A fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.

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Transcrição:

Ano I - Nº 32 06 a 12 de Abril de 2013 A fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor. Saudando a todos os nossos leitores com a paz e o amor de Cristo Ressuscitado, temos a alegria de colocar em suas mãos nosso informativo número 32. Nele você encontrará, além das meditações a respeito do Santo Evangelho do próximo domingo, artigos e reflexões de conteúdos enriquecedores. José Antonio Pagola, fazendo uma abordagem mais filosófica, nos fala a respeito da duvida que norteia a caminhada do homem moderno. Próprio do nosso tempo, o questionamento funciona como um incentivador na busca do conhecimento científico. E é bom que seja assim. Mas, envolta por este clima a fé acaba ficando, frequentemente, desacreditada fazendo com que o ser humano caminhe pela vida com muitas incertezas e dúvidas. Unidos no amor e na fé, Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino, nos apresentam uma meditação a respeito da saudação de Jesus para seus discípulos após a ressurreição: A paz esteja com vocês. Paz significa integridade da pessoa diante de Deus e dos outros; significa também uma vida plena, feliz, abundante. Ainda mais: a paz é sinal da presença de Deus entre nós, por que nosso Deus é um Deus da paz. Mas a reflexão nos mostra também que esta paz e sinal de espada que se revelará por meio das perseguições sofridas pelos cristãos e suas comunidade ao longo do tempo. Na página 03, trazemos a alocução do nosso querido Papa Francisco proferida no dia 03 de abril, na segunda Audiência Geral do Pontificado, na qual o Papa enfatiza o valor das mulheres na história da salvação e da Igreja. Comentando as palavras "ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras", o papa observou que o Novo Testamento dá às mulheres um, "papel primário fundamental" como testemunhas da ressurreição de Jesus. Nas páginas 4 e 5, Padre Paulo Bezerra e o Teólogo espanhol José Maria Castillo, nos brindam com dois artigos brilhantes. Bezerra, nos fala sobre as tarefas imprescindíveis a serem cumpridas rumo à tão esperada reforma da Igreja. Suas argumentações nos mostram ainda, o pessimismo com qual os mais conservadores estão vendo as atitudes do Papa Francisco desde o início de seu pontificado. Por certo uma leitura que nos trará esperanças e entusiasmo, pois nela vemos que o IPDM está em constante eclesiogênese. Castillo, por sua vez, nos mostra que a renovação da Igreja depende, evidentemente e em medida destacada, do que diga e faça o Papa. Como depende também logicamente da Cúria Vaticana. Mas, se falamos seriamente de renovação da Igreja, não esqueçamos nunca que a Igreja somos todos. E, portanto, depende de todos a tão esperada e desejada renovação. Por fim, os eventos realizados e apoiados pelo IPDM estão nas páginas 6 e 7. Para o mês de abril, o IPDM realizará o encontro com o Padre Manoel Godoy e o lançamento do Livro Dom Angélico Sândalo Bernardino Bispo Profeta dos Pobres e da Justiça, ambos no Santuário Nossa Senhora da Paz na Cidade Líder. Veja maiores detalhes nas páginas de eventos. Tenham todos ótima leitura. Equipe de Redação 1ª Leitura: At 5, 12-16 - Salmo: Sl 117 (118) 2ª Leitura: Ap 1, 9-11ª. 12-13.17-19 Evangelho: Jo 20, 19 31 L I T U R G I A I T U R G I A José Antonio Pagola O homem moderno aprendeu a duvidar. É próprio do espírito dos nossos tempos questionar tudo para progredir em conhecimento científico. Neste clima, a fé fica com frequência desacreditada. O ser humano caminha pela vida cheio de incertezas e dúvidas. Mas nada pode substituir a experiência de um contato pessoal com Cristo no fundo da própria consciência. Segundo o relato evangélico, aos oito dias apresenta-se de novo Jesus. Não critica a Tomé as suas dúvidas. A sua resistência em acreditar revela a sua honestidade. Jesus mostra-lhe as Suas feridas. Não são provas da ressurreição, mas sinais do Seu amor e entrega até à morte. Por isso, o convida a aprofundar as suas dúvidas com confiança: Não sejas incrédulo, mas crente. Tomé renuncia verificar qualquer coisa. Já não sente necessidade de provas. Só sabe que Jesus o ama e o convida a confiar: Meu Senhor e meu Deus. Por isso, todos nos sintonizamos sem dificuldade com a reação de Tomé, quando os outros discípulos lhe comunicam