Utilização de Cabos de Alumínio Isolados em Redes de Distribuição Subterrânea.

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XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Utilização de Cabos de Alumínio Isolados em Redes de Distribuição Subterrânea. Charles Rodrigues Anderson Gonçalves Villela Erminio César Belvedere AES Eletropaulo AES Eletropaulo AES Eletropaulo charles.rodrigues@aes.com anderson.villela@aes.com erminio.belvedere@aes.com Palavras chave: Alumínio Cabos isolados Cobre Rede Subterrânea RESUMO Implantação de novo padrão de rede de distribuição subterrânea, utilizando cabos isolados com condutor de alumínio nas redes primárias e secundárias (média e baixa tensão), substituindo a rede subterrânea de cobre. O objetivo é a redução significativa no custo de cabos, viabilizando a implantação de novas redes subterrâneas como também a sua manutenção. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo mostrar que o emprego de cabos isolados com condutores de alumínio, em substituição aos cabos de cobre isolados em redes de distribuição subterrânea, reduz significativamente os investimentos, sem, no entanto implicar em problemas técnicos que inviabilizem a sua utilização. 2. DESENVOLVIMENTO A utilização de cabos isolados com condutores de alumínio vem sendo muito utilizada em sistemas subterrâneos (circuitos primários e secundários) devido ao seu menor custo em relação ao cobre, pela maior estabilidade no preço no mercado e tambem pelo fato da produção por ser totalmente nacional. Algumas concessionárias nacionais padronizaram a instalação de cabos alumínio na implantação de redes subterrâneas, acreditando na sua qualidade e confiabilidade.

Para efeito de padronização dos cabos de Alumínio isolados estão sendo considerados, sempre que possíveis seções que também permitam racionalizar o número de acessórios, isto é, minimizar a padronização de novos acessórios. As novas seções dos cabos de alumínio de baixa e média tensão foram redimensionadas, para serem instalados diretamente enterrados ou em dutos, utilizando o critério da seção econômica que visa obter o melhor retorno sobre o investimento, ou seja, considerando além dos custos de aquisição e instalação, também os custos operacionais. 3. ABRANGÊNCIA Aplicação em todos os projetos de rede subterrânea atendidos pelo Sistema Reticulado, Híbrido, Seletivo e Radial com recurso em áreas urbanas e loteamentos particulares. Esta nova padronização deve ser utilizada por todos os funcionários que trabalham com projetos, orçamentos, execução e manutenção de rede subterrânea na Eletropaulo. Os materiais e equipamentos abordados neste trabalho devem ser utilizados em redes de distribuição subterrâneas Híbridas, Sistema Reticulados, Seletivas e Radiais com recurso: Primária radial com recursos para loteamentos residenciais na classe de tensão 8,7/15 KV; Redes atendidas pelo sistema reticulado, híbrido e seletivo na classe de tensão 15/25 KV e 25/34, 5 KV. Ligação de câmaras transformadoras, transformadores em pedestal e entradas primárias em centros urbanos de grande densidade de carga ou loteamentos. 4. GENERALIDADES Os materiais normalmente utilizados como condutores elétricos de cabos isolados é o cobre e o alumínio. As características básicas destes materiais estão apresentadas abaixo onde se observa: A resistência elétrica do alumínio é cerca de 164 % da correspondente do cobre; A massa específica do cobre é cerca de 329 % da correspondente do alumínio; Para uma determinada resistência elétrica: A seção do condutor de alumínio é cerca de 64% superior a correspondente do cobre; O diâmetro do condutor de alumínio é 28% superior ao correspondente de cobre; O peso do condutor de cobre é cerca de 100% superior ao correspondente de alumínio. Em termos práticos, as seções normalmente normalizadas de condutores de alumínio são uma ou duas vezes superiores às seções do cobre. Onde podemos observar na tabela 1.

