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1 DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Justiça Comum - Federal PONTO 2: Competência Relativa 1. Justiça Comum: Justiça Comum Federal art. 109 e seus incisos, CF. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5º deste artigo;(incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. Competência específica (só há interesse da União) 109, IV, 1ª parte; V; V-A; VI; IX; X; XI; CF. VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; A primeira parte se refere aos crimes contra a organização do trabalho e a segunda parte os crimes contra o sistema econômico-financeiro, salientando que o legislador constitucional que só seria competência da justiça comum federal nos casos determinados na Lei. Os crimes contra a organização do trabalho estão definidos no CP, arts. 197 a 207 CP, as situações relacionadas com a relação empregatícia. Porém, a competência somente será

federal quando o crime atingir a organização do trabalho como um todo, ou seja, de maneira coletiva. Súmula 115 TFR estabeleceu no Brasil esse entendimento hoje consagrado. 2 No que tange aos crimes contra o sistema econômico e financeiro, a lei usa a expressão: nos termos da lei. Essa expressão recebeu quando da CF 1946 uma interpretação literal, se afirmava que para esses crimes a lei que o tipificasse deveria expressamente afirmar a competência da justiça federal. A doutrina e jurisprudência afirmaram que as leis existentes precisariam determinar expressamente a competência da justiça federal. Por isso, a lei 1521/51 (crimes contra economia popular) e a lei 4595/64 (primeira lei que tratou dos crimes contra os administradores das instituições financeiras) não tem referência nenhuma da competência federal, então, entendia-se que era competência da justiça estadual. Após com a edição da Lei 7492/86 (Lei do Colarinho Branco), definidora do conceito de instituição financeira no Brasil (art. 1º 1 ) conceito amplo, no seu artigo 26 2 afirma expressamente a competência da justiça federal (ação penal para os crimes definidos nesta lei será proposta pelo MP federal perante a justiça federal). Após a CF de 1988 foram editadas a Lei 8078/90, a Lei 8137/90 e a Lei 8176/91, nenhuma delas estabelece a competência da Justiça Federal. Porém, a partir da vigência da atual CF a expressa nos termos da lei passou a ter uma interpretação teológica, significa que como competência da justiça federal tem sido reconhecida e afirmada quando presente o interesse direito e imediato da União na apuração de um fato delituoso, assim deve ser interpretada a lei que trata dessa criminalidade. Por isso, o CDC (Lei 8078/90) ataca de maneira direta e imediata os direitos dos consumidores, não podendo falar da competência da justiça federal. 1 Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual. 2 Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal.

3 A Lei 8137/90, na primeira parte trata da criminalidade tributária, surge um impasse. Se o crime for referente a um tributo federal, a competência, em principio, será da justiça federal, mesmo que a lei não fale nada a respeito. Fala-se na expressão em principio porque dependerá da análise da distribuição das receitas tributárias (arts. 157 e 158 3, CF), mesmo que se trate de tributo federal Ex: IR é tributo federal, mas o IR descontado na fonte dos servidores estaduais ou municipais a receita é dos Estados ou dos Municípios, e neste caso a competência será estadual. A Lei 8176/91, art. 1º 4 trata da criminalidade com combustíveis em geral - não há interesse direto da União, mesmo seja uma autarquia federal, o interesse direto é dos consumidores, por isso, a competência é estadual. Já o art. 2º 5 demonstra interesse direto e imediato da União na apuração do fato delituoso, sendo competência da Justiça Comum Federal. 3 Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. Art. 158. Pertencem aos Municípios: I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados; II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 4 Art. 1 Constitui crime contra a ordem econômica: I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais combustíveis líquidos carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei; II - usar gás liqüefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei. Pena: detenção de um a cinco anos. 5 Art. 2 Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpacão, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo. Pena: detenção, de um a cinco anos e multa.

