RELATÓRIO DE VIAGEM 1. Apresentação Pessoal Nome: Fernanda Prati de Aguiar Mendonca Matrícula: 1310336 Curso: Engenharia Química Período: 9 o País de Destino: Estados Unidos Universidade de Intercâmbio: University of California, Los Angeles UCLA 2. Visão Geral: O intercâmbio para mim foi um recomeço. Digo isso porque fui como uma pessoa e voltei como outra. Foi uma oportunidade incrível de conhecer pessoas, culturas e a mim mesma. De amadurecer, me tornar uma pessoa mais compreensiva e paciente. A ida pra Los Angeles se tornou na minha vida um período de tempo que eu não vou me esquecer nunca. Resumiria os pontos negativos da ida ao intercâmbio com dois: - Ausência de pessoas e aspectos importantes da rotina no Brasil.; - Retorno ao Brasil. No primeiro ponto me refiro basicamente ao desconforto que passei a sentir no final do intercâmbio por conta da comida, que já não me apetecia mais, e da ausência da minha família e amigos, já que passei o último mês sozinha, trabalhando na universidade. Quanto ao retorno ao Brasil, me refiro à adaptação no retorno. Tive dificuldade em me readaptar a rotina da PUC e às peculiaridades do Rio de Janeiro. Sobre os pontos positivos: - Imersão em uma nova cultura - Experiências acadêmicas espetaculares - Contato com grandes pesquisadores - Amadurecimento - Crescimento pessoal e profissional - Networking Entre outros vários pontos positivos que poderia listar sobre a ida para o intercâmbio. É uma experiência que nenhum outro tipo de atividade proporciona. Dá uma liberdade muito grande, pela distância, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade maior ainda, também pela distância. Acho que os pontos
negativos que podem existir em fazer um intercâmbio não conseguem superar sequer um dos pontos positivos que a experiência traz. 3. Primeiros passos: Logo que cheguei a Los Angeles fiz o check-in no dormitório e me deparei com a ausência completa de conhecidos, de lençóis, travesseiro, roupa de cama e outros. Minha primeira atitude, no entanto, foi ir até o departamento de admissão e registro para emitir a minha carteirinha de estudante. Na UCLA você não consegue fazer nada sem a carteirinha em mãos, nem mesmo comer, pois a entrada no refeitório é com uma catraca destravada pela carteirinha. Tendo esse documento em mãos, andei até o supermercado mais próximo para comprar os itens de uso diário, como lençóis e toalhas. É sempre importante ter em mente que o banheiro é dividido. No meu caso, éramos seis, então é interessante ter algo para organizar e separar suas coisas das coisas das outras meninas. Fora esses aspectos mais burocráticos e práticos da chegada, tudo é uma festa. A maioria das pessoas que está chegando nos dormitórios não conhece ninguém e está aberto para conhecer as outras pessoas. Tivemos no meu andar dinâmicas para nos apresentarmos uns aos outros e alguns encontros com lanches e sessões de filme para que houvesse interação. É uma oportunidade muito boa para se sentir menos sozinho. Em Los Angeles, tudo é muito distante, então quanto ao transporte, o mais indicado é o Uber ou o Lyft, que é um aplicativo semelhante. Taxi na cidade é extremamente caro e o transporte público é ineficiente, apesar de muito barato para estudantes, que podem usar de graça ou pela metade do preço, depende do tipo de transporte. Já sabendo se locomover e com os documentos da universidade emitidos, eu acho super válido participar de um tour pelo campus. No caso a UCLA, o campus é muito grande e se perder é muito fácil, pois todos os prédios seguem o mesmo padrão. Dessa forma, além de conhecer o ambiente antes das aulas começarem, o que é excelente para saber onde são as próprias aulas, o tour mostra um pouco da história daquele lugar, algumas das maiores invenções que de lá saíram e alguns pontos mais conhecidos e emblemáticos.