que, estando ele ausente, tiveram uma experiência surpreendente: Nós vimos o Senhor. Tomé poderia ser um homem dos nossos dias. A sua resposta é clara: Se não o vejo não creio. Sua atitude é compreensível. Tomé não diz que os seus companheiros estão mentido ou que estão enganados. Apenas afirma que o seu testemunho não lhe basta para aderir à sua fé. Ele necessita viver a sua própria experiência. E Jesus não o recriminará em nenhum momento. Tomé pode expressar as suas dúvidas dentro do grupo de discípulos. Ao que parece não se escandalizaram. Não o expulsam para fora do grupo. Tampouco eles acreditaram nas mulheres quando lhes anunciaram que viram Jesus ressuscitado. O episódio de Tomé deixa antever o longo caminho que tiveram que percorrer no pequeno grupo de discípulos até chegar à fé em Cristo ressuscitado. As comunidades cristãs deveriam ser nos nossos dias um espaço de diálogo onde poderíamos partilhar honestamente as dúvidas, as interrogações dos crentes de hoje. Nem todos vivemos no nosso interior a mesma experiência. Para crescer na fé necessitamos do estímulo e o diálogo com outros que partilham a nossa mesma inquietação. Um dia, nós cristãos descobriremos que muitas das nossas dúvidas, vividas de forma sã, sem perder o contato com Jesus e a comunidade, nos pode resgatar de uma fé superficial que se contenta em repetir fórmulas, para estimular-nos a crescer em amor e em confiança em Jesus, esse Mistério de Deus encarnado que constitui o núcleo da nossa fé. Em: www.ihu.unisinos.br-02/04/13

Carlos Mesters Mercedes Lopes - Francisco Orofino OLHAR DE PERTO AS COISAS DA NOSSA VIDA Vamos meditar sobre a aparição de Jesus aos discípulos e a missão que eles receberam. Eles estavam reunidos com as portas fechadas porque tinham medo dos judeus. De repente, Jesus se coloca no meio deles e diz: "A paz esteja com vocês!" Depois de mostrar as mãos e o lado, ele disse novamente: "A paz esteja com vocês! Como o Pai me enviou, eu envio vocês!" Em seguida, lhes dá o Espírito para que possam perdoar e reconciliar. A paz! Reconciliar e construir a paz! Esta é a missão que recebem. Hoje, o que mais faz falta é a paz: refazer os pedaços da vida, reconstruir as relações quebradas entre as pessoas. Relações quebradas por causa da injustiça e por tantos outros motivos. Jesus insiste na paz. Repete várias vezes! As pessoas que lutam pela paz são declaradas felizes e são chamadas filhos e filhas de Deus (Mt 5,9). SITUANDO Na conclusão do capítulo 20 (Jo 20,30-31), o autor diz que Jesus fez "muitos outros sinais que não estão neste livro. Estes, porém, foram escritos (a saber os sete sinais relatados nos capítulos 2 a 11) para que vocês possam crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, acreditando, ter a vida no nome dele" (Jo 20,31). Isto significa que, inicialmente, esta conclusão era o final do Livro dos Sinais. Mais tarde, foi acrescentado o Livro da Glorificação que descreve a hora de Jesus, a sua morte e ressurreição. Assim, o que era o final do Livro dos Sinais passou a ser conclusão também do Livro da Glorificação. COMENTANDO João 20,19-20: A experiência da ressurreição Jesus se faz presente na comunidade. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Até hoje é assim! Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus está no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e será sempre: "A paz esteja com vocês!" Ele mostrou os sinais da paixão nas mãos e no lado. O ressuscitado é crucificado! O Jesus que está conosco na comunidade não é um Jesus glorioso que não tem mais nada em comum com a vida da gente. Mas é o mesmo Jesus que viveu na terra, e traz as marcas da sua paixão. As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós. João 20,21: O envio: "Como o Pai me enviou, eu envio vocês" João 20,22: Jesus comunica o dom É deste Jesus, ao mesmo tempo crucificado e ressuscitado, que recebemos a missão, a mesma que do ele Espírito recebeu do Pai. E ele repete: "A paz esteja com vocês!" Esta dupla repetição acentua a importância da paz. Construir a paz faz parte da missão. Jesus soprou Paz significa e disse: muito "Recebei mais do o que só a ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas Espírito possam Santo". ser É elas só mesmas, mesmo com tendo a todas o necessário para viver, convivendo felizes e em paz. Esta foi a missão de Jesus, e é também a