4 IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; Não basta que os navios ou aeronaves sejam militares, mas o crime praticado a bordo destas aeronaves e embarcações tem que ser crime militar. A expressão a bordo significa o desenvolvimento da ação em um navio ou em uma aeronave, não interessa onde ocorreu o resultado. Teoria da ação, se ação foi executa a bordo do navio ou aeronave a competência é da justiça comum federal. O STF disse que não importa se o navio ou aeronave estão parados ou em movimento. A expressão navio e aeronaves, porque o legislador nunca usou a expressão genérica embarcações, mas sim navios, isso determinou um entendimento no Brasil de que não é qualquer embarcação que determina a competência da justiça federal. É preciso que as embarcações sejam um navio, porque as embarcações são classificadas pelo seu porte, o legislador fez a opção por uma espécie de embarcação (de grande porte - navio) e não pelo gênero embarcações. Assim se a embarcação de médio e pequeno porte a competência é da justiça estadual. Com relação a aeronaves o conceito é elástico, não se analisa o porte para definir a competência da justiça federal, todavia há um entendimento dominante no sentido de restringir a competência da justiça federal que é do autor Vladimir de Souza, dizendo que a competência da justiça federal será apenas para aeronaves de grande porte (posição majoritária não há decisão dos Tribunais Superiores sobre esse detalhe). Obs: O Procurador da República Roberto de Oliveira é um autor que afirma que como não há registro legal a respeito do porte das aeronaves, qualquer aeronave levaria a competência federal, contrariando o entendimento do autor Vladimir de Souza adotado pelos Tribunais. X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; Verifica-se a presença direta e imediata de interesse da União ao verificar se há algum estrangeiro irregular no Brasil.

5 XI - a disputa sobre direitos indígenas. A competência é da justiça comum federal. A interpretação desta expressão está nos artigos 231 6 e 232 7 da CF, qualquer crime que envolva a disputa de direitos indígenas. Mas a simples presença de indígena não induz competência federal. Súmula 140 STJ: o crime pratica com ou contra indígena é da competência da justiça estadual, porque não houve disputa de direitos indígenas. Assim o IMPORTANTE é analisar no exame do caso concreto se houve ou não disputa de direitos indígenas. Obs: O crime de genocídio praticado contra indígena é federal, e quem julgará este crime será o Juiz singular, porque o genocídio não é crime doloso contra a vida, porque a motivação do genocídio é outra, por razões raciais, entre outras. 6 Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. 5º - É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. 6º - São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. 7º - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, 3º e 4º. 7 Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo.

6 Conclusão: Uma vez que a situação delituosa não pode ser colocada dentro de algum desses incisos, a competência será residual da Justiça comum estadual. E tanto no campo federal, como no estadual, a natureza da infração vai determinar qual o juízo competente que pode ser: juízo do Júri, juiz singular e do Juizado especial Criminal. Mas há outra referencia importante no âmbito da justiça comum federal decorre de especificações e a comum é residual. Nas hipóteses de conexão ou continência envolvendo crime federal e crime estadual, independentemente da gravidade dos crimes, prevalece sempre a justiça comum federal. Por isso se estabeleceu a justiça comum federal mais graduada que a estadual, para possibilitar a atração do crime para sua competência para que seja submetido a um só processo. Por essa razão, o STJ editou a Súmula 122, não se aplicando no concurso de competência federal e estadual o art. 78, II 8, CPP. Súmula 122, STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do Art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal. Por fim, quando houver concurso entre um crime federal e uma contravenção (sempre estadual) não haverá atração porque o legislador constitucional não permite que a justiça federal examine contravenção nem em casos de conexão. Ou seja, haverá obrigatoriamente a cisão processual. 2. Competência Relativa: A determinação do foro competente envolve unicamente o aspecto territorial. Ou seja, a competência de foro é o lugar onde deve tramitar a ação penal. 8 Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave.

7 Obs: Foro: no plano estadual no plano federal - circunscrição ou subsecções judiciária Comarca, no plano eleitoral Zona eleitoral, no plano militar Conselho de Justiça. PRIMEIRA REGRA: é o art. 70 caput, CPP. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Crime consumado Art. 14, I 9, CP - quando presentes todas as suas elementares. Alguns crimes se consumam com a presença do resultado ou com o exercício da própria ação ou omissão. Podem se considerar duas teorias regra: Teoria do resultado e; exceção: teoria da ação. Crime tentado Art. 14, II 10, CP - quando o resultado não foi obtido pro circunstâncias alheias a sua vontade. Prevalece única e exclusivamente a teoria da ação, onde foi praticado o ultimo ato de execução é o foro competente. crime. Assim, importa saber de que maneira ocorre o momento consumativo de determinado Observações: - Criou-se o entendimento que furto consumado era a posse mansa e pacífica do bem. Atualmente, procura-se se estabelecer uma uniformidade entre furto e roubo. Entende-se que a subtração é suficiente para se determinar a consumação. O estelionato, por exemplo, se consume com a obtenção da vantagem ilícita ou indevida, com exceção do 2º do art. 171 11, CP. - Súmulas 521 12 STF e 244 13 STJ 9 Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. 10 Art. 14 - Diz-se o crime: Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 11 Estelionato

