Jesus e o Pecado Imperdoável (Mateus 12:22 35)

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Transcrição:

Conheça o Mestre Jesus e o Pecado Imperdoável (Mateus 12:22 35) Quero dar início a esta lição com uma experiência. Se você não tem pensado em elefantes nos últimos meses, por favor balance a cabeça. 1 É bem provável que você tenha balançado a cabeça. Agora, a segunda parte da experiência: durante os próximos quinze segundos, tente não pensar em elefantes. Ou você pensou em elefantes, ou você teve que lutar para não fazê-lo, não foi? É provável que você não tenha pensado em elefantes há meses; mas, assim que eu disse para não pensar em elefantes, você teve que lutar contra isso. Foi assim que aconteceu quando eu era menino e deparei-me com o seguinte versículo: Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo, nem no porvir (Mateus 12:31, 32). Eu nunca tivera antes um pensamento ruim sobre o Espírito Santo, nem dissera qualquer coisa contra o Espírito Santo na minha vida. No entanto, assim que li isso, pensei: Não devo pensar nada ruim sobre o Espírito Santo, e tive de lutar com isso. Eu havia lido que, se você está prestes a ter um pensamento mau, deve pensar em outra coisa. Então, depois de ler Mateus 12:31, 32, passei um bom tempo cantando silenciosamente um hino, para que não tivesse pensamentos errados sobre o Espírito Santo. Pode ser imprudência de minha parte, mas quero que estudemos hoje o pecado imperdoável, a blasfêmia contra o Espírito Santo. Vamos fazer isso de maneira diferente. Quero que olhemos para o assunto dentro do contexto. Nunca ouvi nem li este tema abordado como uma lição expositiva, mas é assim que vamos abordar este tema. O falecido G. C. Brewer disse que muitos lhe perguntaram sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo, e estes se dividiam em quatro categorias: 1) os que queriam sinceramente saber do que se tratava; 2) os que eram apenas curiosos; 3) os que queriam sustentação para suas próprias teorias, e 4) os que temiam ter cometido esse pecado. Em relação à quarta categoria, conheço filhos de Deus muito sinceros e fiéis, que passam anos com medo, temendo terem praticado o pecado imperdoável. Tive uma amiga que sofreu com isso durante três anos e me telefonava periodicamente às vezes uma ou duas vezes por semana para reassegurar-se de que não cometera esse pecado. Não sei tudo sobre esta passagem ou sobre este tipo de pecado, mas aprendi muitas coisas ao longo destes anos: 1) não é um pecado que se comete apenas por pensar ou dizer algo tolo sobre o Espírito Santo. Não se diz simplesmente uma coisa uma vez e se comete este pecado. 2) Se você está preocupado por ter cometido ou não este pecado é porque você não o cometeu. (Espero que o motivo desta afirmação fique claro no 1

decorrer do estudo.) Voltemos para Mateus 12. (Pode ser que você queira ir à referência cruzada em Marcos 3 2 e deixá-la marcada, pois há vários pontos que observaremos nesse capítulo.) Jesus estava ocupado com seu grande ministério na Galiléia. Possivelmente, Ele retornara a Cafarnaum. Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver (v. 22). Aqui ocorreu um milagre triplo: Jesus fez essa pessoa que era cega ver; Ele fez essa pessoa que era muda falar, e Ele expulsou dela um demônio. