REPÚBLICA VELHA BRASILEIRA: PERÍODO DO CAFÉ COM LEITE CONTEÚDOS

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Transcrição:

REPÚBLICA VELHA BRASILEIRA: PERÍODO DO CAFÉ COM LEITE CONTEÚDOS Prudente de Morais e a Guerra de Canudos Campos Sales e o Funding-loan Rodrigues Alves e a Revolta da Vacina Afonso Pena, Nilo Peçanha (vice) e o Convênio de Taubaté Hermes da Fonseca e a Revolta da Chibata Wenceslau Brás, a Guerra do Contestado e a 1ª Guerra Mundial Rodrigues Alves e Delfim Moreira (vice) Epitácio Pessoa, a Revolta dos 18 do Forte e a Semana de Arte Moderna Artur Bernardes e a Coluna Pestes Washington Luís e a Revolução de 1930. AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS O primeiro presidente da República brasileira que foi eleito por voto popular, não gerou grandes surpresas. O novo sistema eleitoral, proposto pela constituição de 1891, previa que apenas uma parte dos cidadãos teriam direito ao voto, ou seja, somente os homens, com mais de 21 anos, não analfabetos e que não pertencessem ao clero, poderiam votar. Outro importante ponto, era que esses eleitores tinham que declarar abertamente o seu voto e, por isso, muitas vezes eram coagidos a votarem nos candidatos indicados pelas elites locais (ricos fazendeiros conhecidos como Coronéis). Figura 1 PRP (Partido Republicano Paulista) e PRM (Partido Republicano Mineiro) Fonte: Portal do professor (MEC)

Devido a maioria dos presidentes que assumiram o comando do Brasil durante a República Velha, representarem os interesses de São Paulo e Minas Gerais, essa fase política do país ficou conhecida como a República do Café com Leite. Porém, apesar de Minas Gerais ser representada didaticamente pelo leite, o grande produto de exportação desse estado era o café, assim como acontecia em São Paulo. Saiba mais: O período da história do Brasil, denominado de República do Café com Leite, teve ao todo 12 presidentes que representavam principalmente os interesses das elites cafeeiras, porém nem todos eram paulistas e mineiros. Veja a seguir, a lista organizada de forma cronológica. Prudente de Morais (1894-1898) natural do estado de São Paulo Campos Sales (1898-1902) natural do estado de São Paulo Rodrigues Alves (1902-1906) natural do estado de São Paulo Afonso Pena (1906-1909) natural do estado de Minas Gerais Nilo Peçanha - vice (1909-1910) natural do estado do Rio de Janeiro Hermes da Fonseca (1910-1914) natural do estado do Rio Grande do Sul Wenceslau Brás (1914-1918) natural do estado de Minas Gerais Rodrigues Alves (morre sem tomar posse) natural do estado de São Paulo Delfim Moreira - vice (1918-1919) natural do estado de Minas Gerais Epitácio Pessoa (1919-1922) natural do estado da Paraíba Artur Bernardes (1922-1926) natural do estado de Minas Gerais Washington Luís (1926-1930) natural do Rio de Janeiro Dessa forma, sem que houvesse uma grande surpresa nas urnas, Prudente de Morais se torna o primeiro representante das elites do café a assumir a presidência da República. Ele, enquanto um governo civil, substituiu o governo militar da República da Espada, e inaugurou uma nova fase política. Figura 2 - Xícara de café Fonte: Microsoft cliparte

Prudente de Morais e a Guerra de Canudos Logo no início do seu mandato, Prudente de Morais abandonou a política de incentivo à industrialização implementada pelos militares durante a república da Espada, direcionando todos os investimentos federais ao setor cafeeiro. Essa ação política, aliada a crise econômica herdada dos governos anteriores, lhe custou fortes oposições, principalmente do exército. Figura 3 Presidente Prudente de Morais No nordeste, durante o século 18, surgiu um vilarejo no interior do sertão baiano denominado Canudos. A partir do ano de 1893, esse vilarejo passa a ser liderado pelo beato Antônio Conselheiro, que mudou o nome da localidade para Belo Monte. Com o discurso de que aquelas terras eram a Canaã (terra prometida por Deus aos seus fiéis), ele acabava convencendo muitos sertanejos humildes e ex-escravos a migrarem para a região para viver em uma grande comunidade baseada na igualdade e autosuficiência. Foi desta maneira que Canudos cresceu, chegando a ter aproximadamente 25 mil habitantes, sobrevivendo de uma economia baseada na subsistência. Porém os grandes latifundiários locais e a Igreja Católica, incomodados em perder para esse vilarejo, a mão de obra barata que antes era abundante, começaram a pressionar o Governo Republicano a destruir Canudos, acusando-os de ser um foco de resistência monarquista.

Desta forma, Prudente de Morais, decidiu utilizar a questão de Canudos ao seu favor, ordenando uma grande Guerra com a finalidade de destruir o vilarejo. Com isso, o seu governo ganharia o apoio das elites latifundiárias do Nordeste, ao mesmo tempo que desviaria o foco do exército brasileiro que não se ocuparia com a oposição nos assuntos políticos, direcionando seu olhar para a vitória no conflito. Um fato curioso é que, apesar do exercito brasileiro lutar com militares treinados e armados, enquanto Canudos se defendia com camponeses de poucos recursos, foram necessárias 3 batalhas para que o exército pudesse destruir definitivamente Canudos (o conflito durou ao todo dois anos de 1896 a 1897). Curiosidade: No ano de 1902, o escritor brasileiro do movimento pré-modernista, Euclides da Cunha, lança o livro Os Sertões que buscava contar por meio da literatura, a história da Guerra de Canudos pelo olhar dos vencidos. Por outro lado, o autor carrega em sua obra uma visão determinista (o homem é visto como um produto de três fatores: meio ambiente, raça e momento histórico), ele acaba no livro, muitas vezes considerando o sertanejo uma raça inferior e instável pela sua mestiçagem, defendendo a necessidade de se promover um branqueamento da população para obtermos algum progresso. Figura 4 Capa do Livro Os Sertões de Euclides da Cunha Fonte: Rioeduca.net Assim, Prudente de Morais cumpre seu mandato, consolidando os interesses do setor cafeeiro e afastando a influência dos militares. Nas próximas eleições, os coronéis forçarão os eleitores que estiverem sobre o seu domínio, ou seja, os seus currais eleitorais, a votarem no candidato da elite do café, Campos Sales, através do Voto de Cabresto.