8 - Os Tribunais do Brasil tem entendimento uniforme nos chamados crimes plurilocais, crimes em que a ação ocorre em um local e o resultado em outro local, dão preferência ao local da ação nos crimes contra a vida (dolosos ou culposos). Assim, contrariando a regra do art. 70 CP, passaram a dar preferência ao lugar da ação sobre o lugar do resultado para determinados crimes. Plurilocalidade: genérica (simples): agente desenvolveu toda ação para obter o resultado no local onde ele exerceu a ação, mas por circunstâncias alheias a sua vontade o resultado acabou ocorrendo em outro local. (AÇÃO). crimes à distância (espécie de plurilocalidade)- quando o inter criminis foi realizado para a ação ser realizado num local e o resultado no outro. Houve dolo. Assim, o foro competente é onde o resultado ocorreu. (RESULTADO). Alguns autores usam essa expressão quando a plurilocalidade é internacional. -Art. 63 14, Lei 9099/95, diz que o juizado competente é do local onde foi praticada a infração. Há três posições: majoritária - a expressão praticada significa ação; a segunda - minoritária, Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, 2º. 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Fraude na entrega de coisa IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. 12 Súmula 521 STF: O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. 13 Súmula 244 do STJ: Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos. 14 Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

praticada significa resultado; e por fim a terceira posição - diz que pratica pode ser da ação ou do resultado, teoria eclética. - Estatuto da Criança e Adolescente, art. 147, 1º 15. 9 SEGUNDA REGRA: Art. 70, 1 e 2 CPP crimes à distância no plano internacional - art. 6º CP: quando há envolvimento do Brasil e outro país. Lugar do crime Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Art. 70, 1 o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. 2 o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. TERCEIRA REGRA: Art. 88 CP - crimes praticados fora do Brasil art. 7º 16, CP. Foro competente capital do Estado onde reside o réu. Somente os juízes do foro competente podem tomar medidas cautelares na fase pré-processual. Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. QUARTA REGRA: art. 89, CP embarcações (abrange tanto federal quanto estadual). Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. 15 Art. 147, 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção. 16 Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

10 QUINTA REGRA: Art. 90 CP - aeronaves. (abrange tanto federal quanto estadual). Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. Em ambos tem que adotar as regras do art. 5º, 1º e 2º do CP. Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Foro competente: primeiro porto ou aeroporto brasileiros onde tocou a embarcação ou aeronave após o crime. Caso não tenha, último porto ou aeroporto antes do crime. Parte-se do pressuposto de que o crime foi cometido no percurso da viagem, pois se a embarcação estiver parada em um porto e ali foi praticado o crime neste local será o foro competente. Quando não se sabe o lugar da infração art. 72, CP aponta solução. Não sendo conhecido o lugar da infração entender-se-á como tal o domicilio ou residência do réu, pois não há como identificar o lugar que a infração ocorreu. Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Art. 73 CP - É a única hipótese no direito penal brasileiro de opção de foro, feita exclusivamente pelo querelante. Guarda relação com o princípio da disponibilidade. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. Há situações em que não há solução estabelecida na lei ou porque há mais de um foro de competência, a legislação penal estabelece um critério secundário fixador da competência que é a prevenção.

