1 PROCESSO CIVIL PROCESSO CIVIL PONTO 1: Execução 1. EXECUÇÃO 1. IMPUGNAÇÃO ART. 475-L Inciso I: Falta ou nulidade de citação I falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; Para a doutrina, tal inciso contempla a sobrevivência da querela nulitatis no direito brasileiro. A querela é vício tão sério e grave que impede a formação da coisa julgada material. Processo que não tenha citação ou que esta seja nula, a sentença prolatada nunca transita em julgado. Conseqüência prática: esta sentença não poderá ser objeto de ação rescisória, pois falta o pressuposto de rescindibilidade que é a coisa julgada material. E como desconstituir uma sentença com este vício? Através de Ação Anulatória prevista no art. 486 do CPC ou, em se tratando de uma sentença condenatória, em sede de impugnação, pois nunca transita em julgado, podendo ser sustentado tal vício em sede de execução. DIFERENÇA ENTRE QUERELA NULITATIS E RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA: Sempre que houver a querela nulitatis, não haverá trânsito em julgado da sentença, sendo que a anulatória irá atacar uma sentença que não transitou em julgado. Por outro lado, na relativização da coisa julgada é sustentada a alteração da coisa julgada material, e não da coisa julgada formal como acontece na querela nulitatis. Inciso II: inexigibilidade do título. É importante em razão da vinculação que existe com o 1º do mesmo artigo 475-L. A primeira crítica é que ele já esta desatualizado, eis que não é o título que obriga, mas sim a obrigação nele contemplada. 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. Nos termos do 1º do art. 475-L, havendo a declaração de inconstitucionalidade do dispositivo legal que houver ensejado a condenação, o devedor em sede de impugnação poderá argüir a inexigibilidade do título em razão da declaração de inconstitucionalidade pelo STF.
2 PROCESSO CIVIL Esse dispositivo também se aplica para a Fazenda Pública. PARÁGRAFO 1º X CONTROLE CONCENTRADO Em sede de controle concentrado a regra é que os efeitos vão se dar erga omnes, em caráter ex tunc, ou seja, se for seguida a regra, a lei é retirada do sistema desde a sua origem. Conseqüência: o devedor poderá se valer da previsão do parágrafo primeiro. Exceção: em sede de controle concentrado, o STF pode modular os efeitos. Por votação de 2/3 dos seus membros, o magistrado poderá agregar efeito erga omnes mas em caráter ex nunc. Nessa hipótese o devedor não poderá se valer da previsão do parágrafo primeiro. CONTROLE DIFUSO DO PARÁGRAFO PRIMEIRO DO ART. 475-L Em sede de controle difuso, os efeitos da declaração são inter partes, ou seja, em tese o devedor não poderá se valer da previsão do parágrafo primeiro, todavia, o STF, em decisões, tem chamado isso de mutação constitucional. Se for agregado efeito erga omnes em controle difuso irá se valer do 1º. ART. 475-L, III Trata de penhora indevida Ex: penhora de um bem impenhorável ou penhora em excesso, bem como erro de avaliação por parte do Oficial de Justiça, que agora é quem avalia o bem. ART. 475-L, IV trata da ilegitimidade de parte. A doutrina inclui aqui, também, as demais condições da ação (possibilidade jurídica do pedido e interesse), alargando o dispositivo. ART. 475-L, V Excesso. ART. 475-L, VI Causas extintivas da obrigação desde que supervenientes à sentença, como pagamento, novação, compensação, prescrição. Em sede de impugnação questionam-se outras situações: Recurso Cabível contra a decisão que julgar a impugnação: Se a impugnação for acolhida para que a execução seja extinta, o recurso cabível é a apelação. Em contrapartida, se a impugnação for rejeitada, o recurso cabível é o Agravo de Instrumento.E se ela for acolhida parcialmente? Agravo de Instrumento. Natureza do provimento que julga A primeira impressão que o operador do direto tem ao ler o artigo é de que se trata de sentença (quando extingue a execução) e interlocutória (quando rejeita).
