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Transcrição:

Curso de Direito Constitucional do TJ-RJ Tiago Musser dos Santos Braga Aula 03

Direito Constitucional do TJ-RJ Não posso começar esta aula de forma diferente: olá, futuro(a) servidor(a) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, tudo bem? Está assimilando bem as aulas? Muita coisa, não? Mas, com foco, fé, determinação, planejamento, seus objetivos serão alcançados. Na última aula, estudamos a Administração Pública com suas disposições gerais e os Servidores Públicos. Nesta, vamos começar uma parte ultraimportante de nosso programa. Esta será a primeira de um ciclo de três aulas que irão tratar do Poder Judiciário. Portanto, máxima atenção! Qualquer dúvida, elogio, crítica, errata que vislumbrar, por favor, envie para professortiagomusser@gmail.com ou no Facebook. Com você, a aula 03 do curso de Direito Constitucional para o TJ-RJ. Boa aula e sucesso sempre! Tiago Musser dos Santos Braga 2

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais Preparado(a)? Vamos começar essa parte da matéria que trata do Poder Judiciário, no qual o Tribunal de Justiça está inserido. Fique muito alerta às disposições a seguir, pois há inúmeros itens a serem entendidos e/ou decorados por você. Podemos começar nossa aula 03? Que venha o Poder Judiciário na Constituição Federal e suas disposições gerais. CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004.) II o Superior Tribunal de Justiça; III os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV os Tribunais e Juízes do Trabalho; V os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI os Tribunais e Juízes Militares; VII os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. Vamos estudar com muita calma esta aula porque, certamente, questões relevantes virão do Poder Judiciário. Este artigo elenca os órgãos de tal Poder. Fazer o quê? Um belíssimo esqueminha com os órgãos e suas abreviações, as quais serão utilizadas no decorrer das aulas! Por uma questão de economia, iremos nos restringir a usar as abreviaturas no lugar dos nomes completos dos tribunais, ok, amigo(a)? Guarde com bastante carinho esta próxima página, ok? 3 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Supremo Tribunal Federal - STF Conselho Nacional de Justiça - CNJ Superior Tribunal de Justiça - STJ Tribunal Superior do Trabalho - TST Tribunal Superior Eleitoral - TSE Superior Tribunal Militar - STM Tribunal Regional Federal - TRF Tribunal de Justiça dos estados, Distrito Federal e territórios Tribunal Regional do Trabalho - TRT Tribunal Regional Eleitoral - TRE Tribunal Regional Militar - TRM Juízes Federais Juízes Estaduais Juízes do Trabalho Juízes Eleitorais Juízes Militares Tiago Musser dos Santos Braga 4

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004.) 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004.) Resolvi comentar esses dois parágrafos do artigo 92 juntos. De uma perspectiva lógica, eles têm uma relação intrínseca e podem gerar confusão na hora da prova. Por isso, vamos aos nossos esqueminhas: STF CNJ Têm sede na Capital Federal STJ TST TSE STM STF STJ TST TSE STM Têm jurisdição em todo Território Nacional Seja muito fiel ao nosso esqueminha acima. Releia-o algumas vezes e observe a diferença entre os dois: no primeiro aparece a figura do CNJ e no segundo, não! O CNJ não tem jurisdição em todo o território. Já no início da aula, dois esquemas! Começou animada, né? Prosseguindo... 5 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: Amigo(a) concurseiro(a), começaremos um artigo grande, com muitos detalhes e de vital importância. Ele é direto: lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios... Atente-se para os termos em destaque, tendo em vista que podem ser alvo de pegadinhas. A iniciativa do Estatuto da Magistratura é do Supremo Tribunal Federal por meio de lei complementar! I ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004.) Quais são os requisitos para o ingresso na carreira de juiz cujo cargo inicial terá o nome de juiz substituto? O inciso I é taxativo: 1. Cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases. Vamos destacar o nome da classe inicial JUIZ SUBSTITUTO, o concurso terá provas e títulos e a OAB estará em todas as fases do concurso! 2. Exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica. A expressão atividade jurídica é definida em diplomas fora da Constituição Federal, por isso está longe de nosso programa de Direito Constitucional. Para fins de exemplo, o período em que o bacharel for servidor público em carreiras que necessitem da formação em Direito conta, a princípio, para este período de três anos... Tiago Musser dos Santos Braga 6

