CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DAS ROCHAS E ARGAMASSAS DO PARQUE LAGE

Documentos relacionados
ESTUDO DA ALTERAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE UM PISO REVESTIDO COM O CALCÁRIO CONHECIDO COMERCIALMENTE COMO MÁRMORE PERLINO BIANCO

AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO DE ROCHA DA EMPRESA SULCAMAR

AVALIAÇÕES QUÍMICA, MINERALÓGICA E FÍSICA DE UM TIPO DE ROCHA DA EMPRESA SULCAMAR

GEOTÉCNICA Bibliografia

1) Introdução CONCEITO:

VI. 6 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS - ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

A importância dos minerais de argila: Estrutura e Características. Luiz Paulo Eng. Agrônomo

Soluções Completas Para o Seu Projeto.

CONCEITO DE SOLO CONCEITO DE SOLO. Solos Residuais 21/09/2017. Definições e Conceitos de Solo. Centro Universitário do Triângulo

Origem e Formação dos Solos

5 Caracterização do Solo

4 Caracterização Física, Química, Mineralógica e Hidráulica

Divisão Ambiental Prazer em servir melhor!

5 Apresentação e análise dos resultados

RELATÓRIO DE ENSAIO N SOL /10 ENSAIOS EM AGREGADOS

FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO

MSc. Wagner Fernando Fuck Letícia Pavoni Grasselli Drª Mariliz Gutterres

CAPÍTULO 2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS Clima Relevo Hidrografia Solos Vegetação... 13

Disciplina: Mecânica dos Solos e Fundações

Tipos e classificação FORMAÇÃO DOS SOLOS

Como as rochas se transformam em solos?

6 Discussão dos resultados

4 Área de Estudo e Amostragem

Desempenho em serviço Prof. Maristela Gomes da Silva

Fatores de Formação do Solo. Unidade III - Fatores de Formação do Solo

Origem dos solos. Disciplina: Geotecnia na arquitetura. Profa. Thaís Cristina Campos de Abreu

Tipos de solo e suas características

INTEMPERISMO DE ROCHAS MINERALOGIA DE SOLOS

2 Área de Estudo Meio Físico Localização e características gerais

Patologias mais Correntes nas Fachadas de Edifícios em Brasília

5 Caracterizações Física, Química e Mineralógica.

Sensoriamento Remoto: características espectrais de alvos. Patricia M. P. Trindade; Douglas S. Facco; Waterloo Pereira Filho.

Cálcio Magnésio Enxofre

Geologia e Geomorfologia na Gestão Ambiental. Aula 4. Organização da Aula. Intemperismo e Formação dos Solos. Contextualização.

Roberta Bomfim Boszczowski e Laryssa Petry Ligocki. Características Geotécnicas dos Solos Residuais de Curitiba e RMC

Aula 01 SOLOS TROPICAIS. Eng. Civil Augusto Romanini (FACET Sinop) Sinop - MT 2016/2

Fatores de Formação de Solos

2ª Parte Formação dos solos 3 Componentes dos Horizontes do Solo

CAPÍTULO VIII CONCLUSÕES

Disciplina: Materiais de Construção Civil I. Carga horária: 80 h/a Período: 2º

Normas ABNT em Consulta Pública, Publicadas, Confirmadas ou Canceladas 18 de Outubro à 04 de Novembro de2016

Fatores de formação dos solos

COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ALVOS

Composição do solo. Luciane Costa de Oliveira

GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA: AGENTES EXTERNOS MÓDULO 07

REJUNTE ULTRAFINO DESCRIÇÃO: INDICAÇÕES DE USO: NÃO INDICADO PARA: PREPARO DAS JUNTAS

Relatório Parcial de Andamento RPA-1

PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS

1 ROCHAS Assembléia de minerais Rocha = mineral essencial (principal) + minerais assessórios

Tipos e classificação FORMAÇÃO DOS SOLOS

Rochas e Solos como Materiais de Construção

FACULDADE VÉRTICE CURSO AGRONOMIA MICROBIOLOGIA DO SOLO TEMAS: BIOTA E AGREGAÇÃO DO SOLO E OS PRINCIPAIS MICROORGANISMOS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA

Eixo Temático ET Educação Ambiental

Curso de Engenharia Civil

Minerais & Rochas. são substâncias sólidas de composição. química bem definida, presentes na crosta. terrestre. Podem ser.