Além desses primeiros passos importantes, tive também na UCLA uma Orientation Session, na qual todos os alunos de primeiro ano, sendo Intercambistas ou não, participaram de um grande evento de boas vindas. É apenas mais um dos eventos que permite que você se sinta mais acolhido pela instituição em que está chegando. 4. Sites que você indica: https://www.gobrasa.org/ Indico também que entre no grupo da faculdade no Facebook. No caso da UCLA não era apenas um grupo de rede social. Era administrado pela faculdade e precisava de um email oficial para se tornar membro. Por lá eram feitos avisos sobre trabalho voluntário, oportunidade de estágio e anúncio de eventos, como as grande career fairs, quando as empresas vão até a universidade procurar por talentos para estágios de verão. 5. A Universidade: A rotina na Universidade é surpreendente, para dizer o mínimo. Estar vivendo dentro do campus, cercada de pessoas da sua idade e que compartilham do mesmo tipo de responsabilidade, da mesma inexperiência e, muitas vezes, dos mesmos medos é muito enriquecedor e reconfortante. Logo que cheguei, ainda um pouco atordoada com a mudança e com a proximidade das aulas começarem, me deparei com um processo bem diferente para a matrícula nas aulas. Para começar, tive que ir até a sala da minha orientadora para decidirmos juntas o que seria mais adequado para mim em termos de carga horária. Tendo isso acertado, a diretora do meu departamento teve então que aprovar a minha grade, para garantir que uma disciplina não atrapalharia a dinâmica da outra. Confesso que me senti um pouco controlada demais, por não gozar da mesma liberdade de escolha que tenho na faculdade no Brasil, mas foi importante receber esse auxílio e sentir que tinha quem olhasse por mim naquela imensidão.
Iniciadas as aulas, percebi a rapidez com que os conteúdos são apresentados. Na UCLA existem dois tipos de deveres de casa, que eles chamam de assignments. Um é como uma lista de exercícios semanal, que vale de 10 a 20% da nota final, variando com a distribuição de pontos feita pelo professor da disciplina. Outro é um assignment de leitura, que nada mais era do que a obrigação de ler o capítulo referente à próxima aula antes dela acontecer. Dessa forma, a lista também tinha exercícios de conteúdos que ainda não tinham sido apresentados, uma vez que era suposto que todos já tivessem lido o capítulo. Com todos esses deveres, a rotina da faculdade, mesmo cursando apenas 3 ou 4 matérias, é muito intensa. Existem prazos rigorosos a serem seguidos e tudo o que é pedido vale nota. Por mais estressante que tenha sido me adaptar a esse tipo de dinâmica, rapidamente percebi uma melhora muito grande no meu rendimento, não apenas em provas, mas também em aula. Além disso, existe um hábito muito grande de atendimento dos professores fora do horário de aula para tirar dúvidas. Por mais formal que seja o tratamento aos professores no exterior, essa liberdade dada ao aluno de passar em sua sala para simplesmente estudar é muito interessante. O que senti, na verdade, foi um suporte muito grande por parte das pessoas envolvidas na minha formação. Somado a todas essas diferenças na parte acadêmica, que me acrescentaram muito como aluna e até como profissional, vivi na UCLA a rotina de vida do campus. Almoçar nos refeitórios da faculdade com os meus amigos, sentar em salas de estudo do dormitório para estudar para a semana de finals, passar um final de tarde descontraído com o pessoal que morava no meu andar jogando cartas, até mesmo levantar de madrugada, pois o alarme de incêndio foi acionado por alguém que queimou pipoca. Essas experiências me enriqueceram muito como pessoa, me amadureceram demais e, sem dúvida nenhuma, mudaram e marcaram a minha vida. 6. Suas recomendações: As maiores recomendações que eu faria para alguém que pretende ir pro intercâmbio seriam com relação ao custo, que é extremamente alto, ao número de disciplinas a serem cursadas por semestre e à distância da família e dos amigos. Quanto ao custo, diria para que tenham planejamento e um pouco de folga antes de partir para o intercâmbio. Além dos custos fixos com alimentação e moradia, que no caso da vida no campus da UCLA pode chegar a $15 mil dólares por ano, o ambiente novo, com novas pessoas é perfeito para viagens ao longo do período de intercâmbio. No caso dos Estados Unidos, não existem muitos feriados, porém existem pequenas férias entre as estações que são excelentes para esse tipo de passeio, que fazem parte da experiência como um todo.
Quanto ao número de disciplinas, diria para desconsiderar o que temos aqui como padrão. Na UCLA o máximo de units permitido por quarter era 16, o que totaliza 4 matérias. A carga horaria de aulas é menor do que a que temos no Brasil, porém o número de horas gasto em atividades e trabalhos que devem ser entregues para cada disciplina é muito grande e ter muitas matérias em um período de adaptação pode ser estressante e desnecessário. Quanto à distância da família e amigos, diria para ir de peito e mente abertos. O mundo é muito grande para sair do Brasil procurando nas pessoas exatamente as mesmas personalidades e ideias que se tem aqui. Uma das maiores riquezas dessa experiência vai ser exatamente o convívio com culturas e ideologias diferentes. Além disso, no intercâmbio conheci um pessoal do BRASA. O BRASA é uma associação de estudantes brasileiros no exterior, que promove eventos extremamente interessantes por todo o território americano. Além disso, eles tem encontros semestrais com churrasco e algumas outras comidas típicas do Brasil para matar um pouco da saudade de casa.