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais 3. E obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. Óbvio, não? Alguma dúvida? Continuando... II promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: Este inciso trata da promoção de entrância para entrância (conceito: a definição mais coerente com a deste inciso é que entrância é o grau da carreira do juiz ou do membro do Ministério Público. Assim, à medida que estes são promovidos, alcançando cargos mais elevados, passam de entrância, até chegar à mais alta, que corresponde ao último estágio antes da promoção que os levará ao cargo com abrangência em todo o território do estado), alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas às formas elencadas nas alíneas a seguir. Por uma questão didática, coloquei-as em formato de tópicos, ok? É obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; Atente para as duas possibilidades alternadas: ou três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento! A promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; Esta alínea é quase uma definição da promoção por merecimento. Ela pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte (1/5) da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago! Aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; Mais uma vez a aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela 7 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento. À apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; O importante a ser destacado aqui é o quorum necessário para recusar, na apuração de antiguidade, o juiz mais antigo. Segundo esta alínea, somente pelo voto fundamentado de 2/3 dos membros do tribunal respectivo, dado ao magistrado ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação. Esta alínea está em nossa tabelinha no final da aula! Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; E, finalmente, o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão, não será promovido! III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; Nesse caso, não se trata de pular de entrância, mas sim do acesso aos tribunais de segundo grau, como o Tribunal Regional Federal (TRF). E tal acesso se dará alternadamente por antiguidade e merecimento. IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; Inciso de fácil entendimento: previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento 1 a participação em curso oficial ou reconhecido por escola 1 Estudaremos o assunto em breve. Uma canja para você: Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, Tiago Musser dos Santos Braga 8

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados. Fique atento(a) à parte assinalada, pois ela pode ser alvo de alguma casca de banana. Algumas bancas costumam esquecer que esses cursos constituem uma etapa obrigatória do processo de vitaliciamento dos magistrados! V o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, 4º. Este inciso aborda a remuneração dos ministros dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM). Vamos dividi-lo em duas partes: Parte A: o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal. O subsídio dos ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a 95% do subsídio mensal fixado para os ministros do STF. Alguma dúvida sobre isso? Parte B:...e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, 4º. No caso dos demais magistrados, os subsídios serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional. Não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 10% (dez por cento) ou inferior a 5% (cinco por cento), nem exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado. 9 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ subsídio mensal dos ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, 4º. Observe, com atenção, o quadro abaixo: Olha a superpegadinha aí: o limite, neste caso, é 95% do subsídio mensal dos ministros dos Tribunais Superiores, e não do STF, ok? Muitíssima atenção a isso! Além disso, não custa relembrarmos os arts.37, XI e 39, 4º. Leia-os para sedimentar: Art. 37. XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; Art. 39. 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. Estamos entendidos? Da mesma forma que o inciso XI do art. 37 tem muitos detalhes para absorvermos, este inciso V do art. 93 também. Portanto, muita cautela ao estudálo e revisá-lo, ok? Tiago Musser dos Santos Braga 10

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais VI a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; Inciso simples: a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40 (artigo que aborda os tipos de aposentadorias: voluntária, compulsória ou por invalidez permanente). VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; Outro basicão: o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Palavrinha maldosa, temos o quê? Olhe a seguir. Regra: o juiz titular residirá na respectiva comarca. Exceção: salvo autorização do tribunal. Seguindo... VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; Este inciso está em nossa tabelinha (veja ao final da aula) a respeito dos quorum presentes nesta aula (maioria absoluta ou 2/3). Ele tem uma ligação com o anterior (espie lá)! Em regra, o juiz residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Pois bem, como se dará o ato de remoção? O inciso dá a resposta e ainda acrescenta mais: o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. Três importantes destaques: 1. Este ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado será por interesse público, ok? E não por vontade própria do magistrado. 2. Maioria absoluta É a maioria dos votantes dentre todos que compõem a Casa Legislativa ou um tribunal do Poder Judiciário. Por exemplo: suponha que 11 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ determinado tribunal tenha 100 membros. Para aprovar o ato de remoção, será necessário o quorum de 51 membros, ok? 3. Esse quorum deverá ser do respectivo tribunal do magistrado ou do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)! VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II; De forma direta: a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II. Atenção aos termos destacados. Lembra-se das alíneas? Precisa voltar não, eis abaixo: II promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; Dúvidas? Está acabando o artigo... IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Tiago Musser dos Santos Braga 12

