Tenistas brasileiros e as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva

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Transcrição:

Tenistas brasileiros e as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva Caio Correa Cortela Federação Paranaense de Tênis FPT Curitiba Brasil caio.tenis@yahoo.com.br Juan Pedro Fuentes García Universidade de Extremadura UEX Cáceres Espanha. jpfuent@unex.es Manuel João Coelho e Silva Universidade de Coimbra UC Coimbra Portugal. mjcesilva@hotmail.com Débora Navarro Rocha Cortela Faculdades Integradas de Itararé FAFIT-FACIC Itararé Brasil deboranavarrorocha@yahoo.com.br Douglas dos Santos Meta Escola de Tênis Ponta Grossa Brasil douglas.tenis@yahoo.com.br Resumo O presente estudo investigou as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva, bem como as classificações no ranking profissional da ATP, obtidas pelos tenistas brasileiros que se destacaram no ranking juniores internacional (ITFJC). Posteriormente, os resultados encontrados foram discutidos tendo como referencial o percurso dos tenistas Top 100 do ranking da ATP. A amostra constituiu-se dos 13 tenistas brasileiros nascidos após o ano de 1980 que estiveram classificados entre os 20 melhores do ranking ITFJC. Os tenistas nacionais iniciaram a prática na modalidade com uma idade média de seis anos, passando pelos Tops 400, 200 e 100 do ranking profissional da ATP com idades de 19,5±0,5; 20,9±1,4 e 23,2±1,5 anos respectivamente. Nesta direção, observou-se uma idade similar de iniciação esportiva para os tenistas pertencentes ao Top 100. No entanto, para os demais marcos da carreira esportiva observou-se que os tenistas nacionais atingem tais classificações relativamente mais tarde, iniciando com uma diferença de aproximadamente meio ano para a idade de entrada no Top 400 e chegando há dois anos para a entrada no Top 100. Constatou-se ainda, que os tenistas do Top 100, enquanto juniores, apresentaram uma classificação média no ranking ATP superior as dos tenistas brasileiros, dando mostra de que os mesmos já priorizavam o circuito profissional ao invés de supervalorizar os resultados no escalão juniores. Acredita-se que o aumento no número de eventos Futures realizados pela CBT nos últimos anos reduzirá esta defasagem, permitindo que os tenistas brasileiros obtenham mais pontos no ranking ATP ainda no escalão juniores. Palavras-chave: tenistas brasileiros, competição, percurso esportivo, evolução nos rankings. 1. Introdução Em 2007, pela primeira vez em mais de uma década, o Brasil fechou a temporada sem nenhum tenista classificado entre os 100 melhores do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Até pouco tempo, o país gozava do privilégio de possuir uma equipe competitiva no grupo mundial da maior competição por equipes do mundo, a Davis Cup, chegando ao ano de 2000 às semi-finais desta competição. Para além disto, em meados de novembro da temporada seguinte, observou-se a presença de oito tenistas

no Top 200 do ranking ATP, sendo que destes, quatro estavam inseridos no seleto grupo dos Top 100 e um já havia ocupado o primeiro posto. Apesar de não possuir na época nenhum tenista no Top 100 do ranking ATP, o Brasil há anos vem se destacando no Circuito Júnior da Federação Internacional de Tênis (ITFJC). Segundo Reid et al. (2007a) de 1992 até 2003, 11 brasileiros encerraram o ano entre os 20 melhores classificados do ITFJC. De 2004 até o presente momento, o país sempre pode contar com ao menos um tenista classificado no Top 20 do ranking ITFJC, em algum momento da temporada. Tendo em vista que obter bons resultados no ITFJC tem sido apontado por diversos autores como um indicador significativo para resultados posteriores no ranking ATP (Miley; Nesbitt, 1995; Reid, Crespo, Santilli, Miley; Dimmock, 2005; Reid et al. 2007a), objetivou-se com este estudo conhecer o percurso esportivo dos tenistas brasileiros que se destacaram no ITFJC, observando-se as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva e as evoluções apresentadas pelos mesmos nos rankings ITFJC e ATP. Em um segundo momento debateu-se os resultados encontrados para os tenistas brasileiros perante os apresentados pelos tenistas Top 100 do ranking ATP. 2. Marco conceitual Na ótica do treinamento esportivo, a preparação de atletas com expectativa de alto rendimento é um processo longo e complexo (MARQUES, 1985). De acordo com Barbanti e Tricoli (2004) o tempo de prática necessário para o completo desenvolvimento de um atleta varia, em média, de oito a 12 anos consoante a modalidade esportiva em questão. Especificamente no tênis a apresentação de resultados expressivos no ITFJC tem sido utilizada como uma ferramenta significativa para prognosticar a entrada dos tenistas no circuito profissional. Segundo Reid et al.