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi? (v. 23). A Nova Versão Internacional traduz: Será que este homem é o Filho de Davi? A expressão Filho de Davi refere-se ao Messias. O povo estava dizendo: Jesus está realizando as obras do Messias, mas não está vestindo túnicas reais, como pensamos que vestiria. Ele não veio com toda aquela pompa. Havia uma interrogação na mente deles. Pensavam que Jesus poderia ser o Messias, mas não tinham certeza. O PRELÚDIO ESCANDALOSO (MATEUS 12:24 30) Chegamos à seção do texto que denomino o prelúdio escandaloso. O versículo 24 começa assim: Mas os fariseus, ouvindo isto. Uma vez que foram esses fariseus que cometeram o que Jesus chamou de pecado imperdoável, precisamos conhecê-los. Vamos manter tudo no contexto. Volte para Mateus 11 e veja os fariseus começando a seguir Jesus onde quer que Ele fosse. Criticavam Jesus, tentavam apanhá-lo em alguma armadilha; diziam tudo o que podiam para tirar-lhe o crédito. Em Mateus 11:19 disseram que Ele era um glutão e beberrão de vinho, amigo de publicanos e pecadores Na primeira parte de Mateus 12, entraram em conflito com Jesus, duas vezes, por causa do sábado. Isto nos leva a um versículo-chave: Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como lhe tirariam a vida (Mateus 12:14; grifo meu). À medida que abordarmos a afirmação de Jesus sobre o pecado imperdoável, tenha em mente que não estamos falando de filhos de Deus fiéis, que inadvertidamente dizem numa ocasião palavras tolas sobre o ministério de Jesus. Estamos falando de pessoas que, por muito tempo, são uma pedra no caminho. O que os fariseus disseram em Mateus 12:24 constitui uma conseqüência natural do rumo que eles tomaram. Vejamos o final do versículo 24: Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios. Os milagres de Jesus apresentavam três características: 1) eram imediatos; 2) eram completos, e 3) eram convincentes. Ninguém podia negar que Ele estava fazendo milagres. Em vez disso, disseram: Sim, mas Ele está praticando sortilégio. Neste contexto, Belzebu é um sinônimo de Satanás (v. 26). Os fariseus estavam dizendo: Jesus tem aliança com Satanás, e é por isso que ele é capaz de expulsar demônios. Incidentalmente, esta blasfêmia insana não teve fim com a morte de Jesus. Os historiadores da igreja contam que os judeus apologistas, nos anos seguintes, continuaram declarando que o que Jesus fez foi bruxaria e sortilégio. Não podiam negar Seus milagres; em vez disso, disseram que Ele realizou os milagres pelo poder do profano. Segundo o verso 25, Jesus conhecia os pensamentos dos fariseus. Eles não haviam feito a afirmação blasfema ao alcance dos ouvidos de Jesus; a emitiram em outro lugar, tentando tirar- Lhe o crédito. Jesus, porém, sabia o que eles estavam pensando. Então, por favor, observem que Jesus não estava meramente respondendo a algumas palavras que foram ditas. Jesus havia olhado para dentro de seus corações e mentes. Foi a isso que Ele respondeu. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse Jesus deu três argumentos para provar que o que eles tinham dito não fazia sentido. Seu primeiro argumento foi O que vocês estão dizendo é ilógico. Ele disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? (vv. 25b, 26). Se o que eles disseram fosse verdade, Satanás estaria envolvido numa guerra civil contra si mesmo. Estava no processo de destruir a si mesmo. Isso queria dizer que Satanás era ignorante. Pode-se dizer muitas 2

coisas depreciativas sobre Satanás ele é o mal personificado - mas ele não é ignorante. Então, Jesus disse: O que vocês estão dizendo não tem lógica. Em segundo lugar, Jesus disse que o que eles estavam dizendo era inconsistente. E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes (v. 27). O exorcismo era uma prática comum entre os judeus naquele tempo; você encontra exemplos disso no Livros de Atos. A história secular, porém, nos conta que o que os judeus faziam não era o que Jesus e os discípulos fizeram. O exorcismo dos judeus era um tipo de bruxaria, consistindo em processos demorados com encantamentos e o uso de substâncias misteriosas. Isso era totalmente diferente da palavra dita por Jesus a um demônio: Saia! Mas os judeus