XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

Documentos relacionados
UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM TERMINAL RODOVIÁRIO DE POMBAL - PB

Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura 9ª edição

ESTUDOS DE CASO AVALIAÇÃO DOS USOS FINAIS DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES LOCALIZADAS EM BLUMENAU - SC

CONSUMO DE ÁGUA EM BACIAS SANITÁRIAS COM A UTILIZAÇÃO DE DESCARGA DE DUPLO ACIONAMENTO: ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura - 11ª ed

ESTIMATIVA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO POTÁVEIS: ESTUDO DE CASO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA LOCALIZADA EM ARARUNA - PB

CONCEPÇÃO DE UM SISTEMA PARA APOIO A PROJETOS DE USO RACIONAL DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

ECONOMIA FINANCEIRA GERADA PELO USO DE DUAS TECNOLOGIAS DE CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM UMA EDIFICAÇÃO PÚBLICA NO CARIRI CEARENSE

Avaliação de medidas de racionalização do consumo de água em um edifício para fins educacionais

CERTIFICAÇÃO LEED. Prof. Fernando Simon Westphal Sala

PERFIL DO CONSUMO RESIDENCIAL E USOS FINAIS DA ÁGUA EM BELÉM DO PARÁ

ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NAS RESIDÊNCIAS MASCULINA E FEMININA NO CAMPUS DA UFCG EM POMBAL-PB

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Aproveitamento de água de chuva no meio urbano: aspectos técnicos e legais

ALTERNATIVA ECOLÓGICA PARA ECONOMIA DE ÁGUA NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO, A PARTIR DO REUSO DE ÁGUA.

ANÁLISE DO PROBLEMA DA DRENAGEM URBANA NA REGIÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA-PB.

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Departamento de Arquitetura e Construção. Gestão da água

Legislações voltadas ao uso racional e à conservação da água

INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA - DADOS PARA PROJETO

Economize água com os produtos Censi

EcoToilet Sistema Conjugado de Lavatório com Caixa Acoplada para Descarga Sanitária

"REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL NA INDÚSTRIA TUDOR MG DE BATERIAS LTDA"

Eixo Temático ET Gestão Ambiental GESTÃO AMBIENTAL PARA UM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL COM 64 APARTAMENTOS

PHD 0313 Instalações e Equipamentos Hidráulicos

Resumo. Introdução. Metodologia. Palavras-chave: Reúso. Águas Cinzas. Esgoto.

Diretrizes de projeto para o uso racional da água em edificações

Instalações prediais de água fria

Saneamento Urbano TH419

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

ESTIMATIVA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA EM UMA ESCOLA DA ZONA RURAL DE CATOLÉ DO ROCHA

(1) 0% 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00. Volume do Reservatório (m³)

ESTUDO DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA EM PRÉDIOS PÚBLICOS: UM PROJETO PILOTO PARA PRÉDIOS DO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA

CARACTERIZAÇÃO E PERFIL DE CONSUMO DE ÁGUA DE UM SANITÁRIO MASCULINO DA EPUFBA

CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM UMA EDIFICAÇÃO PÚBLICA DA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI CEARENSE

ESTUDO DA VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CAPTAÇÃO E APROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA NO IFC CÂMPUS VIDEIRA

A Sharewater. Planeta Água. Prêmios

Instalação de Água fria - GABARITO

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

Reutilização das Águas Pluviais RESUMO

ANEXO IV - ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICA

Saneamento Urbano II TH053

CONTRIBUIÇÃO DA CAPTAÇÃO DA ÁGUA DE CHUVA AO SISTEMA DE ABASTECIMENTO URBANO

Aula 01:Instalações Prediais- Esgotos Sanitários- Introdução. Professora: Msc. Maria Cleide Oliveira Lima

A Crise Hídrica no Estado de São Paulo Políticas Públicas e Programas para Conservação de Água

Estudo da viabilidade econômica da captação de água de chuva em residências da cidade de João Pessoa