(2007a), o Brasil tem se destacado como uma das nações com maior número de tenistas classificados entre os 20 melhores do ranking ITFJC, ficando atrás apenas dos EUA e da Argentina e se igualando neste quesito a grandes potências do tênis mundial de rendimento como a França. Após acompanharem o percurso esportivo dos 116 tenistas que estiveram classificados no Top 20 do ITFJC entre os anos 1992 a 1998, Reid et al. (2007a) relataram que 91% da amostra em questão transitou para o circuito profissional. De acordo com Reid et al. (2005), 45% dos atletas da amostra em questão atingiu o Top 100 no ranking profissional, observado-se em classificação média no 140º posto. O Quadro 1 apresenta detalhadamente as classificações médias mais alta atingidas no ranking profissional por estes tenistas. Quadro 1 Classificação média profissional mais alta obtida pelos 20 melhores classificados no ranking ITFJC e a idade média em que elas ocorreram. Total de Tenistas Classificação Classificação mais tenistas classificados ITFJC alta profissional juniores profissionalmente Idade média em que obtiveram a melhor classificação Média Média Dp 1-5 32 31 89,2 23,5 ±1,9 6-10 31 29 142,9 22,8 ±1,5 11-15 27 24 168,5 23,6 ±2,1 16-20 26 22 175,3 24,2 ±2,4 Todos 116 106 139,7 23,5 ±2,0 Fonte: Traduzido de (Reid et al. 2005, p.2). Com o intuito de observar a procedência dos tenistas profissionais de destaque no cenário internacional e de compreender os motivos que levam determinadas nações a se destacarem na modalidade Cortela et al. (2010) estudaram o percurso esportivo e as

idades de passagens pelos diferente marcos da carreira esportiva apresentado pelos 100 melhores tenistas do ranking ATP. De acordo com os autores, Alemanha, Argentina, Espanha, França, Itália, Rússia e EUA foram responsáveis pelo desenvolvimento de 65% dos tenistas Top 100. Ao observar as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva observa-se que os tenistas profissionais integrantes do Top 100 adentram os Tops 400, 200 e 100 com 18,8; 19,9 e 21,2 anos de idade respectivamente. Os autores relatam que mais da metade dos tenistas Top 100 já se encontravam entre os 400 melhores do ranking ATP no final da temporada em que ainda poderiam competir no circuito júnior, dando mostras claras de que os mesmos já priorizam neste momento a transição para o circuito profissional (CORTELA et al., 2010). Neste sentido, Cortela (2009) relatou que a forte correlação existente entre as idades de entrada no Top 400 e as idades de passagens pelos Tops 200 e 100 (+0,91 e +0,86 respectivamente) pode ser utilizada como um importante indicador para predizer o verdadeiro potencial apresentado pelo tenista. Nesta mesma direção o autor relatou que a moderada correlação (+0,41) existente entre a melhor classificação no ranking ATP ao final da época juniores e a melhor classificação obtida no ranking ATP da carreira apresentou-se com um melhor indicador dos resultados futuros alcançados no ranking profissional ATP comparativamente as classificações obtidas no circuito juniores (+0,07). Estes achados sugerem que as nações que desejarem possuir um número grande de tenistas de elite devem proporcionar oportunidades competitivas que permitam aos tenistas transitarem tranquilamente ao Top 400 (CORTELA et al., 2010). Há tempos a competição tem sido destacada com um ingrediente essencial para o desenvolvimento harmonioso de tenistas de rendimento (MILEY; NESBITT, 1995; CRESPO et al., 2003; VICARIO, 2003; REID et al., 2007a; REID et al., 2007b). De acordo com Crespo et al. (2003) os países que oferecem suficientes oportunidades