alegavam que seus discípulos expeliam demônios. De acordo com o argumento de Jesus, não faz diferença se eles estavam mesmo expelindo ou não. A questão é que os fariseus acreditavam que estavam expelindo demônios. Sendo assim, Jesus podia aplicar o mesmo argumento contra eles, chegando a uma conclusão lógica e mostrando como era absurdo. Jesus estava dizendo: Se eu estou expulsando demônios pelo poder de Satanás, então os discípulos de vocês estão fazendo o mesmo. Obviamente os fariseus não estavam prontos para aceitar isso. O argumento de Jesus, então, foi: Vocês são inconsistentes. Jesus continuou: Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós (v. 28). Jesus não estava dizendo que o reino já tinha se estabelecido; isto não aconteceria até Atos 2. Em vez disso, Jesus estava reconhecendo que a conclusão proposta pelo povo era exata: O Messias tinha chegado. Salmo 2 e outras passagens enfatizam que o Messias estava para vir como um rei, e se o rei havia chegado, por extensão, o reino também. Portanto, Jesus estava dizendo que em vez de demônios estarem sendo expulsos por Belzebu, estavam sendo expulsos por Quem viera como rei! O rei que eles estiveram esperando tinha chegado, e podiam ver essa verdade, se simplesmente abrissem os olhos e o coração! No versículo 28, sublinhe a expressão pelo Espírito de Deus. Jesus estava enfatizando: Não estou fazendo isto pelo espírito de Belzebu, mas pelo Espírito de Deus. O terceiro argumento de Jesus foi: O que vocês estão dizendo é impossível. Ele disse: Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa (v. 29). Nesta breve parábola (como é chamada em Marcos 3), o valente é Satanás. Nunca subestime seu oponente; o diabo é chamado de adversário valente. Todavia, na ilustração de Jesus, Quem era mais valente entrou e o amarrou, daí saqueou a casa. Era exatamente isto que Jesus estava fazendo quando expulsava demônios. A idéia de se amarrar Satanás é fascinante. Amarrar Satanás tinha a ver com limitar seu poder e influência sobre os homens. Satanás foi amarrado quando Jesus morreu na cruz; a morte de Jesus rompeu o derradeiro poder de Satanás sobre a humanidade. 3 Num sentido, porém, a amarração de Satanás começou quando Jesus, sucessivamente, venceu as tentações no deserto e teve continuidade através do ministério de Jesus. Os fios foram puxados fortemente ao redor de Satanás, até que o nó fosse dado na crucificação de Jesus. Jesus estava enfatizando que não havia outra forma disto ser feito, senão mostrando Seu poder sobre Satanás. Ele não estava fazendo coisas pelo poder de Satanás; mas, sim, estava demonstrando Sua autoridade sobre Satanás! Com efeito, Ele disse que havia uma grande batalha acontecendo Ele mesmo versus Satanás! No versículo seguinte, Ele disse que nesta batalha espiritual cada pessoa tem que tomar um partido: Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha (v. 30). Jesus estava tentando juntar discípulos para prepará-los para o estabelecimento do reino. Por outro lado, os fariseus estavam tentando desacreditá-lo e espalhar esses discípulos, para fazê-los parar de seguirem a Jesus Cristo. Jesus estava dizendo (não só aos fariseus, mas a todos os ouvintes e a nós hoje): Você tem que decidir de que lado está! Não há uma posição neutra quando se chega até Jesus Cristo. A PROCLAMAÇÃO SURPREENDENTE (MATEUS 12:31, 32) Agora estamos prontos para a proclamação surpreendente dos versículos 31 e 32. 3