AVALIAÇÃO DAS VAZÕES EM PONTOS DE UTILIZAÇÃO DE ÁGUA DE UM APARTAMENTO EM EDIFÍCIO COM SISTEMA DE MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA

PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA NO MUNICIPIO DE POCINHOS

INTERVENÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES PÚBLICAS PARA O USO EFICIENTE DA ÁGUA

Voluntário do projeto de pesquisa PIBIC e Acadêmico do curso de Engenharia Civil da Unijuí. 3

ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS NO CAMPUS DA UFCG EM POMBAL PB

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju SE

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA NA FACULDADE CNEC FARROUPILHA Sustentabilidade e Cidadania

REUSO DA ÁGUA DE CONDENSAÇÃO DOS APARELHOS DE AR- CONDICIONADO PARA ATIVIDADES DE LIMPEZA NA UFCG, CAMPUS POMBAL/ PB

ESTIMATIVA DO POTENCIAL DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS NO CAMPUS DE CAMPINA GRANDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

ANÁLISE COMPARATIVA TÉCNICO-ECONÔMICA ENTRE PROJETOS DE INSTALAÇÕES HIDRÁULICO-SANITÁRIAS COM CARACTERÍSTICAS SUSTENTÁVEIS E CONVENCIONAIS

CÂMARA MUNICIPAL DE CONTAGEM

Quem Somos. Localizada em Brasília, a empresa dispõe de toda a estrutura necessária para atender seus clientes em todo o território nacional.

ESTUDOS DE CASO. Análise de Consumo de Água: Condomínio nio Residencial em Florianópolis. Marina Vasconcelos Santana Orientação: Enedir Ghisi

Instalações Hidráulicas/Sanitárias Água Fria (Parte 2)

IV ANÁLISE DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL NO CENTRO DE INTEGRAÇÃO ACADÊMICA DA UEPB, CAMPINA GRANDE, PARAÍBA

DIAGNÓSTICO DA UTILIZAÇÃO DE CISTERNAS PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS NO SERTÃO PARAIBANO

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE

Universidade Federal da Paraíba. Tecnologia da Arquitetura

ESTUDO DA ESTIMATIVA DE DEMANDA DE ÁGUA E VIABILIDADE DO REUSO NAS INDÚSTRIAS DO COMPLEXO MULTIMODAL ALUÍSIO CAMPOS NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE PB

Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias: Princípios Básicos para Elaboração de Projetos

ANÁLISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS PB: SÉRIE HISTÓRICA DE 1911 À 2016

TÍTULO DO TRABALHO: CAIXA DE DESCARGA ECONÔMICA E ECOLÓGICA (MODALIDADE: SUSTENTABILIDADE) APRESENTAÇÃO

GESTÃO DA DEMANDA URBANA DE ÁGUA: ANÁLISE DA OPINIÃO DOS CONSUMIDORES E ALTERNATIVAS DE RACIONALIZAÇÃO

ECOLINE é a linha de caixas de descarga de embutir de duplo fluxo capaz de conjugar economia, através da vazão de 3 ou 6 litros de água, com total

GESTÃO DE ÁGUA EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Jonas Age Saide Schwartzman Engenheiro Ambiental Instituições Afiliadas SPDM (11)

Sifões. Tubos extensivos. Múltiplas possibilidades em um só produto.

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS PREDIAIS

AMBIENTAL MS PROJETOS EQUIPAMENTOS E SISTEMAS

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUÇÃO CIVIL IV

PHD 313 HIDRÁULICA E EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

Aproveitamento de água de chuva Prof. Ana Cristina Rodovalho Reis- IH 2 PUC Goiás. 1

O USO RACIONAL DA ÁGUA EM AEROPORTOS O ESTUDO DE CASO NOS SANITÁRIOS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE SALVADOR/BA.

Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA)

Diagnóstico e alternativas para redução do consumo de água na POLI/UPE.

