CONFORTO TÉRMICO NO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP (MACAPÁ-AP) João Paulo Nardin Tavares 1, Ana Maria da Silva Pantoja 1

Documentos relacionados
VARIABILIDADE SAZONAL DO CONFORTO TÉRMICO NA ESTAÇÃO CIENTÍFICA FERREIRA PENNA (ECFPn)

ESTUDO DO CONFORTO TÉRMICO DIURNO EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNÍCIPIO DE BRAGANÇA-PA.

Índices de Conforto e Desconforto Térmico Humano segundo os Cenários Climáticos Do IPCC

Climatologia do conforto térmico humano durante o verão para a cidade de Pelotas-RS, parte 1: índice de calor

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO CONFORTO TÉRMICO DE UMA CIDADE EM ÁREA DE TRANSIÇÃO CLIMÁTICA: ARAPIRACA, ALAGOAS, BRASIL.

Climatologia do conforto térmico humano durante o verão para a cidade de Pelotas-RS, parte 2: índice humidex

Avaliação do índice de desconforto térmico humano e sensação térmica para as cinco regiões brasileiras em período de El Niño Oscilação-Sul (ENOS)

CONFORTO TÉRMICO EM ÁREAS DE TRANSIÇÃO COM DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA

EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS EM BRASÍLIA, UMA ANÁLISE BIOCLIMÁTICA

DESEMPENHO TÉRMICO DE 3 EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS EM FLORIANÓPOLIS - SC

INOVAÇÃO PARA O CONFORTO TÉRMICO: ANÁLISE DAS POTENCIALIDADES DA TINTA REFLETIVA

TECNOLOGIA EM CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS. Estratégias por TRY e Normais Climatológicas. M.Sc. Arq. Elena M. D. Oliveira

ANÁLISE DO IMPACTO DA VEGETAÇÃO NO MICROCLIMA DE ÁREAS RESIDENCIAIS DE BAIXA DENSIDADE ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL NO PROGRAMA ENVI-MET

O EFEITO DA AMPLITUDE DIÁRIA DA TEMPERATURA DO AR EXTERIOR E DO RESFRIAMENTO NOTURNO NA INÉRCIA TÉRMICA DE HABITAÇÃO

MICROCLIMA E CONFORTO TÉRMICO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL NA CIDADE DE CURITIBA-PR, BRASIL

Avaliação e comparação do índice de conforto térmico humano entre as cidades de São Paulo (SP) e Bauru (SP)

APLICAÇÃO DO UTCI E TE COM O VOTO REAL

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO PARA MACEIÓ-AL

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE APARTAMENTOS DE CONJUNTO HABITACIONAL EM TERESINA/PI

DIRETRIZES DE PROJETO PARA CONSTRUÇÃO DE PRÉDIOS ESCOLARES EM TERESINA/PI

COBERTA COM TELHA ECOLÓGICA FABRICADA COM TETRAPACK RECICLADA

A natureza sempre procura manter o equilíbrio entre os sistemas.

ÁREA DO CONHECIMENTO: (x) EXATAS ( )HUMANAS ( )VIDA

Variabilidade da Precipitação Pluviométrica no Estado do Amapá

DESEMPENHO TÉRMICO DE TELHAS DE ALUMÍNIO. M. Akutsu & F. Vittorino. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A.

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO E LUMINOSO DE DOIS AMBIENTES DE TRABALHO DE UMA RESIDÊNCIA

INFLUÊNCIA DA OCUPAÇÃO DO SOLO NO MICROCLIMA: ESTUDO DE CASO NO HOSPITAL DO AÇÚCAR, EM MACEIÓ - ALAGOAS

ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE TELHADO VERDE NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO COMO REGULADOR TÉRMICO DE AMBIENTES

O EFEITO DA INÉRCIA TÉRMICA DE PAREDES NO DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES ESCOLARES

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFÍCIO HABITACIONAL EM TERESINA / BRASIL

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO DAS SALAS DE AULA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

EIXO TEMÁTICO 8: CLIMA E PLANEJAMENTO URBANO/RURAL.

ESTUDO DO CONFORTO TÉRMICO HUMANO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO E SUA RELAÇÃO COM PROPRIEDADES DA SUPERFÍCIE URBANA

Aplicação da Bioclimatologia em edificações na região de Araçatuba-SP

O EFEITO DA CAPACIDADE TÉRMICA E DA RESISTÊNCIA TÉRMICA DE PAREDES NO DESEMPENHO TÉRMICO DE HABITAÇÃO NA CIDADE DE SÃO PAULO

ESTUDO DO GRAU DE CONFORTO HUMANO A PARTIR DE ÍNDICES BIOMETEOROLÓGICOS NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO.