Tabela 1 - Características físicas de cobre e alumínio Características físicas Unid. Cobre recozido Alumínio ¾ duro Grau de pureza % > 99,9 > 99,5 Resistividade elétrica a 20 C Ω x mm² / m 17,241 E-3 28,264 E-3 Coeficiente de variação da resistência com C 3,93 E-3 4,03 E-3 temperatura a 20 /C Massa específica 8,89 2,70 Coeficiente de dilatação linear a 20 C C 17 E-6 23 E-6 Tensão de ruptura Mpa 230 a 250 120 a 150 Alongamento à ruptura % 20 a 40 1 a 4 Temperatura de fusão C 1080 660 5. CORROSÃO O alumínio é mais susceptível à corrosão do que o cobre, quando da passagem da corrente elétrica em contato com a água, por isso, na instalação do cabo, ele não poderá sofrer avarias na isolação, e para todas as conexões e terminações será necessário garantir a estanqueidade. Problemas de corrosões têm sido observados principalmente em circuitos secundários visto que eventuais danificações da isolação podem implicar em pequenas correntes de defeitos não detectadas pelos dispositivos de proteção. Em locais úmidos, estas implicam em constantes corrosões que podem implicar no seccionamento total do condutor ou serem interrompidas pelos dispositivos de proteção quando houver um aumento substancial da danificação do cabo. 6. EXPERIÊNCIA COM CABOS ISOLADOS DE ALUMÍNIO NA ELETROPAULO E OUTRAS CONCESSIONÁRIAS No inicio da década de 80, condutores de alumínio foram instalados em redes primárias operando em 13,2 kv (circuitos que alimentam o Centro Empresarial de São Paulo Lubeca) e 21 kv (circuitos primários do reticulado Bandeirantes). No inicio foram detectados diversos defeitos nas emendas dos circuitos Lubeca em decorrência de projetos / instalações inadequadas. Após a reconstituição de todas as emendas, os circuitos que alimentam o Lubeca passaram a operar com desempenho semelhante ao observado nos circuitos com condutores de cobre. Nos circuitos com condutores de alumínio, operando em 21 kv, foram observados diversos defeitos em acessórios desconectáveis, mas não há indícios de que este cabo apresente desempenho inferior ao observado em cabos com condutores de cobre operando em condições semelhantes. Sistemas subterrâneos (circuitos primários e secundários) foram padronizados na implantação de redes de algumas concessionárias nacionais, correspondendo uma prática consagrada.

7. RELAÇÃO DE CUSTO DO COBRE E ALUMÍNIO Os preços do cobre normalmente são superiores aos correspondentes de alumínio e tem sofrido maior instabilidade com relação ao custo conforme pode ser verificado no histórico mostrado na tabela 2. Tabela 2 - Evolução dos preços do cobre EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DO COBRE (1992-2005) PREÇO MÉDIO ANUAL (US$/TONELADA) PREÇO MÉDIO MENSAL (US$/TONELADA) 1992 2230,17 1999 1572,86 fev/04 2759,53 set/04 2894,86 1993 1913,33 2000 1813,48 mar/04 3008,72 out/04 3012,24 1994 2307,42 2001 1578,29 abr/04 2948,73 nov/04 3122,80 1995 2935,61 2002 1559,48 mai/04 2733,50 dez/04 3145,45 1996 2294,86 2003 1779,15 jun/04 2686,70 jan/05 3170,00 1997 2276,77 2004 2865,89 jul/04 2808,43 fev/05 3253,70 1998 1650,13 *2005 3266,18 ago/04 2846,10 mar/05 3374,84 (*) Cotação até 22 de março, fonte: Sindicel/ABC Esta variação na relação de custos entre condutores de cobre e de alumínio é decorrente das condições atuais de mercado (aquisição de grandes quantidades de cobre pela China) e a sua manutenção ou não é de difícil previsão. A utilização de cabo com seção equivalente de alumínio, em substituição ao de cobre, implica em utilização de materiais adicionais para isolação e cobertura em decorrência do maior diâmetro dos mesmos. Apesar da utilização de quantidade maior de materiais de isolação e cobertura os cabos com alumínio normalmente implicam em menores custos totais, que resultaram na utilização dos mesmos por diversas concessionárias que introduziram sistemas subterrâneos a partir da década de 60. 8. UTILIZAÇÃO DOS CONDUTORES DE ALUMÍNIO ISOLADOS. Foram considerados como premissas fundamentais, conforme utilização, padronização dos condutores de alumínio com capacidade de correntes equivalentes aos condutores de cobre atuais ou a utilização de seções iguais para manter utilização dos acessórios atuais, conforme descrição abaixo: Cabo 35mm² 0,6 / 1 kv Al (ramal de ligação) seção máxima admissível nas conexões dos medidores padronizados. Cabo 35mm² 8,7 / 15 kv Al (ligação de câmaras e pequenos empreendimentos subterrâneos) A capacidade de corrente para deste cabo normalmente é superior às cargas das instalações correspondentes. Cabo 70mm² 8,7 /15 kv Al (ramais da rede primaria) A corrente admissível é praticamente igual a dos acessórios desconectáveis onde os mesmos são conectados.