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais Este inciso possui a palavrinha maldosa salvo ou sua prima ressalvados de forma implícita! Observe nosso esqueminha: Regra: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade! ressalvados os casos que (está subentendido) Exceção: podendo a lei (olha quem está aqui!) limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes (advogados), em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; Atenção à possível casca de banana! As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros! Sentiu a grande quantidade de pegadinhas? Este inciso está no quadro no final da aula. Fique atento(a) às expressões em destaque e bola para frente! XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; 13 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Vamos com calma com este inciso. Siga a ordem abaixo: 1. Nos tribunais com número superior a 25 (vinte e cinco) julgadores, poderá (faculdade) ser constituído órgão especial. 2. Como será a composição deste órgão especial? Com o mínimo de 11 e máximo de 25 membros. De forma matemática: 11 órgão especial 25 3. Para que serve o órgão especial? Para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno. 4. Como será a organização das vagas do órgão especial? Metade das vagas por antiguidade e A outra metade por eleição pelo tribunal pleno. XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; Inciso bem simples: a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. De fácil assimilação. Vamos indo... XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; Este inciso é importante e recorrente em provas. Ele trata dos parâmetros utilizados para sabermos o número de juízes na unidade jurisdicional. São apenas 02: Será proporcional à efetiva demanda judicial; e À respectiva população! Tiago Musser dos Santos Braga 14

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; Inciso simples: os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. Tranquilo, não? Para terminar o artigo... XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. A distribuição de processo será imediata! Onde? Em todos os graus de jurisdição, ou seja, desde varas, cartórios, comarcas, tribunais de segundo grau (TJ, TRF, TRT), tribunais superiores (STJ, TST, TSE, STM). Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Este artigo trata do tão badalado Quinto Constitucional. Vamos destrinchá-lo com calma. Observe: Membros, do Ministério Público, com mais de Um quinto (1/5) dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios (TRFs e TJs, TJDF e TJT) será composto de dez anos de carreira; e de Advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Note que é 1/5 dos membros dos referidos tribunais e, além disso, nos dois casos, são necessários 10 anos de atividade profissional, ok? Entre os advogados, haverá uma lista sêxtupla feita pelos órgãos de representação das respectivas classes! 15 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Atenção ao parágrafo único. Ele diz: Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Pois bem: entre os advogados a lista é...? Sêxtupla. Depois das indicações, o tribunal formará lista tríplice! E nos 20 dias subsequentes escolherá um de seus integrantes para nomeação. Estamos entendidos? Cuidado extremo com isso... Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: Este artigo aborda as garantias dos juízes. Sem delongas, vamos transformar os incisos em tópicos... I. vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; O nome é esse mesmo, vitaliciedade (não é estabilidade!), ou seja, o magistrado torna-se vitalício! E quando conseguirá tal feito? No primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício! E só perderá o cargo neste período (02 anos) dependendo de deliberação do tribunal ao qual o juiz estiver vinculado! E, nos demais casos (mais de 02 anos), de sentença judicial transitada em julgado. Atenção a isso, pois, quando formos estudar o caso do Ministério Público, há uma singela diferença. Vamos apontá-la quando chegarmos lá... Não se esqueça do que já foi visto a respeito da vitaliciedade: Art. 93. IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados. II. inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; A regra é que os magistrados sejam inamovíveis. Há exceção: salvo (olha ela aqui) por motivo de interesse público, na forma do inciso VIII do art. 93 (não se lembra? Dá um pulinho lá em cima!). Tiago Musser dos Santos Braga 16

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais III. irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I. Sistema regra e exceção! Vamos ao esqueminha: Regra: irredutibilidade de subsídio. Exceção: ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI; 39, 4º; 150, II; 153, III; e 153, 2º, I. Trago estes itens para você: Art. 37, X a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; Art. 37, XI a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; Art. 39, 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: III renda e proventos de qualquer natureza; Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 2º O imposto previsto no inciso III: I será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; 17 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Parágrafo único. Aos juízes é vedado: Vimos as garantias e, agora, as chamadas vedações às quais os juízes se submetem. Abaixo segue a listinha... I. exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; A única exceção em que o magistrado pode atuar é como professor, no magistério. Fora isso, nenhuma outra função, ainda que esteja em disponibilidade. II. receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; Tranquilo, não? III. dedicar-se a atividade político-partidária; Tranquilo, não? IV. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; Tranquilo, não? Porém, se ocorrer um questionamento sobre se esta vedação é absoluta, olha o finalzinho, ressalvadas as exceções previstas em lei, que faz toda a diferença. Portanto, esta vedação não é absoluta! V. exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Vou repetir: exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. Exemplo: se José, magistrado pertencente ao TJ-RJ, aposentou-se em 01/01/2012, só poderá exercer a advocacia no TJ-RJ a partir de 01/01/2015. Durante esses três anos da aposentadoria (01/01/2012), não poderá atuar no TJ-RJ. Art. 96. Compete privativamente: Artigo bem direto. Ele aborda as competências dos tribunais em geral. Leia com calma. Não há muito mistério... Tiago Musser dos Santos Braga 18