Todavia, a luz da nova concepção de sentença, há quem entenda que a decisão que rejeitar uma impugnação pode também ter a natureza de sentença, sempre que ela implicar em resolução de mérito. Se a decisão que rejeitar uma impugnação for considerada como interlocutória, considerando que interlocutórias não transitam em julgado, essa decisão não seria passível de uma ação rescisória. Em contrapartida, se ela for considerada sentença, sentença que resolve mérito, prolatada com base em juízo de certeza, ela transita em julgado e consequentemente caberá o ajuizamento de uma rescisória. 2. TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS - art. 475-N: I sentenças que reconheçam obrigação para pagamento, obrigações de fazer e não-fazer, obrigação para entrega de coisa certa ou incerta. Do mesmo modo as sentenças que reconheçam a obrigação para entrega de coisa certa ou incerta, o cumprimento é realizado de acordo com o art. 561-A. Sentenças que reconheçam obrigação para pagamento: Em razão do CPC não utilizar mais o verbo condenar, mas reconhecer, no âmbito da doutrina, há quem entenda que houve a positivação da possibilidade da execução de sentenças declaratórias. Quem entende sobre tal possibilidade, fundamenta que, tendo em vista que, nos termos do artigo 4º do CPC, as ações declaratórias são aquelas que reconhecem a existência ou a inexistência de uma dívida, ou a falsidade de um documento. Em suma: o artigo 4º do CPC utiliza o verbo reconhecer, motivo pelo qual há como executar provimento declaratório. Ex: Esta tese é utilizada em ações revisionais de contrato, onde o devedor, por exemplo, afirma que deve 30 e o credor diz que o devedor deve 100, e o juiz condena a 30. Ora, a revisional é uma ação do devedor contra o credor, sendo que se o juiz reconhece que o devedor deve 30, o credor poderá executar estes 30 dentro da mesma relação processual, ou seja, o credor não precisa ajuizar contra o devedor uma ação condenatória, pois na mesma relação ele executa. Se não fosse liquido o valor, o credor poderia liquidar e, ato contínuo, executar. Isto vai ao encontro da celeridade, efetividade, economia processual e duração razoável do processo, que são princípios contemporâneos do processo civil. Crítica (segunda tese): as sentenças declaratórias têm como finalidade trazer a certeza de uma relação jurídica que já existe, ou seja, não está sujeita a uma execução em separado, que é desnecessária. A primeira tese defende que é possível executar a declaratória, mas para isso seria necessário, no mínimo, reconstruir a ação declaratória. Conforme a segunda tese, não é possível a execução de declaração, pois se o credor quiser executar dentro da mesma relação processual deverá apresentar uma reconvenção. 3
De acordo com a terceira tese, realmente não é possível a execução de declaração, mas é possível que se execute efeito anexo condenatório. Para essa tese, a sentença que reconhece uma obrigação para pagamento produz o efeito anexo condenatório, e o que se estaria executando é o efeito anexo condenatório civil. 4 julgado. Art. 475-N, inciso II Sentença penal condenatória transitada em A sentença penal condenatória transitada em julgada é título executivo. Para ser título, ela precisa do trânsito em julgado, assim não existe execução provisória de sentença penal condenatória, ela é sempre definitiva. A sentença penal absolutória, via de regra, não faz coisa julgada na esfera cível, exceto em 3 casos (salvo nas hipóteses de excesso): a) quando reconhecida negativa de autoria; b) reconhecida a inexistência do fato c) excludente de ilicitude O magistrado quando profere uma sentença penal, poderá fixar desde logo, o valor mínimo do dano. Todavia, em sede de liquidação, a vítima ou sucessores da vítima poderão elevar esses danos ou mesmo fixar outros danos. Essa liquidação da sentença pena, de acordo com a doutrina, é sempre por artigos, pois é preciso provar o dano. É possível que, paralelamente, haja a execução desses danos mínimos e o desencadeamento de uma liquidação. Legitimados passivos de uma execução de sentença penal A sentença penal condenatória só é título executivo em relação ao autor do fato típico. Ela não é