ajuda nossa missão. do Espírito Numa de palavra, Jesus é criar que comunidade a exemplo da comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. seremos capazes de realizar a missão que ele nos dá. Para as comunidades do Discípulo Amado, Páscoa (ressurreição) e Pentecostes (efusão do Espírito) são a mesma coisa. Tudo acontece no mesmo momento. João 20,23: Jesus comunica o poder de perdoar os pecados O ponto central da missão de paz está na reconciliação, na tentativa de superar as barreiras que nos separam: "Aqueles a quem vocês perdoarem os pecados serão perdoados e aqueles a quem retiverdes serão retidos!" Este poder de reconciliar e de perdoar é dado à comunidade (Jo 20,23; Mt 18,18). No evangelho de Mateus é dado também a Pedro (Mt 16,19). Aqui se percebe a enorme responsabilidade da comunidade. O texto deixa claro que uma comunidade sem perdão nem reconciliação já não é comunidade cristã. João 20,24-25: A dúvida de Tomé Tomé, um dos doze, não estava presente. E ele não crê no testemunho dos outros. Tomé é exigente: quer colocar o dedo nas feridas da mão e do pé de Jesus. Quer ver para poder crer! Não é que ele queria ver milagre para poder crer. Não! Tomé queria ver os sinais das mãos e no lado. Ele não crê num Jesus glorioso, desligado do Jesus humano que sofreu na cruz. Sinal de que havia pessoas que não aceitavam a encarnação (2Jo 7; 1Jo 4,2-3; 2,22). A dúvida de Tomé também deixa transparecer como era difícil crer na ressurreição. João 20, 26-29: Felizes os que não viram e creram O texto começa dizendo: "Uma semana depois". Tomé foi capaz de sustentar sua opinião durante uma semana inteira. Cabeçudo mesmo! Graças a Deus, para nós! Novamente, durante a reunião da comunidade, eles têm uma experiência profunda da presença de Jesus ressuscitado no meio deles. E novamente recebem a missão de paz: "A paz esteja com vocês!" O que chama a atenção é a bondade de Jesus. Ele não critica nem xinga a incredulidade de Tomé, mas aceita o desafio e diz: "Tomé, venha cá colocar seu dedo nas feridas!" Jesus confirma a convicção de Tomé, que era a convicção de fé das comunidades do Discípulo Amado, a saber: o ressuscitado glorioso é o crucificado torturado! É neste Cristo que Tomé acredita, e nós também! Como ele digamos: "Meu Senhor e meu Deus!" Esta entrega de Tomé é a atitude ideal da fé. E Jesus completa com a mensagem final: "Você acreditou porque viu! Felizes os que não viram e no entanto creram!" Com esta frase, Jesus declara felizes a todos nós que estamos nesta condição: sem termos visto acreditamos que o Jesus que está no nosso meio é o mesmo que morreu crucificado! João 20,30-31: Objetivo do evangelho: levar a crer para ter vida Assim termina o Evangelho, lembrando que a preocupação maior de João é a Vida. É o que Jesus diz: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). ALARGANDO Shalom: a construção da paz O primeiro encontro entre Jesus ressuscitado e seus discípulos é marcado pela saudação feita por ele: "A paz esteja com vocês!" Por duas vezes Jesus deseja a paz a seus amigos. Esta saudação é muito comum entre os judeus e na Bíblia. Ela aparece quando surge um mensageiro da parte de Deus (Jz 6,23; Tb 12,17). Logo em seguida, Jesus os envia em missão, soprando sobre eles o Espírito. Paz, Missão e Espírito" Os três estão juntos. Afinal, construir a paz é a missão dos discípulos e das discípulas de Jesus (Mt 10,13; Lc 10,5). O Reino de Deus, pregado e realizado por Jesus e continuado pelas comunidades animadas pelo Espírito, manifesta-se na paz (Lc 1,79; 2,14). O Evangelho de João mostra que a paz, para ser verdadeira, deve ser a paz trazida por Jesus (Jo 14,27). Uma paz diferente da paz construída pelo império romano. Paz na Bíblia (em hebraico é shalom) é uma palavra muito rica, significando uma série de atitudes e desejos do ser humano. Paz significa integridade da pessoa diante de Deus e dos outros. Significa também uma vida plena, feliz, abundante (Jo 10,10). A paz é sinal da presença de Deus, porque o nosso Deus é um "Deus da paz" (Jz 6,24; Rm 15,33). Por isso mesmo, a proposta da paz trazida por Jesus também é sinal de "espada" (Mt 10,34), ou seja, as perseguições para as comunidades. O próprio Jesus faz este alerta sobre as tribulações promovidas pelo império tentando matar a paz de Deus (Jo 16,33). É preciso confiar, lutar, trabalhar, perseverar no Espírito para que um dia a paz de Deus triunfe. Neste dia "amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam" (Sl 85,11). Então, como ensina Paulo, o "Reino será justiça, paz e alegria como fruto do Espírito Santo" (Rm 14,17) e "Deus será tudo em todos" (1Cor 15,28). Em: www.cebi.org.br-28/03/13 L I T U R G I A