Instalações Hidráulicas Prediais de Água Fria. Instalações Hidrossanitárias Profª Bárbara Silvéria

ASSISTÊNCIA DOMICILIAR YASUDA SEGUROS ANEXO I PLANO ESSENCIAL QUADRO DE SERVIÇOS

PREDIAL ACESSÓRIOS CATÁLOGO TÉCNICO

A Construção Sustentável no contexto da Política Municipal de Combate às Mudanças Climáticas

1 INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA

TECNOLOGIAS ECONOMIZADORAS NOS PONTOS DE CONSUMO E CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA: UM ESTUDO EM UM EDIFÍCIO PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PB

IV VIABILIDADE SOCIOAMBIENTAL E ECONÔMICA DE TECNOLOGIAS E ALTERNATIVAS PARA A GESTÃO DE ÁGUA EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES

ESTUDO DE VIABILIDADE DA CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS NO IFPE CAMPUS CARUARU

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO / NOTURNO PROGRAMA DE DISCIPLINA

Aquecedores de água a gás

ANÁLISE DO VOLUME DE ÁGUA CAPTADA NUM TELHADO DE UMA RESIDÊNCIA EM SÃO BENTINHO-PB

Nova solução hidrossanitária

PROJETO DE SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS DE UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR COM PAVIMENTO DE SUBSOLO

UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

METODOLOGIA PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA EM EDIFÍCIOS

Sistema PEX AULA O que é o sistema PEX

162 - PROPOSTA PARA CLASSIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO USO DA ÁGUA NAS EDIFICAÇÕES RESIDÊNCIAIS

Sistemas Prediais de Águas Cinzas. Prof. Daniel Costa dos Santos

Transcrição:

XIII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE USO DE VASOS SANITÁRIOS ECONOMIZADORES EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE POMBAL - PB Zacarias Caetano Vieira 1 ; Silvana Nóbrega Ribeiro 2 Carlos Gomes da Silva Júnior 3 ; Michelle Santos Ferreira 4 & Camila de Almeida Melo 5 RESUMO Dentre os aparelhos sanitários destacam-se por seu elevado consumo as bacias sanitárias, que vêm passando por um processo de evolução, desde as mais antigas que consumiam de 12 a 15 litros por descarga, passando pelas de caixa acoplada que consome 6 litros por descarga, chegando até as bacias com sistema dual (3 e 6 litros) de descarga. Atualmente, temos vasos sanitários trituradores que utilizam um sistema parecido com os trituradores de pia para tratar os desejos se apresentam um consumo por descarga de 1,8 a 3 litros; bacias sanitárias que possuem um sistema que libera uma descarga de 3,0 litros com uma pressão maior; e finalmente, aquelas que não possui sifão e utiliza basculante, consumindo apenas 2 (dois) litros por descarga. Esse artigo objetiva simular a substituição das bacias sanitárias convencionais por essas bacias sanitárias economizadoras em uma escola pública. Os resultados mostram que a implantação desses aparelhos implica em uma redução de 69,11% a 79,41% do consumo de água potável, gerando em economia mensal de R$ 6.481,72 a R$ 7.447,31, tendo um período de amortização variando de 1,05 a 4,8 meses. Conclui-se que o uso desses aparelhos justificasse pelo reduzido consumo de água, gerando períodos de retornos curtos. Palavras-Chave vaso, descarga, escola VESSELS USE OF TOILETS IN ECONOMIZERS POMBAL TEACHING INSTITUTION - PB ABSTRACT Among the sanitary appliances are noted for their high consumption the toilets, which are undergoing a process of evolution from the older who consumed 12 to 15 gallons per flush, through the coupled box that consumes 6 liters per discharge, reaching the basins with dual system (3:06 liters) of discharge. Currently, we have shredders toilets that use a system similar to the sink shredders to treat wishes present consumption per flush from 1.8 to 3 liters; toilets that have a system that releases a 3.0 liter flush with a greater pressure; and finally, those that lacks siphon and uses tilting, consuming only two (2) gallons per flush. This article aims to simulate the replacement of conventional toilets by these saving toilets in a public school. The results show that the deployment of these devices implies a reduction of 69.11% to 79.41% of potable water consumption, generating monthly savings of R $ 6,481.72 to R $ 7,447.31, with an amortization period ranging from 1.05 to 4.8 months. It follows that the use of these devices justified by the reduced water consumption, generating short periods of returns. Keywords - toilet, toilet flush, school 1) Professor do IFS, Av. Eng. Gentil Tavares da Mota, 1166, Getúlio Vargas, Aracaju SE (79)3711-3159, zacarias.vieira@ifs.edu.br 2) Graduanda em Engenharia Ambiental, UFCG, Rua Jairo Vieira Feitosa, 1770, Pereiros, Pomba-PB (83)99929-6426, silvananobreri@hotmail.com 3) Aluno do IFS, Av. Eng. Gentil Tavares da Mota, 1166, Getúlio Vargas, Aracaju SE (79)3711-3159, cgomes.aju@hotmail.com 4) Engenheira Civil, Av. Eng. Gentil Tavares da Mota, 1166, Getúlio Vargas, Aracaju SE (079)3711-3159; alfa.romeu@hotmail.com 5) Aluna do IFS, Av. Eng. Gentil Tavares da Mota, 1166, Getúlio Vargas, Aracaju SE (79)3711-3159, kmila.emg@hotmail.com XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 1