O Governo de Campos Sales e o Funding-Loan Durante o mandato de Campos Sales, a crise econômica que já se arrastava por anos, se agravou ainda mais. O governo já não conseguia mais cumprir com suas obrigações internacionais de amortização da dívida externa e começava a faltar dinheiro para pagar os funcionários públicos, ou seja, o país estava à beira de um colapso financeiro. Foi nesse momento que o então presidente viaja à Europa para negociar com os nossos credores o pagamento da dívida externa do Brasil. O Funding-loan foi, nesse sentido, uma medida econômica que concedia ao Brasil um novo empréstimo no valor de 10 milhões de libras e a prorrogação do pagamento dos juros da dívida externa brasileira por 13 anos. Figura 5 Presidente Campos Sales Vale lembrar que durante o período que o Funding-loan esteve em vigor, a crise econômica brasileira foi controlada e com os lucros obtidos com a exportação do café o país passou por anos de estabilidade financeira. Mas não vamos nos iludir, essa política econômica não resolveu nossos problemas, ela apenas os prorrogou. Quando o prazo dado se esgotasse e o Brasil se ver obrigado a pagar as contas acumuladas destes 13 anos, a tão conhecida crise econômica que acompanhava a nossa história, voltaria com força total. Mas até lá, muitas coisas novas já teriam acontecido na política brasileira.

Politicamente Campos Sales também se mostrou extremamente habilidoso ao estabelecer uma aliança entre os estados e a federação, denominada de Política dos Governadores. Nela, haveria uma troca de apoios políticos, um favorecimento por interesses próprios, em que o Presidente garantiria a autonomia econômica dos estados em troca do apoio dos seus governantes, que manipulavam os votos dos currais eleitorais, nas eleições. Desta forma, a fama de bom presidente, atribuída a Campos Sales, cresceu não só por ter estabelecido uma interessante aliança entre o poder federal e o poder estadual por meio da Política dos Governadores, mas também por assumir um governo frente uma grave crise e graças a sua política econômica, entrega um país estável ao seu sucessor. O governo de Rodrigues Alves e a Revolta da Vacina Seguindo a tradição da República do Café com Leite, Rodrigues Alves também é eleito através do voto de cabresto. Porém, a sua vantagem frente aos demais presidentes que já haviam governado o Brasil, foi assumir o poder com uma relativa estabilidade econômica em consequência do Funding-loan. Durante o seu mandato, ele também pode contar com os recursos oriundos do café e da borracha que na época estourou em um segundo grande surto. Figura 6 Presidente Rodrigues Alves

Vale a pena recordarmos que o primeiro surto da borracha no Brasil se deu durante o governo de D. Pedro II, na segunda metade do século 19, quando alguns sertanejos fugiam das secas do nordeste buscando a sobrevivência com a extração do látex das seringueiras. No início do século 20, a indústria automobilística necessitava de uma grande quantidade de borracha para fabricar os pneus de automóveis e motocicletas. Esse fato fez com que despertasse novamente, o interesse sobre as áreas amazônicas em que se encontravam as seringueiras. Como uma boa parte do território do Acre era boliviano e estava ocupado por seringueiros brasileiros, a região tornou-se palco de vários conflitos entre o Brasil e a Bolívia. Para resolver as questões territoriais envolvendo o Acre, em 1903 o governo Brasileiro propôs a Bolívia o Tratado de Petrópolis, onde em síntese, o Brasil compraria esse território em troca do pagamento de 2 milhões de libras e a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Figura 7 O estado do Acre Figura 8 A bandeira do Acre Em uma visita a Europa, o presidente Rodrigues Alves fica encantado com as grandes capitais como Paris e Londres e incorpora a ideia da Belle Époque. Desta forma, decide então reformar a velha, feia e suja cidade do Rio de Janeiro, com a finalidade de transformar a capital do Brasil na cidade maravilhosa, na Paris da América. Assim, se aproveitando de um discurso higienizador de combate às constantes epidemias que marcavam a história da cidade do Rio de Janeiro, Rodrigues Alves literalmente comanda um bota abaixo, que derrubou cortiços, alargou as ruas, construiu praças, fez avenidas aos moldes dos grandes bulevares franceses, em uma grande reforma urbana e sanitarista.

Nessa época, a população carioca sofreu muito com essa reforma urbana, uma vez que as áreas centrais se valorizaram, obrigando as famílias de classe média ocuparem as periferias da cidade e as famílias mais pobres que foram expulsas dos cortiços a ocuparem os morros, intensificando o processo de favelização nos morros da cidade do Rio de Janeiro. Figura 9 Crítica contra a vacinação obrigatória Frente a toda a insatisfação popular, o governo de Rodrigues Alves, ainda resolve lançar uma campanha de vacinação obrigatória contra a Varíola, organizada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, no ano de 1904, que acabou sendo o estopim de uma grande revolta popular conhecida por Revolta da Vacina. Assim, vale lembrar que o povo não estava lutando apenas contra a vacinação obrigatória, mas também contra todo o abuso e arbitrariedade que a muito estavam sendo submetidos. O governo se viu obrigado a suspender temporariamente a vacinação obrigatória e declarou Estado de Sítio. Por fim, a revolta termina com centenas de pessoas presas e outras tantas enviadas ao Acre.

