Ordenamento do Espaço Rural Ano lectivo 2005/2006 Capítulo 4 Ordenamento do Espaço Rural 1
4.1 A Política Nacional de Ordenamento do Território 2
Ordenamento do Território Assenta no sistema de gestão territorial consagrado pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de Dezembro, que aprovou o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, em execução da Lei de Bases da Política do Ordenamento do Território e de Urbanismo (Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto) 3
De acordo com este regime jurídico o Sistema de Gestão Territorial organiza-se, num quadro de interacção coordenada, em três âmbitos: a) O âmbito nacional (entendido como o território de Portugal Continental); b) O âmbito regional; c) O âmbito municipal. 4
O âmbito nacional é concretizado através dos seguintes instrumentos: a) O programa nacional da política de ordenamento do território (PNPOT); b) Os planos sectoriais com incidência territorial (PSIT); c) Os planos especiais de ordenamento do território (PEOT), compreendendo: os planos de ordenamento de áreas protegidas (POAP), os planos de ordenamento de albufeiras de águas públicas (POAAP), os planos de ordenamento da orla costeira (POOC) e os planos de ordenamento dos parques arqueológicos (POPA). 5
O âmbito regional é concretizado através dos planos regionais de ordenamento do território (PROT). O âmbito municipal é concretizado através dos seguintes instrumentos: a) Os planos intermunicipais de ordenamento do território (PIOT); b) Os planos municipais de ordenamento do território (PMOT), que compreendem os planos directores municipais (PDM), os planos de urbanização (PU) e os planos de pormenor (PP). 6
Ordenamento do Espaço Rural 7
4.2 PMOT - Planos Municipais de Ordenamento do Território Instrumentos de planeamento territorial, de natureza regulamentar, aprovados pelos municípios, que estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos de evolução da ocupação humana e da organização de redes e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros de aproveitamento do solo. 8
PMOT-PDM - Plano Director Municipal Plano municipal de ordenamento do território que abrange todo o território municipal e que, com base na estratégia de desenvolvimento local, estabelece a estrutura espacial, a classificação básica do solo, bem como parâmetros de ocupação, considerando a implantação dos equipamentos sociais e desenvolve a qualificação dos solos urbano e rural. Constitui uma síntese da estratégia de desenvolvimento e ordenamento local prosseguida, integrando as opções de âmbito nacional e regional com incidência na respectiva área de intervenção. O Plano Director Municipal é de elaboração obrigatória. Estão ratificados todos os PDM do continente, estando vários em processo de revisão. 9
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PMOT-PU - Plano de Urbanização Plano municipal de ordenamento do território que define a organização espacial de parte determinada do território municipal, incluída em perímetros urbanos, podendo englobar solo rural complementar que exija uma intervenção integrada de planeamento. 11
PMOT-PP - Plano de Pormenor Plano municipal de ordenamento do território que desenvolve e concretiza propostas de organização espacial de qualquer área específica do território municipal definindo com detalhe a concepção da forma de ocupação e servindo de base aos projectos de execução das infraestruturas, da arquitectura dos edifícios e dos espaços exteriores, de acordo com as prioridades estabelecidas nos programas de execução constantes do plano director municipal e do plano de urbanização. 12
4.3 Os planos sectoriais com incidência territorial (PSIT) 13
4.3 Os planos sectoriais com incidência territorial (PSIT) Planos de defesa da floresta Diploma / DL 156/2004 (art. 8.º) Lei de Bases da Política Florestal - Prevê os planos de ordenamento e gestão florestal L 33/96 Regula o procedimento de elaboração, aprovação, execução e alteração dos planos regionais de ordenamento florestal DL 204/99 Regula o procedimento de elaboração, aprovação, execução e alteração dos planos de gestão florestal DL 205/99 14