Catequese do Papa Francisco na segunda Audiência Geral do pontificado Roma, 03 de abril de 2013 Queridos irmãos e irmãs, hoje voltamos às catequeses sobre o Ano da fé. No Credo repetimos esta expressão: ressuscitou no terceiro dia segundo as Escrituras. E é este o evento que estamos celebrando: a Ressurreição de Jesus, centro da mensagem cristã, ecoado desde o princípio e transmitido para que chegasse até nós. São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: Transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi; Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas e depois aos Doze (1 Cor 15, 3-5). Esta breve confissão de fé anuncia justamente o Mistério Pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus a nossa esperança será fraca, mas não será nem sequer esperança, e o coração da nossa esperança é a morte e a ressurreição de Jesus. O Apóstolo afirma: Se Cristo não ressuscitou, vã é vossa fé; ainda estais nos vossos pecados (v. 17). Infelizmente, muitas vezes procurou-se obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os mesmos crentes insinuaram-se dúvidas. Um pouco aquela fé água com açúcar, como dizemos; não é a fé forte. E isso por superficialidade, às vezes por indiferença, ocupados por várias coisas que são consideradas mais importantes do que a fé, ou também por uma visão só horizontal da vida. Mas, é justamente a Ressurreição que nos abre à esperança maior, porque abre a nossa vida e a vida do mundo ao futuro eterno de Deus, à felicidade plena, à certeza de que o mal, o pecado, a morte podem ser vencidos. E isto leva a viver com mais confiança as realidades cotidianas, enfrentá-las com coragem e com compromisso. A Ressurreição de Cristo ilumina com uma nova luz estas realidades cotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força! Mas como é que nos foi transmitida a verdade de fé da Ressurreição de Cristo? Há dois tipos de testemunhos no Novo Testamento: alguns estão na forma de profissão de fé, ou seja, de fórmulas sintéticas que mostram o núcleo da fé; outros, pelo contrário, estão na forma de narração do evento da Ressurreição e dos fatos ligados a ela. A primeira: a forma da profissão de fé, por exemplo, é aquela que acabamos de escutar, como também aquela da Carta aos Romanos na qual São Paulo escreve: Porque, se confessares com tua boca que Jesus é Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo (10, 9). Desde os primeiros passos da Igreja é bem sólida e clara a fé no Mistério da Morte e Ressurreição de Jesus. Hoje, porém, gostaria de deter-me na segunda, nos testemunhos como forma de narração, que encontramos nos Evangelhos. Em primeiro lugar notemos que as primeiras testemunhas deste evento foram as mulheres. Na aurora, elas vão até o sepulcro para ungir o corpo de Jesus, e encontram o primeiro sinal: o túmulo vazio (Mc 16,1). Depois continua o encontro com um Mensageiro de Deus que anuncia: Jesus de Nazaré, o Crucificado, não está aqui, ressuscitou (cf. vv 5-6.). As mulheres são movidas pelo amor e sabem acolher este anúncio com fé: creem, e rapidamente o transmitem, não o guardam para si, transmitem-no. A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não pode ser contida. Isto também deveria acontecer na nossa vida. Sentimos a alegria de ser cristãos! Nós cremos num Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Temos a coragem de sair para levar essa alegria e essa luz a todos os lugares da nossa vida. A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros esse tesouro, essa certeza? Não é só para nós, é para transmiti-la, para dar aos outros, compartilhar com os outros. É o nosso testemunho. Um outro elemento. Nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição são lembrados somente homens, os Apóstolos, mas não as mulheres. Isto porque, de acordo com a lei judaica da época, as mulheres e as crianças não podiam dar um testemunho confiável, credível. Nos Evangelhos, no entanto, as mulheres têm um papel primordial, fundamental. Aqui podemos captar um elemento a favor da historicidade