Prevenção: A prevenção fixa a competência do juiz que se manifesta, como do foro onde ele exerce jurisdição. DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, 3o, 71, 72, 2o, e 78, II, c). 11 A prevenção que é um instituto de natureza processual, pode definir a competência, e para que isto ocorra é preciso a manifestação decisória de um juiz competente para ação penal, porque a prevenção definida no art. 83 CPP exige manifestação de um juiz antes dos demais. A prevenção pode ser suscitada antes da propositura da ação penal. Obs: o juiz de plantão previne competência, porque o foro está determinado, mas se este juiz não tiver competência material a matéria será distribuída para outro juiz competente. Cinco situações que a prevenção é invocada para resolver a situação: 1) Art. 70, 3, CPP - estabelece que existe certeza com relação ao lugar do crime, mas existe incerteza com relação aos limites, ou com relação do foro quando ocorre exatamente nos limites. Art. 70, 3 o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 2) Art. 71 CPP, trata de crime permanente e crime continuado. Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. O crime permanente é uma infração só, com a consumação prolongada no tempo, ex: sequestro ocorre em Porto Alegre, e a vitima é escondida em Canoas, depois em Campo Bom, temos três foros competentes, e onde tramitar primeiro o foro será prevento. Já crime continuado (art. 71 17, CP) que são da mesma espécie sendo que o último é considerado continuação do primeiro, a lei penal determina a aplicação de uma só das penas aumentada de 1/6 a 2/3. Crime continuado praticado em mais de um foro, não importando a 17 Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-selhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

gravidade do crime (se numa comarca foi praticado furto simples e em outra comarca foi praticado furto qualificado, nem o número de infrações para definir o foro competente), o juízo que se antecipar será competente por prevenção para possibilitar a unificação das penas. 12 Obs: se os processos correrem separados, o crime continuado permite a reunião de processos, tanto para o ajuizamento, quanto para a fase do processo, como na fase de execução da pena. Obs 2: tem uma corrente no Brasil liberal que entendem ser furto e roubo crimes da mesma espécie. 3) Art. 72, 1º e 2º CPP - Art. 72, 1 o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 2 o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. O 2º está revogado pela lei civil, porque domicilio é o lugar onde a pessoa é encontrada. Não há prevenção, pois o foro competente é o do seu domicílio. 4) Art. 78, II, c, CPP - foro competente nos casos de conexão e continência, infrações praticados em mais de um for e nenhum é mais grave que o outro e também não há maior número de infrações, a prevenção é que irá definir o foro competente. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos. 5) Art. 91 CPP - quando não se puder definir a competência pelas regras dos arts. 89 e 90, CPP resolve-se pela prevenção. Ou seja, quando não houver porto ou aeroporto brasileiro após e antes do crime. Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção. Sempre que a prevenção for invocada para indicar o foro competente, e se não for observar os critérios da prevenção a nulidade é relativa. Por esta razão o STF editou a Súmula 706. Súmula 706 STF: É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.

13 O segundo critério para determinar a competência é a distribuição. As regras de distribuição são determinadas por uma regra de organização judiciária, a qual não pode prevalecer sobre prevenção, conexão ou continência (regras processuais). A finalidade da distribuição é manter equilibrado o volume de serviço entre órgãos do poder judiciário com igual competência. O art. 74 18 do CPP permite a criação de Vara pela natureza da infração,m suporte para criação das Varas especializadas que não ofende o princípio do Juiz Natural, pois coloco os juizes já integrantes. Se não houver vara especializada, a distribuição será feita mediante um rodízio para estabelecer um equilíbrio para aqueles que tem a mesma competência. art. 75, CPP. Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. Nota-se que o que interessa é a manifestação decisória em cima do fato delituoso. As leis de organização judiciária determinam uma espécie de concentração de inquérito e ações na mesma vara criminal, envolvendo a mesma pessoa. Regra dirigida ao distribuidor não aos Juízes. Embora fosse outra Vara criminal pelo rodízio. Portanto, tem três sistemas diferenciados de distribuição: por especialização (prevalece), por rodízio (regra) e por concentração (solução excepcional). Todas no campo da distribuição. Mas nenhuma delas prevalece sobre a prevenção, pois é uma norma processual. Conexão e continência: - art. 79, caput, CPP. Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 18 Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.

