ANÁLISE LOCACIONAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE OESTE BAIANO

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Transcrição:

ANÁLISE LOCACIONAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE OESTE BAIANO Área: Economia Regional e Baiana Autores: Adrielli Santos de Santana Graduanda em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Santa Cruz UESC. Endereço: Avenida Lótus, nº 220, Nelson Costa CEP: 45.656 000 Ilhéus, Bahia Brasil. Fone: (73) 99129 56 59. Email: adrielli_santana@outlook.com José Jerônimo Alves dos Santos Júnior Graduando em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Santa Cruz UESC. Email: jeronimoalv@hotmail.com

ANÁLISE LOCACIONAL DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE OESTE BAIANO Resumo O presente trabalho tem por objetivo principal identificar a concentração das atividades produtiva do município de Luís Eduardo Magalhães em comparação com os demais munícipios integrantes do território de identidade Oeste do estado da Bahia, no período de 2008 a 2012. Para tanto, utilizou se de métodos quantitativos através de indicadores de análise regional, tendo como principal variável o nível de emprego formal disponibilizada pela plataforma RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego, que permitiram concluir que neste município há uma concentração do emprego nas indústrias mecânica, química e metalúrgica. Diferente da região, aonde os setores de serviços e agropecuários se mostraram mais representativos, em termos de produto. Palavras chave: Especialização Produtiva. Teoria da Localização. Oeste Baiano. 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, no Brasil, as interpretações sobre os sistemas locais de produção (SLPs) e aglomerações produtivas ganharam grande repercussão na área de estudos do desenvolvimento regional. De acordo com Suzigan et. al. (2003), este fato é decorrente da influência positiva que esses sistemas exercem sobre a geração de emprego e renda, em níveis locais e nacionais, tornando as alvo das políticas públicas e privadas. Neste caso, para garantir a eficiência de uma política faz se necessário mapear e identificar as especificidades que caracterizam a atividade produtiva das regiões em análises, para com isso evitarem análises equivocadas sobre a realidade local, entretanto há uma carência de procedimentos metodológico no Brasil que se adequem a diversidade e combinações de arranjos produtivos existentes no país, de maneira uniforme e padronizada (SUZIGAN et. al., 2003). Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo descrever o comportamento dos setores produtivos no munícipio de Luís Eduardo Magalhães, no período de 2008 a 2012, e analisar o nível de concentração produtiva deste município dentro da região de identidade Oeste baiano, que abrange mais 13 municípios, sendo eles: Angical, Baianópolis, Barreiras, Buritirama, Catolândia, Cotegipe, Cristopolis,

Formosa do Rio Preto, Mansidão, Riachão das Neves, Santa Rita de Cassia, São Desiderio e Wanderley. Os capítulos que se seguem estão divididos em revisão de literatura, onde se busca elucidar as principais contribuições dos pensadores da economia regional; procedimentos metodológicos, para descrever as etapas que embasaram esta pesquisa, inclusive definir as variáveis; análise e discussão dos resultados, onde se pretende expor os resultados obtidos com a pesquisa; e as considerações finais. 2 ESPAÇOS, REGIÕES ECONÔMICAS E A CONSTRUÇÃO DA TEORIA DA LOCALIZAÇÃO As análises dos sistemas produtivos locais partem, a princípio, dos conceitos de espaço e regiões econômicas. De acordo Costa e Nijkamp (2009, p. 19), o espaço constitui um elemento essencial da análise econômica, porque nenhuma acção se realiza sem ser num espaço concreto, desta maneira o espaço é o local onde as interações sociais, econômicas, políticas e culturais se realizam. Segundo Castells (1972 apud COSTA; NIJKAMP, 2009), o conceito de espaço varia conforme o enfoque principal e o objetivo que se pretende atingir, podendo se apresentar sob aspectos geográficos, históricos, sociais e econômicos, possuindo como elemento principal o homem, pois é um ser transformador e social, interagindo constantemente com o ambiente a sua volta e com os demais elementos que constitui o espaço. Do ponto de vista econômico, a principal contribuição para estas definições partiram de François Perroux, que definia espaço econômico como o ambiente de concretização das relações econômicas pelos agentes econômicos, caracterizando o como um espaço de planejamento, formado por um campo de forças centrífugas e centrípetas, que agem simultaneamente e integram um conjunto homogêneo (COSTA; NIJKAMP, 2009). A partir desse resgate conceitual do território real, não abstrato, disseminou se uma vertente de estudos, que se propõe a estudar as relações interfirmas imersas no ambiente localizado, ou seja, na aglomeração produtiva local (CROCCO et. al, 2006, p. 2013).