O versículo 31 começa assim: Por isso [baseado no que acabou de acontecer, no que eles disseram e no que Eu disse], vos declaro: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens. Jesus estava dizendo: Qualquer outro pecado que não seja este que vou mencionar e toda blasfêmia que não seja esta serão perdoados. De que blasfêmia Jesus estava falando? A raiz da palavra traduzida por blasfêmia significa falar contra. Blasfêmia especificamente se referia a falar contra Deus e tratar o sagrado com irreverência. No Antigo Testamento, a blasfêmia era um dos pecados punidos com morte. Em contraste com isto, Jesus disse: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens. Paulo foi culpado de blasfêmia, mas ele foi perdoado (1 Timóteo 1:13,15). A seguir, depois de dizer que todos os tipos de blasfêmia poderiam ser perdoados, Jesus acrescenta: mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada (v. 31b; grifo meu). Isto dá medo, não dá? No versículo seguinte, aprendemos mais a respeito da blasfêmia contra o Espírito Santo: Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isto perdoado, nem neste mundo, nem no porvir (v. 32). Através dos anos uma variedade de teorias foram formuladas a respeito do que é o pecado imperdoável. Alguns disseram que é o adultério. Outros disseram que é o assassinato. Uma teoria comum tem sido o suicídio, porque se alguém se mata, não tem chance de arrepender-se. Mas este é um pecado não perdoado, e não um pecado imperdoável. Jesus estava falando sobre um pecado que se comete e então é imperdoável, não importa quanto tempo o pecador viva após cometê-lo. Não temos que adivinhar o que é este pecado. Jesus nos disse o que é. Trata-se de falar contra o Espírito Santo. No versículo 28 Jesus disse que Ele expeliu os demônios pelo Espírito de Deus, mas os fariseus afirmavam que Ele o fizera pelo poder de Belzebu. Com efeito, os fariseus disseram que o Espírito de Deus era Belzebu. Alguém pode indagar: Tem certeza de que é disso que Jesus está falando? Olhe rapidamente para a referência cruzada em Marcos 3. Depois de Marcos registrar a mesma afirmação básica a respeito do pecado imperdoável nos versículos 28 e 29, ele então apresenta esta explicação no versículo 30: Isto porque diziam: Está possesso de um espírito imundo. Em outras palavras, os fariseus cometeram o pecado imperdoável porque disseram que Jesus possuía um espírito imundo ao invés do Espírito Santo. Qualquer pecado do qual você pode se arrepender pode ser perdoado. De volta a Mateus 12:32, Jesus disse: não lhe será isso perdoado, nem neste mundo, nem no porvir. Isto significa que há pecados que podem ser perdoados no porvir? Não, é só uma forma enfática de Jesus dizer: Jamais, jamais, esse pecado jamais será perdoado! Há quem acredite que os fariseus na verdade não cometeram o pecado imperdoável, e que Jesus estava apenas advertindo-os. Segundo esses, Jesus estava dizendo: Vocês podem me rejeitar enquanto estou na terra. Quando o Espírito Santo vier e revelar o Novo Testamento, se vocês rejeitarem essa revelação, então vocês não poderão ser perdoados. Talvez tenha sido isto o que Jesus disse. Não me sinto completamente confortável com esta interpretação, pois diz que os fariseus não cometeram o pecado imperdoável. A leitura natural do texto indica que sim. As palavras de Jesus não soam como um mero aviso. Veja a avaliação que Jesus faz acerca dos fariseus em Mateus 23; eram personagens desprezíveis. Então, o que Jesus quis dizer com: Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isto perdoado? Volte a Mateus 11: os fariseus disseram que Jesus era glutão e beberrão. No capítulo 12 falaram desprezivelmente sobre Jesus acerca do sábado. Em 12:14, eles conspiraram contra ele, sobre como lhe tirariam a vida. Tudo isso foi 4

