Eleições legislativas e representação partidária em três momentos da vida política brasileira: 1998, 2006 e 2014

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Transcrição:

ISSN on line 2359-2826 Eleições legislativas e representação partidária em três momentos da vida política brasileira: 1998, 2006 e 2014 Emerson Cervi (cpop/ufpr) newsletter v. 3 n. 2 março, 2016 universidade federal do paraná (ufpr) núcleo de pesquisa em sociologia política brasileira (nusp)

Eleições legislativas e representação partidária em três momentos da vida política brasileira: 1998, 2006 e 2014 Parliamentary elections and party representation in three moments of Brazilian political life: 1998, 2006 and 2014 Emerson Cervi (cpop/ufpr) 1 * Resumo: Nas modernas democracias de massa o sistema representativo é um indicador da organização das forças sociais em apoios partidários. O paper descreve a distribuição da representação partidária na Câmara de Deputados a partir do número de candidatos e número de eleitos deputados federais em três eleições (1998, 2006 e 2014). As comparações mostram um crescimento da importância dos partidos pequenos, em especial no que diz respeito aos números de candidatos. Também há indicativo de redução da importância dos partidos grandes na Câmara dos Deputados no período analisado. Palavras-chaves: política brasileira; eleições; Legislativo; Câmara dos Deputados; partidos políticos. Abstract: In modern mass democracies, the representative system is an indicator of the social support at parties. The paper describes the distribution of party representation in the Chamber from the number of candidates and number of elected deputies in three elections (1998, 2006 and 2014). The comparisons show a growth in the importance of small parties, in number of candidates. There are also indicative of reduced importance of major parties in the House of Representatives in the analysis period. Keywords: Brazilian politics; elections; legislative; Chamber of Deputies; political parties. Transformação da força relativa dos partidos políticos brasileiros Os aspectos mais agudos de uma crise devem ser explicados pela própria crise e não por seus antecedentes. Essa afirmação, bastante conhecida na literatura da sociologia política, faz todo sentido para a atual crise política brasileira. No entanto, as primeiras motivações dos atores coletivos envolvidos em crises nem sempre são evidentes. É o caso das lideranças partidárias brasileiras. Existem indicativos de que estamos no meio de um processo de renovação, ou mudança, nas forças dos partidos políticos com capacidade de representação das demandas sociais traduzidas em candidatos, votos e número de cadeiras ocupadas no congresso. Essas transformações graduais, que drenam força política de partidos grandes, geram estímulos para que as próprias lideranças políticas atuem contra o próprio sistema de representação. O que, a princípio, parece ser um comportamento irracional no curto prazo, ganha racionalidade quando contextualizada ao longo do tempo. 1 Bolsista de pós-doutorado CAPES/Brasil. Paper desenvolvido com apoio da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior em Flacso, España. 2

Qual é o desempenho dos partidos grandes, médios e pequenos em eleições para Câmara de Deputados nas últimas décadas? Como tem sido o êxito eleitoral dos partidos nas mais recentes eleições para a principal casa legislativa brasileira? Aqui, são apresentados os resultados de três eleições para deputado federal no Brasil: 1998, 2006 e 2014 2, para identificar tendências gerais no período. Mudanças recentes na representação partidária brasileira Os gráficos a seguir apresentam um conjunto de informações que permitem, de forma comparativa, algumas indicações sobre as mudanças no perfil da representação partidária nos últimos 16 anos. O uso de dados de desempenho na Câmara dos Deputados justifica-se por ser a principal casa legislativa do País. A partir dela é possível identificar o desempenho comparativo dos partidos em um ano ou entre diferentes eleições. As informações contidas nos gráficos 3 são: a. Grupos por tamanho: Os partidos são agrupados pela Fórmula de Nihans 4 em três grupos a partir do número de deputados federais eleitos em cada ano. Grupo A (cor preta) = maiores, Grupo B (cor vermelho) = partidos médios e Grupo C (cor verde) = partidos pequenos. O grupo indica qual a importância do partido na formação da Câmara de Deputados a cada eleição; b. Eixo X: mostra o número de candidatos a deputado federal apresentado por partido em cada eleição; c. Eixo Y: mostra o número de deputados federais eleitos por partido na eleição; d. Linha de tendência: reta transversal a partir dos coeficientes de regressão (B 0 e B 1 ). Quanto maior o ângulo da reta, mais relação existe entre o número de candidatos e o número de eleitos pelos partidos; e. Coeficiente r : coeficiente de correlação de Pearson entre o número de candidatos e o número de eleitos por partido/eleição. Quanto mais próximo de um, maior a correlação entre as duas variáveis. O Coeficiente é um indicador complementar à linha de tendência. f. Linha vertical: indica o ponto da mediana no número de candidatos por partido, ou seja, é o ponto que divide o conjunto de partidos em dois grupos iguais. Posição acima desse ponto indica que o partido está entre a metade superior de número de candidatos apresentados e vice-versa. 2 Todas as informações são do repositório de dados eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): www.tse.gov.br. 3 Todas as representações gráficas apresentadas aqui foram produzidas no pacote estatístico R Studio. 4 Para maiores informações ver Meireles, 2001. 3