Curiosidade: Para tentar acabar com a grande população de ratos que existia na cidade do Rio de Janeiro (transmitindo muitas doenças como a Leptospirose, a Raiva, o Tifo e a Peste Bubônica), o prefeito Pereira Passos criou um projeto de lei que pagaria um pequeno valor a cada cidadão que levasse ratos caçados a prefeitura. O objetivo era promover essa peculiar caçada de forma que a população exterminasse boa parte dos ratos da cidade, acabando com esse vetor de doenças e saneando as ruas do Rio de Janeiro. O grande problema é que ao se pagar pelos ratos, essa atividade se tornou uma fonte de renda complementar as famílias cariocas mais pobres e algumas delas passaram a criar ratos para vender a prefeitura. A consequência, foi que o número de ratos ao invés de diminuir aumentou, o que fez com que o prefeito suspendesse o projeto. Ao término do seu mandato, o Presidente Rodrigues Alves, convoca eleições e, mais uma vez, através do voto de cabresto, o Brasil elegeu um presidente que representava as elites cafeeiras. O Governo de Afonso Pena, Nilo Peçanha (vice) e o Convênio de Taubaté Eleito pelo voto de cabresto, o presidente Afonso Pena, assume o governo de um Brasil estável. Sem a preocupação de pagamento da dívida (graças ao Funding-Loan) e com o dinheiro proveniente das safras de café e da extração da borracha, o novo presidente consegue administrar o país sem grandes surpresas. Figura 10 Presidente Afonso Pena

O problema é que todos esses anos de incentivo à produção cafeeira, fizeram com que o Brasil aumentasse demais a sua produção, e sobras começaram a surgir. Desta forma, o país passou a produzir mais café do que era possível exportar, gerando uma crise de superprodução. Costumeiramente, esse fato geraria uma queda dos preços do café, uma vez que para vender os excedentes, os fazendeiros teriam que baratear o produto. Provavelmente, esses cafeicultores também não aumentariam mais suas safras, e investiram seus lucros em outro setor, já que o café estaria estagnado. Mas não foi isso que aconteceu. As elites, que não desejavam perder seus altos lucros com a produção cafeeira, resolveram se unir para pressionar o governo brasileiro a comprar e estocar o excedente de café não exportado, garantindo assim seu preço de mercado. Nasce assim, o acordo político denominado de Convênio de Taubaté, que passaria nos próximos anos a socializar as perdas do setor cafeeiro, ou seja, todo o país pagaria os impostos para que o governo comprasse o excedente do café, garantindo os lucros desta elite que estava no poder. Assim, com o Convênio de Taubaté, ao invés de reduzir a produção cafeeira, ela aumentou, pois os fazendeiros sabiam que poderiam plantar cada vez mais, já que seus altos lucros estariam garantidos pela compra dos excedentes que o governo faria. Essa situação no decorrer dos anos seguintes virou um grande ciclo vicioso, pois quanto mais o governo comprava café, mais as elites cafeeiras plantavam, e quanto mais elas plantavam, mais sobras são geradas para que o governo comprasse. Afonso Pena, também buscou modernizar os portos para facilitar o escoamento do café exportado e incentivou a vinda de imigrantes europeus para o Brasil. Durante o seu mandato ainda enfrentou as primeiras greves que começavam a reivindicar direitos dos trabalhadores urbanos. Abatido com a morte do filho mais velho, veio a falecer meses depois no ano de 1909, sem terminar o mandato. Nilo Peçanha assume a presidência para terminar o mandato de Afonso Pena, mas ficou pouco tempo no poder. Sua principal contribuição foi a criação das primeiras escolas técnicas do Brasil e durante seu governo, houve a primeira grande divergência entre as elites agrárias acerca da sucessão presidencial.

Figura 11 Presidente Nilo Peçanha (vice) Nas campanhas presidenciais de 1910, a disputa política entre os candidatos Rui Barbosa e Hermes da Fonseca gerou grandes dissidências entre as oligarquias. Os eleitores ficaram no meio do conflito, pressionados a votar, segundo as ordens do seu curral eleitoral. Houve muitas fraudes nessa eleição, como por exemplo, o mesmo voto contado várias vezes, eleitores já falecidos que constavam nas listas de votação, muita violência e pancadaria. O caos eleitoral foi tamanho que essas eleições ficaram conhecidas na história como Eleições do Porrete, pois votando em Rui Barbosa, o cidadão apanhava dos capangas de Hermes da Fonseca e vice versa. Apesar de todo esse tumulto, Nilo Peçanha termina o mandato e entrega a presidência ao seu sucessor, Hermes da Fonseca. Figura 12 Disputa presidencial entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa Fonte: Portal do professor (MEC)