competitivas beneficiam não só os tenistas profissionais, mas também os demais tenistas que aspiram seguir uma carreira profissional no tênis, possibilitando a estes atletas situações onde as suas habilidades podem ser testadas perante os tenistas de maior nível técnico. Para além destes fatores anteriormente citados, os países que realizam um maior número de torneios proporcionam aos seus tenistas a oportunidade de competirem a um bom nível e pontuarem nos rankings internacionais sem a necessidade de viajar muito, o que acaba por reduzir os custos operacionais principalmente no momento de transição do juniores para o profissional, fator este que é relatado por muitos tenistas como limitante, tendo em vista que, nesta etapa, os prêmios recebidos não são suficientes para arcar com os despesas de treinos e viagens. Para verificar a relação existente entre o número total de torneios profissionais ATP e ITF oferecidos por uma nação e o correspondente sucesso destes países no ranking ATP, Crespo et al. (2003) analisaram o número total de tenistas com ranking ATP; o número de tenistas classificados no Top 200 ATP e o ranking combinado dos cinco melhores tenistas classificados no ranking ATP das 30 nações com maior número de torneios profissionais. Os resultados indicaram haver uma correlação positiva e moderada (0,74) entre o número total de torneios de uma nação e o número total de atletas com ranking ATP, sugerindo que as nações que apresentam maiores oportunidades competitivas gozam de um maior número de tenistas com classificação ATP. Da mesma forma, a correlação moderada e positiva de 0,64 existente entre o número total de torneios e o número de tenistas Top 200 sugere que as nações que promovem mais torneios apresentam um número mais elevado de tenistas de sucesso. Os autores relatam ainda haver uma correlação positiva e forte (0,91) entre o número de tenistas com classificação ATP e o número de tenistas Top 200 e uma correlação moderada negativa (-0,55) entre o número total de tenistas com ranking ATP e o ranking combinado dos cinco melhores tenistas classificados na ATP, indicando que as nações com maior número de tenistas classificados no ranking ATP apresentam um maior

número de tenistas Top 200 e, consequentemente, um maior número de tenistas de elite (CRESPO et al. 2003). Como observado no Quadro 2, o Brasil sempre esteve entre as 10 nações de maior destaque para todas as variáveis observadas neste estudo (CRESPO et al., 2003). Quadro 2. Países de maior sucesso nas variáveis: número total de torneios, número total de tenistas com pontuação no ranking ATP, número de tenistas Top 200 no ranking ATP e melhor classificação dos cinco melhores tenistas do país. País Número de torneios País Número Total de tenistas ATP País Número de tenistas Top 200 País Ranking combinad o Top 5 do país USA 67 USA 141 USA 23 Espanha 91 Espanha 53 Espanha 122 Espanha 22 USA 106 Itália 51 Alemanha 109 França 16 França 135 Alemanha 34 França 106 Argentina 12 Argentina 215 França 31 Itália 91 Alemanha 11 Suécia 226 G.Bretanha 21 Argentina 86 Brasil 8 Rússia 282 Portugal 19 Austrália 69 R. Checa 8 Alemanha 284 Austrália 18 Brasil 58 Holanda 8 Austrália 347 Brasil 17 R. Checa 53 Suécia 8 R. Checa 348 Suíça 16 Áustria 41 Rússia 8 Brasil 364 Fonte: Traduzido e adaptado de (Crespo et al. 2003, p. 5-6). 3. Metodologia 3.1 Amostra A amostra deste estudo constituiu-se dos 13 tenistas brasileiros que atingiram o Top 20 do ITFJC, nascidos a partir de 1980. A média de idade apresentada por estes atletas foi de 22,0 anos, tendo o tenista mais jovem 17, 7 anos e o mais velho 27,5 anos de idade. Ressalta-se que apenas um tenista deste estudo não era oriundo dos Estados das regiões sudeste e sul do Brasil. 3.2 Coleta de dados Os dados foram coletados dos sites oficiais da International Tennis Federation (ITF) e da Men's Professional Tennis (ATP) para última atualização ocorrida na época de 2007. As variáveis observadas foram: A) Data de nascimento; B) Idade em que iniciou a prática do tênis; C) Melhor posição obtida no ITFJC; D) Data de obtenção do melhor ranking ITFJC; E) Melhor classificação no ranking ATP no momento de obtenção do melhor ranking ITFJC; F) Melhor classificação no ranking ATP ao final da época de juniores; G) Data de entrada no Top 400 do ranking ATP; H) Data de entrada no Top 200 do ranking ATP; I) Data de entrada no Top 100 do ranking ATP; J) Melhor classificação da carreira no ranking ATP; L) Data de obtenção do melhor ranking ATP. As informações referentes às variáveis (A, B, C e D) foram recolhidas no site oficial da ITF, para última atualização ocorrida no ranking ITFJC em 2007, no dia 17 de

