IgA SÉRICA, SECRETORA, IgE TOTAL E ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM INFECÇÕES POR ENTEROPARASITAS

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: BIOANÁLISES IgA SÉRICA, SECRETORA, IgE TOTAL E ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM INFECÇÕES POR ENTEROPARASITAS VALÉRIA CRISTINA RIBEIRO DANTAS Orientadora: Prof a. Dra. VALÉRIA SORAYA DE FARIAS SALES Natal/RN 2003

VALÉRIA CRISTINA RIBEIRO DANTAS IgA SÉRICA, SECRETORA, IgE TOTAL E ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM INFECÇÕES POR ENTEROPARASITAS Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas para obtenção do Grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas Área de Concentração: Bioanálises. Orientadora: PROF a. Dra. VALÉRIA SORAYA DE FARIAS SALES Natal/ 2003

Aquela que representa amor, força, coragem e que com palavras certas na hora exata me reergueram durante toda minha vida, e que sem sua educação e esforço jamais poderia ter chegado até aqui. Dedico este trabalho a minha grande e querida Mãe Meu maior orgulho!

Ao meu companheiro no amor e no trabalho Que me ensina todos os dias, sentimentos importantes da vida Pelo seu amor, sua compreensão e paciência! Eu consegui chegar ao meu objetivo Ralfo, à você dedico este trabalho, que com sua ajuda Pode ser Concluído, obrigado por ser tudo isso!!!!

Aos meus irmãos, André e Ana Conceição e a Cláudio. Que representam orgulho e sabedoria, exemplos de perseverança. Constante apoio e equilíbrio Á Thiago que nos encheu de Alegrias e Orgulho! Obrigado pelos ensinamentos de vida! Dedico à vocês, este trabalho!

A Todas as crianças que vivem e sobrevivem a tantas dificuldades Verdadeira demonstração de vitória e esperança Deus certamente está com vocês! Meu obrigado pela ajuda inocente e voluntária na Execução deste trabalho na procura de um Mundo melhor.

Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos. (Winston Churchill)

RESUMO Infecções por parasitas intestinais são uma das principais causas de morbidade em humanos e, suas relações com níveis sócio-econômicos e condições de higiene em países em desenvolvimento já são bem estabelecidas. Muitos trabalhos, porém, estão sendo realizados para elucidar as complexas interações entre nutrição, estas infecções e resposta imunológica, pois é visto que desnutrição compromete a imunidade aumentando a susceptibilidade para doenças infecciosas e estas por sua vez podem prejudicar o estado nutricional humano. Sabe-se que parasitas helmínticos estimulam síntese de IgE tanto policlonal como específica para antígeno dos mesmos e que IgA secretora, principal imunoglobulina de defesa das mucosas, pode atuar contra protozoários como a Giardia lamblia e contra helmintos como Trichuris tichiura e Strongyloides stercorales. Alguns estudos mostram que a desnutrição energético protéica influencia na produção destas respostas, mas outros autores mostram resultados divergentes. Neste trabalho avaliou-se os níveis de IgE total, IgA sérica e secretora, contagem de eosinófilos sanguíneos, níveis de proteínas séricas e estado nutricional, em 103 crianças de baixo nível sócio-econômico, para se averiguar uma correlação entre esses e infecção por enteroparasitas. Participaram do estudo crianças de ambos os sexos, com idade de 3 a 6 anos, freqüentadoras da mesma creche e residentes em um bairro com precárias condições de higiene e saneamento básico, na cidade do Natal. Os resultados obtidos mostraram que as deficientes condições ambientais e sócio-econômicas favoreceram a uma alta freqüência de infecção por enteroparasitas, principalmente Trichuris trichiura e Ascaris lumbricoides entre os helmintos e Endolimax nana e Giárdia lamblia entre os protozoários. Desnutrição leve sem déficit protéico foi observada em 30% das crianças, as quais também

não apresentaram deficiências significativas de IgA sérica e secretora. As crianças parasitadas apresentaram eosinofilia sanguínea e níveis séricos de IgE total elevados confirmando a importante participação das mesmas na resposta imune contra helmintos. Pode-se, portanto, sugerir que as crianças apesar de poliparasitadas não estavam com sua resposta imune de mucosa contra parasitas, prejudicada, provavelmente por ainda não estarem intensamente infectados, como observado na contagem de ovos por grama de fezes e também por não terem seu estado nutricional gravemente comprometido.