Nota: Esta pratica para cabos de 70mm² alumínio de media tensão já era considerada em sistemas de 21 kv (reticulados bandeirantes). Não foram considerados a substituição pelo alumínio para alguns cabos de cobre de grandes sessões, conforme abaixo. Cabo 240mm² 0,6 / 1 kv Não foi substituído pela seção equivalente (400mm² al) visto que esta prevista uma reavaliação dos padrões atuais nas saídas dos transformadores (barramentos) onde a seção equivalente de alumínio implica em custos adicionais dos acessórios. Cabo 400mm² 0,6 / 1 kv Não foi substituído pela seção equivalente (700 al) devido à pequena utilização (saídas de transformadores de 2000 kva) e também em custos adicionais dos acessórios que deveriam ser feitos para essa aplicação especifica. Cabo 500mm² 8,7 / 15 kv - Não foi substituído pela seção equivalente (1000 al) devido que os mesmos podem implicar em dificuldades na instalação em banco de dutos existentes. 9. CARACTERÍSTICAS DOS CABOS. Os cabos de alumínio padronizados consideram: Media Tensão: São triplexados com isolação em EPR ou XLPE e cobertura de pvc. Baixa Tensão: Podem ser singelos ou armados com isolação em XLPE. Os cabos singelos podem ou não ter cobertura de pvc, sendo que esta sendo considerado os cabos sem cobertura que é o fornecimento usual pelos fabricantes. Os parâmetros dos cabos assim como as correntes foram calculados considerando os bancos de duto padronizados. 10. CABOS PADRONIZADOS Os cabos padronizados atualmente pela ELETROPAULO, para utilização em redes de distribuição subterrânea de média e baixa tensão, estão indicados na tabela 3 abaixo.

Tabela 3 Cabos Padronizados para rede subterrânea na Eletropaulo. DESCRIÇÃO Classe de Tensão 0,6 / 1kV 8,7 / 15kV 15 / 25kV 20 / 35 kv Código de Material Cabos Código de Material Cabos Código de Material Cabos Código de Material Cabos CABOS DE ALUMÍNIO CABOS DE COBRE 325.016-7 1x16 mm 325.010-9 3x1x35 mm 323.522-2 3x1x70 mm 323.521-4 3x1x70 mm 325.015-9 1x35 mm 325.011-7 3x1x70 mm 323.850-5 3x1x400 mm 323.851-3 3x1x400 mm 325.014-1 1x95 mm 325.012-5 3x1x400 mm 325.013-3 1x185 mm 323.840-8 4x16 mm Armado 323.831-9 4x35 mm Armado 323.830-1 4x95 mm Armado 323.285-0 4x185 mm Armado 323.477-1 1X240 mm 323.897-9 3x1x500 mm 323.420-0 3x1x300 mm 323.478-9 1x400 mm 323.479-7 1x630 mm 11. CORRENTES ADMISSÍVEIS. Consideramos a comparação e compatibilização das correntes econômicas com padrões atuais de atendimento, sendo que, considerações sobre as mesmas estão apresentadas abaixo, onde também podemos observar na tabela 4. Cabo 16 mm², Al Cabo padronizado em substituição ao cabo de 10 mm², Cu. Ligação fase-neutro: 6 KVA Ligação fase-fase-neutro: 10 kva Ligação trifásica com neutro: 20 kva Cabo 35 mm², Al Cabo a ser utilizado em substituição ao cabo 35 mm², Cu cujas seções não são equivalentes. Neste caso considerou-se o limite de atendimento em medição direta que é 100 A (36 / 38 kva). Este valor é ligeiramente inferior ao valor econômico (107 A), mas evita a utilização destes cabos com medição indireta. Cabo 95 mm², Al Seção padronizada nova visto que não há equivalente de cobre no padrão atual. Como as cargas alimentadas por estes cabos podem apresentar fator de carga superior a 0,3 considerou-se conveniente utilizar um valor ligeiramente inferior a corrente econômica (196 A). Para tanto a carga do consumidor não deve ser superior a 65 / 68 kva, que corresponde a uma corrente de 180 A. Cabo 185 mm², Al Cabo a ser utilizado em substituição ao cabo 120 mm², Cu cujas seções são equivalentes. Considerou-se conveniente manter o os padrões atuais de atendimento considerando carga de até 277 A que corresponde a 100 / 105 kva.