da Ressurreição: se fosse um fato inventado, no contexto daquela época não teria sido ligado ao testemunho das mulheres. Os evangelistas pelo contrário narram simplesmente o que aconteceu: as mulheres são as primeiras testemunhas. Isso diz que Deus não escolhe de acordo com os critério humanos: as primeiras testemunhas do nascimento de Jesus são os pastores, gente simples e humilde; as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isso é bonito. E essa é um pouco a missão das mulheres: das mães, das mulheres! Dar testemunho aos filhos, aos netos, que Jesus está vivo, é o vivente, ressuscitou. Mães e mulheres, adiante com este testemunho! Para Deus o que conta é o coração, o quanto estamos abertos à Ele, se somos como as crianças que confiam. Mas isso nos faz refletir também sobre como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tenham tido e também hoje o tenham, um papel especial no abrir as portas para o Senhor, no segui-lo e no comunicar o seu Rosto, porque o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor. Os Apóstolos e os discípulos têm mais dificuldades para crer. As mulheres não. Pedro corre ao sepulcro, mas fica parado diante do túmulo vazio; Tomé tem que tocar com as suas mãos as feridas do corpo de Jesus. Também no nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de amá-lo: a fé se professa com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor. Depois das aparições às mulheres, acontecem outras: Jesus se faz presente de um modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não voltou à vida terrena, mas numa nova condição. No começo não o reconhecem, e somente por meio das suas palavras e dos seus gestos que os olhos se abrem: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós há tantos sinais em que o Ressuscitado se deixa reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros sacramentos, a caridade, aqueles gestos de amor que trazem um raio do Ressuscitado. Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemonos transformar pela sua força, para que também através de nós os sinais de morte no mundo cedam o lugar aos sinais de vida. Vi que a praça está cheia de jovens. Eis aí! Digo a vocês: Levem adiante esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Esta é a missão de vocês! Levar adiante esta esperança. Estejam ancorados nessa esperança: esta âncora que está no céu; segurem forte a corda, estejam ancorados e levem adiante a esperança. Vocês, testemunhas de Jesus, levem adiante o testemunho de que Jesus está vivo e isto lhes dará esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido pelas guerras, pelo mal, pelo pecado. Avante jovens! Em: www.zenit.org-04/04/2013

Padre Paulo Sergio Bezerra É geral o aplauso entusiasta ao Papa Francisco nesse início de pontificado. Enfim, um Papa normal (como se expressou Dilma). Gestos afáveis, simplicidade franciscana, proximidade sem mesuras eclesiásticas. Tão normal que torna-se surpreendente! Início simbólico das esperadas reformas da Igreja!? A revista Vida Nueva una palabra comprometida en la Iglesia, nº 2.839, del 9 al 15 de marzo de 2013, p. 24-26, traz uma entrevista com o teólogo jesuíta José Ignacio González Faus, sob o título Tareas para el próximo sucesor de Pedro. A leitura desta entrevista inspirou-me escrever essas linhas. IPDM abraça as causas da reforma da Igreja. Os ventos favoráveis, com a renúncia de Bento XVI e eleição de Francisco, são novo impulso para a Igreja. A própria vinda de Leonardo Boff entre nós, no dia 02 de março 2013, ganhou densidade e significado novos decorrentes desses dois acontecimentos de tal magnitude para a História da Igreja. Os "do lado de lá" (conservadores e seus pares) "quedam-se" (num rigoroso linguajar castelhano!) estarrecidos. Se ao longo desses últimos 30 anos colocaram Boff no inferno, agora ainda não o verão no céu, mas, pelo menos, ainda deverão digeri-lo entre nós. Leonardo está na mídia como uma das mais verossímeis vozes da resistência eclesial (não eclesiástica! Não confundir). Pergunto-me, nesse sentido, por que aquela turma do não pode, do anatema sit, do dura lex, sed lex, dos auto-proclamados guardiães da sã tradição, não escreveu nada ou, quase nada, sobre a renúncia de Bento XXI e a eleição de Francisco? Orfandade? Aos simbólicos gestos de humanismo, simplicidade, proximidade de Francisco decorram também decisões e atitudes revolucionárias para a reforma da Igreja. González Faus elenca 7 tarefas. Três mais urgentes e outras quatro que demandam mais tempo. Dom Clemente Isnard (+), num pequeno livro cuja edição foi proibida, lembrava quase as mesmas tarefas. 