O pioneirismo nas análises das teorias de localização é atribuído à Johann Heinrich von Thunen, ao desenvolver um modelo explicativo para o desenvolvimento das atividades agrícolas no meio rural (COSTA; NIJKAMP, 2009). Posteriormente, analisando o setor industrial Alfred Weber aponta a minimização dos custos e a maximização dos lucros como fatores decisivos para a decisão empresarial de se instalar em determinada região (COSTA; NIJKAMP, 2009). Portanto para Weber, a localização ótima era o ponto que minimizaria os custos com transporte de matérias primas e do produto final, onde há oferta de mão de obra, e proximidade com o mercado consumidor. As teorias de localização da atividade agrícola e industrial influenciaram no surgimento da teoria da localização dos serviços, desenvolvida por Walter Christaller, segundo o qual, utilizando a geometria espacial, concluiu que a localização das empresas de prestação de serviços terciários obedece um efeito natural das relações de oferta e procura de bens e serviços, e pelas forças concorrenciais, resultando em pontos centrais de localização ótima e pontos secundários de intersecção do mercado. 3 METODOLOGIA O Território de Identidade Oeste Baiano (FIGURA 1), tem uma área de 14 milhões de hectares, dente essa área aproximadamente mais de 2 milhões de hectares destinados ao setor primário da economia, o oeste se tornou o principal produtor de soja na Bahia a partir da década de 80, tem seu clima predominante de cerrado propício para produção de soja (SEAGRI, 2006).

FIGURA 1 Localização do Território de Identidade Oeste Baiano BAHIA Fonte: Elaboração própria. O foco principal da pesquisa gira em torno do munícipio de Luís Eduardo Magalhães. O município possui uma população estimada de 76.420 habitantes, em um território de 3.941.069 Km² (IBGE, 2014). Segundo a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia SUDIC (2014), a região possui uma vocação produtiva às indústrias metalúrgicas, alimentares, têxtil e de serviços. Os dados utilizados neste trabalho são de origem secundária, ou seja, de materiais já existentes. Têm se como principal fonte de dados a plataforma RAIS do Ministério de Trabalho e Emprego. Optou se por utilizar desta fonte de dados devido a disponibilização e organização dos dados por setor produtivo, e por municípios/regiões, facilitando a visualização das informações e sua tabulação através da ferramenta Microsoft Excel. Utilizou se os dados de 25 setores da economia que foram analisados ao longo dos anos de 2008 a 2012, para calcular os seguintes coeficientes: a) Quociente de locacional (QL) relaciona a participação de determinado setor produtivo dentro de um município e a participação do mesmo dentro uma região. Seu uso implica na verificação da existência de especialização de atividades específicas dentro de um município. O indicador é apresentado pela seguinte formulação:

Q L = ( Eij/Ei))/((Ej/E) Onde: Eij = emprego no setor j no município i; Ei = emprego total do município; Ej = emprego do setor j em toda a região; E = emprego total da região. b) Coeficiente localização (CL) é um indicador do grau de concentração de um setor ou atividade produtiva. Quando a análise é a nível municipal utiliza se a seguinte fórmula: C Li = ( Eij/Ej) ( Ei/E) Quando a análise for a nível regional utiliza se: C L = ( Eij/Ej E i/e )/2 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO Conforme verificado na Tabela 1, durante o período de 2008 a 2012 houve um aumento considerável no número total de empregos formais, com uma variação positiva de 43,03%. Dentre os municípios que mais contribuíram para este resultado estão Luís Eduardo Magalhães (78,24%), Wanderley (68,22%) e Formosa do Rio Preto (65,98%). Em termos absolutos, apresenta maior concentração de emprego formal o município de Barreiras, com 26.351 registros equivalentes a 40,24% do total de empregos em 2012. Os municípios de Cotegipe e Mansidão apresentação variações negativas para o período, com uma diminuição de 16,4% e 23,8% respectivamente. TABELA 1 Emprego total por município da região Oeste baiana 2008 a 2012. MUNICÍPIOS ANO