O governo de Hermes da Fonseca e a Revolta da Chibata Hermes da Fonseca, foi eleito presidente do Brasil frente a uma votação violenta e tumultuada, talvez a mais fraudulenta de toda a República do Café com Leite. Desta forma, ele assume o poder sem o apoio total das elites. Figura 13 Presidente Hermes da Fonseca Buscando afastar a oposição ligada a Rui Barbosa, Hermes da Fonseca, lança a Política das Salvações, que destituiu vários governadores de estados que não eram seus aliados, nomeando novos políticos de sua base para ocupar essas vagas. Esse fato gerou mais insatisfações contra o presidente recém-eleito. A crise política se tornou tão intensa que até mesmo no exército (lembre-se que Hermes da Fonseca era militar), o presidente passou a enfrentar oposições, sobretudo as organizadas por outro militar chamado Pinheiro Machado. No campo econômico as coisas também não estavam muito boas. O prazo dos 13 anos do Funding-loan acabou, e o governo brasileiro teria que voltar a pagar seus compromissos internacionais compostos por uma dívida externa bem maior do que era antes (antes a dívida externa brasileira era de aproximadamente 44 bilhões de Libras e após o Funding-Loan, ela passou para aproximadamente 151 bilhões de Libras). Como se o problema econômico da grande dívida externa não bastasse, o governo federal ainda tinha que disponibilizar recursos para comprar o excedente do café não exportado como ficou acordado no Convênio de Taubaté, ou seja, mais gastos para um governo já mergulhado em uma grave crise econômica.

A Revolta da Chibata foi outro grande problema que Hermes da Fonseca teve de enfrentar logo nos primeiros anos de seu mandato. Basicamente, a história deste conflito começa bem antes dele estourar, quando o governo brasileiro comprou dois grandes encouraçados (navio de guerra com uma torre de canhões que giram em 180º) dos ingleses. Como esses navios eram muito grandes e tinham uma tecnologia de ponta para a época, foi necessário enviar um grupo de marinheiros à Inglaterra para serem treinados a operarem as máquinas do encouraçado. Um navio desses precisa de uma tripulação de aproximadamente mil marinheiros, para suprir todas as suas funções. Figura 14 Foto do encouraçado Minas Geraes em 1910. Os marinheiros que estiveram em treinamento puderam perceber que os marinheiros ingleses não sofriam castigos corporais, eram bem alimentados e tinham salários bem melhores que os dos brasileiros. Assim, ao regressarem ao Brasil, esses marinheiros conscientizam os demais para lutar contra a exploração e os castigos corporais. Os encouraçados são tomados pelos rebeldes que passam a ameaçar bombardear o Rio de Janeiro, caso suas exigências não sejam atendidas. Saiba mais: A marinha brasileira permitia que seus oficiais de alto escalão pudessem punir os marujos com chibatadas (espécie de chicote com pontas de metal), toda vez que eles cometessem alguma falta grave. Desta forma, muitos marinheiros de baixo escalão (a maioria pobre de origem negra) sofriam com os abusos de violência de seus superiores.

A alimentação nos navios também era bastante restrita, os marujos recebiam pequenas porções de alimentos, muitas vezes meio podres. Assim, a falta de uma alimentação saudável, sobretudo pela ausência de vitamina C na dieta, acabava favorecendo o aparecimento de uma doença muito comum entre os marinheiros chamada de escorbuto (feridas no interior da boca e na língua como se fossem grandes aftas) que muitas vezes os levavam ao óbito. Os salários dos oficiais de baixa patente, também era bastante baixo, o que lhes conferia uma vida de pobreza e privações, por exemplo, muitos marujos não tinham condições de se quer, ter uma moradia descente e viviam nas favelas dos morros cariocas. A origem humilde dos marinheiros, fazia com que a esses cidadãos geralmente de origem negra e mestiça, perpetuassem seu quadro de exclusão social. Os rebeldes da Revolta da Chibata, tinham uma pauta de exigências, dentre as quais podemos destacar o fim dos castigos corporais, a obrigatoriedade de se servir um copo de suco de limão nas refeições dos marinheiros, um aumento salarial e anistia para os rebeldes. Hermes da Fonseca, sabendo que era impossível vencer os encouraçados que estavam tomados pelos rebeldes, aceitou as reinvindicações e o fim dos castigos corporais é aprovado pelo congresso brasileiro. Atendida as reinvindicações, os marinheiros encerram a revolta e se entregam pacificamente, porém o governo não cumpre o acordo. Isto é, logo após a revolta encerrada Hermes da Fonseca manda prender e punir severamente todos os envolvidos. Muitos foram envidados para o norte do Brasil, como mão de obra para a construção da ferrovia Madeira- Mamoré (alguns deles morreram devido as péssimas condições de vida e trabalho, além das constantes epidemias desta região). Um dos líderes da revolta, o almirante João Candido, chegou a ficar preso por muitos anos na Ilha de Cobras (RJ). Nessa prisão, sofreu a tortura da cal (que consistia em cobrir as paredes e os prisioneiros com cal virgem para que com as cheias da maré esse produto reaja com a água, queimando a pele e liberando uma grande quantidade de gás carbônico, que levou à morte por asfixia de alguns de seus companheiros.

Figura 15 Foto de João Candido escoltado pelo exército Fonte: Projetomemória. Apesar de terem lutado para que os marinheiros pudessem ter uma melhor condição de trabalho, os líderes da Revolta da Chibata nunca foram reconhecidos como heróis da marinha. A primeira estátua oficial que o governo brasileiro ergueu em homenagem a João Cândido foi inaugurada na cidade do Rio de Janeiro em 2007. Mesmo assim, a marinha recusou-se a receber a estátua na frente de seu prédio como havia se projetado inicialmente, sendo então colocada inicialmente no jardim do Museu da República e depois transferida para a Praça 15 de Novembro. Figura 16 Estátua em homenagem a João Candido Fonte: Sabercultural.

