Gerenciamento de Redes Linux. Linux configuração de rede

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Transcrição:

Gerenciamento de Redes Linux Linux configuração de rede

As interfaces de rede no GNU/Linux estão localizadas no diretório /dev e a maioria é criada dinamicamente pelos softwares quando são requisitadas. Este é o caso das interfaces ppp e plip que são criadas dinamicamente pelos softwares.

Abaixo a identificação de algumas interfaces de rede no Linux (a? significa um número que identifica as interfaces sequencialmente, iniciando em 0): eth? - Placa de rede Ethernet e WaveLan. ppp? - Interface de rede PPP (protocolo ponto a ponto). slip? - Interface de rede serial eql - Balanceador de tráfego para múltiplas linhas plip? - Interface de porta paralela fddi? - Interfaces de rede FDDI. dlci??, sdla? - Interfaces Frame Relay, respectivamente para para dispositivos de encapsulamento DLCI e FRAD. tr? - Token Ring

A interface loopback A interface loopback é um tipo especial de interface que permite fazer conexões com você mesmo. Todos os computadores que usam o protocolo TCP/IP utilizam esta interface e existem várias razões porque precisa fazer isto, por exemplo, você pode testar vários programas de rede sem interferir com ninguém em sua rede. Por convenção, o endereço IP 127.0.0.1 foi escolhido especificamente para a loopback, assim se abrir uma conexão telnet para 127.0.0.1, abrirá uma conexão para o próprio computador local.

A interface loopback A configuração da interface loopback é simples e você deve ter certeza que fez isto (mas note que esta tarefa é normalmente feita pelos scripts padrões de inicialização existentes em sua distribuição). #ifconfig lo 127.0.0.1 Caso a interface loopback não esteja configurada, você poderá ter problemas quando tentar qualquer tipo de conexão com as interfaces locais, tendo problemas até mesmo com o comando ping.

Atribuindo um endereço de rede a uma interface (ifconfig) Após configurada fisicamente, a interface precisa receber um endereço IP para ser identificada na rede e se comunicar com outros computadores, além de outros parâmetros como o endereço de broadcast e a máscara de rede. O comando usado para fazer isso é o ifconfig (interface configure). Para configurar a interface de rede Ethernet (eth0) com o endereço 192.168.1.1, máscara de rede 255.255.255.0, podemos usar o comando: #ifconfig eth0 192.168.1.1 netmask 255.255.255.0 up O comando acima ativa a interface. A palavra up pode ser omitida, pois a ativação da interface de rede é o padrão.

Atribuindo um endereço de rede a uma interface (ifconfig) Para desativar a mesma interface de rede, basta usar usar o comando: #ifconfig eth0 down Digitando ifconfig são mostradas todas as interfaces ativas no momento, pacotes enviados, recebidos e colisões de datagramas. Para mostrar a configuração somente da interface eth0, use o comando: # ifconfig eth0 Em sistemas Debian, o arquivo correto para especificar os dados das interfaces é o /etc/network/interfaces.

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/resolv.conf O /etc/resolv.conf é o arquivo de configuração principal do código do resolvedor de nomes. Seu formato é um arquivo texto simples com um parâmetro por linha e o endereço de servidores DNS externos são especificados nele. Existem três palavras chaves normalmente usadas que são: domain Especifica o nome do domínio local. search Especifica uma lista de nomes de domínio alternativos ao procurar por um computador, separados por espaços. A linha search pode conter no máximo 6 domínios ou 256 caracteres. nameserver Especifica o endereço IP de um servidor de nomes de domínio para resolução de nomes. Pode ser usado várias vezes

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/resolv.conf Como exemplo, o /etc/resolv.conf se parece com isto: domain admso.edu.br search lab01.admso.edu.br lab02.admso.edu.br nameserver 192.168.10.1 nameserver 192.168.12.1

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/host.conf O arquivo /etc/host.conf é o local onde é possível configurar alguns ítens que gerenciam o código do resolvedor de nomes. O formato deste arquivo é descrito em detalhes na página de manual resolv+. Em quase todas as situações, o exemplo seguinte funcionará: order hosts,bind multi on Este arquivo de configuração diz ao resolvedor de nomes para checar o arquivo /etc/hosts (parâmetro hosts) antes de tentar verificar um servidor de nomes (parâmetro bind) e retornar um endereço IP válido para o computador procurado e multi on retornará todos os endereços IP resolvidos no arquivo /etc/hosts ao invés do primeiro.

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/host.conf Os seguintes parâmetros podem ser adicionados para evitar ataques de IP spoofing: nospoof on spoofalert on O parâmetro nospoof on ativa a resolução reversa do nome da biblioteca resolv (para checar se o endereço pertence realmente àquele nome) e o spoofalert on registra falhas desta operação no syslog.

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/hosts O arquivo /etc/hosts faz o relacionamento entre um nome de computador e endereço IP local. Recomendado para IPs constantemente acessados e para colocação de endereços de virtual hosts (quando deseja referir pelo nome ao invés de IP). A inclusão de um computador neste arquivo dispenda a consulta de um servidor de nomes para obter um endereço IP, sendo muito útil para máquinas que são acessadas frequentemente. A desvantagem de fazer isto é que você mesmo precisará manter este arquivo atualizado e se o endereço IP de algum computador for modificado, esta alteração deverá ser feita em cada um dos arquivos hosts das máquinas da rede.