1. INTRODUÇÃO Aparelho sanitário é um componente da instalação destinada ao uso de água ou ao recebimento de dejetos líquidos ou sólidos, incluindo-se nessa definição aparelhos como lavatórios, bacias sanitárias, bidês, banheiras de hidromassagem, pias, tanques, máquinas de lavar roupa e de lavar pratos etc. (CARVALHO JUNIOR, 2012). Dentre esses aparelhos destaca-se por seu elevado consumo de água as bacias sanitárias; as quais segundo Marinho (2007) são responsáveis por cerca de 30% do consumo em residências; e em edifícios comerciais e públicos esse índice pode chegar a mais de 60% em alguns casos. Alencar et al (2012) relata que os modelos mais antigos consumiam de 12 a 15 litros de água por descarga; sendo que em 2003 criou-se um novo modelo, com caixa acoplada que consome 6 litros por descarga. Observou-se então um aumento no uso de bacias com caixa de descarga, devido aos fatores apresentados por Oliveira (2007) tais como: preferência do usuário por sistema de medição individualizada de água, que em alguns locais, é obrigatório por determinação legal; menor custo do sistema em função de menores diâmetros das tubulações; bem como pela melhoria da qualidade e da estética desses produtos. Posteriormente surgiu no mercado brasileiro a bacia sanitária com caixa e sistema dual de descarga com volume de 3 e 6 litros, as quais ainda segundo Oliveira (2007) gerou um impacto de redução de 18% no consumo em relação ao sistema de 6 litros. Observa-se, que por serem responsáveis por uma parcela significativa do consumo de água nas mais variadas edificações (residenciais, comerciais, públicas, etc.), os vasos sanitários continuam sendo alvos de esforços e investimentos financeiros em pesquisas na busca de produtos que consumam cada vez menos o recurso hídrico em seu uso. 2. OBJETIVO Diante do exposto, o presente trabalho objetiva simular a substituição das bacias sanitárias convencionais por bacias sanitárias economizadoras. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Área de Estudo Para realização desse trabalho utilizamos a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Arruda Câmara (Figura 01) localizada na margem da BR-230, bairro Jardim Rogério, cidade de Pombal no interior do Estado da Paraíba. A cidade está inserida nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Piranhas, entre a sub-bacia do Rio Piancó e a região do Alto Piranhas, com clima do tipo XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 2

