O PT EM PERNAMBUCO E AS ELEIÇÕES DE 2016 RELATÓRIO DO GTE-GRUPO DE TRABALHO ELEITORAL CRIADO PELA CEE- COMISSÃO EXECUTIVA ESTADUAL DO PT-PE (1) I INTRODUÇÃO Este relatório tem a finalidade de disponibilizar à militância e aos dirigentes do PT PE as seguintes informações: 1 sobre o quadro consolidado das candidaturas a prefeito e a vereador do partido em todo o Estado de Pernambuco para as eleições municipais de 2016, bem como as alianças partidárias realizadas; 2 sobre os principais critérios, atividades e decisões firmadas pelo Diretório Regional, pela Comissão Executiva Estadual e/ou pelo GTE do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco PT/PE. As atividades, articulações e encontros realizados pelos Diretórios Municipais do PT (2) e voltadas à construção das táticas eleitorais e das candidaturas petistas em cada município foram acompanhadas pelo GTE através das seguintes iniciativas: a) Plenárias Regionais realizadas em todo o Estado a partir do primeiro semestre de 2015; 1 Composição do GTE : Bruno Ribeiro-Presidente; Teresa Leitão-Vice-Presidente (licenciada atualmente); Cirilo Mota-Secretário de Finanças; João da Costa-Secretário Geral; Glaucus Lima-Secretário de Comunicação (substituindo Teresa Leitão); Múcio Magalhães-Secretário de Formação; Sheila Oliveira- Secretária de Organização; e Verones Carvalho-Secretário de Assuntos Institucionais 2 O PT-PE possui atualmente 124 Diretórios Municipais e 27 Comissões Provisórias
b) Reuniões permanentes com os GTE s dos Diretórios nos municípios estratégicos (acima de 100 mil eleitores), especialmente Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão, Cabo, Petrolina e Caruaru; c) Acompanhamento continuado por parte da Sorg-Secretaria de Organização do PT-PE, com destaque para o monitoramento na fase final através das atas dos encontros e das convenções municipais; d) Avaliação constante das informações dos DM s e a definição de diretrizes pela Comissão Executiva Estadual e pelo Diretório Regional do PT-PE. II QUADRO CONSOLIDADO DAS CANDIDATURAS PETISTAS EM PERNAMBUCO NAS ELEIÇÕES DE 2016 Após a conclusão da fase das convenções partidárias, resultou o seguinte quadro totalizado das candidaturas a prefeito e a vereador filiados ao PT nas eleições municipais de 2016: Nº Candidaturas Total 1 Prefeito (a) 24 2 Prefeito (a) Reeleição 6 2 Prefeito (a) Sucessão 1 3 Vice-Prefeito (a) 23 4 Vereador (a) Reeleição 45 5 Vereador (a) Candidatos (a) 503 Os nomes dos 24 candidatos próprios do PT a prefeito, os municípios e as respectivas coligações estão detalhados no arquivo anexo (Documento 01). Os
nomes dos 23 candidatos do PT a vice-prefeito e respectivos municípios e coligações estão em outro arquivo específico anexo (Documento 02) Por sua vez, as posições e as candidaturas majoritárias e proporcionais escolhidas pelos Diretórios Municipais em cada cidade onde o PT está organizado estão resumidas nos quadros constantes de outros arquivos anexos (Documentos 03 e 04). III PRIORIDADES DEFINIDAS Essas candidaturas majoritárias e proporcionais construídas pelos Diretórios Municipais do PT, com o apoio da Direção Estadual, se apresentam nas eleições de 2016 com algumas prioridades e objetivos centrais consensuados no partido, a saber: 1 o fortalecimento do PT no Estado como alternativa de poder e em oposição ao governo estadual, que é formado pelas idéias e pelos grupos mais retrógrados da política pernambucana; 2 a defesa do legado das profundas transformações sociais e econômicas realizadas pelos governos petistas de Lula e Dilma para o País, para Pernambuco e para cada município de Pernambuco; 3 a defesa da democracia e a resistência ao golpe parlamentar da elite brasileira contra a soberania do voto popular, contra as políticas sociais inclusivas e contra os direitos conquistados nas lutas da população brasileira; 4 disputar os espaços institucionais nos municípios para desenvolver políticas públicas de cunho democrático e popular. Com esses eixos, foi estimulada como prioridade a construção de candidaturas próprias a prefeito onde as condições tornassem possíveis, segundo diretriz aprovada pelo Diretório Regional, o que foi viabilizado em 24 cidades pernambucanas, num ambiente de diálogo interno e de progressiva construção de uma sólida unidade.