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/hosts Em um sistema bem gerenciado, os únicos endereços de computadores que aparecerão neste arquivo serão da interface loopback e os nomes de computadores. # /etc/hosts 127.0.0.1 localhost loopback 192.168.0.1 maquina.dominio.com.br Você pode especificar mais que um nome de computador por linha como demonstrada pela primeira linha, a que identifica a interface loopback.

Arquivos de configuração usados na resolução de nomes /etc/networks O arquivo /etc/networks tem uma função similar ao arquivo /etc/hosts. Ele contém um banco de dados simples de nomes de redes contra endereços de redes. Seu formato se difere por dois campos por linha e seus campos são identificados como: Nome_da_Rede Endereço_da_Rede Abaixo um exemplo de como se parece este arquivo: loopnet 127.0.0.0 localnet 192.168.1.0 amprnet 44.0.0.0 Quando usar comandos como route, se um destino é uma rede e esta rede se encontra no arquivo /etc/networks, então o comando route mostrará o nome da rede ao invés de seu endereço.

Configurando uma rota no Linux A configuração da rota é feita através da ferramenta route. Para adicionar uma rota para a rede 192.168.1.0 acessível através da interface eth0 basta digitar o comando: route add -net 192.168.1.0 eth0 Para apagar a rota acima da tabela de roteamento, basta substituir a palavra add por del. A palavra net quer dizer que 192.168.1.0 é um endereço de rede.para especificar uma máquina de destino, basta usar a palavra -host. Endereços de máquina de destino são muito usadas em conexões de rede apenas entre dois pontos (como ppp, plip, slip). Por padrão, a interface é especificada como último argumento. Caso a interface precise ser especificada deverá ser precedida da opção -dev.

Configurando uma rota no Linux Para adicionar uma rota padrão para um endereço que não se encontre na tabela de roteamento, utiliza-se o gateway padrão da rede. Através do gateway padrão é possível especificar um computador (normalmente outro gateway) que os pacotes de rede serão enviados caso o endereço não confira com os da tabela de roteamento. Para especificar o computador 192.168.1.1 como gateway padrão usamos: #route add default gw 192.168.1.1 eth0 O gateway padrão pode ser visualizado através do comando route - n e verificando o campo gateway. A opção gw acima, especifica que o próximo argumento é um endereço IP (de uma rede já acessível através das tabelas de roteamento).

Configurando uma rota no Linux O computador gateway está conectado a duas ou mais redes ao mesmo tempo. Quando seus dados precisam ser enviados para computadores fora da rede, eles são enviados através do computador gateway e o gateway os encaminham ao endereço de destino. Desta forma, a resposta do servidor também é enviada através do gateway para seu computador (é o caso de uma típica conexão com a Internet). A nossa configuração ficaria assim: #route add -net 192.168.1.0 eth0 #route add default gw 192.168.1.1 eth0

Configurando uma interface com um endereço IP estático Suponha que você quer configurar uma interface Ethernet que tem um endereço IP fixo 192.168.0.123. Esse endereço começa com 192.168.0 então deve estar em uma LAN. Suponha também que 192.168.0.1 é o endereço do gateway da LAN para a Internet. Edite o arquivo /etc/network/interfaces de forma que inclua uma estrofe como essa: iface eth0 inet static address 192.168.0.123 netmask 255.255.255.0 gateway 192.168.0.1 Se você tiver o resolvconf instalado então pode adicionar linhas que especifiquem informação de DNS. Por exemplo: iface eth0 inet static address 192.168.0.123 netmask 255.255.255.0 gateway 192.168.0.1 dns-search nicedomain.org dns-nameservers 195.238.2.21 195.238.2.22

Configurando uma interface usando DHCP Para configurar uma interface usando DHCP edite o arquivo /etc/network/interfaces de forma que inclua uma estrofe como essa iface eth0 inet dhcp Para que isso funcione você precisa ter instalado um clientes DHCP no sistema.

Configurando interfaces virtuais Usando interfaces virtuais você pode configurar uma única placa Ethernet para ser uma interface para várias sub-redes IP. Por exemplo, suponha que seu sistema esteja em uma rede LAN 192.168.0.x/24. Você quer conectar o sistema à Internet usando um endereço IP público provido via DHCP usando sua placa Ethernet existente. Edite o /etc/network/interfaces de forma a incluir estrofes como essas: iface eth0 inet static address 192.168.0.1 netmask 255.255.255.0 network 192.168.0.0 broadcast 192.168.0.255 iface eth0:0 inet dhcp A interface eth0:0 é uma interface virtual. Quando é levantada, também é levantada a sua superior eth0.

Atividade Todos os alunos devem configurar uma rede no laboratório com a seguinte configuração: Rede 172.16.0.0 Classe b máscara 255.255.0.0 Domínio: admso.com.br As máquinas devem ser configuradas de modo que se permita realizar ping pelo nome da máquina. Além da rede principal deve ser configurada uma rede secundária 192.168.0.0 (255.255.255.0) em interface secundária (virtual). Configure os servidores de dns como sendo ip 200.225.197 34 e 200.225.197.37 As configurações devem ser persistentes.