g. Linha horizontal: indica o ponto da mediana do número de eleitos por partido. Divide o conjunto de partidos em dois grupos, entre os que estão acima e abaixo da mediana de eleitos. Foram considerados todos os trinta e oito partidos que disputaram pelo menos uma das três eleições analisadas aqui. As imagens estão em sequência temporal, da eleição mais antiga para a mais recente. Gráfico 1. Desempenho dos partidos políticos brasileiros nas eleições para a Câmara dos Deputados O gráfico de 1998 mostra um sistema partidário de representação com distinções claras entre os partidos. O coeficiente de regressão de r = 0,855 indica alta correlação entre número de candidatos e número de deputados eleitos. A linha mediana do número de candidatos fica abaixo de 50, o que indica que metade dos partidos naquele ano apresentou até esse número de candidatos em todo o País. A mediana de eleitos fica abaixo de cinco. Há um grupo com três partidos grandes (PFL, PSDB e PMDB). Estes partidos apresentam muitos candidatos e conseguem eleger as maiores bancadas de deputados acima de 70 deputados cada um deles. No grupo intermediário, o B, está o PT e o PTB, com aproximadamente o mesmo número de candidatos dos partidos do grupo A, porém, com menos eleitos cerca de 60 eleitos. 4

No terceiro grupo, abaixo de 20 deputados eleitos por partido, destacam -se PDT, com grande número de candidatos e baixo de eleitos, PTB e PSB. Todos os demais elegeram poucos parlamentares em 1998. Gráfico 2. Desempenho dos partidos políticos brasileiros nas eleições para a Câmara dos Deputados Em 2006 são percebidas algumas diferenças importantes em relação ao fim dos anos 1990. A primeira delas é indicada pela queda no coeficiente de correlação, que fica em r = 0,741. Isso aponta para uma menor associação entre o número de candidatos e de eleitos. O mesmo pode ser percebido pelo menor ângulo da reta de tendência linear em relação a 1998 e pelo fato de que há vários partidos dos grupos B e C com os mesmos números de candidatos, ou até superior, que os partidos do grupo A. A consequência geral é que a linha que indica a mediana do número de candidatos por partido sobe e passa de 100 candidatos em 2016. Do ponto de vista individual ficam claras algumas diferenças. Por exemplo, o PDT foi o partido que apresentou o maior número de candidatos, embora não tenha tido grande êxito eleitoral, o que o deixou no grupo B. Outra diferença é que cresce o número de partidos nos grupos superiores. Entre os principais partidos, grupo A, permanecem PMDB, PSDB e DEM, enquanto o PT sobre para esse grupo. No intermediário, grupo B, permanece o PP e passam a fazer parte o PR, PSB e PDT. 5

No grupo dos partidos pequenos destacam-se PTB, PPS e PV pelo número de candidatos e PCdoB pelo número de eleitos, embora tenha apresentado um baixo número de concorrentes naquele ano. Gráfico 3. Desempenho dos partidos políticos brasileiros nas eleições para a Câmara dos Deputados A eleição mais recente, de 2014, reforça a tendência anterior em duas direções distintas. A primeira é a maior distribuição dos candidatos entre os partidos. A segunda é de uma relativa concentração de eleitos nos mesmos três partidos grandes, com aproximação entre pequenos e médios. O coeficiente de correlação cai para r = 0,600, com redução do ângulo da reta de tendência. A mediana do número de candidatos ultrapassa a marca de 150 por partido. E a mediana dos eleitos ultrapassa cinco. Sobre as composições dos grupos por desempenho, permanecem no grupo A apenas PMDB, PSDB e PT, entre 300 e 400 candidatos a deputado federal e acima de 60 eleitos cada um. Já no grupo B, dos partidos intermediários, há diferenças. Permanecem nele o PP, PR e PSB, somados à entrada do PTB e do PSD. Já o PDT deixa o grupo B e passa a integrar o grupo C, com todos os demais partidos pequenos. A destacar o desempenho do DEM, que passa direto do grupo A em 2006 para o grupo C em 2014. 6

