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Transcrição:

PSOL CAMINHA DIVIDIDO RUMO AO SEU QUINTO CONGRESSO NACIONAL Aldemario Araujo Castro Mestre em Direito Procurador da Fazenda Nacional Professor da Universidade Católica de Brasília Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (pela OAB/DF) Candidato ao Senado pelo PSOL/DF em 2014 Brasília, 28 de novembro de 2015 Dados do Censo 2010 (Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>) indicam que os 10% mais pobres dos brasileiros absorviam apenas 1,1% do total de rendimentos. Já os 10% mais ricos ficavam com 44,5% do total. O rendimento médio no grupo do 1% mais rico atingia o seguinte patamar: R$ 16.560,92. A renda média mensal per capita foi calculada em R$ 668. Entretanto, metade da população recebia até R$ 375 por mês, valor inferior ao salário mínimo oficial em 2010 (correspondente a R$ 510). Esses elementos, assim como inúmeros outros, apontam para o fato de que a sociedade brasileira, embora figurando com uma das dez maiores economias do mundo, aparece concomitantemente como uma das mais desiguais do planeta. Em outras palavras, a profunda e perversa desigualdade socioeconômica é a marca mais relevante (e mais triste) da realidade brasileira. No Brasil, a concretização de uma sociedade livre, justa e solidária, preconizada até mesmo no texto da Constituição de 1988 (art. 3 o, inciso I), não cairá do céu e nem será uma concessão simples e fácil das elites socioeconômicas. Transformações profundas de nossa perversa realidade social serão resultados de muito esforço e muita luta. Nessa caminhada, dois insumos são fundamentais: conscientização e mobilização

(dos segmentos sociais explorados representados pelos trabalhadores, juventude, estudantes e classes médias consequentes). No campo dos partidos políticos, organizações e movimentos sociais responsáveis pela conscientização e mobilização populares, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ocupa papel de destaque. Trata-se da mais importante referência de transformações socioeconômicas profundas no campo genuinamente de esquerda, notadamente depois da rendição, já antiga, do Partido dos Trabalhadores (PT) ao perverso projeto de dominação e exploração desenvolvido pelas elites nacionais e estrangeiras. O PSOL realizará o seu quinto congresso nacional no início do mês de dezembro de 2015. Trata-se de um importante marco no caminho para ocupar o espaço que lhe cabe na cena política nacional. Nos meses que antecederam ao evento nacional foram realizadas dezenas de plenárias locais e congressos regionais. As reuniões locais, com a presença dos filiados ao partido, debateram e aprovaram teses voltadas para definir as diretrizes políticas aplicáveis às direções partidárias a serem eleitas. Participei ativamente das eleições de 2014 como candidato do PSOL/DF ao Senado Federal. Também participei intensamente das plenárias do PSOL no Distrito Federal nos meses de agosto e setembro do corrente. Na segunda plenária do Plano Piloto, realizada no dia 19 de setembro do corrente, fui escolhido delegado para o congresso distrital. Essas importantes experiências de participação na vida partidária revelaram a existência de dois grandes projetos de construção do PSOL, tanto no plano regional como no plano nacional. Um desses projetos, conduzido pelas tendências do chamado Bloco de Esquerda, independentes e correntes com atuações mais isoladas, aponta para uma ação política transformadora baseada na politização e na mobilização. A ampla maioria dos militantes do PSOL,

