CONSTRANGIMENTOS NAS OPERAÇÕES DE TRÂNSITO DERIVADOS DO CONTRABANDO DE MAERCADORIAS ENVOLVENDO CAMIÕES DOS TRANSPORDORES DO REGIME ADUANEIRO DE



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Transcrição:

CONSTRANGIMENTOS NAS OPERAÇÕES DE TRÂNSITO DERIVADOS DO CONTRABANDO DE MAERCADORIAS ENVOLVENDO CAMIÕES DOS TRANSPORDORES DO REGIME ADUANEIRO DE TRÂNSITO NO CORREDOR DE MAPUTO

I. TRÂNSITO ADUANEIRO EM MOÇAMBIQUE Base legal: Diploma Ministerial nº 116/2013, de 8 de Agosto Aprova o Regulamento de Trânsito de Aduaneiro Conceito de Trânsito Aduaneiro: Regime aduaneiro de circulação, no território aduaneiro nacional, de mercadorias provenientes do exterior com destino a outro ponto do exterior, livre de pagamento de direitos e demais imposições, mediante prestação de garantia e sob controlo aduaneiro.

Artigo 16 (Garantia): nº 1: As mercadorias em trânsito aduaneiro estão sujeitas ao controlo e fiscalização aduaneira, bem como á prestação de garantia, sendo livres de pagamento de direitos aduaneiros e demais imposições nº 3: As mercadorias constantes do Anexo I, ao presente Regulamento, estão dispensadas de prestação de garantia. O Anexo Iengloba 144 posições pautais, que incluem entre outras, as seguintes mercadorias: açúcar, milho, tabaco, minérios, metais, fertilizantes, veículos automóveis, etc.

II. ENGAJAMENTO DE MOÇAMBIQUE NA OBSERVÂNCIA DAS MEDIDAS DE FACILITAÇÃO DO TRÂNSITO NO QUADRO DA OMC Moçambique é signatário do Acordo Geral de Comércio e Tarifas de 1994, comumentedesignado GATT, promovido pela Organização Mundial de Comércio (OMC). Entre 3 e 6 de Dezembro de 2013, foi concluído na Conferência Ministerial de Bali, Indonésia, o Acordo sobre a Facilitação de Comércio, comumentedesignado TFA, que vinha sendo negociado entre os países signatários do GATThá mais de 10 anos. O acordo inclui engloba 13 artigos, que incluem diversas medidas de facilitação de comércio agrupada em 3 categorias, designadas: A implementação imediata; B implementação transitória e C implementação pós-transitória.

Artigo 10 do TFA (Sobre as Formalidades em Relação a Exportação e Importação e Trânsito) nº 4 -Janela Única nº 4.1 - Refere que todos os membros devem empenhar-se no estabelecimento de uma janela única que permita os agentes económicos a submissão da documentação e informação relativa a processos de importação, exportação e trânsito, através de um único canal de acesso a todas autoridades e agências intervenientes. Após a verificação dos dados, os resultados devem ser fornecidos tempestivamente, através do mesmo canal. nº 4.2 Refereque, os membros utilizarão na medida do possívele practicável, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para apoiar a janela única.

Com efeito, Moçambique, através da Autoridade Tributária, introduziu em 2012 a Janela Única Electrónica (JUE), uma plataforma electrónica através da qual as declarações aduaneiras do regime de trânsito (Single Administrative Document SAD 502) já estão a ser processadas numa janela única e suportada pelas TICs. Portanto, o país já está implementar a medida n 4 do, artigo 10 do Acordo sobre a facilitação do Comércio da OMC, mormente no que concerne ao trânsito aduaneiro das mercadorias.

Artigo11 dotfa(sobrealiberdadedotrânsito) nº 1 Refere que, quaisquer disposições legais impostas por um estado membro, a respeito do da circulação de mercadorias em trânsito, não deverão: a. Ser mantidos, se as circunstâncias ou os motivos que levaram a sua adopção não mais existirem, ou se, por outro lado, a mudança das circunstâncias ou das motivações pode ser conseguida, através de vias menos restrictivas ao comércio. b. Ser aplicadas por forma a que consubstanciem uma restricção camuflada á circulação das mercadorias em trânsito.

nº 2 Refere que, a circulação das mercadorias em trânsito não deverá estar sujeita á cobrança de quaisquer emolumentos ou taxas impostas, exclusivamente ao regime de trânsito, exceptuando-se as tarifas do transporte e taxas administrativas ocasionadas pelo trânsito ou o custo dos serviços prestados. Moçambique está em conformidade com as disposições do artigo 11 do Acordo sobre a facilitação do Comércio da OMC, aliás o Diploma Ministerial nº 116/2013, de 8 de Agosto, que aprova o regulamento do trânsito aduaneiro é disso testemunha e vai mais longe nas prácticas de liberdade de trânsito ao incluir no anexo I, cerca de 144 posições pautais de mercadorias isentas da prestação de garantia no trânsito, sendo que, parte significativa destas mercadorias são exportadas ou importadas pelos países do interland.

III. NORMAS QUE REGULAM OS CRIMES ADUANEIROS Base Legal: Lei nº 01/2006 de 22 de Março Estabelece os princípios e normas gerais do ordenamento jurídico tributário moçambicano e aplicáveis a todos os tributos nacionais e autárquicos.