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais I aos tribunais: Abaixo seguem as competências: 1. Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 2. Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; 3. Prover, na forma prevista nesta constituição (olha o termo hein... não é lei), os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 4. Propor a criação de novas varas judiciárias; 5. Prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; Trago-o na íntegra, modificado pela EC 19/98: Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. 19 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II exoneração dos servidores não estáveis. 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos; 6. Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados. II ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: Neste caso, as competências são especificamente para o STF, Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) e aos Tribunais de Justiça (nos estados), observado o disposto no art. 169 (aborda as limitações de despesas com pessoal veja acima!). A alteração do número de membros dos tribunais inferiores (por exemplo, abaixo do TST aparecem os Tribunais Regionais do Trabalho espalhados pelos estados); A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; A criação ou extinção dos tribunais inferiores; Tiago Musser dos Santos Braga 20

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais A alteração da organização e da divisão judiciárias. III aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Muita cautela com este inciso! Esta é uma questão que, usualmente, cai em provas de Direito Constitucional e Processo Penal. Observe o esqueminha: Tribunais de Justiça Julgam nos crimes comuns e de responsabilidade Os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios (faziam parte da estrutura administrativa do Brasil. Olha a pegadinha); E os membros do Ministério Público. Agora, atenção! Ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. Ou seja, a exceção está aqui! A competência dos TJs não se aplica à parte eleitoral que é privativa da Justiça Eleitoral. 21 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Artigo recorrente em provas. Ele nos diz: Somente pelo voto da maioria absoluta (já sabe o que é, não? Está em nosso quadro, no final da aula) de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial (já estudamos, esqueceu? Vá ao art. 93, XI) poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. O tema Controle da Constitucionalidade está fora de nosso programa. Mas, de qualquer maneira, fique atento(a) a este artigo que está no edital. Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: A União, no Distrito Federal e nos territórios, e estados. Amigo(a) concurseiro(a), extrema atenção a isso! Os territórios não fazem parte do programa do curso, porém não deixe de decorar que eles estão aqui! I juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; Primeiro caso: Os juizados especiais: Composição: providos por juízes togados, ou togados e leigos (neste caso, não vou me ater a esses tipos de juízes. Creio que o mais eficiente é decorar os termos. Se o(a) concurseiro(a) quiser defini-lo (depois da prova), é só me procurar, ok?). Competência: para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo. Mecanismos: mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. Da mesma forma que na composição, existem termos aqui aos Tiago Musser dos Santos Braga 22

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais quais não me alongarei. Caso pairem dúvidas, depois da prova, pode me procurar para entendermos a temática do que sejam procedimentos oral e sumaríssimo, transação. Basta entender a composição, competência e mecanismos usados nos Juizados Especiais. Se precisar esclarecer alguma coisa, entre em contato, amigo(a). II justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. Segundo caso: Justiça de Paz: Composição: remunerada (muita atenção a este item, pois ele pode ser alvo de pegadinhas. A Justiça de Paz é remunerada), composta de cidadãos (isso mesmo, cidadãos! Nada de concurso público, nada de juízes...) eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos (mesmo mandato dos cargos públicos principais do Poder Executivo, como presidente, governador, prefeito...). Competência: na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. Este finalzinho é de extrema importância: as funções da Justiça de Paz não terão caráter jurisdicional. Além disso, há a possibilidade de ampliar suas funções por meio de leis, ok? Ou seja, o rol das suas funções descritas na Constituição não é exaustivo! 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. Só repetir e atentar aos detalhes: lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. Dúvidas? Seguindo... 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. 23 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Outro parágrafo que só basta repetir e ficar atento(a) aos destaques: As custas e emolumentos (dicionário jurídico: taxas remuneratórias de serviços públicos, tanto notarial, quanto de registro, configurando uma obrigação pecuniária a ser paga pelo próprio requerente.) serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. Ou seja, nada de utilizar custas e emolumentos para finalidades que não sejam as citadas, ok? Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. Este artigo inaugura a parte financeira do Poder Judiciário. Ele é bem claro: Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. Ou seja, o Poder Judiciário detém a autonomia de reger sua organização administrativa (vide art. 96) e financeira. 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. Apenas repetindo: os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (lei específica na área de Direito Financeiro que não faz parte de nosso estudo. É também conhecida como LDO). 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. Tiago Musser dos Santos Braga 24