ESTUDO DO EFEITO POZOLÂNICO DA CINZA VOLANTE NA PRODUÇÃO DE ARGAMASSAS MISTAS: CAL HIDRATADA, REJEITO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E CIMENTO PORTLAND

5 Materiais estudados

Lição 20 Sumário 24/10/17

MÓDULO 03 GEOGRAFIA II

Material Utilizado 51

quartzo ( 25%), biotita ( 18%), cordierita (18 %), K-feldspato ( 10%), granada (7 %), plagioclásio ( 3%) Minerais Acessórios: zircão, apatita, opacos

APROVEITAMENTO DOS FINOS DE PEDREIRA DO MUNICÍPIO DE TRACUATEUA/PA CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA

ESTUDO DAS PROPRIEDADES MINERALÓGICAS E PETROGRÁFICAS DOS GNAISSES GRANÍTICOS DA REGIÃO DE ALFENAS - MG E SUA APLICAÇÃO NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

PROJETO SEARA ESTUDOS DE CARACTERIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE AMOSTRA DE ITABIRITO FRIÁVEL

GEOGRAFIA. Solos. Prof ª. Ana Cátia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO ENGENHARIA CIVIL GEOTÉCNICA /2. Marita Raquel Paris Cavassani Curbani

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA CINZA DO BAGAÇO DA CANA DE AÇÚCAR DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA DE MINEIROS-GO

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE


3 Características dos locais estudados

Aula 01 SOLOS TROPICAIS. Eng. Civil Augusto Romanini (FACET Sinop) Sinop - MT 2017/1. v.2.0

RESÍDUO CERÂMICO INCORPORADO AO SOLO-CAL

Geodinâmica externa. UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 3 Intemperismo FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA

Seminário A reação álcali-agregado: causas, diagnóstico e soluções IBRACON. Arnaldo Forti Battagin

FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA TERRA

Materiais Geotécnicos Usados na Construção Civil

Meios de mitigar a Reação álcali agregados no concreto

Gemini Vetrô. Fogão portátil. Descrições

PALEOSSOLOS ARGILOSOS PODEM INFLUENCIAR A DETERMINAÇÃO DE FLUXO DA ÁGUA SUBTERRÂNEA EM AQUÍFERO DE BAIXA PERMEABILIDADE?

Geotécnica Ambiental. Aula 2: Revisão sobre solos

Figura 01 - Perfil esquemático de ocorrência de solos em ambiente tropical

PATOLOGIAS DO CONCRETO

Caracterização de Granitos Utilizados na Construção Civil

Manifestações Patológicas em Revestimentos Cerâmicos

contendo sulfetos, óxidos e gases Constituíntes do MAGMA O TiO 2 O 3 O Na 2 SiO 2 Al 2 FeO MgO CaO K 2 HCl HF N 2 O CO 2 CO SO 2 SO 3 S 2 H 2

FQ-PD-05 Criado: 11/08/2016 Atualizado em: 29/01/2018 FICHA TÉCNICA Rev.: PRODUTO. Arga Externa Aditivada ACII 2. DESCRIÇÃO

Aula Prática no 7. Isotropia e anisotropia

Priniely Beatriz Reis Scarin, UNESP/FEG, Guaratinguetá, Brasil,

FQ-PD-05 FICHA TÉCNICA. Rev.: 02 Pág.: 1/5. Criado: 11/08/2016. Atualizado: 03/04/ PRODUTO: Arga Cozinhas e Banheiros

Solos e suas várias importâncias

AS ROCHAS E OS SOLOS MÓDULO 12

SOLO. Erosão e deposição. Rocha ÍGNEA. Fusão parcial

ANÁLISE DE ARGAMASSAS COM RESÍDUO DE CORTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS

Rochas, solo e vida no meio terrestre. CienTIC 8 Ciências Naturais 8.º ano

5 Escorregamento no Rio de Janeiro, Brasil

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E MINERALÓGICA DOS GRANULITOS DA ÁREA DE CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS

FQ-PD-05 FICHA TÉCNICA. Rev.: 02 Pág.: 1/5. Criado: 11/08/2016. Atualizado: 05/06/ PRODUTO: Multi Porcelanato Interno

Irenildo Firme do Nascimento (1); José Anselmo da Silva Neto (2); Julio Cezar da Silva (3); Marcos Severino de Lima (4)

Transcrição:

CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DAS ROCHAS E ARGAMASSAS DO PARQUE LAGE 1R. E.C. da Silva, 1R. C. C. Ribeiro, 1M.T.C.C. Santos 1. Coordenação de Apoio Tecnológico a Micro e Pequenas Empresas CATE, Centro de Tecnologia Mineral Cetem, Av. Pedro Calmon, 900, Ilha da Cidade Universitária, Rio de Janeiro RJ,

SUMÁRIO Introdução Objetivos Metodologia Resultados Discussões Conclusões

INTRODUÇÃO O exemplo deste estudo é um prédio histórico localizado em famoso parque (Parque Lage) na cidade do Rio de Janeiro. As amostras da pesquisa foram enviadas ao CETEM, sendo 25 tipos de argamassas de todas as construções da propriedade, uma amostra da rocha e 6 amostras de fungos e/ou líquens.