Artigo 204 (Contrabando) nº 1: Contrabando é toda a acção ou omissão fraudulenta que tenha por fim fazer entrar no território aduaneiro moçambicano ou dele fazer sair quaisquer bens, mercadorias ou veículos, sem passar pelas Alfândegas. nº 2: Consideram-se também crime de contrabando: f) a ocultação de bens a bordo de veículo ou zona primária, qualquer que seja o processo utilizado para o efeito; g) a guarda, posse ou transporte de bens ou mercadorias a bordo de veículo transportador, sem registo em manifesto, em documento equivalente ou noutras declarações aceites na práctica comercial internacional.

Artigo 205 (Penas aplicáveis ao crime de contrabando) nº 1: Sem prejuízo de qualquer indemnização por perdas e danos, arbitrados nos termos da lei, o crime de contrabando previsto no artigo anterior será punido com pena de multa de 30.000,00MT (ZAR 10.000.00) a 100.000.000,00MT (ZAR 33,000,000.00).

Artigo 212 (Causas que implicam a perda dos meios de transporte envolvidos no contrabando) nº 1: Há perda dos meios de transporte envolvidos no contrabando quando a parte principal da sua carga consistir em mercadorias contrabandeadas e seja devidamente comprovado em processo fiscal que os seus proprietários, sendo diferentes dos das mercadorias, tinham conhecimento de facto, agiram com negligência permitindo que esses meios fossem usados para a prática da infracção. nº 2: Aplica-se a pena de perda do meio de transporte, qualquer que seja ele, quando: a) Estiver em situação ilegal, quanto ás normas que o habilitem a exercer a navegação ou transporte internacional correspondente á sua espécie; e) sem motivo justificado, o veículo terrestre utilizado no trânsito aduaneiro de mercadorias desviar-se da sua rota legal.

IV. ALGUNS CASOS DE CONTRABANDO ENVOLVENDO CAMIÕES DO REGIME DE TRÂNSITO Data Marca da Viatura Matrícula Mercadoria Quantidade Valor Aduaneiro (Mts) 13-01-2012 Freithtliner AAW 040 MP Whisky Mc Gregor Whisky Jhonie Walker Imposições Devidas (Mts) 331 caixas 479.221,57 630.943,12 13-01-2012 Freithtliner ABF 763 MP Whisky Mc Gregor Whisky Jhonie Walker 331 caixas 479.221,57 630.943,12 02-03-2014 Freithtliner ABQ 637 MP Cervejas castlelitee heineken parquet; tijoleira; cimento cola 239 caixas 42 cxs; 8 cxs; 30 cxs 115.853,18 18.093,94 111.867,83 4.663,71 16-04-2014 ManDiesel NN 73411 Cerveja castlelite 723 caixas 297.060,27 286.841,40 01-05-2014 Freithtliner ABY 701 MP Cervejas castle lite Hansa, Black label 787 caixas 374.702,24 361.812,49 10-05-2014 Freithtliner ABQ 632 MP Cervejas castle lite heineken 30 caixas 17.147,25 16.557,38

V. CONSEQUÊNCIAS DA PRÁTICA DE CRIMES ADUANEIROS NO REGIME DE TRÂNSITO O regime de trânsito é por excelência de menor risco aduaneiro, porém as práticas sistemáticas de crimes aduaneiros conduzem a que sejam adoptados para o trânsito perfis de risco que normalmente são atribuídos ao regime de importação, o que pode afectar a liberdade do trânsito e a respectiva celeridade; Afectam a imagem e a percepção de risco da empresa transportadora envolvida perante a administração aduaneira, o que pode conduzir a pedidos de verificação física sistemáticos das viaturas, aumentando os tempos médios de desembaraço aduaneiro do trânsito, em prejuízo de todas as partes, designadamente: o expedictor, a administração aduaneira, o consignatário e o transpotador;

Nos casos de apreensão dos camiões, a libertação dos mesmos é condicionada ao pagamento das imposições aduaneiras devidas pela mercadoria contrabandeada, acrescidos das multas arbitradas pelo Tribunal Aduaneiro. Na generalidade dos casos, estes encargos são suportados pelo proprietário do meio do transporte, o que se traduz em custos adicionais a acrescer aos derivados da retenção do próprio camião; O nº 1 do Artigo 205 da Lei nº 01/2006 de 22 de Março, dispõe que: Há perda dos meios de transporte envolvidos no contrabando quando a parte principal da sua carga consistir em mercadorias contrabandeadas e seja devidamente comprovado em processo fiscal que os seus proprietários, sendo diferentes dos das mercadorias, tinham conhecimento de facto, agiram com negligência permitindo que esses meios fossem usados para a prática da infracção As práticas recorrentes de contrabando envolvendo a mesma empresa transportadora poderão em algum momento conduzir o Tribunal Aduaneiro a entender que a empresa não está suficientemente a empenhar-se em evitar que os respectivos meios de transporte sejam usados na prática do crime do contrabando, o que se enquadra na negligência prevista no articulado acima, do que resultaria em perdimento do meio de transporte usado no cometimento do crime.

VI. RECOMENDAÇÃO Recomenda-se que os transportadores que actuam no regime aduaneiro de trânsito adoptem medidas de fiscalização da sua frota, mormente em locais que antecedem a entrada das viaturas no perímetro da fronteira de Lebombo. MUITO OBRIGADO! Atanásio Buque (Director dos Serviços Provinciais das Alfândegas de Maputo)