Dezembro. Os dados foram recolhidos no perfil dos jogadores que pode ser visualizado através do endereço (http://www.itftennis.com/juniors/). O acesso ao perfil do tenista foi obtido através da inserção do nome de família utilizados pelos mesmos no circuito profissional, ou seja, o nome apresentado pelos mesmo no ranking ATP. As informações referentes às variáveis (E, F, G, H, I, J e L) foram recolhidas no site oficial da ATP, para última atualização ocorrida no ranking ATP em 2007, no dia 31 de Dezembro. Os dados foram recolhidos no site oficial da entidade através do endereço (http://www.atptennis.com/en/players/). Acedeu-se aos perfis dos jogadores e aos históricos dos rankings, utilizando os nomes de família registrados pelos mesmos no circuito profissional. Para a variável E estabeleceu-se qual foi o melhor ranking ATP obtido para cada um dos tenistas na data em que os mesmos atingiram a melhor classificação no ranking ITFJC Para a variável F estabeleceu-se qual foi o melhor ranking ATP obtido por cada um dos tenistas até o final da última época em que os mesmos poderiam competir no escalão juniores, ou seja, até o final da época em que completaram ou completariam 18 anos de idade. Em relação às variáveis G, H e I (data de entrada respectivamente no Top 400, Top 200 e Top 100 do ranking ATP) foram consideradas as primeiras datas em que os tenistas se posicionaram nos Tops 400, 200 e 100 do ranking ATP. 3.3 Tratamento dos dados O cálculo das idades decimais para as variáveis etárias (D, G, H, I e L), foi efetuado através da equação [(dia de coleta dia de nasc.) + (mês de coleta mês de nasc.). 30,5 + (ano de coleta ano de nasc.). 365,2] / 365,2 para o software Microsoft Office Excel 2003. Posteriormente os dados recolhidos foram trabalhados no software SPSS versão 15.0, através de estatísticas descritivas, especificamente estatísticas de tendência central e dispersão. Neste estudo não se procedeu à produção de provas inferenciais. 4. Análise e discussão dos dados Como se observa na Tabela 1 constata-se uma idade média de iniciação da prática de 6,4 anos, sendo que a melhor classificação no ranking ITFJC ocorreu aos 18,1 anos de idade. Apenas um número relativamente baixo de tenistas (respectivamente sete, cinco e três) adentraram os Tops 400, 200 e 100, constatando-se idades médias nas ordens de 19,5; 20,9 e de 23,2 anos para os respectivos marcos desportivos. A idade de obtenção da melhor classificação no ranking ATP foi de 20,9 anos. Tabela 1. Estatística descritiva dos tenistas brasileiros para as variáveis etárias (expressa em anos). Mínimo Máximo Média Desvio padrão Idade início prática 4 10 6,4 1,8 Idade melhor ranking ITFJC 17,0 19,0 18,1 0,6 Idade entrada Top 400 ATP 19,2 20,6 19,5 0,5 Idade entrada Top 200 ATP 19,8 23,2 20,9 1,4 Idade entrada Top 100 ATP 21,5 24,3 23,2 1,5 Idade de obtenção do melhor ranking ATP 18,5 24,6 20,9 2,2 Todos os 13 tenistas selecionados para este estudo estiveram classificados entre os 20 melhores do ranking ITFJC, verificando uma classificação média na 11ª posição. Da mesma forma, 12 tenistas brasileiros possuíam classificações no ranking ATP no momento da melhor classificação ITFJC e ao final da época de juniores, observando-se