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais Esqueminha de balão: Caso A: O encaminhamento das propostas orçamentárias, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: No âmbito da União Ao presidente do STF Aos presidentes dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) Com a aprovação dos respectivos tribunais 25 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Caso B: No âmbito dos estados e do Distrito Federal e territórios (não se esqueça destes, hein!) Aos presidentes dos Tribunais de Justiça Com a aprovação dos respectivos tribunais Alguma dúvida? Atente-se ao esqueminha e siga em frente, pois estamos acabando... 3º Se os órgãos referidos no 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 1º deste artigo. 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Resolvi comentar esses dois parágrafos conjuntamente. Eles possuem a mesma temática. Vamos analisá-los: Parágrafo terceiro: Se os órgãos referidos no 2º (reveja nosso esquema para recordar quais são os órgãos) não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias (não é uma lei qualquer, é a Lei de Diretrizes Orçamentárias LDO), o Poder Executivo (atenção agora: as propostas deste artigo são do Poder Judiciário, mas quem tomará as providências, caso haja algum erro ou não envio, será o Poder Executivo) Tiago Musser dos Santos Braga 26

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do 1º deste artigo. (Ou seja, se os órgãos do Poder Judiciário não enviarem o orçamento anual, terá como base os valores da lei orçamentária vigente!) Parágrafo quarto: Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo (antes era se não forem enviadas, agora é se forem enviadas em desacordo ) com os limites estipulados na forma do 1º, o Poder Executivo (olha ele aqui de novo!) procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. Neste aqui, vou apenas repetir e fazer uma observação: durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais (a regra é que não se pode extrapolar os limites da LDO, entretanto, quando tiver que passar do que foi estipulado, terá que ser previamente autorizado, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais não estudaremos o que são esses créditos, basta que você, amigo(a), decore-os). *** Para tudo, vai relaxar um pouco, meu amigo(a). Entraremos em um terreno pantanoso nas próximas páginas. A Emenda Constitucional 62/2009 modificou significativamente o artigo 100 de nossa Constituição. E, assim, trouxe diversos mandamentos que devem ser observados quando o tema é Precatórios. Portanto, amigo(a), esteja de olhos bem abertos porque mostrarei o caso dos Precatórios e suas diversas pegadinhas! Vamos lá. 27 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ O caso dos precatórios: Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, farse-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. Antes de adentrarmos nos parágrafos, que tal destrinchar o Caput? Um esqueminha: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais em virtude de sentença judiciária (não fala em trânsito em julgado!) far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Evitar favorecimentos.) Há uma exceção a este artigo! Por isso, vamos comentá-lo antes de começar a lista dos parágrafos propriamente dita. Tiago Musser dos Santos Braga 28

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 4º Para os fins do disposto no 3º, poderão (não é obrigatório) ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público (valores distintos para os diferentes Estados da Federação, por exemplo), segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social (cuidado para o valor mínimo). Atenção: 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o 3º deste artigo. Dúvidas?! Esqueminha de regra e exceção: Regra: Exceção: Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. 4º Para os fins do disposto no 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. 29 Aula 02

Direito Constitucional do TJ-RJ Voltando aos parágrafos. Até aí, tudo bem? Agora, a respeito da ordem de preferência. Definição: 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no 2º deste artigo. 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, OU sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no 3º deste artigo (pequenos valores, já comentado lá em cima), admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. Confuso(a), amigo(a)? Não se desespere, vamos ordenar: Regra geral: (este caso é o caso dos demais, vem após o 1º) Como regra geral, temos o caput de nosso artigo. O que vale é a ordem cronológica, sem designar pessoas, ok? Entretanto, o parágrafo segundo traz uma exceção: Exceção: (este caso é o segundo da fila dos precatórios) 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no 2º deste artigo. Exceção do 1º: (este caso é o primeiro da fila dos precatórios) 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. Tiago Musser dos Santos Braga 30

Do Poder Judiciário. Disposições Gerais Os débitos de natureza alimentícia (definidos no 1º); Cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório; Ou Sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei; Serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos; Até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no 3º deste artigo (débitos de pequeno valor, espie lá em cima); Admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. Pule para o 5º. 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. Este parágrafo é bem simples. As sentenças transitadas em julgado que tenham precatórios judiciários até 1º de julho deverão ter o pagamento realizado até o final do exercício seguinte. Exemplo: se João tiver um precatório incluído nos débitos do Estado até 01/07/2013, terá que receber o pagamento até 31/12/2014, ok? Seguindo... 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. Vou repeti-lo, fazendo adendos... As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao presidente do Tribunal (ele que será o competente!) que 31 Aula 02