ABSTRACT Infections for intestinal parasites are one of the main morbidade causes in humans and, its relationships with socioeconomic levels and hygiene conditions in countries in development are already very established. Many works, even so, they are being accomplished to elucidate the complex interactions among nutrition, these infections and answer imunológica, because it is seen that malnutrition commits the immunity increasing the susceptibilidade for infectious diseases and these for its time can harm the state human nutricional. It is known that sponge helmínticos they stimulate synthesis of IgE so much policlonal as specific for the same ones and that IgA secretora, main imunoglobulina of defense of the mucous ones, can act against protozoa as the Giardia lamblia and against helmintos as Trichuris tichiura and Strongyloides stercorales. Some studies show that the malnutrition energy protéica influences in the production of these answers, but some authors show results divergentes. In this work it was evaluated the levels of total IgE, IgA sérica and secretora, contagem of sanguine eosinófilos, levels of proteins séricas and state nutricional, in 103 children of low socioeconomic level, to discover a correlation between those and infection for enteroparasitas. They participated in the study children of both sexes, with age of 3 to 6 years, visitors of the same creche and residents in a neighborhood with precarious hygiene conditions and basic saneamento, in the city of Christmas. The obtained results showed that the faulty environmental and socioeconomic conditions favored to a high infection frequency for enteroparasitas, mainly Trichuris trichiura and Ascaris lumbricoides between the helmintos and Endolimax sleep and Giárdia lamblia among the protozoa. Light malnutrition without deficit protéico was observed in 30% of the children, which didn't also present significant deficiencies of IgA sérica and secretora. The sponged children

presented sanguine eosinofilia and levels séricos of high total IgE confirming the important participation of the same ones in the immune answer against helmintos. It cannot him, therefore, to suggest that the children in spite of poliparasitadas were not with its immune answer of mucous harmed, probably for they be not still intensely infected, as observed in the contagem of eggs by gram of feces and also for they have not its state nutricional seriously committed.

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Níveis de proteínas totais e estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 56 FIGURA 2 Concentração de albumina sérica e estado nutricional de 101 crianças baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 57 FIGURA 3 Concentrações de globulinas séricas e estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal- RN. 58 FIGURA 4 Quantificação do número de ovos de A. lumbricoides, por grama de fezes, e estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico. 62 FIGURA 5 Quantificação do número de ovos de T. trichiura, por grama de fezes e estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico. 63 FIGURA 6 Número absoluto de eosinófilos no sangue periférico de acordo com a idade em 103 crianças, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 64

FIGURA 7 Número absoluto de eosinófilos no sangue periférico de acordo com o sexo de 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 65 FIGURA 8 Número absoluto de eosinófilos no sangue periférico de acordo com o estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 66 FIGURA 9 Correlação entre o número absoluto de eosinófilos, quantificação do número de ovos de A. lumbricoides e T. trichiura por grama de fezes. 67 FIGURA 10 Correlação entre IgA sérica, IgA secretora e quantidade de ovos de Ascaris lumbricoides por grama de fezes. 73 FIGURA 11 Correlação entre IgA sérica, IgA secretora e quantidade de ovos de Trichuris trichiura por grama de fezes. 74 FIGURA 12 Correlação entre níveis de IgA sérica e IgA secretora de 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 75

FIGURA 13 Correlação entre as concentrações de IgA sérica, IgA secretora e IgE total. 76 FIGURA 14 Correlação entre o número absoluto de eosinófilos, IgA secretora e IgA sérica. 77 FIGURA 15 Correlação entre a concentração sérica de IgE total e a quantidade de ovos de A. lumbricoides e T. trichiura por grama de fezes. 81 FIGURA 16 Correlação entre níveis de IgE total e número absoluto de eosinófilos de 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 82 FIGURA 17 Concentração de IgE total e estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 83