1. A Igreja seja de fato "Igreja dos pobres" No dizer de José Ignacio González Faus a reforma mais urgente ainda que lenta e constante. 2. Reforma da Cúria Romana. "A Cúria não é órgão diretor da Igreja, mas apenas um instrumento a serviço da autoridade eclesiástica que não reside na Cúria, mas está em todo o Colégio Apostólico, com Padre Paulo com Leonardo Boff durante encontro realizado pelo IPDM em 02/03/13 no Santuário Nossa Senhora da Paz - Diocese de São Miguel Paulista - SP Pedro à cabeça". É esquizofrênico ter bispos adjuntos à cúria, pois, a existência de bispos sem Igreja é contrária a mais original tradição da Igreja, legislada no cânon 6 do Concílio de Calcedônia. Por isso mesmo devolver às Igrejas Particulares a participação na eleição dos seus pastores, obedecendo a toda uma tradição do primeiro milênio. E, em torno do Papa fazer cessar todos os símbolos do poder e dignidade mundanos - por exemplo, suprimir os chamados "príncipes da igreja", título quase blasfemo para uma instituição fundada em Jesus como "pedra angular. 3. Roma e toda a Igreja devem sentir como ofensa a Deus a atual separação das igrejas cristãs. Um fato novo seria a convocação de uma espécie de Sínodo Ecumênico que, periodicamente, ajudaria a Igreja a aproximar-se do desejo do Senhor: ut unum sint. Para Gonzáles Faus estas são as tarefas mais urgentes. Há outras que requerem mais tempo quem sabe muito tempo...e que merecem uma boa fundamentação. 4. Atenção à situação de católicos que falharam no seu primeiro casamento e que encontraram estabilidade numa segunda união. Aguardamos mudança de certos paradigmas herdados da filosofia e teologia agostiniana e abertura a outras categorias filosóficas e teológicas para uma nova "disciplina de misericórdia". Há um divórcio real entre Teologia Moral e Liturgia. A Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium afirma que a "eucaristia é fonte e cume da vida cristã" (n. 10). Ora, há inúmeros casais em segunda união, há inúmeras pessoas divorciadas e sozinhas com profunda vivencia cristã e, no entanto, impedidas da comunhão eucarística. Há aí uma contradição. Há um descompasso entre a lei e a existência. O jurídico e o testemunhal. Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. Nisso, uma mulher Cananeia, gritou para Jesus: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim. Minha filha está sendo cruelmente atormentada por um demônio. Jesus nem lhe deu resposta. Os discípulos se aproximaram e pediram: manda embora essa mulher, porque ela vem gritando atrás de nós. Jesus respondeu: eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel. Mas a mulher, aproximando-se, ajoelhou-se diante de Jesus, e começou a implorar: Senhor, ajuda-me. Jesus lhe disse: não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos. A mulher disse: sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos. Diante disso, Jesus lhe disse: mulher, é grande a tua fé! Seja feito como você quer (Mt 15, 21-28). 5. Refazer a Humanae Vitae de Paulo VI (Que não teve recepção suficiente entre o povo de Deus) à luz das novas contribuições das ciências que, nestes 50 anos, avançaram qualitativamente. 6. O tema do celibato sacerdotal Deve ser confrontado a partir de uma atenção maior ao bem das Igrejas. "Toda comunidade cristã tem direito à eucaristia - ela é um mandato do Senhor: "fazei isso..." NEGAR A EUCARISTIA A MILHÕES DE CRISTÃOS POR OBSTINAÇÃO EM NÃO MUDAR UMA LEI POSITIVA DA IGREJA É INCORRER NA DURA REPREENSÃO DO PRÓPRIO JESUS: "ABANDONAIS A VONTADE DE DEUS PARA VOS APEGARDES ÀS TRADIÇÕES DOS VOSSOS ANTEPASSADOS". 7. last but no least a situação da mulher na Igreja. É inegável que tal situação é um grave pecado estrutural, que deveria intranquilizar a consciência de quem é "servo dos servos de Deus". A esperança é que Francisco possibilite o diálogo, pelo menos. São questões que não se resolvem da noite para o dia. Mas não podem mais ser proteladas. IPDM as abraça, na fragilidade e na perseverança, como causa pastoral imprescindível. Somos Igreja, Povo de Deus, em movimento, em constante eclesiogênese.