Tabela 4 - Definição do tipo de aplicação dos Cabos Secundários em Alumínio em função da carga DEFINIÇÃO DOS CABOS - CONDUTOR DE ALUMÍNIO SISTEMA RETICULADO Cabo Al, XLPE, 0,6/1 kv 16mm² 35mm² 95mm² 95 mm² 185mm² 185mm² 185mm² 185mm² 1 - Circuito 2 - Circuitos 3 - Circuitos 4 - Circuitos Carga prevista Amperes I P 55 55 < I P 100 100 < I P 140 * 140 < I P 180 180 < I P 277 277 < I P 527 527 < I P 750 750 < I P 980 kva S b 10 S t 20 20 < S t 36 36 < S t 51 51 < S t 65 65 < S t 100 100 < S t 190 190 < S t 270 270 < S t 353 Numero de Fases 2F 3F 3F 3F 3F 3F 3F 3F 3F Tipo de ligação DCP DCP DCP DCP DB DB DB DB DB Carga máxima do Amperes 63 100 160 200 290 555 763 1000 circuito kva 13 22 36 57 72 105 200 275 360 Fusíveis NH máximo por circuito 63 A 100 A 160 A 200 A 315 A 315 A 315 A 315 A SISTEMA RADIAL Cabo Al, XLPE, 0,6/1 kv 16mm² 35mm² 95mm² 95 mm² 185mm² 185mm² 185mm² 185mm² 1 - Circuito 2 - Circuitos 3 - Circuitos 4 - Circuitos Carga prevista Amperes I P 55 55 < I P 100 100 < I P 140 * 140 < I P 180 180 < I P 277 277 < I P 527 527 < I P 750 750 < I P 980 kva S b 10 S t 20 20 < S t 38 38 < S t 53 53 < S t 68 68 < S t 105 105 < S t 200 200 < S t 285 285 < S t 372 Numero de Fases 2F 3F 3F 3F 3F 3F 3F 3F 3F Tipo de ligação DCP DCP DCP DCP DB DB DB DB DB Carga máxima do Amperes 63 100 160 200 290 555 763 1000 circuito kva 13 23 38 60 76 110 210 290 380 Fusíveis NH máximo por circuito 63 A 100 A 160 A 200 A 315 A 315 A 315 A 315 A Notas: Caso a soma das correntes existente mais prevista no projeto (SATR) supere 140 A o consumidor deve ser ligado direto ao transformador (Bus / QDP); Ic: Corrente calculada correspondente ao novo SATR; Im: Corrente medida do circuito secundário; Ip: demanda prevista do circuito secundário; DCP: Derivação do Cabo Passeio; DB: Derivação do Bus; 2F: Ligação com 2 fases + neutro; 3F: Ligação com 3 fases + neutro; K= 2Ic/(Im+2Ic); IP= Im + K x Ic (Fator de Diversidade); Sb: Potência aparente bifásica prevista - Radial (Sb = 220 x Ic /1000); Sb: Potência aparente bifásica prevista - Reticulado (Sb = 208 x Ic /1000); St: Potência aparente trifásica prevista - Radial (St = 3 x 220 x Ic /1000); St: Potência aparente trifásica prevista - Reticulado (St = 3 x 208 x Ic /1000) 12. RELAÇÃO DE CUSTOS DOS CABOS. Na tabela 5 abaixo é demonstrado a relação de custos entre as seções equivalentes dos cabos isolados de cobre e alumínio padronizados. Estão sendo considerados os cabos isolados de alumínio de seção equivalentes de acordo com os critérios adotados de correntes econômicas para essa padronização.