título em relação a terceiros que também tenham responsabilidade civil, pois eles não participaram do contraditório do processo penal. Em relação a terceiros, deve ser ajuizada uma ação de reparação de danos (civil ex delicto). opções: Em relação ao autor do fato típico, a vítima ou sucessores, possuem duas Ajuizar a ação cível ex delito paralelamente a ação penal. Não ajuizar a ação cível de conhecimento e aguardar a sentença penal condenatória. Se essa for a opção eleita, durante o curso da ação penal, não fluirá lapso prescricional, art. 200 do CC. É possível que a vítima ou sucessores da vítima resolvam propor imediatamente a ação cível ex delito, paralelamente à ação penal. Se isso ocorrer, o magistrado do cível poderá suspendê-la até o julgamento da ação penal, ou seja, ele não é obrigado a suspender. Art. 65 e 66 do CPP. Quando ele não suspende a ação cível, duas posições:
A ação cível julgada procedente, sentença transita em julgado, passa os 2 anos da rescisória. Depois desses 2 anos o réu é absolvido na ação penal. Qual das coisas julgadas prevalece? Duas posições: a) Araken de Assis vale a coisa julgada do cível, pois ela se formou primeiro. b) Min. Teori Zavascki e Theodoro Jr. deve preponderar a coisa julgada penal, pois a origem do dano foi o ilícito penal. Ou seja, se o réu da ação cível não foi o autor do fato típico, ele não pode pagar pelos danos. Se ele já pagou no cível cabe ação de Repetição de Indébitos. Segunda situação: sentença cível de improcedência, passam-se os dois anos da rescisória, réu é condenado na ação penal. Qual das sentenças prevalece? Dois posicionamentos: a) Araken de Assis vale a coisa julgada do cível, pois ela se formou primeiro. b) Min. Teori Zavascki vale a coisa julgada criminal, a sentença cível não produziria efeitos, sendo que a sentença penal condenatória seria liquidada imediatamente. III Sentença homogatória de transação ou conciliação, mesmo que verse sobre matéria não posta em juízo. De acordo com o inciso III, é possível a transação e a conciliação em valor diverso do pedido. É possível, e se o acordo for descumprido, a execução será no valor da transação. IV Sentença arbitral. Único título judicial que não está sujeito a chancela do Poder Judiciário. V- Acordo extrajudicial judicialmente homologado Quando as partes fazem acordo extrajudicial, elas possuem dois caminhos: Revesti-lo da forma de título extrajudicial e não homologá-lo, hipótese em que, se ele for descumprido a execução será de título extrajudicial (com amplitude de defesa ; devedor poderá embargar); Revestir ou não o acordo da natureza de título extrajudicial, mas submetêlo à homologação judicial. Nesta hipótese, a execução será de título judicial e o devedor irá impugnar com possibilidades de defesa mais restritas. VI Sentença estrangeira homologada pelo STJ. A homologação pelo STJ é condição de eficácia da sentença estrangeira no Brasil. Ou seja, a sentença estrangeira só produz efeitos no Brasil se for homologada pelo STJ e a execução desta sentença estrangeira é feita perante a Justiça Federal, art. 109 da CF. 5
VII Formal da certidão de partilha em relação aos herdeiros, sucessores e inventariante. Dois posicionamentos: O inciso VII se refere apenas aos formais e certidões de partilha extraídos de inventários e arrolamentos. Posição de Araken de Assis. Min. Teori Zavascki posiciona-se alargando a interpretação do inciso VII, de acordo com o referido Ministro, também outros formais fazem parte da nossa realidade contemporânea, ex: formais extraídos de dissolução de união estável, de divórcio, de dissolução de sociedades. Parágrafo único: Na execução e liquidação de sentença penal, arbitral e estrangeira o devedor não é intimado, mas sim citado. Porque nesses três casos ainda não houve a complementação da relação processual no plano cível. Sem citação o processo seria nulo. Nesses três casos o entendimento dominante diz que se trata de ação. Segue o rito do cumprimento, com a diferença de que, ao invés de intimado, será citado para pagar. 