José Maria Castillo O Papa Francisco, pelas coisas que disse desde o dia em que foi eleito e, mais ainda, por sua chamativa forma humilde e simples de se apresentar em público (já desde que era arcebispo de Buenos Aires), despertou tais expectativas de renovação na Igreja, que, com razão, viu-se nele uma evocação de João XXIII. O recente livro de José Manuel Vidal e Jesus Bastante deixa claro este aspecto do novo Papa. Para não falar dos intermináveis comentários, no mesmo sentido, que a mídia divulga diariamente e que, em quantidades assombrosas, circulam pela internet. É evidente que são muitos os católicos que veem a renovação da Igreja não apenas como uma possibilidade, mas inclusive como uma probabilidade próxima. Ninguém coloca em dúvida que esta possível (inclusive provável) renovação da Igreja é uma excelente esperança, que se deve fomentar em tudo quanto esteja ao nosso alcance. Mas, atenção! Esta esperança de renovação está eivada de ameaças e perigos, que não são nenhuma besteira. Nem são, desde logo, problemas imaginários. Para começar, o mais importante de tudo é que a renovação da Igreja não depende apenas do Papa. Por mais genial que seja este homem, por mais evangelicamente que viva e por mais original e firme que seja na tomada de suas decisões, a Igreja é tão grande, tão complexa e, em não poucos e importantes assuntos, uma instituição tão complicada, que um único homem não pode (nem poderá) renovar a Igreja, como ela necessita ser renovada neste momento e como estão as coisas. Não nos façamos, pois, falsas ilusões. A renovação da Igreja depende, evidentemente e em medida destacada, do que diga e faça o Papa. Como depende também logicamente da Cúria Vaticana. Mas, se falamos seriamente de renovação da Igreja, não esqueçamos nunca que a Igreja somos todos. E, portanto, depende de todos a tão esperada e desejada renovação. Ao dizer isto, não sou tão ingênuo para imaginar que os mais de um bilhão de crentes, que fazem parte da Igreja, vão mudar da noite para o dia. E assim teremos servida a desejada renovação. É verdade que, se o Papa muda em seu estilo de vida e em seus ensinamentos, a Igreja muda e se renova. Mas, tão certo como isso é o fato de que, se o que os católicos esperam do Papa que diga e faça o que convém ou interessa a cada, nesse caso o poder renovador do Papa ficará limitado em não poucos assuntos. E em coisas muito importantes nós seremos os primeiros a anular as melhores tentativas do novo Papa. Sejamos claros. Se, por exemplo, os teólogos que foram censurados ou inclusive afastados de sua tarefa de ensinar em seminários ou centros superiores de estudos eclesiásticos, esperam e querem que o novo Papa os restitua, na dignidade perdida!, farão um desserviço à Igreja. Na Igreja, as últimas décadas foram de difícil convivência. Nos dividimos, brigamos, causamos danos uns aos outros. Com frequência, os que tiveram algum poder (embora tenha sido pouco, como creio que é o meu caso), seguramente, dissemos ou fizemos coisas que causaram sofrimento e humilharam outras pessoas. Se agora eu espero uma renovação da Igreja, que consistiria em que o Papa me desse razão e excluísse os que não pensam como eu, com semelhante esperança não procuro a renovação da Igreja. O que estaria buscando, neste caso, seria a minha própria promoção, meu triunfo sobre os outros. Agindo assim, faria o mais repugnante serviço que se pode prestar à causa de Jesus e seu Evangelho. E esse seria o pior serviço que se pode fazer à Igreja. Como é lógico, o que estou dizendo deveria ser aplicado, com liberdade, audácia e transparência, do mesmo modo aos grupos progressistas e conservadores. Do mesmo modo aos que querem mais observância e aos que lutam para que na Igreja haja mais liberdade. Em uns e outros, creio, são o respeito, a tolerância e a