O Governo de Wenceslau Brás, a Guerra do Contestado e a 1ª Guerra Mundial Após o tumultuado governo de Hermes da Fonseca, a tradição eleitoral da República do Café com Leite foi reestabelecida, assim, o candidato das elites cafeeiras, Wenceslau Brás, tornou-se presidente pelo voto de cabresto. Mas não vamos nos enganar, apesar dos antigos conflitos das dissidências oligárquicas não terem marcado essas eleições, o governo desse presidente não foi nada tranquilo ou estável. Por exemplo, Wenceslau Brás, herda do governo anterior o conflito do Contestado que força o poder federal investir em uma grande guerra para sufocar os rebeldes desse conflito. Figura 17 Presidente Wenceslau Brás A Guerra do Contestado (1912-1916) foi motivada pela construção de uma estrada de ferro, que ligaria o Rio Grande do Sul a São Paulo por uma companhia inglesa (Brazil Railway Company) que passaria a ter o direito de posse das terras que margeassem os trilhos (uma faixa de 15 km de cada um dos lados). Esse fato despertou o interesse do Paraná e de Santa Catariana pelas terras da fronteira entre esses dois estados, já há muito tempo esquecidas. Porém, o problema não se limitou às disputas de fronteiras entre paranaenses e catarinenses. Na verdade, a parte mais séria do conflito se deu contra a população sertaneja, que há alguns anos havia se fixado nessas terras fronteiriças, negligenciadas pela falta de demarcação entre os estados. Assim, esses sertanejos se organizaram em algumas comunidades camponesas que viviam da subsistência, construindo suas vidas nessa região e, por isso, não estavam dispostos a abandonar as suas terras, agravando as tensões nessa região de conflito.

Desta forma, o povo da região do Contestado acabou se organizando sob a liderança do Padre José Maria, para lutar pelas suas terras e resistir as investidas, sejam elas do governo ou da companhia inglesa de trem. Por fim, o conflito se encerra com a forte intervenção militar do governo federal, que promoveu o massacre destes camponeses e a redefinição das fronteiras entre os dois estados. Outro ponto de agitação do governo de Wenceslau Brás, foi o fato de que, no ano de 1914, estoura na Europa, a Primeira Guerra Mundial. que envolveu a maioria das grandes potências industrializadas da época. Desta forma, muitos produtos que o Brasil importava, deixaram de estar disponíveis no mercado internacional, incentivando um pequeno surto industrial no Brasil. Essa guerra, também promovia uma baixa na exportação do café, que a tempos já estava em crise, impulsionando alguns investidores a ver nas pequenas fábricas uma alternativa segura ao seu capital. Foi dessa forma que o surto industrial brasileiro iniciou-se timidamente na história da República Velha. As fábricas, em geral, se concentraram no eixo Rio-São Paulo, onde o capital do setor cafeeiro era mais abundante e o grande número imigrantes servia como uma excelente mão de obra. As primeiras fábricas eram bastante improvisadas e contavam com poucos recursos de maquinários, muitas vezes a produção mal atendia a demanda do consumo interno. Mas apesar desses fatores, a falta de concorrência, fez com que esse setor progredisse bastante durante o governo do Wenceslau Brás e, na mesma proporção, cresceu também o número do operariado urbano. Saiba mais: Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), muitos cidadãos europeus migraram para o Brasil, fugindo da violência e da crise geradas pelo conflito. Para a recém nascida indústria brasileira, esses imigrantes eram muito interessantes, uma vez que eles já traziam em sua bagagem a experiência de trabalho nas fábricas. Mas, por outro lado, uma boa parte deles eram anarquistas e socialistas e já tinham a experiência histórica de luta pelos direitos dos trabalhadores. Assim, a esquerda ganhou força no Brasil e a atuação desses imigrantes politizados nos grandes centros urbanos formaram outros tantos brasileiros insatisfeitos com a exploração, nas práticas de greve e outras lutas de cunho social. O contraponto, era a repressão que o governo promovia contra esses trabalhadores, uma vez que eles eram tidos como baderneiros e agitadores. Por isso, muitos líderes acabavam presos ou mortos durante as manifestações de rua.

Nesse sentido, a Greve Geral de 1917, também foi outro sério problema que Wenceslau Brás teve de enfrentar. Motivada na sua maioria pelos imigrantes, essa paralisação chamou a atenção de muitos trabalhadores para pressionar o governo a criar leis que amparassem o trabalho. O problema é que pouco se conseguiu nesse primeiro momento, já que o movimento foi violentamente sufocado. No campo econômico, apesar da recente industrialização, o café continuava a enfrentar a crise de superprodução, sobretudo pelo fato da Europa em guerra, ter diminuído drasticamente a importação do produto, forçando o governo a comprar cada vez mais café para manter a política de preços estabelecida pelo Convênio de Taubaté. No ano de 1917, como consequência da Revolução Russa, a Tríplice Entente vê a Rússia abandonar a 1ª Guerra Mundial, gerando um desequilíbrio entre as forças. No ano seguinte, em 1918 os Estados Unidos finalmente entram na guerra contra a Tríplice Aliança, ou seja, já no último ano da disputa. É também nesse ano, que o Brasil resolve aderir à guerra enviando para a Europa alguns médicos, enfermeiros e uma pequena tropa de militares. Sendo assim, a participação do país no conflito foi mínima, pouco influenciando o cotidiano da população brasileira. Nesse mesmo ano, a 1ª Guerra Mundial se encerra com a assinatura do Tratado de Versalhes. Figura 18 Trincheiras da Primeira Guerra Mundial Politicamente, Wenceslau Brás cumpre o seu mandato e, seguindo a tradição do Café com Leite, indica como seu sucessor o ex-presidente Rodrigues Alves. A agitação e o autoritarismo do seu governo, garantiram que apesar do grande turbilhão de mudanças a eleição fosse mantida no velho esquema do Voto de Cabresto.