Em especial, as candidaturas majoritárias nas cidades estratégicas e acima de 100 mil eleitores, a exemplo do Recife, Olinda, Jaboatão e Petrolina. No município de Caruaru, o DM local deu continuidade à aliança já existente com setores políticos locais que reforçaram a luta contra o golpe em execução no Brasil. Por razões específicas essa construção não logrou êxito em Paulista e no Cabo. Também foi definida como prioridade central o esforço para a preservação das administrações petistas nas 08 cidades já governadas pelo PT (Águas Belas, Custódia, Jaqueira, São José do Egito, Serra Talhada, Surubim, Tupanatinga e Vertente do Lério). A essas prioridades direcionadas a um melhor posicionamento do PT-PE nas eleições de 2016 se somam as iniciativas dos Diretórios Municipais em construir as candidaturas a vice-prefeito e a vereador nos municípios constantes dos quadros anexos (Documentos 01, 02, 03 e 04). IV AS ALIANÇAS PARTIDÁRIAS E OS CRITÉRIOS ADOTADOS A questão das alianças partidárias propostas pelos Diretórios Municipais nas eleições de 2016 foi um dos mais importantes desafios colocados para o PT e para a sua Direção Estadual, diante das profundas mudanças ocorridas no último ano no quadro político-partidário nacional e a sua incidência no Estado de Pernambuco. Os eixos para as decisões da Executiva Estadual, que inclusive envolveram anulações de convenções municipais, levaram em consideração os seguintes fatores: 1 as resoluções e as diretrizes estabelecidas pelas instâncias nacional e estadual do PT na matéria; 2 as especificidades locais das posições dos diversos partidos em relação ao golpe, que mudam em Pernambuco relativamente ao
quadro nacional e, algumas vezes, variam no quadro municipal em relação ao nacional e ao estadual. É importante pontuar que a resolução nacional do PT, adotada em 17.05.2016, estabeleceu como arco prioritário de alianças os partidos do campo democrático-popular que estiveram juntos na luta contra a fraude do impeachment (PCdoB, PSOL e PDT) e que fora desse arco fossem consideradas as realidades locais ou, na expressão literal da resolução, estender o diálogo... caso a caso, a setores e partidos que, mesmo fora desse espectro, defendam conosco pontos programáticos para as eleições municipais. Em Pernambuco, esse quadro contém algumas variáveis relevantes, a saber : o PTB e o grupo de partidos que lidera (PTdoB, PTN e PRB) se posicionaram contra o golpe, inclusive com os votos de seus parlamentares, deputados federais e senador; o PDT possui 02 posições bem distintas, tendo, de um lado, o bloco de Caruaru se posicionado e votado contra o golpe, através do seu prefeito e de seu deputado federal e, de outro lado, o grupo do Presidente da Alepe, funcionando como linha auxiliar do Governo Estadual com a sua unânime posição golpista; e, finalmente, o PCdoB que foi um aliado vigoroso e leal na luta contra o golpe, mas que manteve a sua aliança com o PSB em nível estadual e na cidade do Recife. Quanto aos adversários históricos do PT, seja do ponto de vista programático, seja do eleitoral (PSDB, DEM e PPS), as resoluções nacionais vetando alianças vêm desde 2011 (4 o Congresso Nacional) e se reproduziram nas resoluções nacionais adotadas neste ano. Nesse contexto, a Comissão Executiva Estadual considerou importante as alianças partidárias com o bloco liderado pelo PTB em Recife e em Olinda. Em Petrolina, foi apoiada a aliança da candidatura petista a prefeito com o PCdoB. Em Jaboatão, Petrolândia, Gameleira e João Alfredo, o PT estabeleceu coligação partidária com o PSOL, sendo que nesses 02 últimos municípios a coligação alcançou a eleição majoritária e a eleição proporcional e em Jaboatão e Petrolândia apenas para a proporcional. Ainda quanto aos municípios acima de 100 mil eleitores, em Caruaru foi homologada a aliança com o PDT e PSB porque as forças locais desses partidos