Entre os pequenos, SD, PRB e PSC ganham importância pelo número de eleitos em relação ao de candidatos. Outro destaque nesse grupo em 2014 é o PSOL, com o maior número de candidatos a deputado federal, embora tenha conseguido eleger apenas cinco parlamentares. Conclusões Em resumo, entre 1998 e 2014 houve mudanças nas relações de pesos dos partidos grandes, médios e pequenos na composição da Câmara de Deputados. Considerando o PMDB e o PSDB, únicos do grupo A nas três eleições, em 1998 eles tinham cerca de 300 candidatos para eleger mais de 90 cada um. Em 2014 eles ficam entre 300 e 350 candidatos para eleger entre 60 e 70. Além disso, enquanto os partidos grandes mantêm estabilidade no número de candidatos, partidos médios e pequenos têm crescimento no número de concorrentes na eleição mais recente em relação ao fim dos anos 1990. A crescente fragmentação partidária na Câmara dos Deputados não é explicada apenas pelas novas opções dos eleitores, mas, também pelo fortalecimento de partidos intermediários que além ter mais eleitos e maior participação na proporção de eleitos/candidatos. Ou seja, o êxito eleitoral desses partidos fica acima do apresentado pelos tr ês grandes (fazendo com que a reta de tendência apresente ângulos menores). Isso deve ser considerado quando analisamos as decisões dos líderes dos grandes partidos em colocar em xeque o atual sistema representativo ao desqualificar todos os seus oponen tes. Ainda que de maneira indireta, essas transformações graduais no equilíbrio de forças partidárias ajudam a entender o que a princípio parece ser um comportamento irracional dos líderes políticos na direção de enfraquecer o atual sistema, seja por parte dos oposicionistas PSDB e PMDB, seja por parte do governista PT. Referência Meireles, Manuel. 2001. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar problemas. São Paulo: Arte e Ciência. 7

*Emerson Cervi é professor do Departamento de Ciência Política, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política e do Programa de Pós- Graduação em Comunicação na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro- IUPERJ (2006), coordena o grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP). E-mail:ecervi7@gmail.com como citar: Cervi, Emerson. 2016. Eleições legislativas e representação partidária em três momentos da vida política brasileira: 1998, 2006 e 2014. Newsletter. Observatório de elites políticas e sociais do Brasil. NUSP/UFPR, v.3, n.2, março. p. 1-10. ISSN 2359-2826 8

Normas para colaboração A Newsletter do Observatório de elites políticas e sociais do Brasil aceita somente notas de pesquisa originais. Elas devem apresentar resultados substantivos de pesquisas empíricas a partir da análise de dados e evidências ainda não publicados. As notas de pesquisa devem conter até 2,5 mil palavras. A decisão sobre sua publicação cabe ao Editor a partir da avaliação de dois pareceristas. Os manuscritos submetidos serão avaliados através do sistema duplo-cego. O resumo das notas de pesquisa deve ser redigido no formato IMRAD (introdução, materiais e métodos, resultados e discussão). O título da nota de pesquisa deve conter até 150 caracteres com espaços. Cada nota de rodapé deve conter no máximo 400 caracteres com espaços. As referências bibliográficas utilizadas serão apresentadas no final da nota de pesquisa, listadas em ordem alfabética obedecendo ao padrão Harvard autor-data. As contribuições devem ser submetidas aos Editores através do endereço eletrônico: oelites@gmail.com 9

Copyright 2016 observatory of brazilian political and social elites núcleo de pesquisa em sociologia política brasileira (nusp) Newsletter. Observatório de elites políticas e sociais do Brasil. NUSP/UFPR. ISSN 2359-2826 editores: Adriano Codato (ufpr); Wellington Nunes (ufpr) conselho editorial: Bruno Bolgnesi (ufpr); Bruno Speck (usp); Cláudio Gonçalves Couto ( fgv-sp); Débora Messenberg (unb); Emerson Cervi (ufpr); Ernesto Seidl (ufsc); Flávio Heinz (ufpr); Frederico Almeida (unicamp); Lucas Massimo (ufpr); Luiz Domingos Costa (uninter/puc-pr); Maria Teresa Kerbauy (unesp); Paulo Roberto Neves Costa (ufpr); Pedro Floriano Ribeiro (ufscar); Renato Monseff Perissinotto (ufpr); Samira Kauchakje (puc-pr) Financiamento: CNPq. Processo n. 477503/2012-8 observatório de elites políticas e sociais do brasil universidade federal do paraná ufpr núcleo de pesquisa em sociologia política brasileira nusp rua general carneiro, 460 sala 904 80060-150, curitiba pr brasil Tel. + 55 (41)33605098 Fax + 55 (41)33605093 E-mail: oelites@gmail.com URL: http://observatory-elites.org/ One of the purposes of the observatory of elites is to condense knowledge and aggregate scholars in this field of study in Brazil through the sharing of information. Rights and Permissions All rights reserved. The text and data in this publication may be reproduced as long as the source is cited. Reproductions for commercial purposes are forbidden. The observatory of brazilian political and social elites disseminates the findings of its work in progress to encourage the exchange of ideas. The papers are signed by the authors and should be cited accordingly. The findings, interpretations, and conclusions that they express are those of the authors and not necessarily those of the observatory of brazilian political and social elites. Newsletters are available online at http://observatory-elites.org/ and subscriptions can be requested by email to oelites@gmail.com. 10