O governo de Rodrigues Alves e Delfim Moreira (vice) Seguindo a tradição do Café com Leite, as elites decidem eleger novamente Rodrigues Alves para o cargo de presidente do Brasil. Lembre-se que ele já governou o Brasil, e que foi no seu mandato que ocorreu a compra do estado do Acre e a Revolta da Vacina. Assim, as eleições ocorreram como de costume, com os coronéis controlando os eleitores através do voto de cabresto e garantindo a vitória do seu candidato. Porém, ocorreu uma fatalidade, Rodrigues Alves, adoece contaminado pela gripe espanhola e morre antes mesmo de tomar posse. Figura 19 Presidente Rodrigues Alves Figura 20 Vice-Presidente Delfim Moreira Desta forma, como a Constituição de 1891 não permitia o vice-presidente assumir sem que o presidente tivesse governado pelo menos a metade do mandato, não sobra outra opção a Delfim Moreira (vice), a convocar novas eleições. As elites novamente se agitaram e uma divergência parecia ressurgir, pois os mineiros alegavam que era a vez de Minas Gerais governar, já que Rodrigues Alves era paulista e os paulistas acreditavam que era a vez de São Paulo governar, pois seu candidato nem chegou a tomar posse. Para se evitar um novo racha entre as elites, repetindo o desastre das Eleições do Porrete, decidiu-se optar por um candidato neutro da Paraíba. Desta forma, Epitácio Pessoa vence as eleições e assume o poder rompendo a tradição das elites cafeeiras no poder.

O Governo de Epitácio Pessoa, a Revolta dos 18 do Forte e a Semana de Arte Moderna Durante a sua presidência, Epitácio Pessoa, ficou famoso por realizar inúmeras obras públicas, endividando o governo brasileiro. Um dado que devemos levar em consideração é que os países da Europa, estavam arrasados com a Primeira Guerra Mundial e portanto não tinham condições de ceder novos empréstimos ao Brasil. Desta forma, os Estados Unidos conseguiram entrar nessa lacuna e gradualmente a dívida externa brasileira, foi se transferindo da Inglaterra para os Estados Unidos. Vale a pena destacar que essa dívida não foi saudada, na verdade, houve apenas uma mudança de credores. Figura 21 Presidente Epitácio Pessoa No campo das artes, o Pré-Modernismo e mais tarde o Modernismo, agitaram a vida cultural do Brasil. A Semana de Arte Moderna, de 1922, que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, dividia opiniões. Os mais tradicionais criticavam e vaiavam, enquanto que os vanguardistas aplaudiam o novo movimento. Um dado curioso é que essa semana, se daria no ano do centenário da independência do Brasil e no ano da Criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas por Lênin, ou seja, a política mundial e brasileira, já estavam por si só agitadas. Figura 22 - Artes Fonte: Microsoft cliparte

Curiosidade: Apesar de São Paulo, concentrar a maior produção de riquezas durante o ciclo cafeeiro, a capital do estado ainda era uma cidade pequena e provinciana até meados do século 20. As inovações artísticas, a cultura e a vanguarda ainda eram privilégios do Rio de Janeiro, capital do Brasil. Ao propor a Semana de Arte Moderna em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, esses ousados artistas, romperam uma série de estigmas de uma sociedade extremamente tradicional e conservadora, propondo assim, algo tão novo e diferente que acabaram despertando muitas críticas. Apesar de incompreendidos, eles venceram uma importante barreira e garantiram que a proposta da arte moderna ganhasse terreno até onde não se esperava, ou seja, no ceio das elites paulistanas. A proposta era romper com o passado e inaugurar uma escola totalmente nova e desvinculada das antigas tradições europeias, redesenhando com isso, o que seria a cultura nacional brasileira. Soava como um grito nacionalista de libertação. Figura 23 - A estudante (1915-1916), de Anita Malfatti. Figura 24 Abaporu (1928) de Tarsila do Amaral. O modernismo no Brasil, buscou discutir a política, a economia e a sociedade contemporânea, focando na essência interior do que é de fato nacional, diminuindo assim a perfeição idealizada pelas escolas de artes tradicionais. A proposta antropofágica, por exemplo, era engolir toda a cultura nacional para digeri-la e criar algo que fosse totalmente novo. De fato, é inegável que o Brasil e o mundo se transformou em um grande turbilhão de mudanças que modificariam o modo irreversível o mundo do período entre guerras (1918-1939).

Outro ponto importante do governo de Epitácio Pessoa, foi a crescente oposição dos militares de baixas patentes às elites cafeeiras, denominado de Movimento Tenentista. Esse movimento, em síntese, reivindicava a implantação do voto secreto e a moralização eleitoral no Brasil. Assim, o primeiro estopim do movimento foi o levante tenentista do Rio de Janeiro, que acabou por se resumir a uma insurreição denominada de Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, que apesar de ter sido facilmente sufocada pelo presidente Epitácio Pessoa, acabou repercutindo no Brasil todo, colaborando com a formação da Coluna Prestes. Saiba mais: A revolta dos 18 do Forte de Copacabana, foi um levante de 14 militares e mais 4 civis, que marcham rumo ao catete com a intenção de impedir a posse do presidente eleito pelo voto de cabresto Artur Bernardes. Inicialmente o movimento seria composto por tenentes do Mato Grosso e Rio de Janeiro, porém com as pressões do governo federal, permaneceram rebelados apenas os tenentes do Forte de Copacabana. Contando apenas com menos de 300 homens, os líderes do movimento permitiram os rebelados que não quisessem lutar fossem dispensados e, com isso, saíram do forte apenas 17 militares, que marchariam rumo ao Palácio do Catete (sede do governo federal). A esse grupo, ainda se juntou um civil completando assim os 18 do Forte, que por fim, enfrentaram as tropas do governo. Apesar de serem em poucos, a reação do presidente foi bastante dura, e desse grupo, 16 acabaram mortos e apenas 2 foram presos, o que gerou uma grande revolta entre os tenentes do restante do Brasil. Desta forma, apesar do movimento não ter tido sucesso imediato, a sua repercussão foi bastante forte. Já no Governo de Artur Bernardes, os tenentes de São Paulo e do Rio Grande do Sul, levantaram-se em grandes colunas, marchando rumo ao Rio de Janeiro. Essas colunas, mais tarde se fundiriam formando assim a famosa Coluna Prestes. Apesar do tumulto gerado pela Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, o presidente Epitácio Pessoa consegue garantir a posse do seu sucessor que era representante das elites cafeeiras de Minas Gerais, Artur Bernardes. Assim, ele assumiu a presidência, já inserido nesse tumultuado momento histórico, com a missão de dar sequência à política do Café com Leite.