3. EXECUÇÃO PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DEFINITIVA DE TÍTULO JUDICIAL Art. 475-I, 1º e art. 475-O do CPC. É definitiva a execução, nos termos do art. 475-I, 1º, de uma sentença cível transitada em julgada, mas será provisória se a sentença cível estiver sendo atacada através de um recurso recebido apenas no efeito devolutivo. O CPC só tratou das sentenças cíveis, todavia não apenas elas são títulos executivos. Existem outros títulos, como por exemplo: sentença penal, arbitral, estrangeira. De acordo com o entendimento uníssono, a execução de sentença penal, arbitral e estrangeira é sempre definitiva. Não existe execução provisória nessas três modalidades. 4. PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A EXECUÇÃO PROVISÓRIA art. 475-O do CPC a) A execução provisória se processa do mesmo modo que a execução definitiva, com uma diferença: tanto na execução provisória quanto na definitiva, há alienação de bens e há levantamento de depósito em dinheiro, todavia, na execução provisória a regra é que tem que prestar caução tanto para que haja alienação de bens quanto para que haja o levantamento do depósito em dinheiro. Essa caução poderá ser tanto real quanto fidejussória. Há duas exceções onde a caução pode ser dispensada: Nas execuções de alimentos com valor de até 60 salários mínimos, o magistrado poderá dispensar a prestação de caução se o alimentando demonstrar a condição de necessitado. Considerações: Os alimentos a que a exceção se refere são tanto os alimentos oriundos de parentesco quanto os alimentos oriundos de atos ilícitos. Não é por ser credor de alimentos que o legislador presumiu a condição de necessitado do alimentando, a condição deve ser comprovada. Quanto à prova, há dois posicionamentos: 6
7 PROCESSO CIVIL - bastaria a declaração de pobreza; - esta prova deve ser feita através de contra-cheque, declarações de renda. Sendo negado seguimento a um recurso especial ou a um recurso extraordinário, estando pendente de julgamento um Agravo de Instrumento, o magistrado pode dispensar a caução, pois a chance de reversão da decisão é muito pequena. Todavia, nesta mesma hipótese, se o magistrado entender que o devedor pode sofrer um dano irreparável, ele poderá exigir a caução. b) Retorno das partes ao status quo anterior quando revogado o provimento que estiver sendo executado, ou seja, se houver penhora, haverá o cancelamento da penhora. Se já tiver havido a alienação de bens, cancela a hasta? Não é possível cancelar a hasta. Realizada a alienação de bens com a perfectibilização desta venda, o direito do devedor se resolve em perdas e danos frente ao credor. Essas perdas e danos serão apurados em sede de liquidação e, posteriormente, haverá a execução, ou seja, o devedor não precisará ajuizar uma ação de reparação de danos contra o credor. Essa liquidação é feita por arbitramento. c) De acordo com o entendimento dominante, a responsabilidade civil do credor na execução provisória é de natureza objetiva. Credor que executa provisoriamente e aliena patrimônio assume o risco de causar prejuízo ao devedor. 5. PROCESSAMENTO DA EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE TÍTULOS JUDICIAIS A execução provisória não se processa mais por carta de sentença (revogada). Hoje a execução provisória é desencadeada através de requerimento que deve estar instruído com translado de peças, elencadas no parágrafo 3º do art. 475-O. A polêmica reside na possibilidade da incidência de multa de 10% na execução provisória, sendo que a matéria não foi definitivamente julgada pelo STJ (Pleno). Poderá haver duas espécies de decisões: Para os autores que atrelam essa multa ao trânsito em julgado, como faz o STJ, entendem que ela não incide na execução provisória, pois ainda não existe o trânsito em julgado. Aqueles que não atrelam a multa ao trânsito em julgado, sustentam que haveria a incidência da multa também em sede de execução provisória. 6. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA A liquidação de sentença não tem mais a natureza de ação, ela é meramente incidental, é um prolongamento da fase de conhecimento, é uma mera fase. Razões: previsão no art. 475-A e H, desencadeada por requerimento, a parte contrária é intimada para se manifestar, e porque, da decisão que julgar a liquidação, cabe Agravo de Instrumento.