INTRODUÇÃO Localização do Parque Lage, no bairro Jardim Botânico. Observar a mata preservada no entorno.

INTRODUÇÃO Fachada Frontal do Palacete do Parque Lage, onde fica a Escola de Artes Visuais

INTRODUÇÃO Parte Interna do Palacete do Parque Lage.

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS l l l l Caracterização tecnológica da rocha do prédio principal; Verificação das causas de alterabilidade; Caracterização das argamassas; e Identificação dos microrganismos presentes em algumas superfícies.

METODOLOGIA Os materiais foram submetidos aos seguintes ensaios: ARGAMASSAS: análise química; ROCHA: petrografia, índices físicos e difração de raios-x (rocha); e AMOSTRAS DE MATERIAL PARA ESTUDO MICROBIOLÓGICO: coletadas em placas de Petri, e encaminhadas para Fundação Fiocruz, para serem inoculado em meios de cultura sólidos, e determinar os microrganismos presentes. Os materiais foram submetidos aos seguintes

METODOLOGIA Amostragem: Argamassas

METODOLOGIA Preparação: Argamassas

Amostragem e Preparação: Rocha METODOLOGIA

METODOLOGIA Amostragem e Preparação: Microbiologia

RESULTADOS As argamassas podem ser divididas em 3 grupos: classe I - alta concentração de sílica (em amarelo na tabela), indicando, possivelmente maiores teores de areia no traço; classe II - alta concentração de cálcio (em laranja na tabela), indicando, possivelmente, maiores teores de cal ou gesso e a classe III, com teores de sílica e cálcio muito similares (em azul na tabela), indicando possivelmente um traço com teores similares de areia e cal.

RESULTADOS

RESULTADOS Análise Petrográfica (NBR 15845/2010) Os resultados indicaram que as alterações da rocha na lâmina petrográfica são incipientes, com formação de saussurita e mobilização de ferro, mas visualmente podemos observar perda de material provocada pela escamação da rocha, intenso ataque biológico e reações com o rejunte da rocha, provocados pelas condições geográficas e climáticas da edificação.

RESULTADOS Análise Petrográfica (NBR 15845/2010) Minerais % K-feldspato 10 Plagioclásio 10 Quartzo 60 Biotita 10 Augita 3 Granada 5 Secundários (muscovita e mineral castanho claro) Nome da rocha: Gnaisse Leptinítico ou Leptinito 2

RESULTADOS Análise Petrográfica (NBR 15845/2010) Fotomicrografia exibindo a microclina e sua macla típica, plagioclásio, granada e biotita.

RESULTADOS Índices Físicos (ABNT NBR 15845:2010) Massa específica: 2.646,08 kg/m³ Porosidade: 2,55 % Abs. d'água: 0,98 % Ideal segundo Frazão e Farjallat (1995): Porosidade < 1% Absorção < 0,4%

RESULTADOS

RESULTADOS

RESULTADOS Os microorganismos identificados foram: Cladosporium (gênero de fungo que se apresenta como manchas escuras, de cor marrom ou preta, tem aspecto aveludado), Penicillium (gênero de fungos que cresce em matéria orgânica biodegradável, especialmente em ambientes úmidos e escuros), Trichoderma (gênero de fungo, geralmente presente em solos, do qual se extrai o antibiótico glioxina) e, Aspergillus niger (gênero que provoca um mofopreto e é um contaminante comum).

RESULTADOS Propagação microbiológica laranja e vermelha (Trichoderma nigrus).

RESULTADOS Cladosporium Penicillium Purpurogenum

DISCUSSÕES Na parte superior do Palacete, conhecida como terraço podemos observar vários tipos de alteração da rocha, além da intensa atividade biológica. Nas figuras podemos observar a escamação da rocha, manchas, desagregação, situada na face leste, provavelmente causada pela chuva, vento e insolação.

CONCLUSÕES As argamassas foram agrupadas em três grandes grupos de acordo com a análise química, confirmados posteriormente pelo cálculo do traço. Pode-se verificar que a rocha se apresenta alterada, uma vez que os resultados de porosidade e absorção de água são altos. Tais alterações podem estar relacionadas, possivelmente, com as intempéries conjugadas com a intensa colonização microbiológica do local.

OBRIGADA!