contra a pessoa dele. Depois, ainda disseram que Jesus expulsou os demônios pelo poder do diabo (v. 24). Foi aí que Jesus, efetivamente, disse: Vocês já foram longe demais. Agora não estão atacando simplesmente a Minha pessoa; estão dizendo que o poder que possuo vem de Satanás, e não de Deus. Estou fazendo isto pelo poder do Espírito de Deus, mas vocês dizem que é por um espírito maligno. Chamar o Espírito Santo de Satanás prova que vocês se tornaram tão duros que chegaram a um ponto sem volta espiritualmente! Hoje, não se pode cometer o pecado específico que esses indivíduos cometeram. Jesus não está mais andando sobre a terra, operando milagres, como fez antes. Não se pode apontar para Jesus e dizer que Ele está realizando milagres pelo poder de Belzebu. Portanto, não se pode cometer este pecado específico. Se você acha que cometeu o mesmo pecado do qual Jesus falou, e isto o perturba, esqueça. Você não pode tê-lo cometido. Mas é possível cometer o mesmo tipo em gênero de pecado, um pecado da mesma categoria. Vejamos novamente Marcos 3, o relato que Marcos fez deste incidente. O versículo 29 diz: Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno. Observe que esta passagem não diz réu do pecado eterno, mas de um pecado eterno. 4 Há pecados que são eternos. Há pecados dos quais você jamais se livra. Há pecados que jamais podem ser perdoados. João falou acerca deste tipo de pecado em sua primeira epístola: Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. Toda injustiça é pecado, e há pecado não para morte (1 João 5:16, 17). Observe as palavras pecado para morte. A morte é a única coisa que você espera se cometeu tal pecado. (Isto dá tanto medo quanto Mateus 12, não é?) O que é o pecado para morte? O que é um pecado eterno? Vamos em frente, ao próximo segmento. O SUPREMO PROPÓSITO (MATEUS 12:33 35) Na próxima seção de Mateus 12, encontramos o supremo propósito. Jesus prosseguiu à afirmação sobre falar contra o Espírito Santo com uma de Suas ilustrações favoritas: Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore (v. 33). Ele estava dizendo: Vocês podem conhecer Meu caráter pelo Meu fruto, pela Minha vida. Estou curando pessoas, ajudando pessoas e expelindo demônios. Vocês podem saber que Meu caráter é bom porque Meu fruto é bom. Quanto aos fariseus, o fruto de suas vidas é mau. Portanto, eles devem ser maus. Observe que Jesus não estava falando sobre uma única afirmação que os fariseus fizeram a respeito da expulsão de demônios pelo poder de Belzebu. Em vez disso, Ele estava falando sobre os fariseus, na totalidade de suas vidas, sobre o tipo de pessoas que eles eram! Nos versículos 34 e 35, Jesus continuou falando: Raça de víboras [assim referiu-se João aos fariseus; e agora é Jesus quem diz isto 5 ], como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Os fariseus tinham dito uma blasfêmia, mas onde se originaram estas palavras? Elas se originaram em seus corações (v. 25). Jesus não estava falando meramente sobre as palavras que eles disseram; mas, sim, sobre o estado de seus corações. Dê uma olhada no capítulo seguinte de Mateus. O capítulo 13 começa com a parábola do semeador. O primeiro solo mencionado por Jesus foi o solo que era tão duro a ponto de a semente da verdade não poder penetrar na sua superfície. Sendo assim, a semente ficou ali no chão até que um pássaro [o diabo] veio e levou-a. No contexto, Jesus tinha em mente o tipo de coração dos fariseus tão endurecido que a mensagem do evangelho não podia penetrar! Pouco depois, Jesus disse: Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecha ram os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados (Mateus 13:15). Jesus estava falando dos fariseus. Ele falou sobre o estado de seus corações, não meramente sobre as palavras que eles proferiram. As palavras 5