rankings médios nas 1073ª e 918ª posições, para os respectivos marcos desportivos. Por fim, a melhor classificação no ranking ATP variou do 44º ao 1133º posto, verificando-se uma classificação média na 414ª posição. Tabela 2. Estatística descritiva para a totalidade da amostra relativamente às melhores pontuações ITFJC, ATP (júnior) e ATP (sênior). Mínimo Máximo Média Desvio padrão ITFJC 2 18 11 5 ATP no melhor ranking ITFJC 575 1343 1073 217 ATP ao final da época juniores 575 1207 918 169 ATP 44 1133 414 337 Ao comparar as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira esportiva dos tenistas brasileiros relativamente ao estudo de Cortela et al. (2010), observa-se de um modo geral que os tenistas nacionais ultrapassam estas etapas da preparação esportiva a longo prazo relativamente mais tarde do que os tenistas do Top 100. As idades médias de chegada aos diferentes marcos iniciam com uma diferença de meio ano, observada para a idade de melhor ranking ITFJC, aumentando gradativamente à medida em que se eleva o grau de importância do marco desportivo, observando-se diferenças de até dois anos para a idade de entrada no Top 100. A forte correlação existente entre as idades de entrada no Top 400 e as idades de entradas nos Tops 200 e 100 apresentada por Cortela (2009) fornecem informações substanciais com relação as ofertas competitivas que deveriam ser propiciadas pela Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Segundo Crespo et al. (2003) os torneios que melhor respondem aos tenistas que iniciam a sua escalada no ranking ATP e que pretendem atingir o Top 400 são os eventos Futures e Challengers. Segundo os autores, os torneios da série Futures são destinados aos tenistas sem classificação ou com baixas classificações, permitindo a estes tenistas a conquista dos primeiros pontos no ranking ATP. Posteriormente os tenistas que já se encontrarem enquadrados entre a 400ª e a 100ª posições, poderão optar pelos torneios Challengers com maiores premiações e pontuações. A idade média de obtenção da melhor classificação no ranking ATP não permite realizar comparações, uma vez que, a maior parte dos atletas brasileiros observados ainda não atingiu os 24,2 anos, que é o período em que os resultados mais expressivos na carreira dos tenistas ocorrem, sub-valorizando os resultados encontrados para esta variável (CORTELA, et al., 2010). No entanto, se atentando apenas aos três casos de tenistas nacionais que estiverem classificados no Top 100 do ranking ATP, verifica-se uma idade média para obtenção do melhor resultado da carreira de 24,0 anos, demonstrando estar em conformidade com os valores encontrados para tenistas de elite. Quando se analisa o momento de obtenção do melhor ranking ATP apresentado pelos tenistas Top 100, acredita-se que muitos tenistas brasileiros nem sequer têm a oportunidade de apostar fortemente na carreira profissional até esta faixa etária dos 25 anos para verificar o seu verdadeiro potencial. Os elevados custos advindos das viagens, estadias e treinos dificultam a permanência dos tenistas brasileiros no circuito, tendo em vista que muitas vezes os patrocínios recebidos não são suficientes para arcar com todas as despesas. Desta forma, observa-se que muitos tenistas ainda em idades para apostarem fortemente no circuito profissional optam por seguir carreiras paralelas no tênis, partindo para o circuito universitário americano, para as competições interclubes européias, ou mesmo iniciando a carreira como treinadores. Acredita-se que casos como os do tenista Marcos Daniel que só adentrou ao Top 100 após os 27 anos de idade, poderiam ocorrer mais vezes se os tenistas brasileiros tivessem a oportunidade de seguir competindo de

maneira efetiva por mais tempo, antes de se dedicarem apenas parcialmente à carreira profissional. As comparações dos dados entre os tenistas de elite e os tenistas brasileiros quanto às melhores classificações obtidas na carreira fornecem pistas interessantes inerentes a possíveis deficiências que poderiam estar ocorrendo na transição dos tenistas nacionais. Ao comparar apenas a melhor classificação obtida no ranking ITFJC, verificase que os tenistas brasileiros apresentam uma melhor classificação média para esta variável do que os tenistas do Top 100. Ao observar a frequência de ocorrência do melhor ranking ITFJC dos tenistas Top 100 apresentada por Cortela (2009), verifica-se que mais da metade destes atletas (51,8%) já estiveram classificados no Top 20 do ITFJC, apresentando resultados semelhantes aos dos tenistas brasileiros. Considerando que a melhor classificação no ranking ITFJC não apresentou uma correlação significativa com a melhor posição ocupada no ranking