Tropical Semiárido, com chuvas de verão. O período chuvoso se inicia em novembro com término em abril. (CPRM, 2005). Figura 1 - Escola Arruda Câmara - Fonte: ARRUDA CÂMARA (2016) 3.2. Produtos escolhidos para simulação 3.2.1. Vaso Sanitário Triturador O Sanicompact é um vaso sanitário com triturador embutido que apresenta como principais vantagens: um sistema dual de descarga (sendo 1,8 litros na descarga parcial e 3 litros na descarga total); podendo ser instalado praticamente em qualquer lugar, longe da canalização principal e mesmo sem evacuação gravitacional. A evacuação é garantida por um tubo PVC de 32 a 40 mm de diâmetro; existindo apenas um único imperativo que consiste em prever junto à implementação uma entrada de água fria e uma tomada elétrica Esse sistema é indicado como um vaso sanitário comum, sem exigir manutenção particular, permitindo a instalação de um novo banheiro em diferentes áreas, evitando reformas, cortes e rupturas em paredes, mudanças nas instalações ou alterações no projeto original (SANITRIT, 2016). Figura 2 Vaso Triturador Sanicompact Fonte: SANITRIT (2016) 3.2.2. Vaso Sanitário Ecológico A principal característica desse vaso é o consumo de apenas 2 litros de água por acionamento. As características do vaso que permitem esse funcionamento são a ausência do sifão e utilização do XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 3

basculante, com tubulação reta. Assim, o basculante irá despejar os dejetos diretamente na prumada do esgoto. E não há necessidade do uso de eletricidade, uma vez que tudo acontece pela própria dinâmica da água. A matéria prima utilizada em sua fabricação é o ABS, sendo resistente e de fácil instalação por pesar apenas 6,8 quilos (ACQUAMATIC; 2016). Figura 3 Vaso Sanitário Ecológico Fonte: Acquamatic (2016) 3.2.2. Vaso Sanitário Stealth Segundo a Econoágua (2016) esse vaso possui uma versão de caixa acoplada por sistema de ciclo à vácuo STEALTH, criado pelo próprio enchimento de água na caixa acoplada. Com essa tecnologia patenteada pela Niagara, os benefícios são bem apreciáveis a saber: funcionamento silencioso, baixa pressão necessária para o acionamento, rápido enchimento entre descargas, logo mais prontidão para o próximo uso e um acabamento de cerâmica até à saída final do dejeto. Tudo isso, garante um consumo de 3 litros por ciclo. São higiênicas e confortáveis, inclusive com um modelo que facilita o uso por parte dos usuários portadores de necessidades especiais. O sistema funciona da seguinte forma: durante o enchimento (filling), o ar que está dentro da válvula da caixa acoplada (tank) será comprimido criando ao mesmo tempo nas canaletas (trapway) duas funções importantes a saber:1- -empurrar a água para dentro do vazio aumentando assim a área de água dentro da privada (Bowl) e 2- criar uma área de vácuo entre a saída total e o vaso. Ao apertar a descarga (flushing) a água empurra o dejeto com a força da própria água mais a aceleração propiciada pelo vácuo. Figura 4 Funcionamento do sistema Fonte: Econoágua (2016) XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 4

Figura 5 - Vaso Sanitário Stealth Fonte: Econoágua (2016) 3.3. Metodologia Nesse trabalho, para estimarmos o volume de água economizado com a substituição das bacias sanitárias com válvula de descarga por bacias economizadoras, estimaremos o consumo mensal utilizando ambas as bacias, e com a redução do consumo conseguida, e tomando como base o Quadro Tarifário da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), calcularemos a economia média mensal obtida. Com base no preço de aquisição desses aparelhos e na demanda de mão-de-obra estimada para substituição, calculamos o custo para substituição dos vasos, e finalmente, o período de amortização do investimento. 3.4. Estimativa do Consumo de Água nas Bacias Sanitárias Convencionais e Economizadoras Para estimarmos o volume diário consumido nas bacias sanitárias com válvulas de descarga, adotamos a frequência de uso e o tempo de utilização indicados por Marinoski & Ghisi (2008), bem como a vazão de utilização de 1,70 litros/segundo (Carvalho Júnior, 2012). Para estimarmos o consumo nas bacias economizadoras escolhidas para esse trabalho, utilizamos a frequência de uso indicada anteriormente, e o consumo por descarga indicado pelos fabricantes. 3.5. Economia mensal estimada e período de retorno Para estimativa da economia mensal E, em reais, obtida pela substituição dos aparelhos convencionais por aparelhos poupadores, utilizaremos a equação apresentada abaixo: E = N x T (1) Onde: -N é a quantidade de metros cúbicos economizados por mês; XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 5

