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Transcrição:

BOAS PRÁTICAS de TURISMO de CONSERVAÇÃO

Realização boas práticas de turismo de conservação Rafaela Kleihans Pereira, Cássia Santos Camillo, Robin Botero-Arias e Miriam Marmontel Tefé, AM Instituto Mamirauá e Petrobras 2013 Patrocínio

boas práticas de turismo de conservação Ficha Técnica Elaboração: Rafaela Kleihans Pereira, Cássia Santos Camillo, Robinson Botero-Arias e Miriam Marmontel Colaboração: Fernanda Sá, Danilo de Freitas Dias Diagramação: W5 Criação e Design Ilustrações: Rafaela Kleihans Pereira Ilustrações Digitais: Eureca! Design - Altemar Domingos e Lucas Emiliano Boas práticas de Turismo de Conservação / Rafaela Kleihans Pereira, Cássia Santos Camilo, Robinson Botero-Arias e Miriam Marmontel; ilustrado por Rafaela Kleihans Pereira. Tefé, AM: Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá; Petrobras, 2013. 36 p. Il., color. ISBN: 978-85-88758-35-3 1. Jacarés. 2. Quelônios. 3. Botos. 4. Lontras. 5. Peixe-boi. 6. Mamíferos Aquáticos. 7. Turismo Conservação. I. Pereira, Rafaela Kleihans. II. Camillo, Cássia Santos. III. Botero-Arias, Robinson. IV. Marmontel, Miriam. CDD: 599.5

Bem vindo às florestas alagáveis amazônicas! Aqui você estará em contato direto com sua exuberante fauna e flora. Não tirar nada além de fotos, não deixar nada além de pegadas, não matar nada além de tempo (exceto mosquitos). Lema dos excursionistas 5

Na Reserva Mamirauá, uma unidade de conservação do estado do Amazonas, está a Pousada Uacari, uma iniciativa de Ecoturismo de Base Comunitária, cuja gestão é compartilhada entre o Instituto Mamirauá e as comunidades do entorno. 6

Mamirauá é uma palavra de origem indígena que, segundo os moradores locais, significa filhote de peixe-boi! Esses carismáticos animais, assim como outras espécies da região, são pesquisados pelo Instituto Mamirauá. 7

As pesquisas em Mamirauá foram iniciadas nos anos 90 pelo Instituto Mamirauá. Em 2011, as pesquisas com os vertebrados aquáticos receberam um grande reforço: o Projeto Aquavert. 8

O Projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos - Aquavert é patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, e visa propor e consolidar estratégias de conservação para os vertebrados aquáticos amazônicos: botos, peixes-boi, lontras, quelônios e jacarés. 9

10 Vamos ver algumas práticas de turismo que podem ser adotadas para que seu passeio seja seguro, agradável e não cause impactos ao meio ambiente?

A retirada de sementes, frutas, conchas, insetos e outros materiais biológicos pode alterar a dinâmica da floresta. Aprecie-os em seu próprio ambiente! E leve-os apenas nas suas lembranças. 11

Shhh, o barulho durante os passeios perturba os animais e diminui a chance de que eles sejam avistados. Por isso o silêncio é fundamental! 12

Medidas de segurança durante as visitas precisam ser respeitadas para não correr riscos. Cuidado! Na floresta, árvores e cipós são o lar de vários insetos como valentes formigas e enormes aranhas! 13

O uso do colete salva-vidas é uma medida de segurança, e é obrigatório. Ficar em pé no barco em movimento impede a visão do barqueiro e pode causar um acidente. Se a sua canoa virar não grite nem se debata, porque vai despertar a curiosidade dos jacarés e peixes! 14

15 Nunca lance no ambiente resíduos sólidos ou líquidos - os animais da mata ou da água são curiosos e podem engolir papeis, plásticos ou latas, que serão prejudiciais à sua saúde.

Nos passeios noturnos, a luz da lanterna no rosto do barqueiro pode cegá-lo temporariamente, o que pode causar um acidente. Os animais adaptados para o ambiente noturno são sensíveis à luz e também ficam perturbados com luminosidade. Fique atento às orientações do guia. 16

17 Ao passear à noite para ver os jacarés, só uma luz basta... deixe os guias guiarem, e use apenas uma lanterna de cabeça, quando já estiver perto o suficiente para enxergar.