LISTA DE TABELAS TABELA 1 Distribuição por sexo e idade de 103 crianças, freqüentadoras, da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 52 TABELA 2 Distribuição segundo os indicadores sociais mínimos das famílias de 103 crianças, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 54 TABELA 3 Avaliação do estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 55 TABELA 4 Parasitismo, segundo o número de espécies infectantes em 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal- RN. 59 TABELA 5 Freqüência de parasitas intestinais em 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 60 TABELA 6 Freqüência de parasitas intestinais presentes nas 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 61

TABELA 7 Mediana dos níveis de IgA sérica e IgA secretora de 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 68 TABELA 8 Mediana das concentrações de IgA sérica e IgA secretora, segundo o estado nutricional de 101 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 69 TABELA 9 Parasitismo segundo o número de espécies infectantes e relação com as concentrações de IgA sérica em 103 crianças baixo nível socioeconômico. 70 TABELA 10 Parasitismo segundo o número de espécies infectantes e relação com as concentrações de IgA secretora em 103 crianças de baixo nível socioeconômico. 71 TABELA 11 Mediana das concentrações de IgE total de 103 crianças de baixo nível socioeconômico, freqüentadoras da Creche Nossa Senhora de Lourdes, na cidade do Natal-RN. 78 TABELA 12 Parasitismo segundo o número de espécies infectantes e relação com as concentrações de IgE sérica em 103 crianças de baixo nível socioeconômico. 79

ÍNDICE DEDICATÓRIA 3 AGRADECIMENTOS 7 LISTA DE FIGURAS 14 LISTA DE TABELAS 17 RESUMO 19 1 INTRODUÇÃO 21 2 REVISÃO DE LITERATURA 23 2.1 Sistema Imune das Mucosas 23 2.2 Imunoglobulina A (IgA) 26 2.3 Imunoglobulina E (IgE) 31 2.4 Eosinófilos e Infecções Parasitárias 34 2.5 Infecção Parasitária 36 2.6 Imunidade e Nutrição 38 3 OBJETIVOS 41 3.1 Objetivo Geral 41 3.2 Objetivos Específicos 41 4 CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS 42 4.1 População de Estudo 42 4.2 Materiais 43

4.2.1 Amostras Biológicas 43 4.3 Métodos 44 4.3.1 Dosagens de IgA sérica, IgA secretora e IgE total 44 4.3.1.1 Determinação de IgA sérica 44 4.3.1.2 Determinação de IgA secretora 45 4.3.1.3 Determinação de IgE total 45 4.3.2 Determinação de Proteínas Totais 46 4.3.2.1 Determinação de Albumina sérica 46 4.3.2.2 Determinação das Globulinas 47 4.3.3 Eletroforese de Proteínas 47 4.3.4 Contagem Absoluta de Eosinófilos 47 4.3.5 Contagem Relativa de Eosinófilos 48 4.3.6 Exame Parasitológico de Fezes (EPF) 48 4.3.6.1 Método de Hoffman, Pons & Janer 48 4.3.6.2 Método de Faust et al. 49 4.3.6.3 Método de Baermann-Moraes 49 4.3.6.4 Método de Kato-Katz 49 4.3.7 Avaliação Nutricional 50 4.3.8 Análise Estatística dos Resultados 51 5 RESULTADOS 52 5.1 Características da Amostra 52 5.2 Fatores socioeconômicos 53 5.3 Avaliação Nutricional 55

5.3.1 Proteínas Totais e Frações 56 5.4 Infecção Parasitária 59 5.4.1 Carga Parasitária 62 5.5 Contagem Absoluta de Eosinófilos 64 5.6 Dosagem de Imunoglobulinas 68 5.6.1 Dosagens de IgA sérica e IgA secretora 68 5.6.2 Dosagem de IgE total 78 6 DISCUSSÃO 84 7 CONCLUSÕES 93 ABSTRACT 95 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 97 ANEXOS 113