Tabela 5 Relação de custos entre os cabos isolados de cobre e alumínio (seções equivalentes). Cabos Tensão Cobre Preço Alumínio Preço Diferença 1x10mm² R$ 2,61 1x16mm² R$ 0,98-62,45% 1x35mm² R$ 9,62 1x35mm² R$ 1,67-82,64% ** R$ - 1x95mm² R$ 4,14 0,00% 0,6 / 1 KV 1x120mm² R$ 22,26 1x185mm² R$ 7,34-67,03% 4x10mm² R$ 14,53 4x16mm² R$ 7,52-48,25% 4x35mm² R$ 53,57 4x35mm² R$ 17,06-68,15% ** R$ - 4x95mm² R$ 27,92 0,00% 4x120mm² R$ 122,28 4x185mm² R$ 60,92-50,18% 3x1x35mm² R$ 62,55 3x1x35mm² R$ 48,95-21,74% 8,7 / 15kV 3x1x70mm² R$ 99,44 3x1x70mm² R$ 71,15-28,45% 3x1x240mm² R$ 255,88 3x1x400mm² R$ 186,43-27,14% 15 / 25 kv 20/ 35 kv 3x1x70mm² R$ 125,72 3x1x70mm² R$ 55,25-56,05% 3x1x240mm² R$ 188,79 3x1x400mm² R$ 137,50-27,17% 3x1x70mm² R$ 130,32 3x1x70mm² R$ 94,29-27,65% 3x1x240mm² R$ 295,28 3x1x400mm² R$ 137,68-53,37% Relação de custos entre os cabos de cobre e alumínio padronizados. ** Cabo 95mm² nova bitola implantada nessa padronização Relação de preços com base nos ultimos 12 meses 13. CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES. Eventuais consumidores ou trechos de circuitos secundários em operação com correntes superiores as econômicas, mas inferiores às admissíveis, não deverão ser substituídos em decorrência exclusivamente deste fato. Entretanto eventuais alterações na rede (atendimento de novas cargas, relocação ou reconfiguração da rede, etc.), deverão ser projetadas e construídas levando em consideração carga limitada pela corrente econômica. Os ramais de ligação com correntes superiores à econômica, mas inferiores as admissíveis, deverão ser substituídos caso exista pedido de acréscimo de carga ou reformas do imóvel. Mudanças de dispositivos de proteção poderão ser aceitas caso a causa exclusiva seja corrente de cargas superiores à econômica, mas inferiores as admissíveis. Sempre se deve verificar antes da conexão do cabo ao conector de alumínio, se existe a presença da pasta inibidora (pasta anti-oxido), caso esteja sem a pasta o conector deve ser substituído ou deve-se aplicar a pasta. Todos os cabos de alumínio e cobre de Média e Baixa Tensão devem ser tamponados, conforme os capuzes especificados.