filiados ao partido com forte inserção nos movimentos e lutas populares, estão agrupados nesse lado do espectro partidário. Esse campo do partido busca a construção de uma terceira via no debate político observado na sociedade brasileira na atualidade, fugindo claramente de qualquer perspectiva de auxiliar ou socorrer o Partido dos Trabalhadores (PT). O outro projeto de construção do PSOL, centrado na tendência denominada Unidade Socialista, investe numa ação política preponderantemente interna, burocrática, despolitizada e desmobilizadora. Aposta-se na filiação do maior número possível de pessoas ao PSOL quase que exclusivamente para garantir, sem qualquer aprofundamento do debate e da ação política, as maiorias nas instâncias decisórias do partido. Não se trata, o que seria digno de todos os elogios, de construir um partido com forte composição popular buscando um contínuo e permanente aumento da consciência e do grau de participação políticas de segmentos sofridos da população. Decididamente não se trata de nada parecido com isso, conforme pude constatar em várias plenárias realizadas no Distrito Federal. A linha de atuação política da corrente Unidade Socialista, majoritária nas instâncias nacionais do PSOL, pode ser demonstrada em três conjuntos de episódios bem emblemáticos. Em primeiro lugar, destaco o comportamento eleitoral de uma série de candidatos do PSOL/DF aos cargos de deputado distrital e deputado federal nas eleições de 2014, indicados pela Unidade Socialista. Entre outras iniciativas inusitadas para o PSOL, observei: a) apelos políticos aos torcedores de determinado clube de futebol; b) propagação explícita da homofobia; c) ausência dos candidatos majoritários do partido nos materiais de propaganda e d) priorização do endurecimento da legislação penal para o combate à criminalidade. Em segundo lugar, tomei conhecimento de uma inacreditável conversa entre participantes da plenária do PSOL/DF realizada no dia 20 de setembro do corrente em Planaltina. Foi dito algo assim:

- O que estou fazendo aqui? (uma senhora se dirige ao marido sentado ao lado). - Você veio aqui pra votar (responde o marido). - Então, vou votar na proposta 3 (diz a senhora, simpática a uma das teses do Bloco de Esquerda ). - Você veio aqui para votar na proposta 2 (retruca o marido, alinhado com a tese da Unidade Socialista ). - Mas ela é livre (interfere um filiado ao PSOL que se encontra sentado logo adiante do casal). - Ela é minha mulher e vai voltar na proposta 2 (arremata o marido e encerra a discussão). Em terceiro lugar, verifiquei, para o ápice do meu espanto, que a Comissão Organizadora Nacional do Quinto Congresso do PSOL, composta majoritariamente pela Unidade Socialista, resolveu realizar uma anulação seletiva de dezenas de plenárias em vários Estados da Federação, incluído o Distrito Federal. Com fundamento em irrelevantes discrepâncias de horários nas fases internas das plenárias (encontros locais de filiados), as invalidações de reuniões legítimas pretendem viabilizar a manutenção de maiorias artificiais e indevidas da Unidade Socialista nas instâncias partidárias nacionais e em algumas regiões, como no Distrito Federal. Cumpre observar que o caso do Distrito Federal é mais grave. Com efeito, a primeira plenária do Plano Piloto, anulada pela Comissão Organizadora Nacional, contou com mais de 150 (cento e cinquenta) participantes e mais de duas horas de debates. Na ata dos trabalhos dessa plenária houve um mero erro de registro de horários. O equívoco foi reconhecido por todos, inclusive por decisão do próprio Diretório Distrital. Contra a aludida operação de anulação seletiva de

plenárias locais, que altera indevidamente a correlação de forças em âmbito nacional e no plano do PSOL/DF, apresentei, na condição de filiado ao partido, um recurso ao Diretório Nacional e ao próprio Quinto Congresso (Disponível em: <http://www.aldemario.adv.br/recursopsol.pdf>). Aliás, a realização do Quinto Congresso, nos próximos dias 4, 5 e 6 de dezembro, mantidas as condições definidas pelas decisões seletivas da Comissão Organizadora Nacional, projeta-se como extremamente difícil e conflituosa. Se o PSOL pretende, como foi anotado, construir, e ser reconhecido, como o principal e mais vigoroso projeto político de esquerda no Brasil, notadamente diante da efetiva retirada do Partido dos Trabalhadores (PT) desse campo da luta político-ideológica, precisa derrotar internamente a ação política burocrática, despolitizada, desmobilizada e que flerta, na prática, na ação política concreta, com as mais perversas formas de discriminação e opressão existentes na sociedade brasileira.