eram sintomáticas em relação às suas consciências atrofiadas. Eles falaram contra Jesus vez após outra. Quando Jesus, porém, operou o espetacular milagre triplo e eles o atribuíram a Satanás, Jesus disse que, acima de qualquer dúvida, eles provaram que atingiram um ponto onde era impossível se arrependerem. Então, não podiam ser perdoados. Não posso enfatizar totalmente que qualquer pecado do qual você pode se arrepender pode ser perdoado. Dizer que um indivíduo pode cometer um pecado que é impossível Deus perdoar é dizer muito pouco acerca de Deus e demais acerca do homem. Deus pode perdoar qualquer pecado do qual você possa se arrepender. O fato é que seu coração pode tornar-se endurecido como o coração dos fariseus. Você pode chegar ao ponto de não se arrepender do pecado. Com cuidado e em espírito de oração, considere Hebreus 6:4 6: É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. Observe a frase chave: É impossível outra vez renová-los para arrependimento. É possível se chegar a esse ponto. Pode-se rejeitar o evangelho. Pode-se rejeitar a proposta de pessoas que o amam, que querem ajudá-lo. Pode-se rejeitálas vez após outra. Cada vez que se faz isto, o coração fica mais endurecido (mais espinhento, mais rochoso usando expressões bíblicas) até que finalmente se chegue a um ponto espiritual sem volta. Diante disto, o autor de Hebreus adverte: Assim, pois, como diz o Espírito Santo; Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração (3:7, 8 a; grifo meu). CONCLUSÃO Digo novamente: se você está preocupado com a possibilidade de ter cometido este tipo de pecado, então você não o cometeu; pois o seu coração ainda é terno, e ainda há preocupação nele. Precisamos, porém, estar sempre alertas, quanto a esta possibilidade: se continuarmos persistentemente no pecado, qualquer pecado se dizemos: Não me importa o que os outros digam, eu gosto disso, e vou persistir em fazê-lo - nossos corações vão endurecer cada vez mais. Se permitirmos que isto aconteça, podemos atingir o ponto em que não seremos mais renovados pelo arrependimento. A Bíblia é clara quanto a isto. Se não podemos nos arrepender, não podemos ser perdoados. Você e eu não podemos olhar para o coração como Jesus podia. Você e eu não podemos decidir quando alguém atingiu este ponto, mas Deus sabe quando isso acontece. Quando ocorre tal coisa, Deus desiste da pessoa (Romanos 1:24). Que trágico! 6 Que Deus sempre nos ajude a manter o coração terno! NOTAS 11 Em sala de aula ou numa pregação, pode-se pedir que os ouvintes levantem as mãos. 12 Marcos 3 fala deste mesmo incidente. Lucas também o relata, mas a afirmação que nos interessa não se encontra na narrativa de Lucas, senão num capítulo posterior em Lucas 12:10. 13 Colossenses 2:14, 15; Apocalipse 12:10, 11. 14 No grego, não existe palavra para um ; simplesmente não há artigo indefinido aqui (que seria traduzido por o ). A passagem poderia ser traduzida assim: culpado de pecado eterno. Ainda assim, indica um tipo de pecado chamado de eterno. 15 Mateus 23:33. 16 Numa pregação, eis aqui uma boa conclusão: Vamos cantar um hino de convite. Um hino de convite é uma coisa perigosa porque se uma pessoa precisa atender-lhe e não o faz, seu coração se torna mais endurecido. Será mais difícil que ela atenda na próxima vez. Espero e oro para que você ainda tenha uma consciência terna. Por favor, eu lhe peço, não endureça seu coração. TUDO O QUE POSSUÍAM O Negociante, Cristo, vendeu tudo o que tinha para obter a pérola, e teve sucesso (Mateus 13:46). O filho mais novo, o pecador, desperdiçou tudo o que era seu para obter prazer, mas fracassou (Lucas 15:13, 14). A mulher enferma gastou tudo o que tinha para obter saúde, mas fracassou (Marcos 5:26). A viúva pobre entregou tudo o que tinha ao Senhor, e obteve Sua aprovação (Marcos 12:43, 44). Archibald Naismith 6 Autor: David Roper Série: Conheça o Mestre Copyright 2001, 2003 by A Verdade para Hoje TODOS OS DIREITOS RESERVADOS