2008 2009 2010 2011 2012 Luís Eduardo Magalhães 10.173 12.859 13.236 16.739 18.132 Angical 895 1.026 978 1.028 954 Baianópolis 536 562 599 631 652 Barreiras 18.850 21.539 24.708 25.819 26.351 Buritirama 883 872 887 1.110 1.134 Catolândia 334 321 300 349 351 Cotegipe 1.020 1.005 823 975 853 Cristopólis 583 580 577 704 604 Formosa do Rio Preto 2.293 2.557 3.178 3.821 3.806 Mansidão 651 666 677 460 496 Riachão das Neves 1.546 1.765 2.006 2.587 2.256 Santa Rita de Cassia 895 1.161 1.371 1.419 1.228 São Desiderio 6.707 6.976 7.438 8.963 7.969 Wanderley 409 654 700 170 688 TOTAL 45.775 52.543 57.478 64.775 65.474 Fonte: Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE. Alguns fatores explicam a dualidade dessas situações. A primeira delas está na localização de distritos industriais nos municípios de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, juntamente com a diversidade de setores em atuação nestas áreas, por outro lado cidades menores com Cotegipe e Mansidão concentram se suas atividades em torno do setor comercial e, principalmente na administração pública. Destaca se ainda a forte participação do setor agrícola na geração de empregos formais, entretanto, entende se que na realidade os setores primários absorvem grande número de trabalhadores informais, não catalogados pela RAIS. Observaram se os resultados do Quociente Locacional (QL) dos setores produtivos no município de Luís Eduardo Magalhães. A Tabela 2 demonstra os valores encontrados, organizados em ordem decrescente, tendo com base o ano de 2012. Sabe se que o quociente locacional tem como função identificar o grau de especialização de um setor de um município dentro de uma região. Portanto valores maiores que 1 (QL>1) indicam uma maior representatividade do setor dentro do município do que no total total da região. Por outro lado, valores menores que 1 (QL<1) indica que o setor da cidade é menos representativo frente a região de análise. Neste contexto, conforme demostrado na Tabela 2, os setores mais representativos do município de Luís Eduardo Magalhães são a indústria mecânica, química, elétrica e de comunicações, metalúrgica. Pode se observar ainda, que todos os

10 principais setores passaram por oscilações, principalmente nos períodos 2009 2010 e 2010 2011, com exceção da indústria metalúrgica e mobiliária, cujos QE se mostraram crescentes. O setor de alimentos e bebidas também apresentou elevação nos quatros primeiros anos, decrescendo somente em 2012. TABELA 2 Setores com maior QL em Luís Eduardo Magalhães. SETOR ANO 2008 2009 2010 2011 2012 Indústria Mecânica 2,65 2,44 2,74 1,21 3,34 Indústria Química 3,46 3,00 3,21 2,87 2,74 Elétrico e Comunicação 2,90 2,26 2,41 Indústria Metalúrgica 1,87 1,25 3,18 1,87 2,39 Comércio Atacadista 1,39 2,17 1,73 2,08 1,74 Material de Transporte 2,64 2,15 1,06 1,00 1,63 Adm. Técnica Profissional 1,83 2,14 1,43 1,50 1,58 Alimentos e Bebidas 0,78 0,73 1,34 1,96 1,57 Borracha, Fumo, Couros 1,70 1,69 2,05 1,75 1,52 Madeira e Mobiliário 0,52 0,67 0,53 1,08 1,47 FONTE: Elaboração própria. A indústria mecânica que tem a produção especializada de peças, usinagens pesadas, estruturas metálicas, etc., obteve um alto grau na cidade de Luís Eduardo Magalhães permanecendo acima da incidência do Oeste em todos os anos analisados com o pico em 2012 de 3,34 apresentando grande representação na região. Ao analise o QL em toda a região Oeste baiana, obtém se uma setor primário bastante representativo. Na agricultura destaca se a produção de soja, de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal 2012, Barreiras, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães e São Desiderio detinham 99% da área plantada de soja na Bahia (IBGE, 2014). Entretanto, os municípios que apresentam maior QL são São Desiderio (2,93), Formosa do Rio Preto (2,35) e Riachão das Neves (1,88), os demais se apresentaram inferiores a 1. As cidades como Angical, Buritirama, Cristopólis e Mansidão apresentam população com menos de 20 mil habitantes e a maioria dos funcionários são contratados ou concursados da prefeitura local, cidades que mostraram altos índices de quociente