Legitimação para desencadear uma liquidação: tanto o devedor quanto o credor, via de regra a legitimação é do credor. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO a) Liquidação por artigos A liquidação por artigos será realizada sempre que houver a necessidade de se provar um fato novo. Há dois tipos de fatos novos que podem desencadear esse tipo de liquidação: * fato ocorrido após a sentença; * fato que na verdade é velho, mas que não foi provado na fase de conhecimento. b) Liquidação por arbitramento A liquidação por arbitramento será realizada quando for determinada na sentença ou ainda, quando for da natureza da obrigação e quando não depender da prova de um fato novo. Se o juiz determinar na sentença que a liquidação é por arbitramento e, se chegar a conclusão que deve se provar fato novo, súmula 344 do STJ, a liquidação de modo diverso do que tiver sido determinado na sentença não viola a coisa material, assim, é possível. A liquidação por artigos segue o procedimento comum, art. 475-F. O procedimento comum é composto por dois ritos: ordinário e sumário. De acordo com o entendimento dominante, o rito que será seguido subsidiariamente na liquidação por artigos será o mesmo rito que gerou a sentença liquidanda. NATUREZA DO PROVIMENTO DA DECISÃO QUE JULGAR A LIQUIDAÇÃO a) O primeiro posicionamento, que não aceita que o conceito de sentença tenha se modificado, aduz que, como o recurso é o Agravo de Instrumento, o provimento teria natureza de interlocutória. Conseqüência: não transita em julgado e não cabe rescisória. b) O posicionamento que aceita a nova concepção de sentença entende que se trata de uma execução de sentença porque quando o juiz fixa valor, ele resolve mérito. Se for sentença transita em julgado e, conseqüentemente, caberá o ajuizamento de uma ação rescisória. CONTEÚDO EFICACIAL PREDOMINANTE DO PROVIMENTO Sobre o tema há três posicionamentos: a) se trata de uma decisão com natureza declaratória. Cândido Rangel Dinamarco afirma que apenas as ações declaratórias é que possibilitam que o autor seja 8
autor e também possa ser réu, pois tanto o credor como o devedor podem desencadeá-la. Essa posição não é a dominante. b) A posição majoritária e possui três desdobramentos: Pontes de Miranda afirma que essa decisão é integrativa, o magistrado faz muito mais do que só declarar, essa decisão complementa algo que falta na condenatória. Dinamarco critica Pontes afirmando que não existe decisão integrativa. Ovídio afirma que, quando Pontes se refere a natureza integrativa, ele está se referindo ao efeito constitutivo, esta é a posição adotada pelo Ministro Teori Zavaski e Araken de Assis. Nelson Nery afirma que ela é integrativaconstitutiva. c) A terceira posição sustenta a tese da liquidação zero, aceita pelo TRF e STJ. Essa posição afirma que a decisão é condenatória, Calamedrei diz que verdadeira condenatória é a decisão que julgar a liquidação, porque segundo ele a sentença liquidanda é uma falsa condenatória, uma vez que é possível concluir que nenhum valor é devido. Ovídio discorda deste entendimento, pois se nenhum valor é devido essa sentença não deveria ter sido de procedência, mas de improcedência. Essa teoria é aplicada na prática. 9 475-B SENTENÇAS QUE DEPENDAM DE CÁLCULO ARITMÉTICO ART. Nestas sentenças, via de regra o credor é quem faz a memória discriminada e anexa ao requerimento. Alguns chamam esse cálculo de liquidação por cálculo. Hipóteses em que este cálculo pode ser feito por contador: No caso de beneficiários de AJG, havendo complexidade no cálculo. Isso é antes da execução. É possível a remessa ao contador se a Fazenda Pública for parte, pois há interesse que o cálculo seja o mais correto possível. Nessa hipótese, ainda não houve desencadeamento da execução. Na hipótese do magistrado entender que o cálculo apresentado pelo credor não está correto, o juiz pode remeter ao contador para conferência. Se o Contador divergir do valor, minorando-o, e o credor concordar, a execução prosseguirá pelo valor encontrado pelo contador e a penhora será realizada por este valor. Se o Contador divergir do valor, minorando-o, e o credor não concordar, a execução prosseguirá pelo valor encontrado pelo credor, mas a penhora será realizada pelo valor do Contador. Posteriormente, chegando-se à conclusão que o credor estava certo e o Contador errado, o credor poderá buscar um reforço de penhora.