-T é o valor, em reais, da tarifa (que varia de acordo com a categoria e com o consumo de água mensal). Para relacionar os gastos envolvidos e o retorno financeiro usamos a seguinte equação apresentada em Alencar et al. (2012): t = I/E (2) Onde t é o tempo, em meses, de amortização em relação ao custo dos materiais do sistema somado a mão de obra; I é este custo em reais; e E é a economia mensal média em reais. 4. RESULTADOS E DISCUSSÔES 4.1. Número de usuários e de aparelhos sanitários Em visita realizada a instituição de ensino, foram fornecidos pela direção, o número de alunos, professores e funcionários, contemplando os três turnos de funcionamento da escola. Temos então: a) 884 alunos, sendo 408 do sexo masculino e 478 do sexo feminino; b) 47 professores, sendo 24 do sexo masculino e 23 do sexo feminino; c) 31 funcionários, sendo 11 do sexo masculino e 20 do sexo feminino. Na mesma visita foi realizado o levantamento do número de bacias sanitárias que a escola dispõe. Totalizando, 12 bacias sanitárias, assim distribuídas: a) 8 bacias sanitárias em banheiros de uso dos discentes; b) 2 bacias sanitárias em banheiros de uso dos docentes; c) 2 bacias sanitárias em banheiros de uso dos funcionários. 4.2. Estimativa do consumo das bacias sanitárias. Para determinarmos o consumo diário, multiplicamos a frequência de uso pelo número de usuários e pelo consumo por uso; e para determinarmos o consumo mensal consideramos o funcionamento da escola, cinco dias por semana, ou seja, vinte dias por mês. Multiplicando o consumo diário por vinte, teremos uma estimativa do consumo mensal. No caso do vaso sanitário triturador, para estimarmos o volume consumido com descargas consideraremos que de cada 4 descargas, três serão dadas utilizando a descarga parcial, que consome 1,8 litros e uma descarga total, que consome 3,0 litros ou seja, um consumo médio de 2,1 litros por descarga. Os resultados obtidos, são apresentados abaixo, nas Tabelas 01 a 04. XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 6

Tabela 1- Estimativa de consumo em bacias sanitárias com válvula de descarga Usuário Frequência (uso/dia) Tempo (s/uso) Consumo por uso Consumo diário Consumo mensal (m³) Alunos 1,98 3,54 6,018 4.861,58 97,23 Alunas 2,37 7,21 12,257 13.885,46 277,71 Professores 2,65 3,76 6,392 406,53 8,13 Professoras 2,60 6,80 11,560 691,29 13,83 Funcionários 3,25 4,14 7,038 251,61 5,03 Funcionárias 3,21 8,53 14,501 930,96 18,61 Total 420,57 Tabela 2- Estimativa de consumo com uso do Vaso Sanitário Triturador Usuário Frequência (uso/dia) Consumo por uso Consumo diário Consumo mensal (m³) Alunos 1,98 2,1 1.696,46 33,93 Alunas 2,37 2,1 2.379,01 47,58 Professores 2,65 2,1 133,56 2,67 Professoras 2,60 2,1 127,99 2,56 Funcionários 3,25 2,1 75,07 1,50 Funcionárias 3,21 2,1 134,82 2,70 Total 90,94 Tabela 3- Estimativa de consumo com uso do Vaso Sanitário Ecológico Usuário Frequência (uso/dia) Consumo por uso Consumo diário Consumo mensal (m³) Alunos 1,98 2,0 1.615,68 32,32 Alunas 2,37 2,0 2.265,72 45,31 Professores 2,65 2,0 127,20 2,54 Professoras 2,60 2,0 121,90 2,44 Funcionários 3,25 2,0 71,50 1,43 Funcionárias 3,21 2,0 128,4 2,57 Total 86,61 Tabela 4- Estimativa de consumo com uso do Vaso Sanitário Stealth Usuário Frequência (uso/dia) Consumo por uso Consumo diário Consumo mensal (m³) Alunos 1,98 3,0 2423,52 48,47 Alunas 2,37 3,0 3398,58 67,97 Professores 2,65 3,0 190,80 3,82 Professoras 2,60 3,0 182,85 3,66 Funcionários 3,25 3,0 107,25 2,15 Funcionárias 3,21 3,0 192,60 3,85 Total 129,91 XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 7