locacional e que poderia induzir ao erro. Luís Eduardo Magalhães e Barreiras são cidades maiores e apresentam os dados mais fidelizados. O Coeficiente de Localização (CL) foi utilizado para identificar possíveis concentrações de atividades, primeiramente a nível municipal (CLi), obtendo os seguintes resultados, representados na Tabela 3. TABELA 3 Setores com maior CLi em Luís Eduardo Magalhães. SETOR ANO 2008 2009 2010 2011 2012 Indústria Mecânica 0,37 0,35 0,40 0,06 0,65 Indústria Química 0,55 0,49 0,51 0,48 0,48 Indústria Metalúrgica 0,19 0,06 0,50 0,23 0,39 Elétrico e Comunicação 0,44 0,32 0,39 Comércio Atacadista 0,09 0,29 0,17 0,28 0,21 Material de Transporte 0,36 0,28 0,01 0,00 0,17 Alimentos e Bebidas 0,05 0,07 0,08 0,25 0,16 Adm. Técnica Profissional 0,18 0,28 0,10 0,13 0,16 Borracha, Fumo, Couros 0,16 0,17 0,24 0,19 0,14 Madeira e Mobiliário 0,11 0,08 0,11 0,02 0,13 FONTE: Elaboração própria. A ordem dos 10 setores com maior coeficiente de localização parcial se apresentou de forma semelhante aos setores com maior quociente de especialização, conforme demonstrado anteriormente. Excerto a indústria metalúrgica que ocupa a terceira posição, e a industrial de alimentos e bebidas que ultrapassa o setor de administração técnica profissional. A verificação do Coeficiente de Localização geral (CL) indica se há uma concentração geográfica de determinado setor dentro da região. A Tabela 4 apresenta os resultados em ordem decrescente, tendo com base o ano de 2012, foram demonstrados os setores que obtiveram valores iguais ou superiores a 0,30. A partir desta análise, verifica se a existência de uma maior concentração de serviços de utilidade pública, seguida pela indústria mecânica e química. TABELA 4 Coeficiente de Localização da região Oeste baiano 2008 2012.

SETORES ANO 2008 2009 2010 2011 2012 Serviço Utilidade Pública 0,37 0,38 0,43 0,38 0,69 Indústria Mecânica 0,37 0,35 0,40 0,21 0,65 Indústria Química 0,55 0,49 0,51 0,48 0,48 Extrativa Mineral 0,52 0,56 0,39 0,43 0,44 Elétrico e Comunicação 0,64 0,44 0,43 Indústria Metalúrgica 0,24 0,21 0,50 0,26 0,39 Administração Pública 0,45 0,39 0,41 0,36 0,38 Médicos Odontológicos Vet. 0,36 0,34 0,33 0,35 0,36 Agricultura 0,34 0,32 0,32 0,34 0,34 Papel e Gráfica 0,43 0,46 0,36 0,34 0,34 Material de Transporte 0,37 0,35 0,29 0,34 0,32 Madeira e Mobiliário 0,45 0,41 0,43 0,33 0,32 Borracha, Fumo, Couros 0,37 0,35 0,34 0,34 0,30 Alimentos e Bebidas 0,39 0,38 0,32 0,32 0,30 FONTE: Elaboração própria. Para ampliar a discussão, utilizou se do Produto Interno Bruto (PIB) do Território de Identidade Oeste Baiano, para verificar se os resultados das aglomerações/concentrações produtivas corroboram com o desempenho econômico da região. Iniciando pelo município de Luís Eduardo Magalhães, os dados demonstram que o setor de serviços em todo o período se apresentou superior as demais atividades, assumindo valores acima de 50% na composição do produto local, logo seguido pelo setor industrial (TABELA 5). TABELA 5 Valor adicionado ao Produto (%) por grandes setores, Luís Eduardo Magalhães, 2008 2012. Agropecuária Indústria Serviços PIB (R$) 2008 20,51 24,28 55,21 1.403.259.051,00 2009 15,02 27,54 57,44 1.743.214.636,00 2010 12,23 30,13 57,64 1.816.027.128,00 2011 12,85 25,77 61,38 2.400.752.670,00 2012 13,29 30,02 56,70 2.599.028.520,00 Fonte: SEI (2015).