14 Unidade de julgamento conexão; continência. Tudo o que é conexo e continente tem ser colocado no mesmo processo para ter o mesmo julgamento. Observações: 1) Um julgamento de um fato conexo que não sabia da conexão rompe com a conexão daquele que foi julgado com relação aos demais. 2) Unidade de julgamento não ocorre em duas situações: - quando houver o concurso da justiça militar e a comum; - quando houver envolvimento de menores. A simples presença de menores não descaracteriza a conexão e continência. Se maiores e menores praticam crimes conexão. E se maiores e menores praticam um crime continência (o menor irá ser processado na Vara da Infância e Juventude e o maior será processado como deve ser). Nessas duas situações é obrigatória a cisão processual. Elas guardam distinções entre si: - Conexão: só pode ser concebida quando houver pluralidade de infrações, assim só existe entre crimes. É o nexo que lei estabelece entre dois ou mais crimes. Nexos estão no art. 76, CPP são números clausus. - Continência: exige unidade da conduta delituosa (uma só infração), seja uma só infração ou quando a lei considera uma só infração (a lei penal coloca uma infração contida na outra. Ex: concurso formal próprio). Continência objetiva quando a infração é praticada nas hipóteses do art. 70 19, 73 20 e 74 21, CP concurso formal próprio (heterogêneo ou homogêneo); erro quanto a execução da pessoa com duplo resultado e erro na execução num crime com duplo resultado. 19 Concurso formal

15 Continência subjetiva ocorre nas situações de concurso apenas, por isso, chamada de continência concursal também. Portanto, há 4 situações configuradoras da continência, somente estas art. 77. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, 1 o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. O art. 76, CPP, trata dos nexos há três tipos diferentes: Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Inciso I: conexão intersubjetiva a presença de duas pessoas ou mais pode ser: - ocasional (ex: pessoas invadem supermercado para subtrair gêneros alimentícios); - concursal (crimes praticados em concurso, embora em tempo diverso e lugar); - pode ser por reciprocidade (praticam crimes uma contra as outras). Inter-relaciona os dois ou mais sujeitos ativos. Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 20 Erro na execução Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 21 Resultado diverso do pretendido Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Obs: Nota-se que sempre que configurar concursos de agente nas modalidades estabelecidas pelo art. 29 22 do CP, ainda que a participação seja de menos importância, configurado o concurso de agente, obrigatoriamente, configura conexão ou continência. Será conexão quando o concurso for para pratica de um ou mais crimes e será continência quando for para prática de um só crime. Mesmo que configure crime entre militar e civil ou entre maiores menores haverá conexão ou continência, mas haverá cisão processual neste caso. 16 Inciso II traz os nexos objetivos. Traz as razões pelas quais foram praticados os crimes: - facilitação, ocultação, impunidade ou vantagem. Só há conexão objetiva quando há concurso material de crimes. Inciso III estabelece nexo de natureza processual, probatório. Haverá conexão quando a prova de um crime influir na prova de outro (a prova sem a qual o outro crime não teria existência penal, sendo a prova de um crime, praticamente a elementar do outro crime). O art. 78, CP, estabelece quatro regras fundamentais da maneira como se deve estabelecer o órgão prevalente em matéria de conexão e continência. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; (prevalência do Júri é absoluta, prevalece sobre qualquer outro órgão da justiça comum) Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Deve-se seguir exatamente essa sequência de regras) III - no concurso de jurisdições de diversas categorias (competência diferentes), predominará a de maior graduação; 22 Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave

17 IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. (Justiça Eleitoral) Obs: No inciso II deve-se seguir exatamente a sequência de regras: (Nota-se que a infração mais grave é dividida pela - quantidade e qualidade da pena). 1º) qualidade da pena: reclusão, detenção e prisão simples. 2º) Se a qualidade é igual tem que solucionar pela quantidade da pena, primeiro pelo limite máximo, e se este for igual, pelo limite mínimo. 3º) Verifica onde ocorreu o maior numero de infrações 4º) Se os itens anteriores forem iguais prevenção.. Nota-se que a justiça especial referida no inciso IV é a justiça eleitoral que tem competência para crimes eleitorais e os comuns conexos. Em competência quem pode o mais pode o menos, o especial prevalece sobre o comum. Portanto, o maior prevalece sobre o menor, o especial sobre o comum. O art. 82 está o registro fundamental que o julgamento conexo rompe a conexão. Sentença definitiva significa decisão sem transito em julgado, podendo estar pendente de recurso. A unidade se fará, então, na fase de execução. Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.