O Grande Amor Haja o que houver Há sempre um homem para uma mulher E há de sempre haver Para esquecer um falso amor E uma vontade de morrer Seja como for Há de vencer o grande amor Que há de ser no coração Como um perdão pra quem chorou Corcovado Num cantinho um violão Este amor, uma canção Pra fazer feliz a quem se ama Muita calma pra pensar E ter tempo pra sonhar Da janela vê-se o Corcovado O Redentor, que lindo! Quero a vida sempre assim Com você perto de mim Até o apagar da velha chama E eu que era triste Descrente deste mundo Ao encontrar você eu conheci O que é felicidade Meu amor Garota de Ipanema Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É ela menina Que vem e que passa Num doce balanço, a caminho do mar Moça do corpo dourado Do sol de Ipanema O seu balançado é mais que um poema É a coisa mais linda que eu já vi passar Ah, porque estou tão sozinho Ah, porque tudo é tão triste Ah, a beleza que existe A beleza que não é só minha Que também passa sozinha Ah, se ela soubesse Que quando ela passa
O mundo sorrindo se enche de graça E fica mais lindo Por causa do amor A Felicidade Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranquila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a fantasia De rei ou de pirata ou jardineira Pra tudo se acabar na quarta feira Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar A minha felicidade está sonhando Nos olhos da minha namorada É como esta noite Passando, passando Em busca da madrugada Falem baixo, por favor Prá que ela acorde alegre como o dia Oferecendo beijos de amor Tristeza não tem fim... Canção em Modo Menor Porque cada manhã me traz O mesmo sol sem resplendor E o dia é só um dia a mais E a noite é sempre a mesma dor Porque o céu perdeu a cor E agora em cinzas se desfaz Porque eu já não posso mais
Sofrer a mágoa que sofri Porque tudo que eu quero é paz E a paz só pode vir de ti Porque meu sonho se perdeu E eu sempre fui um sonhador Porque perdidos são meus ais E foste para nunca mais Oh, meu amor Porque minha canção morreu No apelo mais desolador Porque a solidão sou eu Ah, volta aos braços meus, amor Por Causa de Você Ah, você está vendo só Do jeito que eu fiquei E que tudo ficou Uma tristeza tão grande Nas coisas mais simples Que você tocou A nossa casa querido Já estava acostumada Guardando você As flores na janela Sorriam, cantavam Por causa de você Olhe meu bem nunca mais Nos deixe por favor Somos a vida e o sonho Nós somos o amor Entre meu bem por favor Não deixe o mundo mau lhe levar outra vez Me abrace simplesmente Não fale, não lembre Não chore meu bem Janelas Abertas Sim Eu poderia fugir, meu amor Eu poderia partir Sem dizer pra onde vou Nem se devo voltar Sim Eu poderia morrer de dor Eu poderia morrer E me serenizar Ah Eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria Uma casa vazia Sem luz nem calor Mas Quero as janelas abrir Para que o sol possa vir iluminar nosso amor Brigas Nunca Mais Chegou, sorriu, venceu depois chorou Então fui eu quem consolou sua tristeza Na certeza de que o amor tem dessas fases más Que é bom para fazer as pazes, mas Depois fui eu quem dela precisou E ela então me socorreu E o nosso amor mostrou que veio prá ficar Mais uma vez por toda a vida Bom é mesmo amar em paz Brigas nunca mais O Morro Não Tem Vez O morro não tem vez E o que ele fez já foi demais Mas olhem bem vocês Quando derem vez ao morro Toda a cidade vai cantar Morro pede passagem Morro quer se mostrar Abram alas pro morro Tamborim vai falar É um, é dois, é três É cem, é mil a batucar O morro não tem vez Mas se derem vez ao morro Toda a cidade vai cantar Piano na Mangueira Mangueira Estou aqui na plataforma Da estação primeira O morro veio me chamar De terno branco E chapéu de palha Vou me apresentar À minha nova parceira (majestosa) Mandei subir o piano Pra mangueira A minha música não é de Levantar poeira
Mas pode entrar no barracão Onde a cabrocha pendura A saia ao amanhecer da Quarta-feira, Mangueira Estação primeira Pela vida inteira Mangueira Medo de Amar Vira essa folha do livro e se esqueça de mim Finja que o amor acabou e se esqueça de mim Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz E que ter medo de amar não faz ninguém feliz Agora vá sua vida como você quer Porém, não se surpreenda se uma outra mulher Nascer de mim, como do deserto uma flor E compreender que o ciúme é o perfume do amor Ligia Eu nunca sonhei com você Nunca fui ao cinema Não gosto de samba Não vou a Ipanema Não gosto de chuva Nem gosto de sol E quando eu lhe telefonei Desliguei, foi engano O seu nome eu não sei Esqueci no piano As bobagens de amor Que eu iria dizer Não, Ligia, Ligia Eu nunca quis tê-la ao meu lado Num fim de semana Um chope gelado Em Copacabana Andar pela praia até o Leblon E quando eu me apaixonei Não passou de ilusão O seu nome rasguei Fiz um samba-canção Das mentiras de amor Que aprendi com você Ligia, Ligia E quando você me envolver Nos seus braços serenos Eu vou me render Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo Que um raio de sol Ligia, Ligia Insensatez A insensatez que você fez Coração mais sem cuidado Fez chorar de dor O seu amor Um amor tão delicado