bondade os comportamentos que tornarão possível uma Igreja que vá se capacitando para baixar, para descer, para se aproximar dos milhões de criaturas que não pretendem estar acima de ninguém, mas simplesmente viver em paz, com honradez, com abertura mental diante das ideias ou projetos dos outros e, sobretudo, uma Igreja próxima dos últimos, identificada com os que menos têm, acolhedora sempre e com todos, independentemente das ideias e das crenças que cada um pôde assumir na sua vida. A cada dia que passa vejo isto mais claramente. Todos sabem que, nos dois últimos pontificados anteriores a Francisco, os grupos mais conservadores, precisamente porque a maioria dos bispos contava de maneira incondicional com esses grupos, estes gozaram da proximidade de Roma, de muitos e importantes cargos na Cúria e, evidentemente, do favor de todos e tantos bispos. Ao mesmo tempo em que outros grupos penso nas comunidades e teólogos afins à Teologia da Libertação se sentiram esquecidos ou, ao menos, marginalizados. Pois bem, se agora esperamos que em alguns casos os privilégios se mantenham, ou que, em outros, haja revanches, mais ou menos dissimulados, nos dedicaremos à indesejável tarefa de colocar mais lenha na fogueira desta Igreja que dizemos amar, mas que na realidade amamos enquanto ela nos manteve na boca do povo. O fundo do problema está em que a lógica da renovação da Igreja não é a lógica da razão, mas a lógica do Evangelho, que é paradoxalmente a lógica do caos ; a desordem que Jesus provocou com sua conduta, com seus conflitos no Templo e com os dirigentes religiosos de seu tempo. A conduta evangélica que se traduziu no medo da bondade e no medo da ternura, que o Papa Francisco pediu aos Chefes de Estado (na missa de sua nomeação oficial) que tinha que ser superado. Evidentemente, só com bondade não se governa nem se ajeitam as coisas. Às vezes, é preciso tomar decisões dolorosas. Mas que sejam tomadas por quem as deve tomar. Se cada um pretende fazer justiça com as próprias mãos e que o Papa dê razão a ele, às suas ideias e aos seus interesses, faremos fracassar conjuntamente este Papa e todos os franciscos que se interpuseram no torpe e desorientado caminho dos nossos fanatismos. O caminho que muitos trilhamos, inclusive com estúpido orgulho, até este momento. Em: www.ihu.unisinos.br 04/04/13

Tema: Av. Maria Luiza Americano, 1550 Cidade Líder São Paulo Inscrições via Internet podem ser feitas através dos e-mails eduardo_brasileiro_@hotmail.com - deisecassijvc@gmail.com - igreja.povodedeus.emmovimento@gmail.com enviando os seguintes dados: Nome Data de Nascimento - Endereço Completo Telefone Celular E-mail Comunidade/Paróquia a que pertence AS INSCRIÇÕES SÃO GRATUITAS FAÇA JÁ A SUA Andarilho nos caminhos dos homens, em busca de Deus. Com a presença de Dom Angélico Sândalo Bernardino, o lançamento do livro será realizado imediatamente após o encontro com o Padre Manoel Godoy. Não perca esta oportunidade. Participe de dois eventos de grande importância para todo o Povo de Deus. Grande Encontro com a Teóloga, Socióloga e Escritora Tema do encontro Local: Igreja Santuário Nossa Senhora da Paz Av. Maria Luiza Americano, 1550 - Cidade Líder São Paulo SP R E U N I Õ E S COORDENAÇÃO Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3 as Terças-Feiras dos meses impares. 09 de Abril / 21 de Maio / 16 de Julho / 17 de Setembro / 19 de Novembro As reuniões serão realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança PADRES RELIGIOSOS - RELIGIOSAS As reuniões entre os padres, religiosos e religiosas serão realizadas sempre as 3 as Terças-Feiras dos meses pares. 26 de Abril / 28 de Junho / 30 de Agosto / 25 de Outubro / 27 de Novembro As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

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