4.3. Redução do Consumo A utilização das bacias convencionais com válvula de descarga, resultou em um consumo médio mensal de 420,57 m³. O uso de bacias sanitárias trituradoras com descarga dual (1,8 e 3 litros) resultou em um consumo médio 90,94 m³; sendo a redução de 329,63 m³, ou seja, 78,38%. Com relação ao vaso sanitário ecológico, com descarga de 2 litros, tivemos um consumo médio 86,61 m³; sendo a redução de 333,96 m³, ou seja, de 79,41%. Finalmente, com o uso do vaso sanitário com tecnologia STEALTH, com descarga de 3 litros, tivemos um consumo médio 129,91 m³; sendo a redução de 290,66 m³, ou seja, de 69,11 %. 4.4. Economia Mensal Estimada Considerando a tarifa de água cobrada pela Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA) para edificações na categoria pública, com faixa de consumo acima de 10 m³, que é de R$ 11,15 para água e R$ 11,15 para esgoto, totalizando R$ 22,30 por m³; e a redução de consumo conseguida, estimamos a economia mensal. Tabela 5- Estimativa da economia gerada pelo uso dos vasos economizadores. Vaso Sanitário Redução de Consumo (m³) Economia Mensal (R$) Vaso Sanitário Triturador 329,63 7.350,75 Vaso Sanitário Ecológico 333,96 7.447,31 Vaso Sanitário Stealth 290,66 6.481,72 4.5. Estimativa do Custo de Implantação das Bacias Economizadoras Para estimarmos o custo de implantação das bacias sanitárias economizadoras somamos o preço de aquisição das mesmas - extraído dos sites dos fabricantes ou em revistas da área com o custo de mão de obra e material para realizar a substituição. Adotamos nesse trabalho a composição de custos (mão-de-obra e material) para retirar a bacia antiga, colocar a bacia nova e realizar os reparos no ambiente indicadas pelo Catálogo de Referências e Custos da Prefeitura Municipal de Joinville SC, totalizando R$ 155,37 por bacia. A tabela abaixo indica o custo total por cada modelo analisado. Tabela 06 Custo de substituição das bacias - Fonte: (1) Toledo (2015); (2) Acquamatic (2016); (3) Econoágua (2016) Vaso Sanitário Custo do Aparelho (R$) Preço Total de Implantação (R$) Custo Total (R$) Vaso Sanitário Triturador 2.800,00 (1) 1.864,44 35.464,44 Vaso Sanitário Ecológico 498,00 (2) 1.864,44 7.840,44 Vaso Sanitário Stealth 1.950,00 (3) 1.864,44 25.264,44 XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 8