O Governo de Artur Bernardes e a Coluna Prestes A presidência de Artur Bernardes, está entre as mais agitadas e violentas da República do Café com Leite. Lembre-se que antes mesmo de assumir o governo, esse presidente já teve a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, se opondo ao seu mandato. O Movimento Tenentista, inconformado com o massacre que o governo promoveu contra os 18 do Forte, organizou diversas frentes de oposição a Artur Bernardes, como foi o caso da Revolução de 1924, que levou o presidente a bombardear São Paulo. Figura 25 Presidente Artur Bernardes Além dos tenentes, o presidente também enfrentou a oposição do movimento operário que se mobilizava cada vez com mais frequência para reivindicar os direitos dos trabalhadores. Apesar das pressões, Artur Bernardes pouco cedeu, usando da força do aparelho de estado, para oprimir esses movimentos. Para ter mais força para governar, esse presidente ainda decretou diversos Estados de Sítio, ou seja, ele suspende temporariamente os direitos constitucionais do povo brasileiro, fechando o congresso e assumindo a chefia das forças armadas, sob o pretexto de evitar o caos e a anarquia. Em síntese, o Estado de Sítio, é um período de ditadura dentro da democracia, em que o presidente tem amplos poderes concentrados em suas mãos. Em meio a toda essa agitação política, em 1925, surge a famosa Coluna Prestes nome atribuído a Coluna devido Luís Carlos Prestes (o cavaleiro da esperança), ser um dos líderes que comandavam o movimento. Nascida da união da Coluna Paulista com a Coluna Rio-grandense, a Coluna Prestes, na impossibilidade de tomar o poder, passou a marchar pelo território brasileiro a fim de conscientizar a população da importância de sua luta contra

o voto de cabresto e recrutando mais homens (soldados-cidadãos) para engrossar seu contingente de revolucionários que estariam dispostos a lutar para mudar o Brasil. Figura 26 Líderes da Coluna Prestes Durante dois anos e meio, a Coluna Prestes atravessou 11 estados do Brasil, marchando por mais de 25 mil quilômetros. Com aproximadamente 1500 homens, eles marcham da região Sul para o Centro Oeste partindo depois para o Nordeste e por fim regressando ao centro oeste até atravessar a fronteira com a Bolívia em 1927. Por todo esse período, a Coluna evitou o confronto direto com as tropas federais, usando técnicas para despistá-las. Porém em alguns momentos houve enfrentamentos com tropas estaduais e municipais, além dos jagunços, contratados pelas elites agrárias locais. Apesar de toda essa agitação política, o presidente Artur Bernardes cumpre seu mandato e seguindo a tradição do Café com Leite, elege através do voto de cabresto seu sucessor, o presidente Washington Luís. O governo de Washington Luís e a Revolução de 1930 O presidente Washington Luís assume o governo com o lema: Governar é abrir estradas. Sendo assim, no seu governo, houve muitas obras para abrir rodovias vicinais, sobretudo no interior do estado de São Paulo, além da construção das rodovias Rio Petrópolis e São Paulo - Rio de Janeiro.

Figura 27 Presidente Washington Luís. Um outro ponto de destaque desse presidente foi a preocupação de se estabelecer um plano econômico para minimizar os efeitos da grave crise econômica que o Brasil vinha enfrentando. Para isso, ele instituiu a reforma econômica, financeira, monetária e cambial no país. Nela, Washigton Luís tenta adotar o padrão ouro para valorizar a moeda brasileira e estabilizar o câmbio com o objetivo de facilitar as exportações, além de propor a redução dos gastos públicos, como por exemplo abandonar as práticas de compra do excedente do café pelo governo, que eram a muitos anos impostas pelo Convênio de Taubaté. Para que seu plano econômico desse certo, o Brasil contrairia novos empréstimos com os Estados Unidos que seriam entregues em três etapas. Porém com o advento da Crise de 1929 que arruinou a economia norte-americana, a segunda e terceira parcela dos empréstimos foram suspensas, arruinando o plano de estabilização econônica proposto por Washington Luís. A insatisfação contra o governo de Washington Luís, foi se tornando cada vez maior. As elites que não se beneficiavam das políticas cafeeiras passam a se opor ao governo e, por outro lado, as elites cafeeiras que passaram a enfrentar sérios prejuízos com o fim do Convênio de Taubaté, também deixaram de apoiar o governo. Isso tudo, aliado às insatisfações tenentistas e das classes médias urbanas agravam mais ainda esse cenário político. Contrariando a tradição da República do Café com Leite, Washington Luís, indica como seu sucessor o paulista Júlio Prestes, o que desagrada mais ainda as elites de Minas Gerais, que se associam com os Tenentistas e as elites do Rio Grande do Sul e da Paraíba, para lançar a candidatura de Getúlio Vargas.