ATP, acredita-se que não é nesta variável que encontram-se as explicações para as diferenças observadas no melhor ranking profissional da carreira entre os tenistas Top 100 e brasileiros. Verifica-se que as principais diferenças entre os resultados apresentados pelos tenistas nacionais e os atletas do Top 100 encontram-se nas melhores classificações no ranking ATP no momento de obtenção do melhor ranking ITFJC e ATP no final da época juniores. Enquanto Cortela (2009) afirma que mais da metade dos tenistas Top 100 se encontram abaixo da 587º posição para a primeira variável, verifica-se que apenas um tenista nacional apresenta resultados similares para este mesmo momento, constando-se que metade dos tenistas brasileiros observados se encontra acima da 1023ª posição. Ao analisar os melhores resultados obtidos no sistema ATP ao final da época de juniores, verifica-se que as diferenças se acentuam ainda mais, constatando-se que mais da metade tenistas Top 100 já se encontravam neste momento inseridos no Top 400, observando-se um valor médio para esta variável na 495ª posição. Neste mesmo momento, metade dos tenistas nacionais posicionava-se acima do 913º posto, sendo que nenhum atleta nacional aparecia inserido junto, ou abaixo, da classificação média dos tenistas Top 100, apresentando uma classificação média no 918º lugar. Tendo em vista a positiva e moderada associação apresentada por Cortela (2009) entre a melhor classificação profissional ao final da época júnior e a melhor classificação profissional obtida na carreira, acredita-se que é neste ponto que dever-se-ia focar esta discussão. A grande escalada no ranking ATP obtida pelos tenistas do Top 100 do período de obtenção da melhor classificação ITFJC até o final da época de juniores, sugere que estes atletas têm priorizado a participação em eventos profissionais neste momento de transição entre os circuitos júnior e profissional. Neste sentido, a cultura brasileira imediatista e que privilegia os atletas vencedores (independentemente da modalidade ou escalão a que pertença), tem dificultado a transição dos tenistas brasileiros. Acredita-se que os tenistas nacionais têm demandado muito tempo em torneios juniores ao invés de buscarem os primeiros pontos no circuito profissional. Neste sentido o coeficiente de vitórias e derrotas sugerido por Segal, (1997) e Crespo e Miley (1999) poderia ser utilizado, como uma importante ferramenta para auxiliar na escolha do âmbito de competição a ser seguido pelo tenista. Entende-se que muitas das vezes o sucesso obtido no circuito ITFJC pelos tenistas nacionais ocorre à custa de torneios de menor expressão, fato que explica em tese o fraco desempenho dos tenistas nacionais nos eventos do Grand Slam e de grupo A da ITF. Isto porque muitos tenistas juniores de destaque que já estão concentrando as atenções no circuito profissional e que não possuem mais um bom ranking juniores ainda participam em alguns destes eventos, ficando muitas vezes com o título. De certa forma é fácil compreender esta situação, num país onde os vencedores são tratados como heróis, não é de se estranhar que muitos tenistas e treinadores

prefiram vencer um torneio do grupo quatro ou cinco da ITF, a ter de enfrentar um duro qualifying de torneios Futures, perdendo muitas vezes nas primeiras rodadas. Para além disto, os tenistas Top 20 do ITFJC muitas vezes apresentam maior visibilidade e status do que muitos tenistas profissionais, o que acaba por atrair diversos benefícios como convites para eventos, patrocínios, entre outros. Esta posição é bem explicitada por Cortela et al. (2010) ao afirmarem que: Há uma série de mudanças nas exigências competitivas decorrentes da transição do circuito júnior para o profissional. Num primeiro momento os tenistas ainda em idades relativamente baixas têm de se acostumar com um novo ambiente de competição, repleto de pressões e de incessantes buscas por resultados, onde jovens que se destacavam e gozavam de diversos privilégios e de um elevado status por serem os melhores juniores do mundo, passam a ser apenas mais um, num circuito extremamente competitivo (CORTELA et al., 2010). Porém, não se pode desconsiderar que entre os