4.6. Período de Retorno Considerando as estimativas de economia mensal, custo de aquisição dos vasos sanitários e de substituição, obtemos os períodos de retorno apresentados abaixo. Tabela 07 Período de retorno do investimento Vaso Sanitário Período de Retorno (meses) Vaso Sanitário Triturador 4,8 meses Vaso Sanitário Ecológico 1,05 meses Vaso Sanitário Stealth 3,9 meses 5. CONCLUSÕES 1) As bacias sanitárias trituradoras consomem menos água por descarga em relação as bacias convencionais, pela existência da bomba trituradora no interior da mesma, evitando inclusive, em alguns casos a necessidade de mais de uma descarga por uso. 2) Uma avaliação financeira mais detalhada dos vasos trituradores deveria levar em consideração o custo com energia elétrica, visto que esse aparelho depende da eletricidade para funcionar. Com isso, resulta uma redução nos ganhos financeiros, mesmo assim, mantem-se um significativo ganho ambiental. 3) O vaso sanitário ecológico apresentou uma considerável redução do consumo, sendo inclusive, do ponto de vista financeiro, o que apresentou melhor resultado, por ter menor período de retorno. 4) O vaso sanitário Stealth, consome menos água do que os vasos convencionais por possuir uma descarga de 3,0 litros que gera uma pressão maior, reduzindo em alguns casos a necessidade de uma segunda descarga. 5) Os resultados obtidos mostram que, mesmo o investimento inicial relativamente alto, o uso desses aparelhos justificasse pelo reduzido consumo de água, resultado em períodos de retorno curtos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACQUAMATIC. 2016. Vaso Sanitário Ecológico. Disponível em: <http://www.acquamaticdobrasil.com/>. Acesso em: 16 abr. 2016. ALENCAR, A, C, M, G, de et al. Sistema para Aproveitamento de Água Pluvial em Descarga de Vasos Sanitários. Revista Ciências do Ambiente On-line, Campinas - SP, v. 8, n. 2, p.99-106, out. 2012. XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 9

ARRUDA CÂMARA. Escola Arruda Câmara. Disponível em: <http://arrudacamarapb.blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 abr. 2015. CAGEPA - Companhia de Água e Esgotos da Paraíba. Estrutura Tarifária. 2016. Disponível em: < http://www.cagepa.pb.gov.br/wp-content/uploads/2015/01/estrutura-tarifária-2016-.pdf/>. Acesso em: 24 abr. 2016. CAVALHO JÚNIOR, Roberto de. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 5ª Ed revista e ampliada. São Paulo, Blucher, 2012. 315p. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: Diagnóstico do município de Pombal, estado da Paraíba/ Organizado [por] João de Castro Mascarenhas, Breno Augusto Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior, Franklin de Morais, Vanildo Almeida Mendes, Jorge Luiz Fortunato de Miranda. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. ECONOÁGUA. 2016. Vasos Sanitários. Disponível em: <http://www.econoagua.com.br/>. Acesso em: 26 abr. 2016. GONÇALVES, R.F. e BAZZARELLA, B.B. (2005) - Reuso de águas cinza e gerenciamento alternativo das águas amarelas (urina) em áreas urbanas, Anais eletrônicos do Workshop sobre reuso. Campina Grande, PB. IPPUJ, Fundação Instituto De Pesquisa E Planejamento Para O Desenvolvimento Sustentável De Joinville Catálogo de Referência de Serviços e Custos - Dezembro/2015 Volume 2, Joinville, 2015-425 p. MARINHO, E. C. de A. Uso racional de água em edificações públicas. 2007. 72 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em Construção Civil, Departamento de Engenharia de Materiais e Construção, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. MARINOSKI, A. K.; GHISI, E. Aproveitamento de água pluvial para usos não potáveis em instituição de ensino: estudo de caso em Florianópolis SC. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 67-84, abr./jun. 2008. OLIVEIRA, L. H. Bacias sanitárias com sistema dual de descarga: quanto é possível reduzir o consumo de água? Revista Hydro, São Paulo; Aranda Editora, Ano 01 N 05, p.66-68, março 2007. SANITRIT. Vasos e aparelhos trituradores. Disponível em: <www.sanitrit.com.br>. Acesso em: 26 abr. 2016. TOLEDO, Camila. Dia de feira. Arquitetura & Construção, São Paulo Ano 31 N 4, p.112-115, abril 2015. XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste 10