Quelônios são as tartarugas! Mas cada espécie aqui tem um nome; as mais famosas são a tartaruga - que é a tartaruga-da-amazônia, o tracajá e a iaçá. Na área da Pousada, apenas o tracajá desova. E na seca é possível ver ninhos e pegadas nos barrancos! Caso encontre um ninho, não mexa e nem abra para não prejudicá-los! 18

Esses animais são muito apreciados para consumo em toda a Amazônia e por isso estão ameaçados. Na Reserva Mamirauá o Instituto Mamirauá apoia as comunidades que querem proteger áreas de desova. O Instituto Mamirauá incentiva a proteção dos ninhos em seus locais originais e que os comunitários deixem os filhotes seguirem rumo ao rio ou lago por conta própria. 19

20 Algumas comunidades optam por transferir ninhos e criar filhotes, para protegê-los da predação. Caso você encontre filhotes nas comunidades, evite tocá-los, pois fungos e bactérias podem ser transmitidos para os animais e causar doenças.

Não desanime se tiver dificuldade em tirar fotos de botos cor-de-rosa: quando sobem para respirar na superfície, são muito discretos e lentos. Tenha paciência para antecipar o momento certo! Já os tucuxis costumam mostrar-se mais ao respirar, às vezes fazendo pequenas acrobacias. Esteja atento: eles são muito rápidos! 21

Os guias evitarão mudanças repentinas de direção e rumo das embarcações. Eles também estão orientados a não engrenar o motor a uma distância menor de 50 m. Não peça ao guia que desloque o barco de forma que provoque a separação dos botos, especialmente das crias. 22

Se você encontrar uma lontrinha, aprecie o momento! Não faça movimentos bruscos para não assustá-la, e aproveite o rápido encontro, pois eles são incomuns. Em qualquer dos casos, por favor, informe a um dos guias, auxiliando uma pesquisa em curso. 23

Nos últimos anos, pesquisadores do Instituto Mamirauá registraram o aumento das populações de ariranha, a lontra gigante, nas áreas com terra firme. Elas andam em grupo, fazem muito barulho e são extremamente curiosas. Entretanto, avistá-las é um evento raro. Se você avistar alguma, você terá sido privilegiado! 24

Peixes-boi amazônicos também são habitantes da área de ecoturismo no Lago Mamirauá. Mas a probabilidade de avistá-los é muito baixa. Observe os tapetes de capins e plantas flutuantes por indícios de mastigação (comedias). Durante a seca, com o nível mais baixo da água, eventualmente se avistam círculos concêntricos que sugerem a presença de peixe-boi nadando - não se aproxime! Os animais estão procurando refúgio para se abrigar. 25

O Instituto Mamirauá mantém, na Reserva Amanã, um Centro de Reabilitação de Base Comunitária de Filhotes Órfãos de Peixes-boi, principalmente por conta da caça. O Centrinho não está aberto a visitação, pois suas atividades são de resgate, reabilitação e devolução desses animais à natureza. 26

Os jacarés são animais relativamente tranquilos, mas quando nos aproximamos deles algum risco existe, inclusive para o jacaré! Eles reagem quando se sentem atacados, então é melhor manter a distância! Por isso evite lavar suas roupas e outros objetos na água do rio: pode chamar atenção de jacarés, piranhas e outros animais bem curiosos. Tenha cuidado também ao tirar fotos nas passarelas da Pousada. 27

Se durante o passeio você for o primeiro a avistar um jacaré, não grite ou faça movimentos rápidos. Os jacarés enxergam e ouvem muito bem e acabarão fugindo! Com certeza o guia já enxergou e fará todo o possível para se aproximar da forma mais segura. Se não, com certeza encontrarão muitos mais!! 28

Se, ao caminhar nas trilhas, você encontrar um jacaré, tente ser rápido para sair dali! E se encontrar um ninho, cuidado! A mãe é ciumenta com os ovos, sempre está por perto, e com certeza ela vai reagir! Siga sempre a orientação do guia, pois ele está treinado para agir da forma correta! 29

O ecoturismo é uma prática que contribui para a conservação da biodiversidade, mas exige responsabilidade! Ao encontrar algum destes animais desfrute o momento, mas reaja com precaução, respeitando o espaço deles! No final, só estamos de passagem ou visita! 30

Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Estrada do Bexiga, 2584 Bairro Fonte Boa Cx. Postal 38 69553-225 Tefé (AM) Tel/fax: +55 (97) 3343-9700 aquavert@mamiraua.org.br www.mamiraua.org.br