tenistas de elite observou-se uma moderada associação entre a melhor classificação ATP obtida ao final da época júnior e a melhor classificação obtida no ranking ATP, enquanto que a correlação existente entre a melhor classificação ITFJC e a melhor classificação obtida no ranking ATP revelou não possuir qualquer valor preditivo, indicando que a melhor classificação no sistema ITFJC não influencia de forma significativa as melhores classificações obtidas no circuito profissional (CORTELA, 2009). Desta forma deve-se dar uma atenção especial a melhor classificação ATP obtida ao final da época júnior ao analisar o verdadeiro potencial do tenista. Considerações finais Os resultados encontrados neste estudo demonstram que os tenistas nacionais adentram os diferentes marcos da carreira esportiva com atraso em relação aos tenistas Top 100. Nesta mesma direção observou-se que os mesmo demonstraram classificações excessivamente inferiores as dos tenistas de elite para a melhor classificação no ranking ATP no final da última temporada em que poderiam competir no circuito juniores. O aumento significativo no número de eventos profissionais realizados pela CBT nos últimos anos parece estar cumprindo o seu papel, contribuindo para o aumento no número de tenistas profissionais com pontos no ranking ATP, o que é um fator determinante para o aumento no número de tenistas de elite. Para exemplificar, no exato momento o Brasil possui cinco tenistas entre os 150 melhores do mundo sendo que destes, três atletas então estão no Top 100. Emerge a necessidade de se realizar novas pesquisas procurando debater o tênis nacional em todos os âmbitos (administrativo, de rendimento e de desenvolvimento). Estes estudos ajudarão a fundamentar cientificamente as decisões para que o tênis nacional possa tomar o rumo de outras modalidades esportivas onde o Brasil se destaca internacionalmente como o voleibol e a natação, por exemplo. Referências BARBANTI, V.; TRICOLI, V. A formação desportiva. In: GAYA, A.; MARQUES, A.; TANI, G. (organizadores). Desporto para crianças e jovens: Razões e finalidades. Porto Alegre, UFRGS editora, pp: 199-215, 2004. CORTELA, C. C. Planeamento de carreira desportiva de jovens tenistas para a alta competição: a transição para a etapa de rendimento máximo. 2009. 96 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Desporto e Educação Física) Programa de Pós-Graduação

em Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal. CORTELA, C. C.; SILVA, M. J. C.; FUENTES, J. P. G.; ROCHA, D. N. Tenistas Top 100 um estudo sobre as idades de passagens pelos diferentes marcos da carreira desportiva. Pensar a Prática, v.13, n.3, p1-17, 2010. CRESPO, M.; MILEY, D. Manual para entrenadores avanzados. England. International Tennis Federation Ltd,1999. CRESPO, M.; REID, M.; MILEY, D.; ATIENZA, F. The relationship between professional tounament structure on the national level and success in menʼs professional tennis. Journal of Science and Medicine in Sport, Austrália, v. 6, n. 01, p. 3-13, 2003. MARQUES, A. A carreira desportiva de um atleta de fundo. Revista Horizonte. v. 2, n. 09, p. 84-89, 1985. MILEY, D.; NESBITT, J. ITF junior tournaments are a good indicator. ITF Coaching and Sport Science Review, Londres, v. 7, p. 12, 1995. REID, M.; CRESPO, M.; SANTILLI, L.; MILEY, D.; DIMMOCK, J. The ITF junior boysʼ circuit and its role in professional player development. ITF Coaching e Sport Science Review, Inglaterra, v. 35, p. 2-3, 2005. REID, M.; CRESPO, M.; SANTILLI, L.; MILEY, D.; DIMMOCK, J. The importance of the International Tennis Federation s junior boys circuit in the development of professional tennis players. Journal of Sports Sciences, Inglaterra, v. 25, n. 06, p. 667-672, 2007a. REID, M.; CRESPO, M.; SANTILLI, L.; ATIENZA, F.; DIMMOCK, J. Tournament structure and nations' success in women's professional tennis. Journal of Sports Sciences. Inglaterra, v. 25, n. 11, p. 1221-1228, 2007b. SEGAL, F. Sistema Analítico Formativo. Buenos Aires: AAT, 1997. VICARIO, E. S. High level tennis in Spain: The Sanchez Casal Academy. In CRESPO, M.; REID, M.; MILEY D. Apllied sport science for high performance tennis. Londres: ITF ltd, 2003, p. 79-92.