Lucio Alberto Pereira 1 ; Roseli Freire de Melo 1 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 1 ; Magna Soelma Beserra de Moura 1. Abstract

ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO EM EDIFICAÇÕES: EFEITO DE DIFERENTES REVESTIMENTOS QUÍMICOS

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO EM SALAS DE AULA DE UMA ESCOLA DE ARQUITETURA EM ARARAQUARA-SP

TRABALHO DE CAMPO: CONFORTO TÉRMICO NO PARQUE DO POVO MANUAL DE ORIENTAÇÃO

UTILIZAÇÃO DO NÚMERO DE GRAUS-DIA NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TERMO-ENERGÉTICO DE EDIFICAÇÕES

Estimation of thermal discomfort index in Planaltina-DF

ANÁLISE DO AMBIENTE TÉRMICO EM GALPÕES REDUZIDOS PARA AVES COM DIFERENTES MATERIAIS DE COBERTURA CONVENCIONAL E ECOLÓGICO

A VARIABILIDADE DOS ELEMENTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS AO FENÔMENO EL NIÑO NA CIDADE DE MACAPÁ-AP

USO DE DISPOSITIVO MO VEL EM ANA LISE DE LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR EM UM LABORATÓRIO

ESTUDO DO CONFORTO TÉRMICO EM CIDADES DE DIFERENTES DIMENSÕES NO ESTADO DO PARÁ.

ANÁLISE TEMPORAL DA SENSAÇÃO TÉRMICA NAS CIDADES DE PATOS E SÃO GONÇALO (SOUSA), PARAÍBA, BRASIL

INFLUÊNCIA DO EL NIÑO NA EVAPORAÇÃO NA PARTE SETENTRIONAL DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL. José Ivaldo Barbosa DE BRITO 1 RESUMO

ANÁLISE DO CONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE EUCLIDES DA CUNHA PAULISTA SP

Aula 5. Recomendações da NBR 15220: Desempenho térmico de edificações

CAPÍTULO 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA

O espaço atual. E por conta de existirem 2 andares no LAME, no piso superior deveria ter um sistema de proteção contra quedas adequado.

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso Arquitetura e Urbanismo. Ênfase

SAZONALIDADE TERMOHIGROMÉTRICA EM CIDADES DE DIFERENTES DIMENSÕES NO ESTADO DO PARÁ

Saneamento e Meio ambiente para Arquitetura Edificações Sustentáveis Análise E1. G10. Brunieli Mori Juliana Oliveira Mayara Serra

SOFTWARE PARA CÁLCULO DE DESCONFORTO TÉRMICO HUMANO SOFTWARE FOR HUMAN THERMAL DISCOMFORT CALCULATION RESUMO

Eixo Temático: Inovação e Sustentabilidade em Diferentes Setores ANÁLISE DOS EXTREMOS DE TEMPERATURA PARA PORTO ALEGRE-RS

ANÁLISE DO ÍNDICE DE CALOR E DESCONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE CAICÓ-RN

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL UNIFAMILIARES EM SANTA MARIA RS

COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE TRÊS AMBIENTES RESIDENCIAIS NATURALMENTE VENTILADOS EM FLORIANÓPOLIS, SUL DO BRASIL

MICROCLIMAS URBANOS NO CENTRO DE JOÃO PESSOA-PB

ANEXO 3. Considerações para Eficiência Energética no projeto de Edificações Comerciais, de Serviço e Públicas

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO DE UMA RESIDÊNCIA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA DE SIMULAÇÃO ARQUITROP: DIFICULDADES ENCONTRADAS

XII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz de Iguaçu-PR, 2002

AVALIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PASSIVAS EM EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS EM BRASÍLIA

INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO SOLAR GLOBAL NO AMBIENTE INTERNO: ESTUDO EXPERIMENTAL EM CÉLULAS DE TESTE

O conforto térmico em Presidente Prudente SP: uma análise do ano de 2008 e das salas de aula da FCT/UNESP

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DA ENVOLTÓRIA NA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFICAÇÕES

AVALIAÇÃO DO CONFORTO TÉRMICO NO CENTRO URBANO DE JOÃO PESSOA-PB

Artigos técnicos. Adriana Camargo de Brito a *, Henrique Lima Pires b, Maria Akutsu a. *