Os planos regionais de ordenamento florestal (PROF) desenvolvem as orientações preconizadas ao nível planeamento florestal nacional e da legislação, explicitando normas concretas de silvicultura e de utilização do território apresentando um carácter operativo face às orientações fornecidas por outros níveis superiores de planeamento e de decisão. utilizadas no processo de elaboração dos planos de gestão florestal (PGF) e dos planos directores municipais (PDM). 15
4.4 Servidões e Restrições 16
Servidões e Restrições: Aeroportos e Navegação Aérea Albufeiras de Águas Públicas Classificadas Áreas Beneficiadas por Obras de Fomento Hidroagrícola Áreas Protegidas Árvores de Interesse Público Captação e Protecção das Águas Subterrâneas Edifícios Públicos e outras Construções de Interesse Público Estabelecimentos Prisionais e Tutelares de Menores Gasodutos e Oleodutos Instalações de Fabrico e Armazenagem de Produtos Explosivos Organizações e Instalações Militares Património Classificado Recursos Geológicos Regime Florestal Reserva Agrícola Nacional (RAN) Reserva Ecológica Nacional (REN) Sinalização Marítima Telecomunicações Zonas Adjacentes às Margens do Domínio Hídrico Zonas de Protecção Especial (ZPE) Zonas Especiais de Conservação (ZEC) 17
Áreas Protegidas São classificados como áreas protegidas os territórios que pela sua raridade, valor ecológico, paisagístico, científico ou cultural apresentam uma relevância especial que exija medidas específicas de conservação e gestão dos recursos naturais. 18
Regime Florestal Visa assegurar não só a criação, exploração e conservação da riqueza silvícola nacional, mas também o revestimento florestal de terrenos cuja arborização seja de utilidade pública e conveniente ou necessária para o bom regime das águas e defesa de várzeas, para a valorização de áreas ardidas e benefício do clima, ou para a fixação e conservação de solo de montanhas e de areias do litoral marítimo. 19
Reserva Agrícola Nacional (RAN) A Reserva Agrícola Nacional integra um conjunto de áreas que, pelas suas características morfológicas, climatéricas e sociais, maiores potencialidades apresentam para a produção de bens agrícolas. 20
Zonas de Protecção Especial (ZPE) São áreas de importância comunitária, onde são aplicadas as medidas necessárias para a manutenção ou restabelecimento do estado de conservação das espécies de aves selvagens mencionadas no anexo A-I do DL nº 140/99. 21
Zonas Especiais de Conservação (ZEC) São sítios do território nacional, de importância comunitária, susceptíveis de contribuir para a manutenção de habitats naturais ou de espécies de fauna ou flora selvagem. 22
4.5 - A integração do Ordenamento do Espaço Rural com as diversas figuras de ordenamento do território 23
O Ordenamento do espaço rural Ao nível da macro-estrutura dos grandes valores ambientais e das grandes opções de uso do território: PROTs PMOTs No Ordenamento de alguns recursos ambientais e biofísicos em particular: PEOTs No ordenamento sectorial de alguns usos do território PSOT A visão de síntese e integradora, numa perspectiva de Ordenamento Rural Integrado de um determinado Território Rural caberia aos PMOT 24
O Espaço rural é normalmente apenas classificado em grandes classes de uso As Servidões, em particular a RAN e REN, têm funcionado apenas como disciplinadoras do crescimento urbano e não como verdadeiras figuras de ordenamento dos recursos, como se pretendia. Não há articulação entre as políticas de ordenamento fundiário / ordenamento rural integrado com os instrumentos de ordenamento do território; 25
Aos PSOT, em particular os florestais, falta capacidade de uma visão integrada e de articulação com as restantes componentes do território; Um Instrumento fundamental no Ordenamento do Território, como é o cadastro, não é integrado nas políticas de Ordenamento do Território. Em suma alguma falta de articulação entre políticas e deficiente capacidade de concretização tem remetido a questão do Ordenamento Integrado do Espaço Rural para alguma menoridade. 26