14. RECOMENDAÇÃO. Em condutor de alumínio encordoado, a limpeza só é possível na coroa externa. Os fios das coroas internas também estão revestidos pela película e, portanto isolados entre si, o que impede uma perfeita distribuição da corrente em toda a seção do condutor. A limpeza deve ser feita com escova de aço e posterior aplicação de um inibidor cuja finalidade é a de retardar a formação de uma nova película de óxido. Por este motivo, a técnica de conexão de condutores de alumínio exige uma forte compressão, de maneira a romper o filme de óxido em todas as coroas e estabelecer uma equalização da corrente entre todos os fios da corda. Do exposto, nota-se que, nas conexões de condutores a compressão de condutores de alumínio, limpeza e estanqueidade devem ser cuidadosamente executados, tendo em vista a sensibilidade do mesmo em relação ao cobre. 15. CONCLUSÃO. Concluímos que utilizando cabos isolados com condutores de alumínio, em substituição aos condutores de cobre, implica em reduções de investimentos, sem, no entanto implicar em aspectos técnicos que inviabilizem a sua utilização. Com esse novo padrão de cabos de alumínio, reduziremos consideravelmente o custo de implantação de rede subterrânea onde podemos melhorar a qualidade, a confiabilidade e segurança de nossas redes. 16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Teixeira Jr., Mário Daniel da Rocha FICAP: Cabos de energia 1a Edição Rio de Janeiro, 2001; Solidal: Condutores elétricos Guia Técnico 6 a Edição Portugal 1999; SIEMENS: Manual de engenharia elétrica Tradutor: Wanderley Mauro Dib 2 a Edição São Paulo 1984 ; Armstrong J., Nuckles K., Reece D., Spruell S., Ware N. - Southwire Company: Theory, design, and testing of a new corrosion resistant, self-sealing 600 V underground cable Carrollton, GA; IEC-287-3-2- Part 3: Sections on operating condition Section 2: Economic optimization of power cable size ; IEC- 60287; Moreno, Hilton: Dimensionamento econômico de condutores elétricos - São Paulo PROCOBRE 2001; ELETROPAULO EST. 2.007: Características básicas dos cabos de potência isolados padronizados pela EST. 2.009: Metrificação dos cabos com isolação com isolação extrudada de média tensão; ELETROPAULO EST. 2.011: Cabos de saídas da ETT/ETD Miguel Realle; ELETROPAULO EST-2.016: Nova bitola para alimentadores aéreos e subterrâneos 1a Edição São Paulo 1999;

ELETROPAULO NT-8.006 Capacidade de correntes de cabos isolados em baixa tensão - 1a Edição São Paulo 1994 ; ELETROPAULO NT-8.008 Cabos extrudados 4x1x70 mm² e 4x70 mm², Cu, XLPE, 0,6/1 kv Padronização - 1a Edição São Paulo 1994; NBR-11301: Cálculo da capacidade de condução de corrente de cabos isolados em regime permanente (fator de carga: 100%); ELETROPAULO PD 4.020 - Redes de Distribuição Subterrânea BT; ELETROPAULO PD 4.021 - Redes de Distribuição Subterrânea MT; ELETROPAULO PD 4.022 - Construção Civil Rede Subterrânea; ELETROPAULO PD-8.002- Materiais Padronizados Para Rede de Distribuição Subterrânea; ELETROPAULO ND 1.001 Prescrições para Implantação e Conversão de Redes de Distribuição Subterrânea; ELETROPAULO NT 9.014 Diretrizes básicas para Implantação e Conversão de Redes de Distribuição Subterrânea; ELETROPAULO ID 8091 Utilização de cabos de alumínio isolados em rede de distribuição subterrânea. ELETROPAULO NTE-105: Cabos de Potência Com Isolação Extrudada de Polietileno Reticulado (XLPE) ou de Borracha Etileno-Propileno (EPR) Para Tensões de 1 a 35 kv - Especificação Técnica; ELETROPAULO NTE-106: Cabos de Potência com Isolação Extrudada de Polietileno Reticulado (XLPE) Para Tensões de 0,6/1,0 kv, sem Cobertura - Especificação Técnica; NBR-11301: Cálculo da Capacidade de Corrente de Cabos Isolados em Regime Permanente (fator de carga: 100 %); ELETROPAULO LIG BT Livro de Instruções Gerais Baixa Tensão; ELETROPAULO LIG MT Livro de Instruções Gerais Media Tensão; ELETROPAULO ID 6014 Procedimentos para Incorporação de Rede Subterrânea Empreendimentos Particulares