ESTIMATIVA DE ÍNDICE DE DESCONFORTO HUMANO EM UM TRANSECTO NO MUNICÍPIO DE OLINDA/PE

INFLUÊNCIA DO RIO SÃO FRANCISCO NO MICROCLIMA DE SUAS MARGENS. Antônio Heriberto de Castro TEIXEIRA. 1, Bernardo Barbosa da SILVA 3 RESUMO

Palavras-chave: bem-estar, biometeorologia, conforto térmico, índice de conforto térmico

Eixo Temático ET Outros AVALIAÇÃO E PROPOSTAS DE MELHORIA DO CONFORTO TÉRMICO DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA DA UFERSA CAMPUS CARAÚBAS

ANÁLISE SAZONAL DO CONFORTO TÉRMICO HUMANO NA CIDADE DE SÃO PAULO/SP

SAZONALIDADE DO CONFORTO TÉRMICO NA ILHA DO MARAJÓ PA

CONFORTO TÉRMICO NA CIDADE DE NATAL E CEARÁ-MIRIM/RN UTILIZANDO OS MÉTODOS DE ITU E WCI

DESEMPENHO TÉRMICO DE TELHADOS VERDES: ALTERNATIVA PARA CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Conforto Térmico e Bioclimatologia

HORÁRIOS DE AULA CURSO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO SEMESTRE: PERIODO: 1º TURMA: TURNO: NOITE BLOCO: A

ANÁLISE DO ÍNDICE DE SENSAÇÃO TÉRMICA PARA A CIDADE DE RIO DO SUL/SC

Análise do Conforto Térmico no Espaço Urbano

Desempenho Térmico. Sinduscon 27/06/13

Estudo da variabilidade espacial e vertical da temperatura do ar na Floresta Nacional de Caxiuanã-PA

ESTUDO PRELIMINAR DO FLUXO DE GÁS CARBÔNICO NA RESERVA FLORESTAL DE CAXIUANÃ, MELGAÇO P A

AVALIAÇÃO DAS 120 UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES DA QUADRA 408 NORTE EM PALMAS/TO

Programa Analítico de Disciplina ARQ326 Conforto Térmico

Caracterização dos microclimas da Praça dos Açorianos, Largo Zumbi Dos Palmares e Praça General Braga Pinheiro, Porto Alegre, RS

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO TÉRMICO EM EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIO NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL

Ventilação Natural. Aula 1: Teórica - Introdução ao tema - Escalas. Aula 4: Prática - Aula prática LabCon

APLICAÇÃO DO CONCEITO DO SELO PROCEL EDIFICA EM EDIFICAÇÃO DO CAMPUS DE PALMAS/UFT

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO DE FECHAMENTO NA CONDIÇÃO TÉRMICA DE UM AMBIENTE DE AUDITÓRIO: ESTUDO DE CASO

Estudo sobre as características climáticas na área urbana do município de Carapicuíba, São Paulo. Bruna de Abreu. Universidade de São Paulo

Variabilidade mensal e sazonal da temperatura e umidade do solo no Projeto ESECAFLOR / LBA

Módulo 20. Fatores do clima Prof. Lucas Guide 1º ano EM

DESEMPENHO SOCIAL, EM EDIFÍCIOS MULTIFAMILIARES, PRODUZIDAS PELO ARRENDAMENTO RESIDENCIAL PAR NA CIDADE DE PELOTAS/RS

CARACTERIZAÇÃO BIOCLIMÁTICA DA CIDADE DE VIÇOSA-MG

55 - Parâmetros Bioclimáticos para Avaliação de Conjuntos Habitacionais na Região Tropical Subúmida do Brasil

Transcrição:

CONFORTO TÉRMICO NO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CEAP (MACAPÁ-AP) João Paulo Nardin Tavares 1, Ana Maria da Silva Pantoja 1 1 Centro de Ensino Superior do Amapá CEAP Macapá, AP Brasil jpnt25@gmail.com, pantoja.anamaria@hotmail.com RESUMO: Várias pesquisas mostram que o conforto térmico humano influencia no rendimento de várias atividades, inclusive o estudo. Por isso, este trabalho teve como objetivo avaliar o conforto térmico em quatro ambientes no Centro de Ensino Superior do Amapá CEAP, localizado em Macapá-AP, região de clima megatérmico, através de dois índices de conforto térmico. Os resultados mostraram que, apesar das altas temperaturas e umidade ambientais, os locais estudados apresentaram grau de conforto térmico variando de Levemente Desconfortável a Confortável, resultados considerados satisfatórios. Contudo, o tipo de cobertura utilizado (telha de alumínio) contribui para a elevação das temperaturas no interior do prédio. Palavras-chave: Conforto térmico, microclima, arquitetura bioclimática ABSTRACT: Many papers shows that human thermal comfort has strong influence on the development of various activities, including the study. Thus, the aim of this work was evaluate the thermal comfort in four sites at Centro de Ensino Superior do Amapá CEAP, located at Macapá-AP (Brazil), a tropical climate region, through two thermal comfort indexes. The results show that, instead of high environmental temperatures and humidity, the classrooms have a thermal comfort degree varying among Soft Uncomfortable to Comfortable, which is considered satisfactory. However, the type of cover utilized on the roof (aluminum) contributes to increase the temperature inside the building. Keywords: Thermal comfort, microclimate, bioclimatic architecture 1. INTRODUÇÃO A Arquitetura deve oferecer espaços compatíveis ao conforto térmico humano no interior dos edifícios, sejam quais forem as condições climáticas externas. À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivo calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos (FROTA; SCHIFFER, 2001). Ao nível do edifício, os fatores que interferem na modificação destas condições são as paredes, altura do pé direito, piso e principalmente, o material de cobertura, que recebe toda a radiação solar incidente e é o maior responsável pelo microclima gerado dentro do edifício (SEVEGNANI, 1994).

Em vista disso, vários índices de conforto térmico foram criados para se avaliar o quanto um ambiente é confortável (ou não). Em 2002, baseado em um levantamento bibliográfico realizado em 21 estudos científicos (MENDELL; HEATH, 2005), Mendell conclui que o ambiente térmico influencia o aprendizado. Diversos estudos utilizando esses índices foram conduzidos no Brasil, como, por exemplo, Sevegnani (1994), BATIZ et al. (2009), etc. Entretanto, nenhum deles no Estado do Amapá, cuja capital, Macapá, possui clima megatérmico, com temperaturas e umidade elevadas durante todo o ano e precipitação sazonal. 2. OBJETIVOS O objetivo é avaliar a variabilidade microclimática e a sensação de conforto térmico em quatro ambientes no Centro de Ensino Superior do Amapá CEAP, o que contribuirá para a produção do conhecimento técnico-científico. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Locais de Estudo e Obtenção de Dados Em quatro pontos diferentes nas dependências da Faculdade, Sala de aula no Bloco A (prédio com três pavimentos e cobertura do telhado de alumínio), Sala de aula no Bloco D (prédio de apenas um pavimento e cobertura do telhado de alumínio), Lanchonete (situada no piso térreo do Bloco A, ao ar livre) e Biblioteca (situada no Bloco D), foram obtidos dados de temperatura do ar ( o C) e umidade relativa do ar (%), através de termohigrômetro digital Instrutherm HT-300, em dois turnos: Tarde e Noite. O turno da tarde consistiu em três medições; com intervalo de cinco minutos: 15:40h, 15:45h e 15:50h e o turno da noite, teve medições às 20:40h, 20:45h e 20:50h, no período de 23 a 27 de Maio de 2011. 3.2 Índices de Conforto Térmico O Índice de Conforto Humano (ICH) foi calculado pela fórmula descrita por Anderson (1965), citada por Rosenberg (1983), e o Índice de Desconforto Humano (IDH) foi calculado pela fórmula descrita por Ono e Kawamura (1991). Na Tabela 1 encontra-se a classificação do grau de conforto térmico em função dos valores de ICH e IDH obtidos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A variabilidade microclimática para os quatro pontos de medição estudados no período da tarde (noite) é apresentada na Figura 1(2). A temperatura variou entre 23,0 e 30,0 o C e não houve grande amplitude térmica entre o período da tarde e da noite. Os maiores valores de temperatura e umidade relativa foram observados no local ao ar livre, a lanchonete. Os outros locais dispunham de sistema de ar condicionado, apresentando temperaturas mais baixas. A biblioteca e a sala de aula do bloco D foram os locais com a mais baixa umidade relativa, por terem as