As eleições ocorreram como de costume, o voto de cabresto, as fraudes e a máquina do governo agiram de forma a garantir a vitória de Júlio Prestes. Porém, antes mesmo dele assumir, Getúlio Vargas e seus apoiadores dão um golpe político que derruba o presidente Washington Luís em 1930, e estipula o Governo Provisório da República Nova. Figura 28 Presidente Getúlio Vargas. Novamente na história do Brasil não houve uma intensa participação popular a esse movimento, muito menos houve uma transformação que modificou as estruturas econômicas e sociais do país. A Revolução de 1930, foi portanto muito mais um golpe político dado pelas elites dissidentes, com o apoio dos tenentes e das classes médias do que uma revolução em si. Mas, apesar disso é inegável que as transformações trazidas por Getúlio Vargas nos próximos anos em que ele se manterá no poder (1930-1945 e 1951-1954) mudarão de forma decisiva os rumos da história brasileira. ATIVIDADES 1. Sobre o sistema eleitoral brasileiro que vigorou durante toda a República Velha, explique a denominação voto de cabresto pelo qual ele ficou popularmente conhecido.

2. (ENEM 2011) Charge capa da revista O Malho, de 1904. Disponível em: http://1.bp.blogspot.com. A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século 20, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária. b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.

3. (ENEM 2010 / 2ª Aplicação) O mestre-sala dos mares Há muito tempo nas águas da Guanabara O dragão do mar reapareceu Na figura de um bravo marinheiro A quem a história não esqueceu Conhecido como o almirante negro Tinha a dignidade de um mestre-sala E ao navegadar pelo mar com seu bloco de fragatas Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas Jovens polacas e por batalhões de mulatas Rubras cascatas jorravam nas costas dos negros pelas pontas das chibatas (...) BLANC, A; BOSCO, J. O mestre-sala dos mares. Disponível em: www.usinadeletras.com.br. Acesso em: 19 de jan. 2009. Na história brasileira, a chamada Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, e descrita na música, foi a) a rebelião de escravos contra os castigos físicos, ocorrida na Bahia, em 1848, e repetida no Rio de Janeiro. b) a revolta, no porto de Salvador, em 1860, de marinheiros dos navios que faziam o tráfico negreiro. c) o protesto, ocorrido no Exército, em 1865, contra o castigo de chibatadas em soldados desertores na Guerra do Paraguai. d) a rebelião dos marinheiros, negros e mulatos, em 1910, contra os castigos e as condições de trabalho na Marinha de Guerra. e) o protesto popular contra o aumento do custo de vida no Rio de Janeiro, em 1917, dissolvido, a chibatadas, pela política.

4. (ENEM 2010 / 2ª Aplicação) AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP. O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. e) forma apresenta contornos e detalhes humanos. LEITURA COMPLEMENTAR Brasil na Primeira Guerra A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi estabelecida em função de uma série de episódios envolvendo embarcações brasileiras na Europa. No mês de abril de 1917, forças alemãs abateram o navio Paraná nas proximidades do Canal da Mancha. Seis meses mais tarde, outra embarcação brasileira, o encouraçado Macau, foi atacado por alemães. Indignados, populares exigiram uma resposta contundente das autoridades brasileiras.

Na época, o presidente Venceslau Brás firmou aliança com os países da Tríplice Entente (Estados Unidos, Inglaterra e França), em oposição ao grupo da Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-húngaro, Alemanha e Império Turco-otomano. Sem contar com uma tecnologia bélica expressiva, podemos considerar a participação brasileira na Primeira Guerra bastante tímida. Entre outras ações, o governo do Brasil enviou alguns pilotos de avião, o oferecimento de navios militares e apoio médico. Incumbidos de proteger o Atlântico de possíveis ataques de submarinos alemães, sete embarcações foram usadas na Primeira Guerra: dois cruzadores, quatro contratorpedeiros e mais um navio auxiliar. A pequena tripulação destes navios, mesmo tendo um papel breve, foi vítima da epidemia de gripe espanhola que assolou a Europa nesse período. A experiência de maior sucesso brasileiro no conflito aconteceu com os grupos enviados para lutarem ao lado de soldados franceses e britânicos. Os brasileiros tiveram participação nos conflitos das tropas da frente ocidental e na região da Jutlândia. O mais conhecido caso de participação brasileira se refere ao militar José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Relatos contam que este militar foi responsável pelo comando de pelotões de cavalaria francesa e uma pequena unidade de tanques. A experiência por ele adquirida abriu portas para que, logo em seguida, o Brasil adquirisse seus primeiros carros blindados. O apoio brasileiro teve muito mais presença com o envio de suprimentos agrícolas e matéria-prima procurada pelas nações em conflito. No Brasil, a Primeira Guerra teve implicações significativas em nossa economia. A retração econômica sofrida pelas grandes nações industriais europeias abriu portas para que o parque industrial se desenvolvesse. SOUSA, Rainer Gonçalves. Brasil na Primeira Guerra. Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-primeira-guerra.htm>. Acesso em: 10 ago. 2016. 16h. REFERÊNCIAS BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1976. CARONE, Edgard. A república velha I: instituições e classes sociais. Coleção: Corpo e alma do Brasil São Paulo: Difel, 1972. CARONE, Edgard. A república velha II: evolução política (1989-1930). Coleção: Corpo e alma do Brasil. São Paulo: Difel, 1983.

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