitrogenada no Vale do Curu-CE. Irriga, Botucatu, v.7, n.2, 2002. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. AGROFIT: Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários. Brasília, [2009]. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons >. Acesso em: 20 ago. 2009 CAMARGO Filho, W.P.; MAZZEI, A.R. O mercado de melancia no Mercosul. Informações Econômicas, São Paulo, v.32, n.2, p.61-64, 2002. CANTAMUTTO, A.; AYASTUY, M.E.; ELISEI, V.R. Evaluacion de herbicides de aplication temprana en el cultivo de melon de transplante. Planta daninha, v.14, n.1, p.26-32, 1996. DURIGAN, J.C. Controle de plantas daninhas nas principais culturas olerícolas: umbreliferas e cucurbitáceas. In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS EM HORTALIÇAS, 1, 1992, Botucatu. Anais... Botucatu: Faculdade de Ciência Agronômica - UNESP, 1992. p.157-86. FREITAS, R.S.; PEREIRA, P.C.; SEDIYAMA, M.A.N.; FERREIRA, F.A.; SEDIYAMA, T. Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência para a cultura da mandioquinhasalsa. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.22, n.1, p.159-165, 2004. LORENZI, H. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 4ª ed. Nova Odessa: Plantarun, 1994. 299 p.

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