janelas fechadas e o ar condicionado ligado todo o período de funcionamento da faculdade. No bloco A, no segundo piso, fica a sala de aula estudada, onde se desliga o ar condicionado e abrem-se as janelas nos intervalos de aula, contribuindo para a renovação do ar, o que elevou a umidade relativa. Os índices ICH e IDH variaram de 20 a 39 e 100 a 110, respectivamente. Nos critérios de avaliação do índice ICH (Tabela 1), em ambos os períodos os ambientes puderam ser classificados como Levemente Desconfortável a Confortável. O índice IDH não utiliza em sua formulação a pressão de vapor e a pressão de vapor de saturação, tornando os resultados mais grosseiros. Com isso, na sua classificação de conforto, todos os ambientes são caracterizados por Estresse devido ao calor, por terem tido valores maiores que 80. 5. CONCLUSÕES As salas de aula da Faculdade CEAP são climatizadas artificialmente e por isso, apesar dos altos valores de temperatura e umidade presentes na região, apresentam condições satisfatórias para o estudo, sendo consideradas Levemente Desconfortáveis a Confortáveis segundo a classificação do Índice de Conforto Humano (ICH), que se mostrou adequado para expressar as condições de conforto térmico da região, de uma forma simples. Se o projeto arquitetônico usasse outro tipo de cobertura, contribuiria para diminuir a absorção de calor e poderia ter um microclima ainda mais agradável, eliminando o aumento de temperatura que causa a sensação Levemente Desconfortável. O Índice de Desconforto Humano (IDH) apresentou sempre altos valores, indicando Estresse devido ao calor e por isso não está adequado para a Região Tropical, sobretudo a Equatorial. Sugere-se que não seja utilizado em pesquisas ambientais nessa região. 6. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a todos os acadêmicos do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade CEAP, das turmas 5ARQV/5ARQN do 1º semestre de 2011, pela participação no projeto de pesquisa. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATIZ, E. C.; GOEDERT, J.; MORSCH, J. J.; KASMIRSKI-JR, P.; VENSKE, R. Avaliação do conforto térmico no aprendizado: estudo de caso sobre influência na atenção e memória. Produção, v. 19, n. 3, p. 477-488, 2009. BRAGA, A.P. Estudo do Conforto térmico no interior da Biblioteca Central do Campus Básico da UFPA. XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Fortaleza, 2004. Disponível em: www.cbmet.com

FROTA, A.B., SCHIFFER, S.R. Manual de conforto térmico: Arquitetura, urbanismo. 5.ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001 ONO, H. S. P.; KAWAMURA T. (1991). Sensible Climates in Monsoon Asia. Int.J. Biometeor., Vol. 35, nº XX, pp. 39-47 ROSENBERG, N.J., BLAND, B.L., VERMA, S.B. Microclimate: The Biological Environment. New York: Jonh Wiley & Sons, 1983. 467p. SEVEGNANI, K.B.; GHELFI FILHO, H.; DA SILVA, I.J.O. Comparação de vários materiais de cobertura através de Índices de Conforto Térmico. Sci. Agric., 51(1): 01-07,1994 Tabela 1 Índices de conforto térmico humano Valores de ICH Grau de conforto térmico humano Valores de IDH Grau de conforto térmico humano 20-29 Confortável IDH>80 Estresse devido ao calor 30-39 Levemente desconfortável 75>IDH>80 Desconfortável devido ao calor 40-45 Desconforto suportável 60>IDH>75 Confortável >45 Desconforto insuportável 55>IDH>60 Desconfortável devido ao frio IDH<55 Estresse devido ao frio Fonte: Adaptado de Rosenberg (1983) e Ono e Kawamura, 1991

Temperatura do Ar e Umidade Relativa Temperatura do Ar e Umidade Relativa 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 23 24 25 26 27 Dias (Maio de 2011) Sala de Aula Bloco A Lanchonete Sala de Aula Bloco D Biblioteca Figura 1 Variabilidade da Temperatura do ar em graus Celsius (Linhas Inferiores) e Umidade Relativa (%), nas Linhas Superiores, para os quatro pontos de estudo, no período da tarde de 23 a 27 de Maio de 2011. 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 23 24 25 26 27 Dias (Maio de 2011) Sala de Aula Bloco A Lanchonete Sala de Aula Bloco D Biblioteca Figura 2 - Variabilidade da Temperatura do ar em graus Celsius (Linhas Inferiores) e Umidade Relativa (%), nas Linhas Superiores, para os quatro pontos de estudo, no período da noite de 23 a 27 de Maio de 2011.