A nível regional, conforme demonstrado na Tabela 6, a participação do setor industrial ainda é pouco representativa na região, em termos de valor adicionado, sendo superado pelo setor de serviços seguido pela agropecuária. TABELA 5 Valor adicionado ao Produto (%) por grandes setores, Oeste Baiano, 2008 2012. Agropecuária Indústria Serviços PIB (R$) 2008 39,85 13,18 46,97 4.984.405.549,00 2009 32,66 16,04 51,30 5.516.968.829,00 2010 29,01 17,57 53,43 5.606.394.098,00 2011 32,00 15,49 52,50 7.185.819.010,00 2012 36,61 16,69 46,70 8.079.202.590,00 Fonte: SEI (2015). Entretanto, ao analisar o crescimento acumulado dos setores, verifica se que durante o período de 2008 a 2012, os setores apresentaram variações negativas, reflexos da crise econômica mundial que estourou nos Estados unidos em 2008, porém o setor industrial apresentou melhor desempenho que o de serviços. Esse desempenho foi interrompido a partir de 2011, quando o setor agropecuário apresentou melhores resultados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante ressalvar, que os indicadores apontam uma visão superficial das aglomerações produtivas, visto que não levam em consideração o montante real de empregos ocupados na região. Diante do exposto, percebem se dois contextos do sistema produtivo no Território de Identidade Oeste baiano no período de 2008 a 2012. Primeiramente, os municípios menores, tanto a nível populacional quanto em área total, possuem forte tendência às atividades agrícolas e ao setor público. Em segundo lugar, os municípios maiores, como Barreiras e Luís Eduardo Magalhães por possuírem dois distritos industriais, são mais representativos no setor industrial mecânico, metalúrgico e químico.

Ao cruzar os indicadores de localização regional ao indicador econômico (PIB), observou se que apesar os indicadores regionais apontarem para uma concentração produtiva de atividades diretamente ligadas ao setor industrial, medido pelo nível de emprego; em termos monetários a participação desse setor, dentro do período de análise, 2008 2012, equivale a uma média de 15,8% da composição do produto da região. A análise econômica possibilitou ainda evidenciar a importância desempenhada pelo setor de serviços, que também apresentou altos níveis de concentração na região. Em síntese o presente trabalho confirma o perfil produtivo do município Luís Eduardo Magalhães voltado à indústria e serviços. Por outro lado, na análise regional, o Oeste Baiano se iguala na representatividade desempenhada pelo setor de serviços, mais apresenta altos níveis de significância do perfil agrário. REFERÊNCIAS COSTA, J. S.; NIJKAMP, P. (Coord.). Compêndio de Economia Regional : teoria, temática e políticas. Parede Portugal: Principia, 2009. CROCCO, M. A.; GALINARI, R.; SANTOS, F.; LEMOS, M. B. SIMÕES, R. Metodologia de identificação de aglomerações produtivas locais. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 16, n. 2, p. 211 241, maio/ago., 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/neco/v16n2/01.pdf>. Acesso em: 22 nov RAIS. Relações Anuais de Informações Sociais. Dados Estatísticos. RAIS, 2014. Disponível em: < http://portal.mte.gov.br/rais/>. Acesso em: 19 jul. 2015. SEAGRI. Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (SEAGRI). O potencial de crescimento da produção de grãos no Oeste da Bahia. Bahia Agri. v. 7. n. 2, abr. 2006. SEI. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Disponível em: < http://www.sei.ba.gov.br/>. Acesso em: 20 jul. 2015. SUDIC. Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia. Distritos Industriais. Disponível em: < http://www.sudic.ba.gov.br/pagina.aspx?pagina=distritoindustrial de luis eduardo magalhaes>. Acesso em: 19 jul. 2015.

SUZIGAN, W.; FURTADO, J.; GARCIA, R.; SAMPAIO, S. Sistemas Locais de Produção: mapeamento, tipologia e sugestões de políticas. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 31, Porto Seguro, BA, 2003. Anais..., 2003. Disponível em: <http://geein.fclar.unesp.br/arquivos/cluster/artigos/sistemaslocaisdeproducaomtsp.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2015.