Ah, porque você foi fraco assim Assim tão desalmado Ah, meu coração quem nunca amou Não merece ser amado Vai meu coração ouve a razão Usa só sinceridade Quem semeia vento, diz a razão Colhe sempre tempestade Vai, meu coração pede perdão Perdão apaixonado Vai porque quem não Pede perdão Não é nunca perdoado Eu não Existo Sem Você Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim Qua nada nesse mundo levará você de mim Eu sei e você sabe que a distância não existe Que todo grande amor Só é bem grande se for triste Por isso, meu amor Não tenha medo de sofrer Que todos os caminhos me encaminham pra você Assim como o oceano Só é belo com luar Assim como a canção Só tem razão se se cantar Assim como uma nuvem Só acontece se chover Assim como o poeta Só é grande se sofrer Assim como viver Sem ter amor não é viver Não há você sem mim E eu não existo sem você Sem Você
Sem você Sem amor É tudo sofrimento Pois você É o amor Que eu sempre procurei em vão Você é o que resiste Ao desespero e à solidão Nada existe E o mundo é triste Sem você Meu amor, meu amor Nunca te ausentes de mim Para que eu viva em paz Para que eu não sofra mais Tanta mágoa assim No mundo Sem você Eu Sei Que Vou Te Amar Eu sei que vou te amar Por toda a minha vida, eu vou te amar Em cada despedida, eu vou te amar Desesperadamente Eu sei que vou te amar E cada verso meu será Prá te dizer que eu sei que vou te amar Por toda a minha vida Eu sei que vou chorar A cada ausência tua eu vou chorar Mas cada volta tua há de apagar O que esta ausência tua me causou Eu sei que vou sofrer A eterna desventura de viver À espera de viver ao lado teu Por toda a minha vida O Samba me Diz Pode amanhecer O que doeu assim Já desabrochou Com o que eu chorei de mim Pode o dia vir me despertar O que ontem era dor É flor no meu jardim Podem espalhar Que eu não sei o que fiz Podem até zombar de cada cicatriz
Apontar a minha insensatez Mas não venham dizer Que eu nunca fui feliz Pode ser que até digam que eu não soube amar Mas, do amor, quem só espera sua dor o saberá? O amargo sabor já se foi Hoje eu canto o que o samba me diz Não é feliz quem maldiz o amor Correnteza A correnteza do rio vai levando aquela flor O meu bem já está dormindo zombando do meu amor zombando do meu amor Na barranceira do rio o ingá se debruçou E a fruta que era madura a correnteza levou a correnteza levou a correnteza levou, ah E choveu uma semana e eu não vi o meu amor O barro ficou marcado aonde a boiada passou Depois da chuva passada céu azul se apresentou Lá na beira da estrada vem vindo o meu amor vem vindo o meu amor vem vindo o meu amor Ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá E choveu uma semana e eu não vi o meu amor O barro ficou marcado aonde a boiada passou A correnteza do rio vai levando aquela flor E eu adormeci sorrindo Sonhando com nosso amor Sonhando com nosso amor Sonhando... Chovendo na Roseira Olha Está chovendo na roseira Que só dá rosa mas não cheira A frescura das gotas úmidas Que é de Betinha, que é de Paulinho, que é de João, Que é de ninguém Pétalas de rosa espalhadas pelo vento Um amor tão puro carregou meu pensamento Olha! um tico-tico mora ao lado E, passeando no molhado,
Adivinhou a primavera Olha Que chuva boa, prazenteira Que vem molhar minha roseira Chuva boa, criadeira Que molha a terra Que enche o rio Que lava o céu Que traz o azul Olha O jasmineiro está florindo E o riachinho de água esperta se lança em vasto rio de águas calmas Ah! você é de ninguém Ah! você é de ninguém... Água de Beber Eu quis amar mas tive medo E quis salvar meu coração Mas o amor sabe um segredo O medo pode matar o seu coração Eu nunca fiz coisa tão certa Entrei pra escola do perdão A minha casa vive aberta Abri todas as portas do coração Eu sempre tive uma certeza Que só me deu desilusão É que o amor é uma tristeza Muita mágoa demais para um coração Doceamargo Quem ainda não provou do sabor Doceamargo dessa dor, meu amor
Quem não sabe desse mal, meu bem Não se pode ser assim sem ninguém Quem da lágrima guardou só rancor Só veneno e solidão, meu amor Ume maldiz o próprio mal, meu bem Não merece mesmo amar mais ninguém Quem nunca de si já se esqueceu Nada sabe quem nunca se deu Sem dó e sem ninguém no mundo E só O Nosso Amor O nosso amor Vai ser assim Eu pra você Você pra mim O nosso amor Vai ser assim Eu pra você Você pra mim Tristeza Eu não quero nunca mais Vou fazer você feliz Vou querer viver em paz O nosso amor Vai ser assim Eu pra você Você pra mim Chega de Saudade Vai minha tristeza E diz a ela Que sem ela não pode ser Diz-lhe numa prece Que ela regresse Porque eu não posso mais sofrer Chega de saudade A realidade É que sem ela não há paz Não há beleza É só tristeza E a melancolia Que não sai de mim Não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar Que coisa linda, que coisa louca Pois há menos peixinhos a nadar no mar Do que os beijinhos Que eu darei na sua boca Dentro dos meus braços Os abraços Hão de ser milhões de abraços Apertado assim Colado assim Calado assim Abraços e beijinhos E carinhos sem ter fim Que é pra acabar com esse negócio De viver longe de mim Vamos deixar desse negócio De você viver sem mim