tiveram nítida posição contrária ao golpe e o PT municipal já desenvolvia uma aliança com esses setores há algum tempo. No Cabo, apesar dos esforços de ambos os GTE s, peculiaridades locais inviabilizaram o lançamento de candidatura majoritária, estando o PT concorrendo apenas às eleições proporcionais. Em Paulista, o DM não reagiu aos estímulos do GTE Estadual para a construção de candidatura própria a prefeito, insistindo, até o limite, em apoiar uma candidatura vinculada à parte do PDT auxiliar do PSB e que, inclusive, apoia os candidatos adversários das candidaturas prioritárias do PT às prefeituras do Recife e de Olinda. Quanto às alianças propostas pelos DM s municipais com candidatos majoritários filiados a partidos cujos parlamentares pernambucanos votaram pelo impeachment (PSB, PMDB, PR e PP), a CEE do PT decidiu que somente seriam homologadas caso essas forças locais firmassem posições inequívocas em sentido contrário, através de uma declaração em cartório que (1) reconheça o legado de transformações dos governos de Lula e Dilma; (2) se posione claramente contra o impeachment e (3) declare a disposição de incorporar na campanha e nos programas de governo alguns princípios e políticas públicas defendidas pelo PT (Documento 05). V AS CONVENÇÕES ANULADAS Com esses critérios políticos estabelecidos para as alianças partidárias pelas Direções Estadual e Nacional do PT, diversas convenções municipais realizadas por alguns DM s foram anuladas pela instância estadual e, em todos os casos, essas anulações foram ratificadas pela instância nacional do PT. Desse modo, estão em processo final de anulação, 18 (dezoito) convenções municipais que estabeleceram coligação majoritária do PT tendo um candidato do PSDB, do DEM e/ou do PPS na cabeça da chapa (a prefeito ou a vice). Nesses municípios, o PT somente concorrerá às eleições proporcionais. São eles : Agrestina; Araripina; Belém de São Francisco; Cupira; Ibirajuba; Ipubi; Jurema; Lagoa do Ouro; Moreilândia; Panelas; Riacho das Almas; Salgueiro; São Caetano; Sertânia; Tacaratu; Toritama; Tracunhaém e Vicência. Em Paulista, também foram anuladas as coligações majoritária e proporcional firmadas na convenção municipal, por decisão unânime da CEE,
pelas razões mencionadas acima e pelos motivos adicionais relacionados no voto escrito apresentado à CEE (Documento 06). Como o DM não construiu a candidatura própria, a qual ficou inviabilizada pelo decurso do tempo, insistindo em se coligar com o setor do PDT liderado pelo Presidente da Alepe, a decisão foi de que o PT se coligasse com o PTB, por ser um partido aliado em Pernambuco e que está apoiando as candidaturas petistas prioritárias de João Paulo, no Recife e de Teresa Leitão, em Olinda, ao contrário da parte do PDT em questão. Por motivos específicos e considerando os critérios anteriormente apresentados, também foram anuladas as convenções municipais em Tuparetama e Mirandiba, esta na parte relativa à coligação majoritária. Em ambos os municípios o PT somente concorrerá às eleições proporcionais. Finalmente, após a realização das convenções municipais, o GTE convocou as direções municipais petistas de 29 cidades do Estado, por seus presidentes e vereadores com mandato, para ouvir, em reuniões presenciais, as razões relativamente às coligações proporcionais sugeridas em seus municípios e para estabelecer regras de transição para um quadro mais coerente e harmônico de alianças partidárias, como está a exigir a nova realidade política em Pernambuco e no País decorrente da grave ofensiva contra a democracia, contra o PT e contra os direitos e conquistas de nosso povo. Recife, 05 de setembro de 2016 BRUNO RIBEIRO TERESA LEITÃO CIRILO MOTA JOÃO DA COSTA GLAUCUS LIMA
MÚCIO MAGALHÃES SHEILA OLIVEIRA VERONES CARVALHO